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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Violência contra a mulher
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Silvânia Priscila
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Em nossa sociedade muita gente ainda acha que o melhor jeito de resolver um conflito é utilizando a violência e, além disso, que os homens são mais fortes e superiores. Por diversas vezes os maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e outros homens acham que têm o direito de impor suas vontades ao gênero feminino.
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Segundo estimativas oficiais, mais da metade das mulheres agredidas sofrem caladas e não pedem ajuda. Para elas é difícil dar um basta nessa situação. Muitas sentem vergonha, dependem emocionalmente e/ou financeiramente do agressor; outras acham que “foi só daquela vez” ou que, no fundo, são elas as culpadas pela violência; outras não falam nada por causa dos filhos, porque têm medo de apanhar ainda mais, ou porque não querem prejudicar o agressor, que pode ser preso ou condenado socialmente. Muitas se sentem sozinhas, com medo e vergonha. Quando pedem ajuda, em geral, é para outra mulher da família, como a mãe ou a irmã; ou então alguma amiga próxima, vizinha ou colega de trabalho.
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Já o número de mulheres que recorrem à polícia ainda é pequeno. Isso acontece principalmente nos casos de ameaças com arma de fogo, espancamentos com fraturas ou cortes e ameaças aos filhos. As senhoras, jovens, meninas – que sofrem violência – podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que registrem as ocorrências nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM).
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Embora os(as) especialistas relutem em indicar nomes de pessoas (mulheres ou homens) que vivenciaram situações de violência, para serem entrevistadas, são os depoimentos em primeira pessoa que dão força e veracidade a uma reportagem, aumentando não apenas sua capacidade de convencer, como de comover, indignar e mobilizar. Aurice da Silva, 45 anos, é um exemplo vivo deste grave problema social. Sofreu com a violência doméstica durante anos. Era violentada pelo próprio marido, que chegava a bater na filha também. Apesar da separação do cônjuge, nunca teve coragem de denunciá-lo, pois sofre ameaças até hoje.

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