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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cinejornalismo: comunicação audiovisual comparada
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Produções audiovisuais caracterizam-se por possuírem diferentes camadas de significação. Desde as primeiras produções e exibições no início do cinema, a utilização de música foi presença constante, havendo sempre o acompanhamento executado ao vivo por um pianista durante as projeções. Com o desenvolvimento de novas técnicas que possibilitaram a sincronização precisa da imagem com o som4, a música passou a ser utilizada para compor a articulação dramática das tramas.
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A consolidação da linguagem cinematográfica utilizando-se da música foi herdada pelos antecessores do telejornalismo: os cinejornais. Os primeiros deles foram produzidos em 1909 pelos próprios irmãos Lumiere que, em 28 de dezembro de 1895 já haviam realizado também a primeira projeção comercial de filmes. No Brasil, o cinejornalismo atravessou períodos vigorosos, tendo início em 1912 com o Cine Jornal Brasil, produzido no Rio de Janeiro pela produtora P. Botelho & Cia.
.O cinejornalismo brasileiro ainda ganhou um novo impulso a partir de 1930, quando, durante o Estado Novo, passou a receber atenção e apoio especiais do governo. Paralelamente ao desenvolvimento dos cinejornais, as transmissões radiofônicas, iniciadas no Brasil em 1923 com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, levavam ao ar programas jornalísticos que também se utilizavam de acompanhamento musicais.
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Quando do início das transmissões televisivas no Brasil, o telejornalismo alimentou-se principalmente de profissionais do rádio que, herdando também a influência da linguagem desenvolvida nos cinejornais, definiu a forma dos primeiros telejornais. Estes, devido a restrições técnicas, faziam a utilização de música de maneira mais próxima aos cinejornais: locução em off6 e música acompanhando as imagens, formato que é utilizado até hoje nas lapadas - aglomerados de notícias curtas apresentadas por locução em off acompanhada por trilha musical e ilustradas por imagens - dos telejornais.
. O Cinema, de onde se originou o telejornalismo - filho da literatura e do folhetim, da Fotografia e do rádio no Brasil - vem sendo resgatado desde as suas origens, não só enquanto linguagem, mas também enquanto conteúdo de expressão em importantes momentos históricos, econômicos, políticos e culturais da vida brasileira em relação aos demais países estrangeiros.
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Os meios de comunicações (radio, cinema e TV) configuram sistemas sociais de produção, circulação e consumo de mensagens midiáticas que incluem uma ampla parte da população nesses ambientes simbólicos; essa situação permitiu o desenvolvimento de estratégias, modos de vida, formatos e gêneros populistas. A estruturação de campos midiáticos audiovisuais no subcontinente Americano tornou possível a conjunção de organizações midiáticas especializadas - empresas, industrias, instituições, produtoras e organizações culturais - e culturas populares. Isso demonstra a transformação político-social que representou a incorporação ao mercado de consumo das classes populares, realizada pelo populismo latino-americano.
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Ser jovem é ter arte de inventar
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David da Silva
Natasha Fonseca
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A condição juvenil é dada pelo fato de os indivíduos estarem vivendo um período específico do ciclo de vida, num determinado momento histórico e cenário cultural. No contexto atual, juventude é, idealmente, o tempo em que se completa a formação física, intelectual, psíquica, social e cultural, processando-se a passagem da condição de dependência para a de autonomia em relação à família de origem. A pessoa torna-se capaz de produzir (trabalhar), reproduzir (ter filhos e criá-los), manter-se e prover a outros, participar plenamente da vida social, com todos os direitos e responsabilidades. Portanto, trata-se de uma fase marcada centralmente por processos de definição e de inserção social.
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A partir dessa diversidade de estilos e identidades, a juventude pode ser considerada um fenômeno multidimensional, com o qual procura-se entender os diversos fatores que a compõem. Por um lado, a juventude é o momento que o individuo começa a ampliar suas responsabilidades e responder individualmente as diversas relações sociais que o cercam. Por outro lado, esta é um período de transição, de diversas transformações biológicas e psicológicas, é deixar de ser criança e ainda não ser um adulto. E é ainda, a fase da vida em que se constrói a sua personalidade e suas escolhas de acordo com o contexto social, cultural e econômico que se está inserido. Essa contextualização é de grande importância para certificar que se está falando de uma população heterogênea, com identidades próprias, ou seja, não estamos falando de juventude, e sim de juventudes.
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A juventude é por natureza impregnada de simbolismos, potencialidades, fragilidades e inexplicáveis ambigüidades. Todas essas características devem ser avaliadas e levadas em conta quando se pensam na função, na atuação e na inserção desse jovem na sociedade, pois é a partir deste conjunto que se devem construir as políticas voltadas para as diferentes juventudes,ou seja,são essas as potencialidades que devem ser exploradas para elaboração de toda e qualquer proposta voltada a esses jovens.
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Dados sobre a juventude brasileira
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A juventude brasileira é composta de 34,1 milhões de jovens entre 15 e 24 anos de idade, o que representa 20,1% do da população do País. É a esta parcela da população que hoje se aufere o futuro da nação. Mas de que futuro? Os dados do último CENSO apontam que do total de jovens, 9 milhões vivem abaixo da linha de pobreza, 26% da juventude brasileira dispõe de uma a renda per capta inferior a R$ 61,00. Esse dado dá uma clara dimensão de uma das múltiplas desigualdades referentes aos índices de escolarização, renda, desemprego, mortalidade, gênero que marcam, especialmente as condições de vida os jovens brasileiros.
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A juventude, porta de entrada para a vida adulta, quando a necessidade de inserção econômica é conjugada a necessidade de ampliação de escolaridade.Em função deste momento específico, tem-se apresentado uma ampliação considerável na taxa de escolarização entre a população juvenil , principalmente na faixa de 15 a 17 anos que foi ampliada de 55% para 78,8% . Contudo a maioria desses jovens ainda freqüenta o ensino fundamental. Os índices de escolarização são mais frágeis quanto aos jovens entre 18 e 19 anos, já que apenas 50,3% dessa população freqüentam a escola. Os índices caem ainda mais entre os jovens de 20 a 24 anos, pois apenas 26,5% podem ter acesso à escolarização já que a maioria que se enquadra nessa faixa etária precisam trabalhar.
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Se por um lado à necessidade de inserção no mundo do trabalho é um dos fatores de abandono ou desistência da permanência na escola, por outro o desemprego representa um dos mais graves dilemas vividos por esses jovens. Toda essa situação de desemprego e pressão para a inserção dos jovens no mercado de trabalho se acirrara na última década, inclusive pela precarização da força de trabalho, instabilidade das vagas e baixa qualificação profissional, levando a crise do desemprego juvenil. Pode-se afirmar, desta forma, que os jovens pobres têm se deparado com limites, em alto grau, em relação as suas possibilidades de acesso ao primeiro emprego e de continuidade dos estudos, criando barreiras para construção de novas perspectivas, além de um o sentimento de frustração, desânimo e falta de futuro.
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Contudo, esses jovens encaram esse quadro com a perseverança e a criatividade que lhes são peculiares. Pois como pode ser constatada, historicamente, a juventude tem sido o ator social de mudança, pois desde os anos 60, esta tem se apresentado como questionadora da sociedade, de usos e costumes, desigualdades e injustiças. A juventude herdou sobretudo o caráter estruturante de utopias sociais e políticas, desde os movimentos pró-democracia da década de 70, demonstrando todo seu engajamento político e social. Nos anos 80 essa juventude, diante de uma maior liberdade política, assume o seu protagonismo nos movimentos culturais, sociais e em prol da ampliação da sua cidadania.
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FONTE: http://www.juventude.org.br
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domingo, 30 de agosto de 2009

A cibercultura sem contexto
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Marcelo A. D'Amico
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Cibercultura refere-se aos hábitos, práticas e pensamentos modificados pela convivência com a internet e suas faces tecnológicas. Etimologicamente é a fusão das palavras cibernética e cultura, derivadas do grego. Cibernética significando pilotar e comandar. Cultura no sentido de cuidar, revolver, cultivar ou saber. Existem cinco formas de cultura: filosóficas, literárias, tecnológicas, científicas e artísticas. Definir cibernética e cultura em poucas palavras é pretensão ingrata e simplificadora, mas estas palavras podem servir de guia para quem queira dizer que cibercultura é a evolução da cultura de texto. Isto é no mínimo uma abstração estranha.
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Usuários da Internet possuem tantas ferramentas e opções virtuais que fica difícil saber se passam maior parte do tempo lendo, escrevendo, assistindo vídeos, jogando, ouvindo músicas ou em outras atividades possíveis. “Fechar” um conceito sobre tema tão recente em si próprio é como não conceituar, diminuindo tudo sob sua ótica ou pretensão. É preciso cautela ao tratar o assunto.
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Cibercultura é assunto que gera polêmica, principalmente sobre conseqüências e aspectos positivos. A rede (Internet) é de comunicação e mistura texto, som, audiovisual e imagem. O surgimento do hipertexto chegou a ser visto como maravilhoso por algumas pessoas, que correram para criar romances ou outros escritos no formato. Muitos o abandonaram logo depois e outros adquiriram cautela.
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A Internet é como uma biblioteca virtual nunca vista antes e o hipertexto é a estrutura que conecta estes saberes. Uma das características da rede é a constante mudança de conteúdos, aumentando, diminuindo ou até apagando. Diferente dos livros impressos, nos quais o conteúdo não se altera. Assim, analisar o texto de um livro, embora seja um trabalho que demande dedicação plena, pode ser feita a qualquer momento. Já o hipertexto, além de ser várias partes textuais conectadas, está constantemente se alterando, o que dificulta uma análise mais concreta de um texto virtual.
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A poesia concreta é texto não linear, mas não traz tamanha possibilidade de fragmentação da leitura como o hipertexto. Esta fragmentação permite que não se acabe a leitura de um texto passando por outros tantos e não apreendendo nenhum. Pensar a internet como um único livro interligado pelo hipertexto é no mínimo otimista. Assim como cunhar expressões como “escrita coletiva” é bastante estranho, pois mesmo que um texto sofra diversas modificações por diversos autores, estes o farão invariavelmente sozinhos na escrita e estarão reescrevendo um texto originalmente de outro autor.
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A simplificação do que é cibercultura, hipertexto e outros elementos ligados à Internet não só é perigosa como muitas vezes mal intencionada, criando um afã impensado no uso das novas tecnologias. Há autores menos entusiastas ao analisar as novas formas de comunicação, mais cautelosos e menos simplificadores. Conhecer diferentes opiniões é importante para formar a própria, e não idolatrar o primeiro teórico com o qual se faz contato. De qualquer modo, é essencial questionarmos tudo quanto lermos, ainda que sua autoria esteja vinculada a um filósofo da atualidade.
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FONTE: http://comunicatudo.blogspot.com
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009


Os estudantes e os grêmios estudantis livres

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Wilson Colares da Costa (*)
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Grêmios estudantis são entidades em que os estudantes desempenham uma atividade política, a qual denominamos de Movimento Estudantil – lugar onde todos exercem sua cidadania. Ou seja: nestes espaços de representação social luta-se, por exemplo, para aumentar e melhorar a relação entre alunos e professores, pela garantia de uma formação escolar voltada para a realidade do País, entre outras motivações.
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Em 1968 a ditadura militar proibiu a criação e funcionamnto dos grêmios estudantis
como força representativa dos discentes em suas respectivas escolas. No lugar dos grêmios foram instituídos os centros cívicos que não tinham autonomia e não podiam realizar atividades de natureza política, numa concepção alienada de que escola era lugar para estudar e não para fazer política. Os estudantes participaram dos centros cívicos, mas sempre lutaram pela volta dos grêmios estudantis livres.
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Com a abertura política e o retorno à normalidade da vida cívil, em 04 de novembro de 1985, é sancionada a Lei 7.398 (Lei do Grêmio Livre), de iniciativa do então deputado Aldo Arantes e reinvidicada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Esta lei redemocratizou as entidades de representação estudantil no âmbito da educação básica, possibilitando novamente aos secundaristas, o direito de se organizarem de forma autônoma através de grêmios estudantis. Esta conquista, também está ratificada no artigo 53 da Lei 8.069, de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) que prevê o direito da criança e do adolescente à livre organização e participação em entidades estudantis.
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Os grêmios devem realizar atividades das seguintes naturezas: esportiva; cultural, educacional; social, como também atividades políticas com vistas à organização e conscientização dos estudantes e envolvimento dos mesmos em reivindicações do nosso dia-a-dia, pois o grêmio se reveste em imprescindível mecanismo de unificação, união e luta de todo o movimento estudantil secundarista.. Assim, o grêmio colabora para a formação de um jovem cidadão mais crítico, participativo e sujeito de sua própria história.
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O grêmio estudantil integra a comunidade escolar. Implica dizer que o mesmo participa de toda uma rede de atores; peculiares ao cotidiano da vida da escola. Instituições como conselho escolar e associação de pais e mestres contribuem cada uma a seu modo, no crescimento e desenvolvimento da comunidade, numa visão de autonomia e gestão democrática do ensino. Somente alunos matriculados na escola podem integrar os grêmios estudantis. Antes de criar um grêmio, é importante formar uma comissão pró-grêmio estudantil, cuja função será organizar a futura entidade e demonstrar aos alunos a necessidade dessa representação para o benefício coletivo.
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Todo grêmio deve ter um estatuto: instrumento facilitador e agregador que incentive a participação dos integrantes. Deve ser um alicerce legal, que defina objetivos e finalidades, a estrutura adminsitrativa e as competências, além de normalizar as funções. É preciso planejamento, com reuniões periódicas e ocasionais. É recomendável fazer uma pauta para colocar em ordem os assuntos a serem discutidos. A assembléia geral não pode ser feita em horários que impliquem perda de aulas. As assembléias devem ser curtas, dando a todos os estudantes a oportunidade de se manifestarem. O grêmio estudantil é independente da administração escolar. Podem ser feitos projetos em comum com a escola, porém, sem interferências. O grêmio também deve se manter distante de partidos políticos, respeitando a pluralidade ideológica de cada estudante. Todas as verbas obtidas pelo grêmio devem ser usadas na sua manutenção, não podendo haver remuneração para nenhum integrante.
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(*) Licenciado em Ciências Sociais e professor de Sociologia.
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FONTE: http://www.mundojovem.com.br
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Doação de brinquedos: uma boa idéia!
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domingo, 9 de agosto de 2009

Jornalismo: a melhor profissão do mundo
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Gabriel García Márquez
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"Há uns cinqüenta anos não estavam na moda escolas de jornalismo. Aprendia-se nas redações, nas oficinas, no botequim do outro lado da rua, nas noitadas de sexta-feira. O jornal todo era uma fábrica que formava e informava sem equívocos e gerava opinião num ambiente de participação no qual a moral era conservada em seu lugar. Não haviam sido instituídas as reuniões de pauta, mas às cinco da tarde, sem convocação oficial, todo mundo fazia uma pausa para descansar das tensões do dia e confluía num lugar qualquer da redação para tomar café. Era uma tertúlia aberta em que se discutiam a quente os temas de cada seção e se davam os toques finais na edição do dia seguinte. Os que não aprendiam naquelas cátedras ambulantes e apaixonadas de vinte e quatro horas diárias, ou os que se aborreciam de tanto falar da mesma coisa, era porque queriam ou acreditavam ser jornalistas, mas na realidade não o eram."
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O jornal cabia então em três grandes seções: notícias, crônicas e reportagens, e notas editoriais. A seção mais delicada e de grande prestígio era a editorial. O cargo mais desvalido era o de repórter, que tinha ao mesmo tempo a conotação de aprendiz e de ajudante de pedreiro. O tempo e a profissão mesma demonstraram que o sistema nervoso do jornalismo circula na realidade em sentido contrário. Dou fé: aos 19 anos, sendo o pior dos estudantes de direito, comecei minha carreira como redator de notas editoriais e fui subindo pouco a pouco e com muito trabalho pelos degraus das diferentes seções, até o nível máximo de repórter raso. A prática da profissão, ela própria, impunha a necessidade de se formar uma base cultural, e o ambiente de trabalho se encarregava de incentivar essa formação. A leitura era um vício profissional. Os autodidatas costumam ser ávidos e rápidos, e os daquele tempo o fomos de sobra para seguir abrindo caminho na vida para a melhor profissão do mundo - como nós a chamávamos. Alberto Lleras Camargo, que foi sempre jornalista e duas vezes presidente da Colômbia, não tinha sequer o curso secundário.
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A criação posterior de escolas de jornalismo foi uma reação escolástica contra o fato consumado de que o ofício carecia de respaldo acadêmico. Agora as escolas existem não apenas para a imprensa escrita como para todos os meios inventados e por inventar. Mas em sua expansão varreram até o nome humilde que o ofício teve desde suas origens no século XV, e que agora não é mais jornalismo, mas Ciências da Comunicação ou Comunicação Social. O resultado não é, em geral, alentador. Os jovens que saem desiludidos das escolas, com a vida pela frente, parecem desvinculados da realidade e de seus problemas vitais, e um afã de protagonismo prima sobre a vocação e as aptidões naturais. E em especial sobre as duas condições mais importantes: a criatividade e a prática.
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Em sua maioria, os formados chegam com deficiências flagrantes, têm graves problemas de gramática e ortografia, e dificuldades para uma compreensão reflexiva dos textos. Alguns se gabam de poder ler de trás para frente um documento secreto no gabinete de um ministro, de gravar diálogos fortuitos sem prevenir o interlocutor, ou de usar como notícia uma conversa que de antemão se combinara confidencial. O mais grave é que tais atentados contra a ética obedecem a uma noção intrépida da profissão, assumida conscientemente e orgulhosamente fundada na sacralização do furo a qualquer preço e acima de tudo. Seus autores não se comovem com a premissa de que a melhor notícia nem sempre é a que se dá primeiro, mas muitas vezes a que se dá melhor. Alguns, conscientes de suas deficiências, sentem-se fraudados pela faculdade onde estudaram e não lhes treme a voz quando culpam seus professores por não lhes terem inculcado as virtudes que agora lhes são requeridas, especialmente a curiosidade pela vida.
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É certo que tais críticas valem para a educação geral, pervertida pela massificação de escolas que seguem a linha viciada do informativo ao invés do formativo. Mas no caso específico do jornalismo parece que, além disso, a profissão não conseguiu evoluir com a mesma velocidade que seus instrumentos e os jornalistas se extraviaram no labirinto de uma tecnologia disparada sem controle em direção ao futuro. Quer dizer: as empresas empenharam-se a fundo na concorrência feroz da modernização material e deixaram para depois a formação de sua infantaria e os mecanismos de participação que no passado fortaleciam o espírito profissional. As redações são laboratórios assépticos para navegantes solitários, onde parece mais fácil comunicar-se com os fenômenos siderais do que com o coração dos leitores. A desumanização é galopante.
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Não é fácil aceitar que o esplendor tecnológico e a vertigem das comunicações, que tanto desejávamos em nossos tempos, tenham servido para antecipar e agravar a agonia cotidiana do horário de fechamento. Os principiantes queixam-se de que os editores lhes concedem três horas para uma tarefa que na hora da verdade é impossível em menos de seis, que lhes encomendam material para duas colunas e na hora da verdade lhes concedem apenas meia coluna, e no pânico do fechamento ninguém tem tempo nem ânimo para lhes explicar por que, e menos ainda para lhes dizer uma palavra de consolo. "Nem sequer nos repreendem", diz um repórter novato ansioso por ter comunicação direta com seus chefes. Nada: o editor, que antes era um paizão sábio e compassivo, mal tem forças e tempo para sobreviver ele mesmo ao cativeiro da tecnologia.
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A pressa e a restrição de espaço, creio, minimizaram a reportagem, que sempre tivemos na conta de gênero mais brilhante, mas que é também o que requer mais tempo, mais investigação, mais reflexão e um domínio certeiro da arte de escrever. É, na realidade, a reconstituição minuciosa e verídica do fato. Quer dizer: a notícia completa, tal como sucedeu na realidade, para que o leitor a conheça como se tivesse estado no local dos acontecimentos. O gravador é culpado pela glorificação viciosa da entrevista. O rádio e a televisão, por sua própria natureza, converteram-na em gênero supremo, mas também a imprensa escrita parece compartilhar a idéia equivocada de que a voz da verdade não é tanto a do jornalista que viu como a do entrevistado que declarou. Para muitos redatores de jornais, a transcrição é a prova de fogo: confundem o som das palavras, tropeçam na semântica, naufragam na ortografia e morrem de enfarte com a sintaxe.
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Talvez a solução seja voltar ao velho bloco de anotações, para que o jornalista vá editando com sua inteligência à medida que escuta, e restitua o gravador a sua categoria verdadeira, que é a de testemunho inquestionável. De todo modo, é um consolo supor que muitas das transgressões da ética, e outras tantas que aviltam e envergonham o jornalismo de hoje, nem sempre se devem à imoralidade, mas igualmente à falta de domínio do ofício. Talvez a desgraça das faculdades de Comunicação Social seja ensinar muitas coisas úteis para a profissão, porém muito pouco da profissão propriamente dita. Claro que devem persistir em seus programas humanísticos, embora menos ambiciosos e peremptórios, para ajudar a constituir a base cultural que os alunos não trazem do curso secundário.
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Entretanto, toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro. O objetivo final deveria ser o retorno ao sistema primário de ensino em oficinas práticas formadas por pequenos grupos, com um aproveitamento crítico das experiências históricas, e em seu marco original de serviço público. Quer dizer: resgatar para a aprendizagem o espírito de tertúlia das cinco da tarde.
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Um grupo de jornalistas independentes estamos tratando de fazê-lo, em Cartagena de Indias, para toda a América Latina, com um sistema de oficinas experimentais e itinerantes que leva o nome nada modesto de Fundação do Novo Jornalismo Ibero-Americano. É uma experiência piloto com jornalistas novos para trabalhar em alguma especialidade - reportagem, edição, entrevistas de rádio e televisão e tantas outras - sob a direção de um veterano da profissão. A mídia faria bem em apoiar essa operação de resgate. Seja em suas redações, seja com cenários construídos intencionalmente, como os simuladores aéreos que reproduzem todos os incidentes de vôo, para que os estudantes aprendam a lidar com desastres antes que os encontrem de verdade atravessados em seu caminho. Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade.
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Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."
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FONTE: http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/midia
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Poesia, teatro e artes plásticas no Empório Café
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A atriz Suzy Lopes, o poeta Lau Siqueira e o artista plástico Sandoval Fagundes neste dia 11, a partir das 20 horas, estarão no Empório Café, num sarau reunindo artes plásticas, poesia e teatro. É assim que acontece o Café em Verso & Prosa, toda segunda terça-feira de cada mês. O projeto é coordenado pela atriz Suzy Lopes que a cada evento homenageia um escritor. Neste mês de agosto a homenagem se dará à Lau Siqueira, com uma performance ancorada no seu último livro, Texto Sentido.
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Os poemas serão interpretados por Suzy Lopes enquanto o artista Plástico Sandoval Fagundes apresentará simultaneamente uma outra performance denominada de “Alma Plana”. Na prática, durante o evento, o artista utilizará um local específico do bar como atelier para pintar sobre silhuetas de mulheres completamente nuas. Após a apresentação, o espaço estará aberto para a participação dos artistas presentes e das pessoas que desejem partilhar poesia.
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O Café em Verso e Prosa acontece desde 2005 e já faz parte do calendário cultural da cidade que se define para além da performance apresentada, com o espaço aberto para a leitura ou cantoria de poemas por poetas e admiradores da palavra enquanto instrumento da arte. O evento já rendeu homenagem há diversos escritores. Tais como Castro Alves, Viviane Mosé, André Ricardo Aguiar, Fernando Pessoa e outros. A próxima edição será em homenagem ao poeta paraibano Antônio Mariano. O Empório Café fica localizado em Tambaú, na Rua Coração de Jesus, número 210, por trás da tradicional Feira de Artesanato.
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História do rádio no Brasil
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O Rádio foi oficialmente implantado no Brasil em 1922, cerca de 29 anos depois do seu surgimento. Após introduzido no país, passou por um crescimento progressivo, e consolidou-se nos anos 40, década que ficou conhecida como a "Era de Ouro do Rádio". Inicialmente, o propósito do rádio era apenas difundir a cultura e por se tratar de um meio ainda pouco acessível à população, tinha um perfil "elitizado". Na história do rádio brasileiro, as transmissões começaram no formato AM, e com o tempo, as emissoras foram se modernizando e adquirindo paralelamente transmissores FM, que possuem maior qualidade no som.
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A primeira transmissão radiofônica oficial do Brasil se deu em 7 de setembro de 1922 no alto do Corcovado, Rio de Janeiro, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. O primeiro programa foi o discurso do presidente Epitácio pessoa e a Orquestra Sinfônica tocando a obra "O Guarani". "(...) em 7 de setembro de 1922, tomaram as dependências do pavilhão da Exposição Internacional do Rio de Janeiro. O ambiente era festivo, o país comemorava o centenário da Independência. Pelos alto-falantes era possível ouvir transmissões feitas à longa distância, sem fio. O mesmo som chegava a receptores espalhados em outros pontos da Capital Federal, além de Niterói, Petrópolis e São Paulo.Roquete Pinto esteve por lá e se encantou com o que ouvia, apesar de ser ruim o som (...)". (JUNG, 2004, 21)
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Roquete Pinto então com o auxílio de amigos, entre eles Henry Morize, funda em 20 de abril de 1923, a primeira emissora brasileira de rádio. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, tinha uma programação elitizada, composta de óperas, recitais de poesia, concertos e palestras culturais. A finalidade era motivar o processo de urbanização que nesta época já atingia os grandes centros, a começar pelo Rio de Janeiro, que na época era a capital brasileira. O objetivo dos fundadores era o de "levar a cada canto um pouco de educação, de ensino e de alegria". Os receptores e o custo em si da transmissão era muito alto."(...)grupos formados por amigos que dividiam os custos das transmissões, compravam equipamentos, material de escritório e alugavam salas para as transmissões da emissora. Essas pessoas, a maioria da elite ligada à cultura, estavam em busca de algo novo (...)." (JUNG, 2004, 25)
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Entretanto, há ainda a tese de que a primeira emissora do Brasil foi a Rádio Clube de Pernambuco, fundada por jovens do Recife, em 6 de abril de 1919, por Oscar Moreira Pinto, utilizando um transmissor importado da França. A década de 20 for marcada pela disseminação do rádio no Brasil, e as primeiras emissoras tinham em sua denominação termos como "clube" ou "sociedade", pois eram formadas por idealistas que acreditava no projeto. As rádios eram mantidas por aqueles que possuíam aparelhos receptores, através de mensalidades e de doações eventuais de entidades privadas ou públicas. As transmissões eram subsidiadas também por empresas, que em troca do auxílio financeiro tinham o seu nome citado durante a programação.
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Na década de 30, o rádio já havia ganhado espaço e visibilidade na sociedade e também na publicidade e nesta época começa a passar por transformações. Como muitos não eram fieis ao pagamento das mensalidades, o rádio começou a sofrer com dificuldades causadas pela falta de estrutura econômico-financeira que favorecesse seu desenvolvimento. Portanto, os "reclames", anúncios publicitários da época, tornaram-se cada vez mais freqüentes. Em 1º de março de 1932, a publicidade foi oficialmente permitida através do Decreto nº. 21.111, que regulamentou o Decreto nº. 20.047, de maio de 1931, onde constava o primeiro diploma legal sobre a radiodifusão, nove anos depois de sua implantação no país. O Decreto nº. 21.111, veio diante da preocupação do Governo com o novo meio que surgia considerado "serviço de interesse nacional e finalidade educativa" (ORTRIWANO,1985,p.15), que limitou os reclames inicialmente a 10% da programação, após elevada para 20%, e logo, fixou-se em 25%. "A publicidade já era regulamentada pelo governo revolucionário de Getúlio Vargas, que, através de decreto, autorizava a veiculação de anúncios em até 10% da programação". (JUNG, 2004, 26)
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O rádio passou imediatamente a transformar-se de "erudito", "elitizado", para popular, voltado ao lazer e à diversão. Com as transformações ocorridas no país a partir da Revolução de 1930, o comércio e a indústria, que precisavam colocar seus produtos no mercado interno, a expansão da radiodifusão foi favorecida, pois o rádio passou a ser visto como um meio eficaz de divulgação. Foram-lhe atribuídas novas funções, "ligadas ao desenvolvimento político e econômico do país". Após a Revolução de 30, foi criado o Departamento Oficial de Propaganda e Difusão Central (DOP), responsável por uma seção que antecedeu a "Hora do Brasil". Em 1934, o DOP foi transformado em Departamento de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC), quando surgiu a "A Voz do Brasil". Posteriormente, em dezembro de 1939, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), para substituir o DPDC, que diretamente ligado ao Governo, tinha a função de fiscalizar e censurar as programações radiofônicas, e também o cinema, teatro e jornais.
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FONTE: http://home.alie.br/nova/conteudo.php?idn=1367
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Uma contribuição sobre o conceito de Mídia Livre
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Renato Rovai
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Nós somos blogueiros, revisteiros, documentaristas, fotógrafos, ilustradores, jornalistas, radiocomunicadores, professores que não têm a mídia comercial como referência do seu trabalho... Somos ativistas da luta pela democratização das comunicações. Somos muitos. Estamos hoje produzindo boa parte das informações que constroem a reflexão do movimento popular mundo afora. Somos muitos e por isso já incomodamos demais. Não somos mais nós que nos preocupamos com os conglomerados comerciais de comunicação. São eles que hoje querem nos impedir de existir. São eles que se preocupam com nossas ações, com as nossas construções. São eles que dizem que nossas rádios derrubam aviões. São eles que fazem campanhas publicitárias para ridicularizar nossos blogues.
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Para ampliar o midialivrismo, precisamos e devemos ter apoio do Estado. E não devemos tratar essa questão nem com pruridos nem a partir da mesma lógica assaltante dos conglomerados comerciais. Precisamos pensar em novos modelos de financiamento. Tivemos uma mesa no último Fórum Social Mundial onde foi lançado o edital de criação dos Pontos de Mídia Livre e dos Laboratórios de Mídia Livre. Trata-se de um novo modelo de financiamento de veículos de informação que terá o apoio do Ministério da Cultura. Poderão se inscrever organizações e pessoas físicas. E os veículos serão julgados por uma comissão que vai avaliar o interesse público daquele produto. Isso muda a lógica da repartição dos recursos. É uma construção inspirada nos Pontos de Cultura, que a partir de agora também poderão se reivindicar Pontos de Mídia Livre. É algo novo e que precisa ser discutido por todos nós para que possa vir a ser, inclusive, melhorado e ampliado.
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Bem, mas o que é esse nosso movimento? No que ele se diferencia do que a gente chamava de mídia alternativa? Considero que este nosso movimento foi semeado em 1989, quando foi criada a WWW. (a rede na internet) . Também foi o ano quando caiu o muro de Berlim. E acabou a guerra fria que dividia nossas opções políticas em a favor ou contra um dos dois blocos que dividiam o mundo. Do ponto de visita simbólico e do ponto de vista geopolítico real, acabava a sociedade dos contrates. Iniciava-se o ciclo do plural, da multipolaridade. Há muito o que se discutir em relação a isso, mas o que vivemos hoje tem relação com esses dois acontecimentos históricos. Podemos dizer, de forma até ilustrativa, que a geração que está construindo o que a gente chama de movimento mídia livre hoje é filha de 1989. Desses dois acontecimentos históricos. Como a geração que fez a mídia alternativa foi filha do que aconteceu 1968. E que acabou acontecendo também em 69, 70, 71...
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A história da imprensa alternativa no Brasil foi intimamente ligada ao período da ditadura militar. O professor Bernardo Kucinski, que vai estar na próxima mesa, afirma em seu livro “Jornalistas e Revolucionários” que entre 1964 e 1980 nasceram (e morreram) aproximadamente 150 periódicos que faziam oposição ao regime autoritário brasileiro. Eram todos de papel. E quase todos panfletários. Principalmente os que se reivindicavam políticos. Porque alguns daqueles veículos também não eram só políticos. E se inspiravam no movimento da contracultura francesa e estadunidense. Um deles, o Pasquim, foi um sucesso editorial. Até hoje nenhum produto de papel fora da mídia tradicional vendeu tanto quanto o Pasquim, que chegou a tiragens semanais de 100 mil exemplares. Mas, mesmo o Pasquim era caracterizado pela luta contra a ditadura. Pode-se dizer, sendo assim, que a imprensa alternativa no Brasil foi feita de papel (com jornalismo impresso) e que existiu para combater a ditadura militar. Por isso, depois que a ditadura acabou, os jornais alternativos também foram acabando. Ainda hoje há veículos que se reivindicam alternativos, por conta de sua linha editorial diferenciada. Mas eles não representam mais o movimento que os inspira.
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A mídia livre é outra coisa. E tem outras abas, como se diz no mundo virtual. Pode-se até dizer que ela tem inspiração jornalística na imprensa alternativa, mas suas demandas e construções são de outra ordem. Bem mais diversas, bem mais plurais. Então o que caracteriza o nosso movimento e o que nos torna midialivristas? O movimento de mídia livre não é apenas uma construção de jornalistas e/ou militantes políticos de esquerda. Ele é muito mais amplo. Quando se definiu pelo nome Mídia Livre uma das intenções era exatamente a de se associar a luta dos softwares livres e das rádios livres. Mas também a de demonstrar que a construção do movimento tinha por princípio a liberdade como valor.
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A luta contra os monopólios corporativos, contra a censura da informação, contra o bloqueio do acesso ao conhecimento. E que buscava ser não uma instituição, uma associação, mas um espaço livre para articulações e para o fomento de iniciativas inspiradas na dinâmica do compartilhamento e na construção da cultura do comum. De alguma forma isso é o que nos define. Não é necessário ser de esquerda para ser midialivrista, mas é impossível sê-lo sem estar associado à prática do copy left ou do creative commons. Quem pensa o mundo na lógica do copy right não pode se reivindicar ou se reconhecer midialivrista. E ser midialivrista também é um ato de se reivindicar e se reconhecer. É por isso que quase todos os midialivristas são de esquerda. Porque não estão associados à crença de que tudo passa pelo mercado. E de que precisa virar mercadoria. Como eu vi outro dia o meu amigo Sergio Amadeu dizer, não existe almoço de graça, mas existe software livre e gratuito. E milhares de pessoas trabalhando sem receber nada para desenvolvê-lo. Plagiando o Sérgio Amadeu, não existe almoço de graça, mas existe informação gratuita. E livre das influências do mercado. Sem ter sido pensada para fazer parte de um projeto que precisa de publicidade comercial, por exemplo, para existir.
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Quanta gente em todos os cantos do Brasil e do mundo não está trabalhando de graça para contestar as versões dos conglomerados midiáticos? Quanta gente não está fazendo rádio livre e comunitária nas favelas brasileiras para poder levar prestação de serviço e opções de cultura e lazer diferenciadas para milhões de pessoas? Quanta gente não está fazendo produções em vídeo e construindo um registro alternativo dos nossos tempos ao postá-las, por exemplo, no youtube? Quanta gente sem ganhar nada não tornou a Wikipédia em um enorme manancial de informação? Os midialivristas fazem comunicação porque a entendem como direito humano. As pessoas querem se comunicar, dizer o que pensam, opinar. Elas precisam fazer isso para se sentirem participes de uma sociedade democrática. Até porque sem uma ampla diversidade informativa, a democracia se apequena. Torna-se de grupos, de poucos. Daqueles mesmos grupos que levaram com que milhares de pessoas de todas as partes do planeta se dirigissem em 2001 para Porto Alegre e gritassem: “um outro mundo é possível”.
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Por isso, dá pra afirmar sem medo de errar que o movimento da mídia livre é essencialmente político. Até porque ele coloca em xeque a lógica do sistema capitalista. E para usar um outro termo desgastado: ele é revolucionário. Nós, midialivristas, temos muitos desafios pela frente. Mas não poderemos enfrentá-los se quisermos ser a antítese em conteúdo daquilo que criticamos. Mas ao mesmo tempo não podemos nos seduzir pela forma daqueles que hoje oprimem. A mídia livre precisa apostar na horizontalidade. Num movimento de milhões. E não em grandes projetos de alguns. Em outros grupos grandões de comunicação que se digam mais pra cá do que pra lá. Que tenham um discurso mais próximo do que acreditamos. Precisa ser colaborativa, horizontal, comum e livre de interesses de grupos. É isso que pode fazer com que esse movimento se amplie. E se torne de fato importante e revolucionário. Ser midialivrista é também ser revolucionário!
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FONTE: http://www.revistaforum.com.br
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