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sábado, 25 de outubro de 2008

A (falta de) interatividade na TV Digital
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Silvio Meira
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O Brasil resolveu lançar seu programa de TV Digital - que por sinal não vai muito bem das pernas - sem interatividade. A partir de uma plataforma de hardware, para transmissão e recepção do sinal de vídeo e áudio (similar à japonesa), botamos a coisa no ar em São Paulo há quase um ano (dezembro de 2007). De lá pra cá, a penetração do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), vem andando a passo de cágado.
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Até porque, como o ministro das comunicações descobriu recentemente, ninguém mais tá falando de TV Digital, a não ser os fabricantes de set top boxes - as caixas que convertem o sinal digital pras TVs analógicas - os provedores de middleware - sistema operacional dos boxes - e os potenciais desenvolvedores de aplicações. As grandes redes de televisão, depois de terem conseguido o que queriam - migrar para o padrão digital sem admitir novas estações no espectro e excluindo as operadoras de telecom da TV Digital móvel - relaxaram e estão esperando que alguma coisa aconteça.
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A questão é… que coisa? Certamente não vai ser a TV aberta fazendo um monte de propaganda da TV Digital. Com um público reduzidíssimo - algumas dezenas de milhares de set top boxes vendidos e interesse dos anunciantes perto de zero - não há porque ninguém se preocupar, agora, com TV Digital aberta. O cabo e o satélite, também digitais e há muito tempo, vão bem, com seus 52% de crescimento em cinco anos, chegando a mais de cinco milhões de lares hoje, sem contar os gatos de todos os tipos. Um milagre pro Brasil, mas pouco ainda pra um país do nosso tamanho. Mas, mesmo assim, talvez cubra boa parte dos 15% da população que estão nas classes A e B e podem pagar por centenas de canais em casa… e que não têm nenhum interesse em TV Digital aberta, que passa a mesma coisa que já se vê na TV Digital paga.
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O que falta, mesmo? Duas coisas, talvez. Uma, outra ou as duas em conjunto. A primeira é uma programação diferente no canal digital. Tipo: o canal analógico da TV X passando Titanic pela ducentésima vez, enquanto o digital da mesma emissora passa Corinthians vs. Palmeiras ao vivo no Paulistão. Aí a TV Digital aberta, grátis (financiada por anunciantes), passaria a ter [parte d]a programação da TV paga, e o público de baixa renda, que não pode pagar por TV fechada, iria pro SBTVD na hora. Pode apostar em milhões de set top boxes vendidos em pouco tempo, dependendo só da capacidade das emissores e redes de prover uma cobertura decente pelo país afora.
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A segunda é interatividade. Poder mexer na programação, interagir com ela, apostar no resultado dos jogos, acessar o banco, pagar contas, comprar coisas com o controle remoto, marcar uma consulta, ver o boletim de seu filho na escola. A menos de um detalhe: interatividade não deu certo na TV Digital em nenhum lugar do mundo até agora. Por causa de uma mistura de padrões confusos, direitos e propriedade intelectual ainda mais confusos e falta de planos de negócios viáveis para emissoras e anunciantes, todas as tentativas de dotar a TV Digital de uma interatividade real e prática naufragaram. Aqui no Brasil, está se tentando fazer vingar uma plataforma de interatividade nacional, ainda não completamente especificada e tampouco preparada para o horário nobre.
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E aí aparecem umas idéias de botar um monte de caixas na rua com uma versão inicial (uma "beta") e, depois, trocar seu sistema operacional, ou um conjunto significativo de suas funções básicas. Algo me diz que isso é muito complexo e não vai rolar. Até porque os fabricantes do primeiro time, como Philips, Sony, etc, não vão querer desfilar com este modelito. Talvez fosse melhor tentar alguma coisa de classe mundial, um modelo de negócios em que participássemos dos resultados junto com o resto do planeta, algo que fosse ser usado em quase todo canto e mais alguns.
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Pra terminar, tenho conversado com muita gente, nos últimos anos, sobre interatividade em TV Digital. E muito dessa gente me diz que o principal problema do padrão brasileiro de interatividade para TV Digital é que ele não é muito interativo… no seu processo de definição e construção. E que uma boa parte dos atores que deveria estar sentada à mesa, decidindo principalmente o negócio de interatividade e os negócios ao redor dela, não está lá.
História do rádio no Brasil
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Raquel Porto Alegre
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O rádio, no Brasil, surgiu em meados do século XX. A primeira transmissão radiofônica aconteceu em 7 de setembro de 1922, durante a inauguração da Exposição do Centenário da Independência, no Rio de Janeiro. O público ouviu o pronunciamento do então presidente da República, Epitácio Pessoa, e a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, transmitidos diretamente do Teatro Municipal.
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A partir daí, as transmissões começaram a ser realizadas com mais freqüência. Principalmente depois do ano seguinte, quando Roquete Pinto inaugurou a primeira emissora, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Logo em seguida surgiu a Rádio Clube do Brasil, marcando o início da expansão do veículo. Naquela época a tecnologia era ainda muito incipiente. Os ouvintes utilizavam os rádios de galena montados em casa, com caixas de charutos.
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Na década de 30, entretanto, o crescimento da economia nacional começou a atrair investimentos estrangeiros, fazendo com que as indústrias se instalassem no Brasil – o que proporcionou um grande impulso à expansão radiofônica. No início, a produção dos aparelhos era feita em pequena escala.
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Logo, o rádio não alcançava a grande massa e só a alta sociedade, que tinha condições de pagar pelos aparelhos receptores. Já nas décadas de 40 e 50 o rádio se popularizou e, sem dúvida alguma, chegou a milhares de lares brasileiros. Em meados de 60, já com as transmissões da Rádio Nacional, os rádios ganharam mobilidade, pois começaram a ser feitos em novos tamanhos e formatos permitindo aos ouvintes carregá-lo consigo para onde quer que fossem. Foi então que o veículo ganhou mais alcance.
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O advento da televisão “roubou”, de certa forma, o glamour do rádio, mas não tirou do veículo seu maior mérito: a audiência. Onde quer que se vá, em qualquer canto do país ou do mundo, existe um rádio ligado. As ondas eletromagnéticas alcançam as comunidades mais distantes, o que a TV não é capaz de fazer.

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domingo, 19 de outubro de 2008

Educomunicação com audiovisual
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Wanderson Mansur
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Uma caractetística deste início de século é que as relações sociais se dão sob a interface da mídia, seja qual suporte for, a internet, a TV, o rádio, o jornal impresso, o outdoor, etc. Os meios de comunicação estão mais presentes do que nunca na vida das pessoas, criando verdades, formulando subjetividades, reverberando valores, produzindo discursos e fantasias.
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Na era moderna, instituições como a igreja, a escola, a família, o Estado, faziam esse papel de construção do imaginário social dos sujeitos. Na atualidade a nova arena social é a mídia e seus produtos.
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Uma criança de 7 anos passa em média quatro horas por dia na escola. Imagine só quanto tempo ela passa exposta aos meios de comunicação? Nessa disputa de consciência e formação da identidade cultural, os meios de comunicação tem a vantagem de serem onipresentes, de estarem em todos os lugares ao mesmo tempo. Muito antes de ir para a escola, a criança já está exposta às mensagens midiáticas, como expõe o jornalista e diretor de escola Stellio Mendes. "As informações da sala de aula se tornam insuficientes, resumidas em relação aos produtos da mídia. Então resta ao educador ter a humildade de reconhecer que esses recursos são importantes na pedagogia", afirma.
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No entanto, ele ressalta a importância de se ter uma visão crítica em relação a essas produções, de se incetivar as produções escolares locais de mídia, visando complementar os conteúdos. "Os educadores devem se prevalecer do audiovisual, para dicustir história, geografia, literatura, enfim qualquer conteúdo programático", afirma Mendes.
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O mecanismo de educomunicação, com produção e convívio com o audiovisual, pode incentivar o protagonismo juvenil, fazer com que essas crianças e jovens agucem a visão de sociedade e promovam mudanças no seu círculo de relações comunitárias. Uma proposta é utilizar curtas metragens, por ser o longa mais cansativo, despertar menos a atenção da criança e do jovem e também tendo em vista a importãncia de se discutir, ao final do vídeo e/ou filme, os assuntos relacionados a essa produção.
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No espaço escolar, o audiovisual pode tornar a experiência de apredinzagem mais dinâmica e atraente, mais parecida com o mundo que estamos vivendo. Um mundo que tem a comunicação como algo central, comenta o educador. A utilização dos recursos midiáticos pode contribuir inclusive para que essas crianças e jovens tenham uma leitura diferenciada dos próprios produtos da mídia de massa.
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Gravidez na adolescência
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A cada ano o número de adolescentes que engravidam tem aumentado; esta é uma característica de vários países, e aí se inclui o Brasil. As causas são o início cada vez mais precoce da atividade sexual e a menarca, que também tem ocorrido mais cedo na vida das jovens.
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Mais do que a falta de informação, o medo de assumir a vida sexual e a falta de espaço para discussão de valores no seio de suas famílias levam as adolescentes a se engravidar. Perdidas entre o "não pode" dos pais e o "faça" autoritário que impera na mídia, as adolescentes raramente conseguem alguém para ouvir seus conflitos e medos.
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Muitas de nossas adolescentes conhecem os métodos anticoncepcionais disponíveis. O estranho é que, assim como as desinformadas, elas engravidam quase que com a mesma facilidade. A informação, nesse caso, é necessária, mas não é suficiente.
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Adolescência: uma época muito especial
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"Ser adolescente é pertencer a uma raça muito especial", já dizia Ana Freud em meados do século passado. É normal para o adolescente se comportar de maneira inconsciente e não previsível. Lutar contra seus impulsos e aceitá-los, amar seus pais e odiá-los, ter vergonha de reconhecê-los perante outros e querer conversar com eles. Identificar-se e imitar os outros enquanto procura identidade própria. O adolescente é idealista, artístico, generoso, pouco egoísta e também exatamente o oposto: egoísta, calculista e autoconcentrado.
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A gravidez na adolescência está ligada também às características próprias dessa fase da vida. A onipotência do "comigo não acontece", a impetuosidade do "se der errado, depois agente vê", a busca de identidade no "se eles acham que isso é certo, eu faço o contrário", a energia de "vamos ver o sol nascer depois a gente vai direto para aula"...Junte a estas atitudes o pouco ou nenhum diálogo com a família, além da angústia do conflito entre o desejo e as conseqüências, para que a gravidez aconteça. Depois o argumento mais ouvido é: "não pensei que fosse engravidar".
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Países como o México e Suécia colocaram a pílula anticoncepcional à disposição das jovens em postos de saúde e incluíram explicações sobre métodos anticoncepcionais nos currículos escolares. Quase não obtiveram resultado algum. Quando pesquisadas as jovens mexicanas disseram que queriam ser mães para serem mais respeitadas. As suecas disseram que o filho dava significado a uma vida solitária e sem expectativas.

sábado, 18 de outubro de 2008

Políticas Públicas de Juventude (PPJs)
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Rômulo Halysson (*)
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Nos últimos 10 anos, o tema juventude ganhou projeção e complexidade no espaço público brasileiro. Embora a concepção dos jovens como um problema social permaneça forte, um outro movimento está se delineando. Cresce o reconhecimento de que a juventude vai além da adolescência, tanto do ponto de vista etário quanto das questões que a caracterizam e, de que as ações, projetos e políticas a ela dirigidas exigem outras lógicas, além da proteção garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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Pela ação de ONGs, movimentos sociais, de outros segmentos e, principalmente, dos próprios jovens um amplo processo de afirmação da necessidade de reconhecê-los enquanto sujeitos de direitos vem ganhando força e legitimidade. Nesse contexto o tema da juventude impôs-se na pauta das políticas públicas, mas são muitos os desafios e muitas as concepções que buscam orientá-las. Diversos movimentos juvenis procuram – cada um a sua maneira – contribuir para a inserção das questões da juventude nos espaços públicos onde se negociam direitos e políticas através de diversas estratégias. Dentre as quais, produzir e disseminar conhecimento sobre a juventude, suas expressões, fortalecer os grupos e organizações como forma de promover e difundir o chamado “protagonismo juvenil” e apoiar a criação, o desenvolvimento e avaliação das políticas públicas de juventude pelos poderes constituídos.
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No Governo Lula esta pauta ganhou mais visibilidade com a realização Conferência Nacional de Juventude, proposta pela Câmara dos Deputados, articulada pela Comissão Interministerial do Governo Federal e, que deliberou a criação da Secretária e do Conselho Nacional de Juventude. Tais espaços dinamizaram a interlocução com as múltiplas juventudes do nosso país, como também, reproduziram ações no intuito de fomentar a discussão do tema e reduzir o índice de exclusão da população juvenil do Brasil.
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Atualmente, uma forte mobilização de diversos setores da sociedade como universidades, movimentos sociais e alguns governos municipais e estaduais comprometidos com a causa se aproximam no sentido de travar os diálogos necessários para o fortalecimento dos temas da juventude. Esse momento se apresenta como o instante mais estratégico para firmarmos a idéia dos jovens enquanto sujeitos de direitos.
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Em alguns estados e municípios, programas são desenvolvidos como forma de governos e prefeituras darem sua “parcela de contribuição” para a temática. Tais iniciativas isoladas, na maioria das vezes, acabam não tendo resultados interessantes. O que precisamos compreender, de fato, é a importância das políticas públicas de juventude como políticas de estado e não simplesmente de governos, que em alguns casos usam a tais programas como meras peças de publicidade para esta significativa camada da sociedade. Torna-se necessário a construção de uma rede de ações, sincronizadas desde a menor a maior que tenham resultados eficazes.
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Aqui em nossa cidade iniciativas vem tendo resultados animadores, o projeto "Juventude Fazendo Arte" da Prefeitura de João Pessoa – que leva oficinas de arte e cultura para os Centros de Referência da Juventude – vem tendo diversas vitórias sobre as celeumas sociais que assolam as muitas comunidades atendidas nestes locais. Nos CRJs o aprendizado nas oficinas é somado a rodas de diálogos sobre o universo juvenil e suas complexidades, participação social, protagonismo. Só em 2007 mais de 3.000 jovens passaram por estas oficinas.
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Enfim, a concepção que estereotipa o jovem como um problema, um risco para si mesmo e para a sociedade, precisa ser banida do olhar social e, os governos precisam assumir de fato o seu papel, a partir da busca de soluções aos problemas da contemporaneidade, que, efetivamente, assolam a vida da nossa juventude. Ainda há muito a se fazer, mas ninguém consegue correr se não der o primeiro passo, e ouvir a juventude, suas inquietações e possibilidades é o melhor começo.
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(*) Rômulo Halysson é estudante de Licenciatura em História pela Universidade do Vale do Acaraú (UVA), produtor cultural, diretor do Centro de Referência da Juventude Ilma Suzete Gama e secretário da Juventude Socialista Brasileira (JSB) em João Pessoa.
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Oficinas de dança na Estação Cabo Branco
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A Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes vai receber nos próximos sábados e domingos do mês de outubro (dias 18, 19, 25 e 26) o projeto "Tardes com Dança", cuja proposta é oferecer oficinas gratuitas e performances de dança para o público visitante.
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Esta iniciativa tem o suporte financeiro do Fundo Municipal de Cultura (FMC) e reúne os professores, bailarinos e coreógrafos Ana Marques, Ângela Navarro, Arthur Marques e Joyce Barbosa. A idéia é auxiliar na formação dos artistas e interessados na área da dança, ampliar seus conhecimentos teóricos e proporcionar uma reflexão sobre os processos em dança que ocorrem na atualidade.
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A oficina será ministrada na Sala de Convenção 2 da Estação Cabo Branco, das 14h às 15h30. Arthur Marques será o ministrante da oficina, que terá como tema "Uma Breve História da Dança no Ocidente" e vai focalizar o contexto em que surgiu o pensamento contemporâneo na dança.
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Ao final de cada dia de oficina serão apresentadas as coreografias e performances elaboradas no decorrer dos quatro meses da execução do projeto por Ana Marques, Ângela Navarro e Joyce Barbosa. O resultado, que leva o nome de "Corpo Obsoleto", é fruto de um processo de preparação corporal específica e pesquisa de movimento desenvolvida a partir de questionamentos sobre o corpo na cultura contemporânea.
PSS-2009 e PSU: estudantes à prova
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Priscila Lima
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As inscrições para o Processo Seletivo Seriado (PSS) 2009 da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) ocorreram no período de 06 a 24 de agosto e foram realizadas através do site da Coperve. A instituição, que é responsável pela organização do concurso, disponibilizou computadores em diversas escolas para que os candidatos se inscrevessem como mais facilidade e rapidez.
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As provas do PSS são elaboradas de acordo com programas de conteúdo, estabelecidos em referência à 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. Constituídas de questões objetivas e produção textual, na prova de Redação em Língua Portuguesa. Serão aplicadas em quatro dias, sendo os dois primeiros destinados às provas da 1ª e 2ª série, respectivamente, e os dois últimos, às provas da 3ª série e Redação.
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Nesta edição do PSS a UFPB oferece um novo Curso de Letras: Línguas Clássicas (Grego e Latim) e uma graduação pioneira na América Latina, a de Ciências das Religiões, no campus de João Pessoa. Além disso, serão oferecidas mais 10 vagas para os cursos de Agroindústria, Administração e Pedagogia, no campus de Bananeiras. Assim, o total de vagas do PSS-2009 passou a ser 5.855. Em processo seletivo específico, são oferecidas ainda 120 vagas para os cursos de Música (Bacharelado), Música (Licenciatura), Teatro e Artes Visuais. Segundo o presidente da Coperve, professor João Lins, 53.710 candidatos se inscreveram para disputar as vagas oferecidas.
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No dia 20 de agosto terminou o prazo para a Coperve receber das escolas públicas da Paraíba retificações sobre alunos candidatos à isenção de taxa de inscrição. "É importante lembrar que o candidato só faz a inscrição com a identidade e o CPF. Além disso, a escola que não enviar o nome e o CPF do aluno inviabilizará sua inscrição porque ele ficará na lista de pendentes", informou João Lins. Entretanto, aconteceu exatamente o contrário com a estudante Wanessa Horrana, pois a escola em que ela estuda não enviou seu nome para a isenção. Logo, ela teve que pagar os R$ 44,00, taxa cobrada para alunos que não possuem o benefício.
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Já o Processo Seletivo Unificado (PSU), do Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (Cefet-PB), oferecerá 1.400 vagas no Ensino Superior, 1.718 nos cursos técnicos subseqüentes e 432 nos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Um novo curso superior entra na disputa: Tecnologia em Gestão Ambiental e outro integrado ao Ensino Médio, de Instrumento Musical. A novidade no ingresso aos cursos superiores é o aproveitamento de notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim como o PSS-2009, as inscrições do PSU foram feitas através da Internet.
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Outra inovação neste processo seletivo é que, além das vagas de João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras, já estão incluídas as vagas das cinco novas unidades: Patos, Monteiro, Picuí, Cabedelo e Princesa Isabel. Os cursos foram escolhidos em audiências públicas em cada um dos municípios, levando-se em conta a vontade da comunidade e a vocação da região. A estudante Lívia Barbosa está bastante esperançosa, ela fará provas do PSS-2009 - para Arquitetura - e do PSU, para Tecnologia em Design de Interiores.
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Dica cultural: Festival Mundo 2008
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Manifesto da Mídia Livre
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O Fórum de Mídia Livre acaba de lançar o seu manifesto. O objetivo é coletar assinaturas de dirigentes de entidades, intelectuais e lideranças políticas. Na seqüência, serão agendadas audiências com os presidentes da República, do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal. Segundo o manifesto, "um Estado democrático deve assegurar que os mais distintos pontos de vista tenham expressão pública, situação tão distante da realidade em nosso país. No Brasil, menos de uma dezena de famílias controla a quase totalidade dos meios de comunicação, numa prática explícita de monopólios e oligopólios – que seguem sendo realidade, embora proibidos pela Constituição Federal". Confira abaixo a íntegra do texto.
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Manifesto da Mídia Livre
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"Pelo fortalecimento da mídia livre, por políticas públicas democráticas de comunicação e pela realização da Conferência Nacional de Comunicação O setor da comunicação no Brasil não reflete os avanços que ao longo dos últimos trinta anos a sociedade brasileira garantiu em outras áreas. Tal conjuntura é uma das responsáveis pelo não crescimento democrático do país, impedindo que se torne socialmente mais justo. A democracia brasileira precisa de maior diversidade informativa e de amplo direito à comunicação. Para que isso se torne realidade, é necessário modificar a lógica que impera no setor e que privilegia os interesses dos grandes grupos econômicos.
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Não é mais possível aceitar que os movimentos sociais, protagonistas de muitos dos nossos avanços democráticos, sejam sistematicamente criminalizados – sem defesa, espaço ou meios para responder –, pela quase totalidade dos grupos midiáticos comerciais. Não se pode mais aceitar que, numa sociedade que se almeja democrática, apenas as idéias e informações ligadas aos interesses políticos e econômicos de pequenos grupos tenham expressão pública. Tal cenário nega o direito de todas e todos a ter acesso ao contraditório, violando o direito à informação dos cidadãos.
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Um Estado democrático deve assegurar que os mais distintos pontos de vista tenham expressão pública, situação tão distante da realidade em nosso país. No Brasil, menos de uma dezena de famílias controla a quase totalidade dos meios de comunicação, numa prática explícita de monopólios e oligopólios – que seguem sendo realidade, embora proibidos pela Constituição Federal.
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Ainda segundo a Constituição, deve-se criar um amplo e diversificado sistema público de comunicação, produzido pelo público, para o público, com o público. Um sistema que ofereça à sociedade informação jornalística e programação cultural-educativa para além da lógica do mercado, sintonizadas às várias áreas do conhecimento e à valorização da produção regional e independente.
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Por fim, um Estado democrático precisa defender a verdadeira liberdade de expressão e de acesso à informação, em toda sua dimensão política e pública. Um avanço que acontece, essencialmente, quando cidadãs e cidadãos, bem como os diversos grupos sociais, têm condições de expressar suas opiniões, reflexões e provocações de forma livre, e de alcançar, de modo equânime, toda a variedade de pontos de vista que compõe o universo ideológico de uma sociedade. Para que essa luta democrática se fortaleça, apresentamos a seguir propostas debatidas e aprovadas entre os cerca de 400 participantes do 1° Fórum de Mídia Livre, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos dias 14 e 15 de junho de 2008.
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Ficam estabelecidos os seguintes compromissos:
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1. Promover uma campanha e mobilização social pela democratização das verbas publicitárias públicas, com a realização, entre outras, das seguintes ações: - Desenvolvimento, pelo Fórum de Mídia Livre e organizações parceiras, de critérios democráticos e transparentes de distribuição das verbas públicas que visem à democratização da comunicação e que se efetivem como legislação e políticas públicas - Proposta de revisão dos critérios e “parâmetros técnicos de mídia” (tais como custo por mil etc.) utilizados pela administração pública, de forma a combater os fundamentos exclusivamente mercadológicos e viabilizar o acesso a veículos de menor circulação ou sem verificação;
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2. Contribuir na promoção de outras políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade por meio do fomento à produção e à distribuição;
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3. Cobrar do Executivo federal que convoque e dê suporte à realização de uma Conferência Nacional de Comunicações nos moldes das conferências de outros setores já realizadas no país;
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4. Lutar pelo estabelecimento de políticas democráticas de comunicação, na perspectiva de um novo marco regulatório para o setor que inclua um novo processo de outorga das concessões, a democratização e universalização da banda larga e a adoção do padrão nacional nos sistemas brasileiros de TV e rádio digital, além do fortalecimento das rádios comunitárias;
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5. Criar uma ferramenta colaborativa que reúna diversas iniciativas de mídia livre e contemple a diversidade de atuação dos veículos e dos midialivristas, em formato a ser aprimorado nos próximos meses pelo grupo de trabalho permanente e aprovado no próximo Fórum de Mídia Livre;
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6. Mapear as diversas iniciativas da mídia livre visando o conhecimento sobre a realidade do setor e o reconhecimento dos diversos fazedores de mídia;
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7. Propor a implementação de pontos de mídia, como política pública, integrados e articulados aos pontos de cultura, veículos comunitários, escolas e ao desenvolvimento local, viabilizando, por meio de infra-estrutura tecnológica e pública, a produção, distribuição e difusão de mídia livre;
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8. Buscar espaços para exibição de conteúdo produzido por movimentos sociais na TV pública;
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9. Incentivar a consolidação de redes de produtores de mídia alternativa, a começar da comunicação interna (listas de discussões) e externa (portal na web) dos próprios integrantes do Fórum de Mídia Livre, que deve funcionar como rede flexível, difusa e permanente;
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10. Estimular a criação e fortalecimento de modelos de gestão colaborativa das iniciativas e mídias, com organização não-monetária do trabalho, por meio de sistemas de trocas de serviço.
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Em função destes compromissos, nos propomos a:
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— realizar encontros de mídia livre em todos os estados brasileiros no segundo semestre de 2009; - realizar um Fórum de Mídia Livre de alcance Latino-Americano ou mundial em Belém, às vésperas do Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009;
— realizar no 2º semestre de 2009 o II FML Brasil, com indicativo de Vitória (ES) como sede;
— somar-se às entidades de luta pela democratização na luta por uma conferência ampla, democrática e descentralizada, passando a integrar a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação;
— envolver os movimentos sociais nas ações pelo fortalecimento da mídia livre;
— agendar em âmbito federal, estadual e municipal reuniões com o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário para apresentar as reivindicações tiradas no Fórum;
— criar o selo Mídia Livre para estar em todos os veículos, blogues etc. que se identificam e reconhecem como mídia livre;
— realizar ato público de rua em Brasília, com pauta e mobilização conjunta com outros movimentos da comunicação e outros movimentos sociais, articulado com a entrega do manifesto aos três poderes, como parte de semana de mobilização que contará também com ações de guerrilha midiática e viral."
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Fórum de Mídia Livre
Brasil, outubro de 2008.
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Voto: direito e responsabilidade
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Yuri Souza
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Roma antiga: Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma, como o desemprego. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do “Pão e Circo”, que consistia em oferecer aos romanos, alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente era iludida, desmobilizada, diminuindo as chances de uma revolta.
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Sociedade atual: Com o contínuo crescimento populacional, intensificaram os problemas ambientais e sociais para o mundo. A automatização, a globalização e a falta de políticas públicas adequadas geraram, entre outros problemas, muito desemprego em áreas rurais e urbanas. Porém, diferentemente da antiga Roma, nos atuais paises democráticos, como o Brasil, essa parcela da população pode mudar a sua situação através do voto.
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Receoso que essas pessoas venham votar de forma consciente, parte de nossos políticos, os oportunistas e incompetentes, que valorizam a ineficiência, a improvisação e a transferência de responsabilidades, geradores de uma espiral descendente de fracasso sobre fracasso, que aumenta a pressão da pobreza e da violência sobre as comunidades carentes, usam a versão “pão e circo, século 21”, dando a população cestas básicas, festas e shows esportivos, explorando a sua “ingenuidade”. Desta forma, como os antigos romanos, a população é enganada, e deixa de utilizar de forma acertada a sua grande arma, o voto, que neste ano elegerá prefeitos e vereadores para administrar as nossas cidades.
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Porém, ainda existem uma pequena minoria de políticos, éticos e capacitados intelectualmente, que lutam pelo aperfeiçoamento e a melhoria contínua da qualidade administrativa pública, e conseqüentemente da qualidade de vida de toda a população, com a convicção de que a realidade pode ser mudada para melhor a partir da busca da excelência na gestão pública.
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Pessoas (incluindo os políticos) são como as águas, podem estar límpidas ou poluídas, podem gerar a vida ou promover a morte, é tudo uma questão de escolha de cada um de nós. Sem eliminarmos o nosso egoísmo, fator de degradação do relacionamento humano, não haverá justiça social, ética na política e, muito menos ainda, preservação do nosso meio ambiente.
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A imagem que deixaremos para as gerações futuras serão os nossos atos. Por tanto devemos pensar bem antes de agir. Se quisermos deixar um reflexo positivo, votemos com consciência, escolhendo candidatos comprovadamente comprometidos com a justiça social e a preservação ambiental.
Anorexia, instituições e subjetividades
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Ubiratan Pereira de Oliveira (*)
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O mundo contemporâneo se depara com determinados comportamentos e tendências impostos pela grande mídia e por alguns setores da sociedade que são facilmente assimilados pela grande massa da população de maneira irrestrita e até ilusória. O que preocupa é que essas tendências vêm afetando a cabeça e a saúde de muitas pessoas, uma vez, que elas só passam a ser aceitas quando se enquadram nesses padrões criados de forma aleatória.
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Sinal dos tempos, o avanço da tecnologia, da biomedicina, as intervenções do homem sobre o próprio corpo em busca de uma suposta completude, a discussão do limite ético de determinadas práticas, apontam para uma característica da contemporaneidade que beira a perplexidade. Parece não existir mais limites, nem barreiras do homem para o homem. Mas, como bem diz os Titãs: "nem sempre se pode ser Deus!"
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Quando partimos para o campo da moda, da estética, os sintomas são exacerbadores. A ditadura do corpo perfeito a qualquer custo, reforçado por grandes estrelas e celebridades e estimulado pelo mundo da publicidade, tem criado um sério problema de saúde pública no mundo atual. O aparecimento constante de sintomas e quadros constituídos de anorexia em modelos e pretendentes, desperta preocupações e nos coloca em xeque. O que realmente está por trás da anorexia? O que leva uma jovem a agredir o corpo e o organismo a ponto de levá-los em algumas situações a morte? Além do tratamento médico, o que fazer para entrar neste infinito bem particular das vítimas do mundo sem limites e anoréxico?
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A eterna busca pela felicidade irrestrita e pelo corpo ideal e perfeito esconde um limite estrutural do ser humano. Não somos seres completos e buscamos exatamente aquilo que nos falta, esse é o movimento de toda e qualquer pessoa, por mais singular e específico que seja o seu caminhar.
Para o que nos falta, o mundo moderno nos apresenta de bandeja vários supostos objetos de desejo que se inserem diretamente nas subjetividades e, muitas vezes, passam a determinar o modo de viver e de se comportar. O ter então supera o ser. O ter anoréxico que vende uma suposta completude e um passaporte para o sucesso se depara com a impotência do ser. O caminho difícil mais atingível é sair da impotência para a impossibilidade real que coloca o sujeito em outra posição diante do sintoma anoréxico. Em outras palavras, assumir que somos seres incompletos.
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É neste contexto que se faz necessário observar alguns movimentos que aparecem na tentativa de regular ou de reorientar algumas tendências da contemporaneidade. Recentemente, a França assinou a “Carta” contra a anorexia, uma espécie de compromisso público da indústria da moda, da publicidade e da comunicação, juntamente com o Ministério da Saúde, sobre a imagem do corpo e contra a anorexia. O parlamento francês também aprovou recentemente projeto de lei que pune de forma severa a publicação de informações e condutas pró-anorexia através de sites e outros mecanismos virtuais. No Brasil, a Assembléia Legislativa do estado de Santa Catarina aprovou uma lei que proíbe modelos muito magras de desfilarem nas passarelas do estado. São sinais institucionais que tentam ocupar um grande vazio de referência no particular de cada indivíduo.
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Por fim, as perguntas levantadas e as reflexões aqui postas talvez não necessitem e nem possuam respostas imediatas e esclarecedoras. Mas, é sempre salutar observarmos a realidade que muitas vezes se transforma em banalidade e atua como objeto de devastação das subjetividades humanas, trazendo reflexos para os sujeitos individuais e para o coletivo.
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(*) Psicólogo e vereador.
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