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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

É hora de malhar
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Bertrand Sousa
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O fim de ano já vem chegando e com ele o Verão, a estação mais quente do ano em todos os sentidos. Nesta época as pessoas começam a se preocupar mais com a forma física, que deve estar em dia para aproveitar os meses de sol forte, seja nas praias, parques e demais espaços de lazer. Os padrões de beleza corporal, vigentes na sociedade moderna, pedem corpos atléticos, com músculos bem definidos ou “malhados”, como dizem por aí.
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As academias da nossa cidade já começaram a registrar um aumento do número de alunos matriculados. São os “malhadores de fim-de-ano” que buscam entrar em forma rapidamente, preparando-se para os agitos do Verão. Alguns querem perder quilinhos adqüiridos ao longo do ano, as chamadas “gorduras localizadas”. Enquanto isso, outros estão dispostos a ganhar massa muscular e/ou definir melhor as linhas do corpo.
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De acordo com Airton Renan, professor da Academia Ginasium, a primeira coisa que deve ser feita é procurar um profissional especializado para que ele estabeleça uma carga adequada de exercícios, evitando assim os exageros dos mais apressados em obter resultados. Em seguida, os atletas devem ter uma atenção especial com a alimentação, iniciando uma dieta balanceada, de preferência programada por um profissional nutricionista. “O importante é não ficar parado e queimar calorias”, ressaltou o professor.
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As novidades para este ano são os exercícios com bolas, em camas elásticas e o lifting. De acordo com Luciano de Oliveira, especialista em atividades físicas e saúde da Corpore Academia, as pessoas devem dar prioridade às atividades aeróbicas, pois queimam mais gorduras. Entre elas estão os exercícios de esteira, natação, ginástica, caminhadas, entre outras. Ele afirma que deve haver menos intensidade na musculação, sendo feita apenas para manter a “massa magra” dos atletas.
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Os médicos recomendam também a ingestão de bastante líquido (água e sucos) durante todo o Verão, visando uma melhor hidratação do corpo durante as atividades físicas. Com todas estas dicas não dá mais para ficar parado. É hora de malhar pessoal!
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Jornalismo: profissão sem fronteiras
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Rafael Alves da Silva
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Os números podem parecer inexpressivos: 12 jornalistas assassinados em situações de conflitos armados na América, do início de 2008 até 19 de setembro, segundo o Instituto Internacional Safety de Notícias. Mas o dado ganha grande expressão levando-se em consideração que são poucos os profissionais de comunicação que se arriscam a enfrentar tiroteios policiais ou ataques criminosos em favelas e regiões de motins. Não existem números exatos de jornalistas brasileiros que sofreram retaliações ou ameaças por terem reportado um fato local. Entretanto, são freqüentes as notícias de casos de ataques a repórteres no Brasil.
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Em 2005, ao cobrir uma matéria para a TV Bandeirantes, no Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro (RJ), a jornalista Nadja Haddad foi atingida por uma bala perdida no momento em que colocava seu colete de proteção. Na época, a repórter, que teve seu pulmão perfurado, correu risco de morte. "Eu estava habituada a cobrir tiroteios e acompanhava as operações do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no Rio. Não sentia medo, mas ficava apreensiva, pois sabia dos riscos", conta.
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Segundo ela, na ocasião do acidente, a emissora não oferecia preparo para os profissionais que tinham que enfrentar tiroteios ou situações de risco. "O que recebemos são orientações que se baseiam na linha editorial da emissora, como cuidados básicos e prioridades. Contudo, sempre saíamos com coletes blindados", lembra Nadja, que hoje apresenta o jornal Primeira Hora. Após ser atingida, a emissora prestou todo o auxílio necessário.
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Já o repórter do caderno Cidades de O Estado de S.Paulo, Bruno Paes Manso, apesar de não ter sido alvo de algum ataque, cobre constantemente situações de conflitos civis. Ele fala à reportagem que um dia depois do massacre no Morro do Alemão, quando 19 pessoas morreram, foi até o local conversar com os moradores. "É preciso ter uma certa bagagem e jogo de cintura para saber abordar os entrevistados sobre assuntos delicados como esses", conta Manso, que publicou o livro O Homem X, da editora Record, para o qual entrevistou vários assassinos de São Paulo sobre os motivos que os levaram a matar.
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Incentivar os funcionários a participarem de palestras, com orientações sobre os cuidados que devem tomar nas reportagens de campo, tem sido uma grande preocupação das empresas jornalísticas. "Os veículos de comunicação têm demonstrado interesse crescente em proteger seus jornalistas de situações de risco na cobertura de conflitos armados, sejam internacionais, sejam nas grandes metrópoles. Esse movimento se intensificou a partir do assassinato de Tim Lopes, da Rede Globo, em 2002, morto enquanto fazia uma reportagem no Rio", diz José Roberto de Toledo, coordenador de cursos e projetos da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
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Toledo cita o uso de colete à prova de bala e cursos de treinamento para jornalistas, que vão cobrir guerra ou ações policiais de alto risco, como algumas das atitudes práticas adotadas pelos veículos de imprensa com seus profissionais. Mas ressalta que embora isso signifique avanço, ainda não é o suficiente. "Normas mais claras de limites ao risco devem ser adotadas em todas as redações, para evitar que se repitam situações como a que envolveu uma equipe do jornal O Dia, no Rio - em maio deste ano, três funcionários de O Dia, que faziam uma reportagem, foram seqüestrados por um grupo de milícia", acredita.
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Questionado se o jornal onde trabalha oferece preparação para coberturas que envolvem tiroteios, Bruno comenta que existem as normas éticas, como não negociar com traficantes para entrar no local. "Espera-se também bom senso do repórter para avaliar os riscos da cobertura". Ele se lembra de um fato que vale como dica aos interessados em cobrir essa área: "Trombei com um traficante armado em uma quebrada. Mas não fiquei com medo porque estava acompanhado de um morador do Complexo - do Morro do Alemão - que o traficante conhecia. Esses tipos de cuidados - entrar com alguém da comunidade que lhe garanta respaldo e que conheça os moradores e traficantes - são fundamentais."
EDITORIAL (9ª edição)

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Olá leitores, estamos de volta! E nesta nona edição do Comunicarte – Jornal da Oficina de Jornalismo realizada no Centro de Referência da Juventude dos Funcionários I – trazemos várias novidades. Entre elas destacamos: equipe de futsal feminino do nosso CRJ conquista primeiro título; PMJP divulga programação musical para o fim de ano na orla.
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O mês de dezembro caracteriza-se por fortes tradições, como as festas de Natal e reveillon, mas também representa uma época adequada para refletir sobre nossas vidas, relembrar os principais acontecimentos do ano e planejar coisas boas para os próximos 12 meses. Portanto, faremos a seguir uma breve retrospectiva dos fatos que marcaram o CRJ Ilma Suzete Gama em 2008.
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Logo no início deste ano (10/01), participamos de um dos principais momentos da história dos Funcionários I: a re-inauguração da Praça Lauro Wanderley. Naquela noite festiva também foi inaugurada a Estação Digital do bairro, nas dependências do nosso Centro da Juventude. A partir daí estabelecemos constante parceria com o Conselho Gestor da Praça Lauro Wanderley (Congeplaw), para realizar diversas atividades culturais e esportivas. Assim, tivemos em abril a “2ª Integração Cultural” e em junho o “1º Festival de Vídeos Alternativos”. Dois eventos que obtiveram sucesso, com ampla participação da comunidade.
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As oficinas arte-culturais do CRJ – Jornalismo, Percussão, Teatro, Break e Grafite – mais uma vez cumpriram a importante missão de estimular e proporcionar o protagonismo juvenil, a partir de conteúdos e práticas educativas multidisciplinares e lúdicas. Para complementar essa metodologia visitamos alguns locais da Capital: Salão Municipal de Artes Plásticas (Samap); Estação Ciência, Cultura e Artes; e, finalizando, Ateliê Multicultural Nai Gomes.
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Do mesmo modo recebemos muitas visitas, tais como: atores (Teatro do Oprimido, Grupo de Teatro Perfil), músicos, cantores (Mister Soh, Mussum Racional, etc.), bandas/grupos culturais (SDS, Pérola Negra, Afronordestinas, Orin Axé, entre outros), academias de dança e equipes esportivas (futsal masculino e feminino).
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Como vimos até aqui, 2008 foi bem movimentado. O melhor e mais intenso ano de atividades do CRJ Ilma Suzete Gama, segundo o diretor da unidade, Rômulo Halysson. E para 2009 o ritmo será mantido. Vem aí o “1º Torneio Esporte e Cultura”. Aguardem! Enquanto isso, desejamos a todos(as) um ótimo Natal e Ano Novo, com muita saúde, paz e felicidade.
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Programação para o fim de ano em JP

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A música é o destaque na programação cultural de fim de ano na Capital paraibana. As atrações começam no dia 25 com o tradicional 'Concerto de Natal', executado pela Orquestra de Câmara Cidade de João Pessoa, a partir das 19h, no palco instalado próximo ao Busto de Tamandaré, entre as praias de Cabo Branco e Tambaú.
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O festival 'Música do Mundo', em sua quarta edição, acontece de26 a 30 de dezembro, trazendo exclusivamente o melhor da música instrumental. O Réveillon da cidade terá o swing de Moraes Moreira, mais DJ Guirraiz e a Orquestra Sanhauá, além da tradicional e bonita queima de fogos.
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As atrações - O Festival Música do Mundo, que acontece de 26 a 30 dedezembro, também no palco da praia, apresenta grandes atrações,entre elas Banda Aguaúna, Orquestra de Violões, Léo Meira, Banda 5de Agosto, Vinícius de Lucena, Grupo Uirapuru, Paraibass, GrupoOitavando, Grupo de Percussão do Nordeste, Camerata Arte Mulher eGrupo Tarancón. Confira a programação completa:
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25 de dezembro (quinta-feira)
19h00 - Concerto de Natal
Orquestra de Câmara
Coral Villa Lobos
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Festival Música do Mundo (26 a 30/12)
Busto de Tamandaré - Praia de Tambaú
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26 de dezembro (sexta-feira)
19h00 - Grupo Aguaúna
Orquestra de violões
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27 de dezembro (sábado)
19h00 - Léo Meira
Banda 5 de Agosto
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28 de dezembro (domingo)
19h00 - Paraibass
Vinícius de Lucena
Grupo Uirapurú
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29 de dezembro (segunda)
19h00 - Grupo Oitavando
Grupo de Percussão do Nordeste
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30 de dezembro (terça-feira)
19h00 - Grupo Tarancón
Camerata Arte mulher
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31 de dezembro (quarta-feira)
22h00 - Reveillon da cidade
DJ Guirraiz
Moraes Moreira
Orquestra de Frevo Sanhauá
00h00 - Espetáculo de fogos
Teatro e desenvolvimento cultural
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O teatro, desde sempre, vem comunicando, questionando, emocionando e alegrando a humanidade. Ainda nos primitivos, os homens, na falta de uma linguagem articulada, utilizavam-se de processos miméticos para se comunicar, vibrando o nascimento da arte cênica, incorporada a vida como uma necessidade primordial; até as formas mais contemporâneas desta arte onde, novamente, vislumbramos uma tentativa de reencontro com a sua irmã, a dança, e se enamorando das diversas correntes do pensamento humano.
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O ensino do teatro, ao fundamentar prática e teoricamente sobre essa linguagem especifica do conhecimento humano, com seus códigos e sistemas que a caracterizam como linguagem; preenchem lacunas no processo educacional, a exemplo do trabalho como a correta utilização do corpo e voz, a auto-estima, a responsabilidade, a perseverança, a imaginação a criatividade, a percepção, a concentração, ou seja, elementos necessários ao desenvolvimento de indivíduos empreendedores.
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O acesso aos fundamentos teóricos – práticos desta forma artística, é uma avanço na soma do crescimento individual e coletivo do individuo, já que, ao formá-los dentro dessa área de conhecimento especifico os instrumentalizamos para perceber a realidade em que se inserem e assim, a interferir de maneira mais contundente na mesma, uma vez que a obra de arte reflete a realidade do individuo e para isso é necessário que ela tenha uma percepção maior da mesma.
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A ampliação do universo cultural, cognitivo e físico que é gerada com esse tipo de trabalho de soma, claro, as informações externas, empíricas ou acadêmicas, promovendo todo um universo de idéias, conceitos e criações que só podem ser relacionadas a essa área responsável por todos os profissionais do amanhã: a educação.
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Futsal do CRJ é campeão!
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Bertrand Sousa
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No último sábado (13/12), a equipe do Centro de Referência da Juventude (CRJ) Ilma Suzete Gama sagrou-se campeã do “Torneio Futsal Feminino 2008”, promovido pela Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), localizada na Praia da Penha, litoral sul de João Pessoa. Disputando sua primeira competição oficial, o time do CRJ não deu chance às adversárias.
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O título foi disputado intensamente por quatro equipes de bom nível técnico, mas nossas meninas fizeram bonito mais uma vez e mereceram a conquista. Segundo Cléa Andrelino, jogadora de futsal do CRJ, a organização do torneio e arbitragem foram satisfatórias. Mas nem tudo foi perfeito, apesar do título. "Só não gostei mais porque havia poucas equipes e não teve torcida durante os jogos. Mesmo assim, valeu a pena!"
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Desde que surgiu, no segundo semestre de 2008, o grupo esta invicto. E não é por acaso! As meninas levam a sério os treinamentos – toda quarta e sexta-feira, das 14 às 16h na Praça Lauro Wanderley – e mais ainda os jogos amistosos. “Em 2009 esperamos participar de várias competições e quem sabe ganhar outros títulos, tanto aqui em João Pessoa como em outras cidades", disse a atleta do CRJ Isabelle Silva.
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A equipe que representou o Centro da Juventude neste campeonato estava formada por: Patrícia (capitã), Dayane (Xuxa), Cléa, Mara, Neide, Simone, Tamires, Isabelle, Rayane e Jaqueline; técnico: Edilson Barbosa. Contudo, durante o ano diversas outras atletas participaram dos treinos e ajudaram no desenvolvimento físico, técnico e tático do time.
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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fest-Aruanda: revelando talentos

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O IV Festival Aruanda do Audiovisual Universitário Brasileiro, uma realização do Departamento de Comunicação e Turismo (Decom-Tur) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com o Núcleo de Estudos Pesquisas e Produção do Audiovisual (Neppau), será realizado nos dias 8, 9, 10,11, 12 e 13 de dezembro de 2008, no Tropical Hotel Tambaú.
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Com o objetivo de fomentar, reconhecer e contemplar os novos talentos e futuros profissionais da área do audiovisual no circuito universitário estadual, regional e nacional, o Fest-Aruanda também coloca a Capital em destaque no circuito do cinema universitário nacional.
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A idéia de organização do festival surgiu após o sucesso de iniciativa semelhante, realizada em 2003, com o Prêmio Rodrigo Rocha de Vídeo Universitário. O sucesso da iniciativa foi o embrião para a realização deste Festival, sendo instituída a premiação "Troféu Aruanda" e "Troféu Rodrigo Rocha de Vídeo Documentário", uma homenagem ao jornalista e videasta paraibano, morto em 1996 quando participava de uma produção cinematográfica.
O IV Festival Aruanda do Audiovisual Universitário Brasileiro é aberto à participação de estudantes universitários de todo o país, além de ex-alunos com produções realizadas durante o período letivo, que também poderão participar. Este evento conta com a estrutura oficial da UFPB, através do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), do Departamento de Comunicação e Turismo, membros do Neppau (alunos de Comunicação) e colaboradores comprometidos com sua realização, e a garantia de sucesso do evento.
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Os integrantes da Comissão Organizadora e Júri de Seleção serão formadas por professores e profissionais da área audiovisual da região e de renome nacional. Como parte do Festival, serão oferecidos seminários e oficinas, contando com a presença de nomes reconhecidos nacional e internacionalmente, a serem divulgados em época apropriada, em função de ainda estarem sendo negociadas suas participações. Além disso, o evento pretende abrir espaço para estagiários oriundos do curso de Comunicação Social da UFPB e de escolas de ensino fundamental do município de João Pessoa.
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Uma das novidades para esta 4ª edição é a categoria Vídeo do Minuto em suporte Celular, categorias para curtas em película, além da categoria independente. A organização do Festival divulgou recentemente a relação dos vídeos selecionados para as suas várias mostras competitivas. De mais de mais de 400 trabalhos inscritos, foram selecionados 27 trabalhos nas áreas de Documentário, Ficção e Animação; 19 peças publicitárias e 31 produções para TV Universitária/Educativa, totalizando setenta e sete vídeos que estarão concorrendo em suas respectivas categorias, representando as regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mais detalhes no site do evento:
Dica cultural: teatro
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"Faz de Conta", novo espetáculo do Grupo Graxa de Teatro, continua em cartaz durante todo o mês de novembro no Teatro Ednaldo do Egypto (Av. Maria Rosa, Manaíra). Sessões aos sábados e domingos, sempre as 17h. Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (estudante).
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A cultura de redes na mobilização popular
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Egeu Laus (*)

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O surgimento da Rede Social de Relacionamentos pela Internet denominada gabeira43.ning.com, em torno da candidatura de Fernando Gabeira à prefeitura do Rio, não foi uma surpresa. Esta rede, que utilizou como ferramenta a “social network” Ning.com – criada em 2004 por Marc Andreessen (autor também do navegador Netscape) e Gina Bianchini – é apenas uma, dentre as dezenas de ferramentas tecnológicas (plataformas de utilização via Internet) que vem sendo utilizadas diariamente no ambiente da grande rede (a web para os íntimos) com o objetivo de conectar pessoas com interesses comuns.
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Na sua definição mais básica e rasteira podemos dizer que qualquer artefato que permita uma comunicação mais ou menos permanente entre um determinado número de pessoas conforma uma rede. Nesse sentido, a malha telefônica de uma cidade, é a rede telefônica. Ou antigamente (muito antigamente) a de trens formava a rede ferroviária. Com o tempo, os usuários constantes de um determinado tipo de informação passam a ser chamados também de uma rede. Portanto, a Ordem dos Cavaleiros Templários configurava de certo modo uma rede, as lojas das Casas Pernambucanas eram uma rede, e assim por diante. Invente aí os exemplos que você quiser, até chegar aos emblemáticos exemplos do segmento das comunicações como a Rede Globo, a Rede Record, as redes radiofônicas e as redes de jornais e revistas, etc.
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Qual é a grande diferença entre elas e o que hoje estamos conhecendo como Redes Sociais? É que elas recebiam erradamente o nome de redes – centralizadas, quando toda a informação era enviada apenas de um ponto, ou eram chamadas de redes – descentralizadas, quando vários pontos intermediários emitiam também informações. Mas, no fundo, elas nunca desenharam realmente uma Rede.
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O que configura verdadeiramente uma Rede é a possibilidade de TODOS os pontos (ou nós ou nodos) poderem se comunicar com TODOS os outros pontos, em todas as direções, livremente, ponto a ponto (P2P), naquilo que se conhece conceitualmente como Rede Distribuída - conforme desenhada por Paul Baran para a estrutura de um projeto que se tornaria mais tarde a Internet.
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Topologia de rede
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Há portanto (ao se universalizar o acesso a Internet, uma questão estratégica, doravante), uma atenuação da necessidade da representação enquanto forma de levar a algum lugar algumas demandas. Estamos falando portanto (com todo o cuidado que isso requer) de uma diminuição da democracia representativa em direção a algumas formas de democracia participativa mais direta.
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E ainda mais: para além de todas as vantagens de se ter informacão, em grande volume, circulando livremente, a Rede Social permitirá que várias ações aconteçam, bastando para isso que haja interessados o suficiente naquela ação - e de novo, com todo o cuidado que isso requer. O surgimento do MPD – Movimento pró-Democracia foi um exemplo disso.
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Estamos falando portanto de que “pequenas causas” podem ter um poder de agregação tão forte quanto os grandes temas políticos. As Redes Sociais nos permitem perceber que há variadas formas possíveis de atuação e todas elas podem conviver. Se você não tem como contribuir nas questões do lixo urbano, pode pensar nas questões da dengue, mas se você tem contribuições em outras áreas, deve ter em mente que elas são importantes na mesma e igual medida, pois como disse Gabeira, todas as caras são bem-vindas pois “expressam uma incrível diversidade e apontam para uma unidade que não se destrói: a cara do ser humano.”
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(*) Egeu Laus é designer gráfico e pesquisador.
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Obama, Zumbi e a Consciência Negra
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José de Souza Castro
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Um estudo baseado na Pesquisa de Emprego e Desemprego da Fundação Seade e do Dieese, divulgado dois dias antes do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), mostra que a situação do negro na porção mais rica do território brasileiro – a Região Metropolitana de São Paulo – melhorou, se comparada com 1998 e com a situação dos não-negros, mas a situação dos trabalhadores em geral piorou: o rendimento médio dos negros diminuiu 22,2% no período, para R$ 4,36 por hora trabalhada, e o dos não-negros caiu 27,4%, para R$ 8,98. Com isso, reduziu ligeiramente a desigualdade entre os dois grupos. Porém, o negro brasileiro está ainda longe de poder aspirar à presidência da República, como Barack Obama, nos Estados Unidos, pois quanto mais estuda, mais ele se distancia dos brancos com o mesmo grau de escolaridade no mercado de trabalho.
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Em 1926, no livro O Choque das Raças – título mudado depois para O Presidente Negro – Monteiro Lobato previu que um negro chegaria à presidência dos Estados Unidos em 2228. Barack Obama veio para confirmar sua previsão, com espantosos 220 anos de antecedência. Lobato não ousou prever quando isso ocorreria no Brasil, país considerado bem menos racista.
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O estudo revelou ainda que as mulheres, negras ou não, obtêm rendimentos menores que os homens de seu próprio segmento racial. Mas quando se comparam os rendimentos de mulheres não-negras com os de homens negros, os delas são menores em praticamente todas as faixas de escolaridade. No entanto, os rendimentos vão se igualando na medida em que se amplia o nível de escolaridade, porque despencam mais rapidamente os rendimentos dos negros.
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Ocorre que o negro com ensino superior completo recebe 29% menos do que ganha um trabalhador não-negro com a mesma escolaridade no mercado de trabalho da região pesquisada. Essa diferença é menor (16%) entre os trabalhadores com ensino fundamental incompleto e quase desaparece entre os empregados domésticos, quando os negros recebem em média R$ 3,01 por hora trabalhada e os não-negros R$ 3,23.
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No comércio, observa-se que os negros recebem 64,9% do rendimento dos não-negros. A desigualdade salarial é pior no setor de serviços, na indústria e na construção civil. Em 2007, os negros recebiam em média pouco mais da metade dos não-negros, nesses setores. Nos grupos ocupacionais de maior rendimento (gerência, direção e planejamento), os negros obtinham 57,3% da remuneração dos não-negros no mesmo grupo. Para quase se igualar com os trabalhadores brancos e de outras raças, os negros precisam exercer tarefas que exigem menor escolaridade, como os serviços gerais não qualificados. Ali, os negros recebem apenas 4,3% menos.
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O fato é que o movimento dos negros pela igualdade social, inspirado na luta de Zumbi dos Palmares (1655-1695) contra a escravidão, tem tido algumas vitórias, mas a guerra está ainda longe de acabar. Pelo seu exemplo, Barack Obama talvez possa representar um reforço importante nessa luta, nos próximos quatro anos. Na minha opinião, o maior exemplo de Obama e de Joaquim Barbosa é a importância que eles deram a sua própria educação.
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Quando comemoram, com razão, mais um Dia da Consciência Negra, os descendentes dos escravos não podem perder seu sonho de liberdade, apenas porque o mercado de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo não dá aos negros a mesma importância que confere aos descendentes de europeus e asiáticos que completaram o curso superior. Uma coisa é certa: as empresas brasileiras também vão acabar aprendendo, como já ocorre no mercado de trabalho dos Estados Unidos.
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dica cultural: evento
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Jornalismo Cultural e Propaganda
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José Geraldo Couto (*)
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Millôr Fernandes tem uma frase célebre: "Jornalismo é oposição; o resto é armazém de secos e molhados". Traduzindo e atualizando a implacável formulação, podemos dizer que, se o jornalismo não for crítico, ele será apologético ou propagandístico. No caso do Jornalismo dito cultural, a fronteira entre Jornalismo e Publicidade é muitas vezes nebulosa.
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Obrigados a acompanhar de perto as novidades da produção cultural (livros, filmes, peças de teatro, discos, shows, exposições) e orientar o leitor nessa selva de produtos, ofertas e apelos, os jornalistas da área freqüentemente se vêem numa situação vulnerável às pressões de divulgadores e assessores de imprensa - quando não dos próprios artistas e produtores culturais. Inúmeros são os fatores que contribuem para limitar a autonomia crítica do jornalista cultural. Vejamos rapidamente alguns dos mais graves e freqüentes.
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1. A obsessão pelo "furo"
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A idéia de "dar a notícia primeiro", que faz sentido (embora nem sempre) para outros setores do jornal - política, economia, cidades -, pode ser nefasta para a cobertura do que ocorre na área da cultura. Contaminado pela síndrome do furo, o jornalista muitas vezes sacrifica a qualidade da cobertura e a idoneidade de seu julgamento para dar primeiro ou sozinho uma matéria.
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Ouve dizer, por exemplo, que será publicado no Brasil o romance de um importante escritor norte-americano. Antes de ter tempo de ler o livro (e muito menos de pensar sobre ele), consegue às pressas o telefone do autor e faz com ele uma entrevista afoita e superficial. Pronto: deu o furo, que vai talvez pesar positivamente na sua avaliação profissional. Pouco importa que tenha feito um serviço porco e de baixa qualidade.
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2. A chantagem das assessorias
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Como decorrência da obsessão pelo furo, o jornalista da área cultural fica à mercê do poder de pressão dos divulgadores e assessores de imprensa. Uma situação muito comum é a do assessor que negocia a informação ou o acesso a determinado artista em troca de matérias de destaque na imprensa. A barganha é mais ou menos assim: "Se você der capa para o disco do Fulano eu te arrumo uma exclusiva". O jornalista automaticamente passa a crer que uma entrevista exclusiva do Fulano é a coisa mais importante do mundo, e convence seu editor a dar uma capa para ele. Aquilo que talvez não fosse importante passa a sê-lo.
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Está claro que, no caso citado acima, o que está comprometido é não apenas o julgamento do crítico com relação a determinado produto cultural, mas a própria autonomia do jornal na hierarquização da importância dos eventos. O jornal se torna uma linha auxiliar da propaganda e, em última análise, um mero reforçador do mercado.
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3. Promiscuidade entre jornalistas e produtores culturais
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Mais difícil de definir e de mensurar, mas igualmente perniciosa, é a ambigüidade das relações entre jornalistas e produtores e agentes culturais. Em países mais civilizados, as funções de repórter e crítico são desempenhadas por indivíduos diferentes, pelo menos em cada circunstância. Ou seja, se um jornalista entrevista o diretor de um filme, quem faz a crítica deste é um outro jornalista. Aqui isso não acontece.
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Freqüentemente o repórter-crítico vê-se na situação delicada de entrevistar, com toda a cordialidade, determinado cineasta, e em seguida fazer a crítica de seu filme. Não há quem fique completamente imune à cordialidade ou ao charme de seu entrevistado na hora de comentar seu trabalho. O pior é quando ocorre o contrário: depois de desancar o filme, o jornalista tenta entrevistar seu diretor. Quando este concede a entrevista (o que nem sempre ocorre), a conversa geralmente acaba truncada pela hostilidade e pela desconfiança mútua.
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Para que o jornalismo cultural conquiste maior autonomia e credibilidade, distanciando-se da mera propaganda, é necessário que todos os setores envolvidos (jornais, assessorias, produtores culturais) adquiram uma mentalidade mais profissional e menos predatória. Cabe aos jornalistas, entretanto, tomar a iniciativa no sentido de definir a sua seara e não permitir que seja invadida por estranhos.
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(*) José Geraldo Couto, jornalista.
Silício negro: o futuro da fotografia
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Rodolfo Bruno Braz
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As futuras máquinas digitais tirarão fotos em três dimensões; o famoso 3D. Mas antes disto acontecer, em 1999, na faculdade de Harvard, estudantes e orientador (Eric Mazur) descobriram no mais puro acaso o silício negro. O nome pode soar como uma coisa maléfica, que veio para acabar com os humanos. Que nada! O material é uma verdadeira revolução para a fotografia. E não é para menos. Um silício normal, usado na fabricação de chips e processadores tem uma sensibilidade muito grande à luz. O silício negro também, mas ele é de 100 a 500 vezes mais sensível que o comum.
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E não é apenas a fotografia que será reinventada daqui alguns anos. A descoberta do silício negro permitirá a engenheiros e tecnólogos criarem computadores menores, notebooks mais finos que o MacBook Air, detectores de poluição mais eficazes e outras substâncias químicas que modificam o ar que circula na Terra.
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A descoberta
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O silício negro foi descoberto por acaso. Lá estavam, em Harvard, o orientador Eric Mazur e seus estudantes. Em uma aula que envolvia o estudo de química, eles colocaram um chip de silício cinza numa câmara de vácuo e apontaram um laser de alta intensidade para o pequeno objeto.
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Com alguns gases para "incrementar" o experimento, eles apontaram o laser que disparou alguns pulsos - cada raio de laser disparado no silício cinza, dura menos de 100 milionésimos de um bilionésimo de um segundo. Cada um destes pulsos, para se ter idéia, concentra toda a luz do Sol emitida na Terra.
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O resultado do experimento surpreendeu a todos e principalmente à Harvard. Depois de 500 pulsos de laser no silício cinza, os alunos e orientador tiraram o objeto da câmara de vácuo e colocaram no microscópio. Pode-se ver milhares de pequenas agulhas em forma de uma espiga de milho.
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Nova e milionária tecnologia
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Logo após a decoberta, a Harvard tratou de patentear o silício negro juntamente com a empresa Si-Onyx. E esta nova tecnologia já dá o que falar. Segundo o jornal The New York Times, as duas empresas já arrecadaram (ate hoje) cerca de US$11 milhões. Esse dinheiro é para financiar os estudos e tentar levar o silício negro para computadores, notebooks, celulares e outros produtos tecnológicos.
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Caso o uso do silício negro venha a ser popularizar no mercado de tecnologia, espera-se que os produtos que usarem esta tecnologia - e quem não usar ficará de fora do mercado - fiquem menores, mais poderosos e também mais eficazes. As fotografias digitais já são excelentes; nem precisa citar a fotografia 3D. Imagine uma foto com este silício negro? Seria a era da fotografia em alta definição? Por que não?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Dica cultural: evento
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O contexto social da juventude
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"Atualmente, aproximadamente 53%da população total da América Latina e do Caribe tem menos de 25 anos de idade. A grande maioria desse contingente, são jovens que cresceram em uma época de dificuldades sociais, econômicas, tecnológicas e políticas, que os afetam profundamente. Estas dificuldades e o aumento da população juvenil têm enormes implicações para os governos, às economias, às comunidades e ao meio ambiente.
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O futuro da região nunca dependeu tanto de uma só geração. E nunca houve uma geração com tantas ameaças e provações. A complexidade ea magnitude das ameaças que os jovens enfrentam hoje em dia são enormes. Ainda assim, a explosão demográfica juvenil oferece uma oportunidade sem precedentes para renovar o capital humano e social da região. Seus conhecimentos, destrezas e a boa saúde são os pilares fundamentais para construir o progresso econômico e social das nações e a sustentabilidade do meio ambiente.
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Apesar de todas as dificuldades apontadas, os jovens querem ser levados em consideração pelas sociedades das quais são membros. Eles podem se tornar um tremendo recurso para o desenvolvimento, se tiverem acesso à educação, capacitação, serviços de saúde, emprego, oportunidades de autodesenvolvimento e espaço para contribuir e participar.
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Este é o momento para que todas as nações da região adotem um novo paradigma de desenvolvimento. Em vez de considerar os jovens como um problema (ou simplesmente como beneficiários), é momento de pensar neles como protagonistas ativos de seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de suas comunidades e países. Agora vêm, a fim de pôr em prática estes novos paradigmas de desenvolvimento, havendo uma necessidade grande de uma estrita cooperação entre os corpos do hemisfério, a sociedade civil, os setores públicos e privado e os próprios jovens."
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No Brasil, estudos da Fundação SEADE apontam para uma situação ainda mais aguda com um expressivo incremento da população juvenil. Apesquisa indica que entre os anos 2000 e 2005 - por conseqüência deum período de alta fecundidade no início dos anos 80 - a presença dejovens na sociedade brasileira deverá atingir percentuais elevados nunca antes alcançados em nossa história, fenômeno ligado a pirâmide populacional chamado de "Onda Jovem."
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Segundo dados do IBGE, esse contingente constitui hoje uma parcela expressiva da população, ou seja, cerca de 40 milhões de pessoas, que equivalem, por sua vez, a 40% da população economicamente ativa (PEA) do país. Como agravante ao fenômeno demográfico, temos a situaçãoconjuntural. Onde constatamos que é justamente sobre essa população que recaí o processo de desemprego estrutural e conjuntural, inerentesaos processos de estabilização vividos entre os países da AméricaLatina. Um quadro excepcional que, invariavelmente, acarreta no aumentoda exclusão juvenil.
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Para ilustrar, o IBGE constata que a taxa de desocupação dos jovens é três vezes maior do que a dos chefes de família adultos. Além disso, e de alguma forma em função desse quadro, é o jovem a principal vítima da violência e, também, seu maior agente. Após a constatação desse "drama juvenil", é importante recordar e voltar aos números: estamos falando de um contingente de 31,366 milhões de pessoas na facha do 15 aos 24 anos, ou cerca de 40milhões de jovens na faixa de 15 a 29 anos.
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Webjornalismo: terceira grande onda
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Pamela Estevo
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A maior revolução da humanidade em todos os tempos, a Internet, com sua força silenciosa, continua surpreendendo. E a ferramenta conhecida como blog, também faz sua parte. Não há dúvidas que o webjornalismo é a terceira grande onda da mídia.
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A importância de um profissional multimídia é uma das tendências do jornalismo. No meio digital não é diferente. O trabalho na web não se restringe a produção da pauta e a redação dos textos. É preciso pensar em fotos para ilustrar a matéria, boxes de informações para complementar os textos, Links relacionados que possa ajudar o leitor, conhecer a dinâmica da informação on-line. A web proporciona a facilidade de acesso às informações. Existe uma infinidade de sites de notícias e ainda diversos links nas matérias. Basta clicar e consultar mais informações e detalhes.
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Mas dentro de tanta eficácia existe a “superficialidade”. Na verdade, não é o meio que favorece matérias superficiais. Cabe aos jornalistas e editores escolher que formas vão dar aos seus produtos. Dependendo da maneira escolhida, a informação pode motivar o leitor, levando-o a buscar ainda mais conhecimento.
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O trabalho do webjornalista tem suas vantagens e desvantagens, como em qualquer outra área. O jornalista não tem muito tempo de apurar quando trabalha em portais de notícia. Tem que fazer tudo para ontem e não dá para fazer um texto mais elaborado. Acaba fazendo parte de uma engrenagem, e isso pode ser massacrante. No entanto, o trabalho tem suas vantagens: a possibilidade de corrigir erros e atualizar a notícia. Coisas que no impresso não dá pra fazer.

sábado, 25 de outubro de 2008

A (falta de) interatividade na TV Digital
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Silvio Meira
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O Brasil resolveu lançar seu programa de TV Digital - que por sinal não vai muito bem das pernas - sem interatividade. A partir de uma plataforma de hardware, para transmissão e recepção do sinal de vídeo e áudio (similar à japonesa), botamos a coisa no ar em São Paulo há quase um ano (dezembro de 2007). De lá pra cá, a penetração do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), vem andando a passo de cágado.
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Até porque, como o ministro das comunicações descobriu recentemente, ninguém mais tá falando de TV Digital, a não ser os fabricantes de set top boxes - as caixas que convertem o sinal digital pras TVs analógicas - os provedores de middleware - sistema operacional dos boxes - e os potenciais desenvolvedores de aplicações. As grandes redes de televisão, depois de terem conseguido o que queriam - migrar para o padrão digital sem admitir novas estações no espectro e excluindo as operadoras de telecom da TV Digital móvel - relaxaram e estão esperando que alguma coisa aconteça.
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A questão é… que coisa? Certamente não vai ser a TV aberta fazendo um monte de propaganda da TV Digital. Com um público reduzidíssimo - algumas dezenas de milhares de set top boxes vendidos e interesse dos anunciantes perto de zero - não há porque ninguém se preocupar, agora, com TV Digital aberta. O cabo e o satélite, também digitais e há muito tempo, vão bem, com seus 52% de crescimento em cinco anos, chegando a mais de cinco milhões de lares hoje, sem contar os gatos de todos os tipos. Um milagre pro Brasil, mas pouco ainda pra um país do nosso tamanho. Mas, mesmo assim, talvez cubra boa parte dos 15% da população que estão nas classes A e B e podem pagar por centenas de canais em casa… e que não têm nenhum interesse em TV Digital aberta, que passa a mesma coisa que já se vê na TV Digital paga.
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O que falta, mesmo? Duas coisas, talvez. Uma, outra ou as duas em conjunto. A primeira é uma programação diferente no canal digital. Tipo: o canal analógico da TV X passando Titanic pela ducentésima vez, enquanto o digital da mesma emissora passa Corinthians vs. Palmeiras ao vivo no Paulistão. Aí a TV Digital aberta, grátis (financiada por anunciantes), passaria a ter [parte d]a programação da TV paga, e o público de baixa renda, que não pode pagar por TV fechada, iria pro SBTVD na hora. Pode apostar em milhões de set top boxes vendidos em pouco tempo, dependendo só da capacidade das emissores e redes de prover uma cobertura decente pelo país afora.
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A segunda é interatividade. Poder mexer na programação, interagir com ela, apostar no resultado dos jogos, acessar o banco, pagar contas, comprar coisas com o controle remoto, marcar uma consulta, ver o boletim de seu filho na escola. A menos de um detalhe: interatividade não deu certo na TV Digital em nenhum lugar do mundo até agora. Por causa de uma mistura de padrões confusos, direitos e propriedade intelectual ainda mais confusos e falta de planos de negócios viáveis para emissoras e anunciantes, todas as tentativas de dotar a TV Digital de uma interatividade real e prática naufragaram. Aqui no Brasil, está se tentando fazer vingar uma plataforma de interatividade nacional, ainda não completamente especificada e tampouco preparada para o horário nobre.
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E aí aparecem umas idéias de botar um monte de caixas na rua com uma versão inicial (uma "beta") e, depois, trocar seu sistema operacional, ou um conjunto significativo de suas funções básicas. Algo me diz que isso é muito complexo e não vai rolar. Até porque os fabricantes do primeiro time, como Philips, Sony, etc, não vão querer desfilar com este modelito. Talvez fosse melhor tentar alguma coisa de classe mundial, um modelo de negócios em que participássemos dos resultados junto com o resto do planeta, algo que fosse ser usado em quase todo canto e mais alguns.
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Pra terminar, tenho conversado com muita gente, nos últimos anos, sobre interatividade em TV Digital. E muito dessa gente me diz que o principal problema do padrão brasileiro de interatividade para TV Digital é que ele não é muito interativo… no seu processo de definição e construção. E que uma boa parte dos atores que deveria estar sentada à mesa, decidindo principalmente o negócio de interatividade e os negócios ao redor dela, não está lá.
História do rádio no Brasil
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Raquel Porto Alegre
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O rádio, no Brasil, surgiu em meados do século XX. A primeira transmissão radiofônica aconteceu em 7 de setembro de 1922, durante a inauguração da Exposição do Centenário da Independência, no Rio de Janeiro. O público ouviu o pronunciamento do então presidente da República, Epitácio Pessoa, e a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, transmitidos diretamente do Teatro Municipal.
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A partir daí, as transmissões começaram a ser realizadas com mais freqüência. Principalmente depois do ano seguinte, quando Roquete Pinto inaugurou a primeira emissora, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Logo em seguida surgiu a Rádio Clube do Brasil, marcando o início da expansão do veículo. Naquela época a tecnologia era ainda muito incipiente. Os ouvintes utilizavam os rádios de galena montados em casa, com caixas de charutos.
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Na década de 30, entretanto, o crescimento da economia nacional começou a atrair investimentos estrangeiros, fazendo com que as indústrias se instalassem no Brasil – o que proporcionou um grande impulso à expansão radiofônica. No início, a produção dos aparelhos era feita em pequena escala.
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Logo, o rádio não alcançava a grande massa e só a alta sociedade, que tinha condições de pagar pelos aparelhos receptores. Já nas décadas de 40 e 50 o rádio se popularizou e, sem dúvida alguma, chegou a milhares de lares brasileiros. Em meados de 60, já com as transmissões da Rádio Nacional, os rádios ganharam mobilidade, pois começaram a ser feitos em novos tamanhos e formatos permitindo aos ouvintes carregá-lo consigo para onde quer que fossem. Foi então que o veículo ganhou mais alcance.
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O advento da televisão “roubou”, de certa forma, o glamour do rádio, mas não tirou do veículo seu maior mérito: a audiência. Onde quer que se vá, em qualquer canto do país ou do mundo, existe um rádio ligado. As ondas eletromagnéticas alcançam as comunidades mais distantes, o que a TV não é capaz de fazer.

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domingo, 19 de outubro de 2008

Educomunicação com audiovisual
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Wanderson Mansur
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Uma caractetística deste início de século é que as relações sociais se dão sob a interface da mídia, seja qual suporte for, a internet, a TV, o rádio, o jornal impresso, o outdoor, etc. Os meios de comunicação estão mais presentes do que nunca na vida das pessoas, criando verdades, formulando subjetividades, reverberando valores, produzindo discursos e fantasias.
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Na era moderna, instituições como a igreja, a escola, a família, o Estado, faziam esse papel de construção do imaginário social dos sujeitos. Na atualidade a nova arena social é a mídia e seus produtos.
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Uma criança de 7 anos passa em média quatro horas por dia na escola. Imagine só quanto tempo ela passa exposta aos meios de comunicação? Nessa disputa de consciência e formação da identidade cultural, os meios de comunicação tem a vantagem de serem onipresentes, de estarem em todos os lugares ao mesmo tempo. Muito antes de ir para a escola, a criança já está exposta às mensagens midiáticas, como expõe o jornalista e diretor de escola Stellio Mendes. "As informações da sala de aula se tornam insuficientes, resumidas em relação aos produtos da mídia. Então resta ao educador ter a humildade de reconhecer que esses recursos são importantes na pedagogia", afirma.
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No entanto, ele ressalta a importância de se ter uma visão crítica em relação a essas produções, de se incetivar as produções escolares locais de mídia, visando complementar os conteúdos. "Os educadores devem se prevalecer do audiovisual, para dicustir história, geografia, literatura, enfim qualquer conteúdo programático", afirma Mendes.
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O mecanismo de educomunicação, com produção e convívio com o audiovisual, pode incentivar o protagonismo juvenil, fazer com que essas crianças e jovens agucem a visão de sociedade e promovam mudanças no seu círculo de relações comunitárias. Uma proposta é utilizar curtas metragens, por ser o longa mais cansativo, despertar menos a atenção da criança e do jovem e também tendo em vista a importãncia de se discutir, ao final do vídeo e/ou filme, os assuntos relacionados a essa produção.
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No espaço escolar, o audiovisual pode tornar a experiência de apredinzagem mais dinâmica e atraente, mais parecida com o mundo que estamos vivendo. Um mundo que tem a comunicação como algo central, comenta o educador. A utilização dos recursos midiáticos pode contribuir inclusive para que essas crianças e jovens tenham uma leitura diferenciada dos próprios produtos da mídia de massa.
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Gravidez na adolescência
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A cada ano o número de adolescentes que engravidam tem aumentado; esta é uma característica de vários países, e aí se inclui o Brasil. As causas são o início cada vez mais precoce da atividade sexual e a menarca, que também tem ocorrido mais cedo na vida das jovens.
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Mais do que a falta de informação, o medo de assumir a vida sexual e a falta de espaço para discussão de valores no seio de suas famílias levam as adolescentes a se engravidar. Perdidas entre o "não pode" dos pais e o "faça" autoritário que impera na mídia, as adolescentes raramente conseguem alguém para ouvir seus conflitos e medos.
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Muitas de nossas adolescentes conhecem os métodos anticoncepcionais disponíveis. O estranho é que, assim como as desinformadas, elas engravidam quase que com a mesma facilidade. A informação, nesse caso, é necessária, mas não é suficiente.
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Adolescência: uma época muito especial
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"Ser adolescente é pertencer a uma raça muito especial", já dizia Ana Freud em meados do século passado. É normal para o adolescente se comportar de maneira inconsciente e não previsível. Lutar contra seus impulsos e aceitá-los, amar seus pais e odiá-los, ter vergonha de reconhecê-los perante outros e querer conversar com eles. Identificar-se e imitar os outros enquanto procura identidade própria. O adolescente é idealista, artístico, generoso, pouco egoísta e também exatamente o oposto: egoísta, calculista e autoconcentrado.
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A gravidez na adolescência está ligada também às características próprias dessa fase da vida. A onipotência do "comigo não acontece", a impetuosidade do "se der errado, depois agente vê", a busca de identidade no "se eles acham que isso é certo, eu faço o contrário", a energia de "vamos ver o sol nascer depois a gente vai direto para aula"...Junte a estas atitudes o pouco ou nenhum diálogo com a família, além da angústia do conflito entre o desejo e as conseqüências, para que a gravidez aconteça. Depois o argumento mais ouvido é: "não pensei que fosse engravidar".
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Países como o México e Suécia colocaram a pílula anticoncepcional à disposição das jovens em postos de saúde e incluíram explicações sobre métodos anticoncepcionais nos currículos escolares. Quase não obtiveram resultado algum. Quando pesquisadas as jovens mexicanas disseram que queriam ser mães para serem mais respeitadas. As suecas disseram que o filho dava significado a uma vida solitária e sem expectativas.

sábado, 18 de outubro de 2008

Políticas Públicas de Juventude (PPJs)
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Rômulo Halysson (*)
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Nos últimos 10 anos, o tema juventude ganhou projeção e complexidade no espaço público brasileiro. Embora a concepção dos jovens como um problema social permaneça forte, um outro movimento está se delineando. Cresce o reconhecimento de que a juventude vai além da adolescência, tanto do ponto de vista etário quanto das questões que a caracterizam e, de que as ações, projetos e políticas a ela dirigidas exigem outras lógicas, além da proteção garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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Pela ação de ONGs, movimentos sociais, de outros segmentos e, principalmente, dos próprios jovens um amplo processo de afirmação da necessidade de reconhecê-los enquanto sujeitos de direitos vem ganhando força e legitimidade. Nesse contexto o tema da juventude impôs-se na pauta das políticas públicas, mas são muitos os desafios e muitas as concepções que buscam orientá-las. Diversos movimentos juvenis procuram – cada um a sua maneira – contribuir para a inserção das questões da juventude nos espaços públicos onde se negociam direitos e políticas através de diversas estratégias. Dentre as quais, produzir e disseminar conhecimento sobre a juventude, suas expressões, fortalecer os grupos e organizações como forma de promover e difundir o chamado “protagonismo juvenil” e apoiar a criação, o desenvolvimento e avaliação das políticas públicas de juventude pelos poderes constituídos.
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No Governo Lula esta pauta ganhou mais visibilidade com a realização Conferência Nacional de Juventude, proposta pela Câmara dos Deputados, articulada pela Comissão Interministerial do Governo Federal e, que deliberou a criação da Secretária e do Conselho Nacional de Juventude. Tais espaços dinamizaram a interlocução com as múltiplas juventudes do nosso país, como também, reproduziram ações no intuito de fomentar a discussão do tema e reduzir o índice de exclusão da população juvenil do Brasil.
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Atualmente, uma forte mobilização de diversos setores da sociedade como universidades, movimentos sociais e alguns governos municipais e estaduais comprometidos com a causa se aproximam no sentido de travar os diálogos necessários para o fortalecimento dos temas da juventude. Esse momento se apresenta como o instante mais estratégico para firmarmos a idéia dos jovens enquanto sujeitos de direitos.
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Em alguns estados e municípios, programas são desenvolvidos como forma de governos e prefeituras darem sua “parcela de contribuição” para a temática. Tais iniciativas isoladas, na maioria das vezes, acabam não tendo resultados interessantes. O que precisamos compreender, de fato, é a importância das políticas públicas de juventude como políticas de estado e não simplesmente de governos, que em alguns casos usam a tais programas como meras peças de publicidade para esta significativa camada da sociedade. Torna-se necessário a construção de uma rede de ações, sincronizadas desde a menor a maior que tenham resultados eficazes.
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Aqui em nossa cidade iniciativas vem tendo resultados animadores, o projeto "Juventude Fazendo Arte" da Prefeitura de João Pessoa – que leva oficinas de arte e cultura para os Centros de Referência da Juventude – vem tendo diversas vitórias sobre as celeumas sociais que assolam as muitas comunidades atendidas nestes locais. Nos CRJs o aprendizado nas oficinas é somado a rodas de diálogos sobre o universo juvenil e suas complexidades, participação social, protagonismo. Só em 2007 mais de 3.000 jovens passaram por estas oficinas.
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Enfim, a concepção que estereotipa o jovem como um problema, um risco para si mesmo e para a sociedade, precisa ser banida do olhar social e, os governos precisam assumir de fato o seu papel, a partir da busca de soluções aos problemas da contemporaneidade, que, efetivamente, assolam a vida da nossa juventude. Ainda há muito a se fazer, mas ninguém consegue correr se não der o primeiro passo, e ouvir a juventude, suas inquietações e possibilidades é o melhor começo.
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(*) Rômulo Halysson é estudante de Licenciatura em História pela Universidade do Vale do Acaraú (UVA), produtor cultural, diretor do Centro de Referência da Juventude Ilma Suzete Gama e secretário da Juventude Socialista Brasileira (JSB) em João Pessoa.
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Oficinas de dança na Estação Cabo Branco
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A Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes vai receber nos próximos sábados e domingos do mês de outubro (dias 18, 19, 25 e 26) o projeto "Tardes com Dança", cuja proposta é oferecer oficinas gratuitas e performances de dança para o público visitante.
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Esta iniciativa tem o suporte financeiro do Fundo Municipal de Cultura (FMC) e reúne os professores, bailarinos e coreógrafos Ana Marques, Ângela Navarro, Arthur Marques e Joyce Barbosa. A idéia é auxiliar na formação dos artistas e interessados na área da dança, ampliar seus conhecimentos teóricos e proporcionar uma reflexão sobre os processos em dança que ocorrem na atualidade.
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A oficina será ministrada na Sala de Convenção 2 da Estação Cabo Branco, das 14h às 15h30. Arthur Marques será o ministrante da oficina, que terá como tema "Uma Breve História da Dança no Ocidente" e vai focalizar o contexto em que surgiu o pensamento contemporâneo na dança.
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Ao final de cada dia de oficina serão apresentadas as coreografias e performances elaboradas no decorrer dos quatro meses da execução do projeto por Ana Marques, Ângela Navarro e Joyce Barbosa. O resultado, que leva o nome de "Corpo Obsoleto", é fruto de um processo de preparação corporal específica e pesquisa de movimento desenvolvida a partir de questionamentos sobre o corpo na cultura contemporânea.
PSS-2009 e PSU: estudantes à prova
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Priscila Lima
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As inscrições para o Processo Seletivo Seriado (PSS) 2009 da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) ocorreram no período de 06 a 24 de agosto e foram realizadas através do site da Coperve. A instituição, que é responsável pela organização do concurso, disponibilizou computadores em diversas escolas para que os candidatos se inscrevessem como mais facilidade e rapidez.
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As provas do PSS são elaboradas de acordo com programas de conteúdo, estabelecidos em referência à 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. Constituídas de questões objetivas e produção textual, na prova de Redação em Língua Portuguesa. Serão aplicadas em quatro dias, sendo os dois primeiros destinados às provas da 1ª e 2ª série, respectivamente, e os dois últimos, às provas da 3ª série e Redação.
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Nesta edição do PSS a UFPB oferece um novo Curso de Letras: Línguas Clássicas (Grego e Latim) e uma graduação pioneira na América Latina, a de Ciências das Religiões, no campus de João Pessoa. Além disso, serão oferecidas mais 10 vagas para os cursos de Agroindústria, Administração e Pedagogia, no campus de Bananeiras. Assim, o total de vagas do PSS-2009 passou a ser 5.855. Em processo seletivo específico, são oferecidas ainda 120 vagas para os cursos de Música (Bacharelado), Música (Licenciatura), Teatro e Artes Visuais. Segundo o presidente da Coperve, professor João Lins, 53.710 candidatos se inscreveram para disputar as vagas oferecidas.
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No dia 20 de agosto terminou o prazo para a Coperve receber das escolas públicas da Paraíba retificações sobre alunos candidatos à isenção de taxa de inscrição. "É importante lembrar que o candidato só faz a inscrição com a identidade e o CPF. Além disso, a escola que não enviar o nome e o CPF do aluno inviabilizará sua inscrição porque ele ficará na lista de pendentes", informou João Lins. Entretanto, aconteceu exatamente o contrário com a estudante Wanessa Horrana, pois a escola em que ela estuda não enviou seu nome para a isenção. Logo, ela teve que pagar os R$ 44,00, taxa cobrada para alunos que não possuem o benefício.
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Já o Processo Seletivo Unificado (PSU), do Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (Cefet-PB), oferecerá 1.400 vagas no Ensino Superior, 1.718 nos cursos técnicos subseqüentes e 432 nos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Um novo curso superior entra na disputa: Tecnologia em Gestão Ambiental e outro integrado ao Ensino Médio, de Instrumento Musical. A novidade no ingresso aos cursos superiores é o aproveitamento de notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim como o PSS-2009, as inscrições do PSU foram feitas através da Internet.
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Outra inovação neste processo seletivo é que, além das vagas de João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras, já estão incluídas as vagas das cinco novas unidades: Patos, Monteiro, Picuí, Cabedelo e Princesa Isabel. Os cursos foram escolhidos em audiências públicas em cada um dos municípios, levando-se em conta a vontade da comunidade e a vocação da região. A estudante Lívia Barbosa está bastante esperançosa, ela fará provas do PSS-2009 - para Arquitetura - e do PSU, para Tecnologia em Design de Interiores.
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Dica cultural: Festival Mundo 2008
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Manifesto da Mídia Livre
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O Fórum de Mídia Livre acaba de lançar o seu manifesto. O objetivo é coletar assinaturas de dirigentes de entidades, intelectuais e lideranças políticas. Na seqüência, serão agendadas audiências com os presidentes da República, do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal. Segundo o manifesto, "um Estado democrático deve assegurar que os mais distintos pontos de vista tenham expressão pública, situação tão distante da realidade em nosso país. No Brasil, menos de uma dezena de famílias controla a quase totalidade dos meios de comunicação, numa prática explícita de monopólios e oligopólios – que seguem sendo realidade, embora proibidos pela Constituição Federal". Confira abaixo a íntegra do texto.
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Manifesto da Mídia Livre
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"Pelo fortalecimento da mídia livre, por políticas públicas democráticas de comunicação e pela realização da Conferência Nacional de Comunicação O setor da comunicação no Brasil não reflete os avanços que ao longo dos últimos trinta anos a sociedade brasileira garantiu em outras áreas. Tal conjuntura é uma das responsáveis pelo não crescimento democrático do país, impedindo que se torne socialmente mais justo. A democracia brasileira precisa de maior diversidade informativa e de amplo direito à comunicação. Para que isso se torne realidade, é necessário modificar a lógica que impera no setor e que privilegia os interesses dos grandes grupos econômicos.
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Não é mais possível aceitar que os movimentos sociais, protagonistas de muitos dos nossos avanços democráticos, sejam sistematicamente criminalizados – sem defesa, espaço ou meios para responder –, pela quase totalidade dos grupos midiáticos comerciais. Não se pode mais aceitar que, numa sociedade que se almeja democrática, apenas as idéias e informações ligadas aos interesses políticos e econômicos de pequenos grupos tenham expressão pública. Tal cenário nega o direito de todas e todos a ter acesso ao contraditório, violando o direito à informação dos cidadãos.
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Um Estado democrático deve assegurar que os mais distintos pontos de vista tenham expressão pública, situação tão distante da realidade em nosso país. No Brasil, menos de uma dezena de famílias controla a quase totalidade dos meios de comunicação, numa prática explícita de monopólios e oligopólios – que seguem sendo realidade, embora proibidos pela Constituição Federal.
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Ainda segundo a Constituição, deve-se criar um amplo e diversificado sistema público de comunicação, produzido pelo público, para o público, com o público. Um sistema que ofereça à sociedade informação jornalística e programação cultural-educativa para além da lógica do mercado, sintonizadas às várias áreas do conhecimento e à valorização da produção regional e independente.
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Por fim, um Estado democrático precisa defender a verdadeira liberdade de expressão e de acesso à informação, em toda sua dimensão política e pública. Um avanço que acontece, essencialmente, quando cidadãs e cidadãos, bem como os diversos grupos sociais, têm condições de expressar suas opiniões, reflexões e provocações de forma livre, e de alcançar, de modo equânime, toda a variedade de pontos de vista que compõe o universo ideológico de uma sociedade. Para que essa luta democrática se fortaleça, apresentamos a seguir propostas debatidas e aprovadas entre os cerca de 400 participantes do 1° Fórum de Mídia Livre, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos dias 14 e 15 de junho de 2008.
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Ficam estabelecidos os seguintes compromissos:
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1. Promover uma campanha e mobilização social pela democratização das verbas publicitárias públicas, com a realização, entre outras, das seguintes ações: - Desenvolvimento, pelo Fórum de Mídia Livre e organizações parceiras, de critérios democráticos e transparentes de distribuição das verbas públicas que visem à democratização da comunicação e que se efetivem como legislação e políticas públicas - Proposta de revisão dos critérios e “parâmetros técnicos de mídia” (tais como custo por mil etc.) utilizados pela administração pública, de forma a combater os fundamentos exclusivamente mercadológicos e viabilizar o acesso a veículos de menor circulação ou sem verificação;
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2. Contribuir na promoção de outras políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade por meio do fomento à produção e à distribuição;
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3. Cobrar do Executivo federal que convoque e dê suporte à realização de uma Conferência Nacional de Comunicações nos moldes das conferências de outros setores já realizadas no país;
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4. Lutar pelo estabelecimento de políticas democráticas de comunicação, na perspectiva de um novo marco regulatório para o setor que inclua um novo processo de outorga das concessões, a democratização e universalização da banda larga e a adoção do padrão nacional nos sistemas brasileiros de TV e rádio digital, além do fortalecimento das rádios comunitárias;
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5. Criar uma ferramenta colaborativa que reúna diversas iniciativas de mídia livre e contemple a diversidade de atuação dos veículos e dos midialivristas, em formato a ser aprimorado nos próximos meses pelo grupo de trabalho permanente e aprovado no próximo Fórum de Mídia Livre;
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6. Mapear as diversas iniciativas da mídia livre visando o conhecimento sobre a realidade do setor e o reconhecimento dos diversos fazedores de mídia;
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7. Propor a implementação de pontos de mídia, como política pública, integrados e articulados aos pontos de cultura, veículos comunitários, escolas e ao desenvolvimento local, viabilizando, por meio de infra-estrutura tecnológica e pública, a produção, distribuição e difusão de mídia livre;
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8. Buscar espaços para exibição de conteúdo produzido por movimentos sociais na TV pública;
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9. Incentivar a consolidação de redes de produtores de mídia alternativa, a começar da comunicação interna (listas de discussões) e externa (portal na web) dos próprios integrantes do Fórum de Mídia Livre, que deve funcionar como rede flexível, difusa e permanente;
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10. Estimular a criação e fortalecimento de modelos de gestão colaborativa das iniciativas e mídias, com organização não-monetária do trabalho, por meio de sistemas de trocas de serviço.
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Em função destes compromissos, nos propomos a:
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— realizar encontros de mídia livre em todos os estados brasileiros no segundo semestre de 2009; - realizar um Fórum de Mídia Livre de alcance Latino-Americano ou mundial em Belém, às vésperas do Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009;
— realizar no 2º semestre de 2009 o II FML Brasil, com indicativo de Vitória (ES) como sede;
— somar-se às entidades de luta pela democratização na luta por uma conferência ampla, democrática e descentralizada, passando a integrar a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação;
— envolver os movimentos sociais nas ações pelo fortalecimento da mídia livre;
— agendar em âmbito federal, estadual e municipal reuniões com o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário para apresentar as reivindicações tiradas no Fórum;
— criar o selo Mídia Livre para estar em todos os veículos, blogues etc. que se identificam e reconhecem como mídia livre;
— realizar ato público de rua em Brasília, com pauta e mobilização conjunta com outros movimentos da comunicação e outros movimentos sociais, articulado com a entrega do manifesto aos três poderes, como parte de semana de mobilização que contará também com ações de guerrilha midiática e viral."
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Fórum de Mídia Livre
Brasil, outubro de 2008.
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