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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Semana de atividades no CRJ Funcionários 1
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A diferença entre ler e aprender
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Sergio Cyrino da Costa (*)
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Há alguns anos, o saber, que estava confinado a poucos afortunados frequentadores de bibliotecas e livrarias, ganhou as ruas por algumas publicações traduzidas, em bancas de jornal. Um pequeno número de revistas deu lugar a uma verdadeira explosão de imagens, termos científicos elaborados, curiosidades, literatura, desde física quântica até criação de cachorros e lutas marciais.
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Se um viajante do tempo entrasse hoje na banca da esquina, não iria acreditar que aquela barraca onde comprava suas revistas e fascículos se transformou numa babel de ofertas. Os fascículos semanais tinham um efeito curioso sobre o psiquismo do leitor: fazer que ele se imaginasse um bibliófilo, um imortal, cercado de volumes em que beberia na cultura completa do mundo. Ressalte-se aqui a palavra "completa". O formato atual traz justamente a ideia de um saber infinito, oceânico.
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Os antigos programas de perguntas da TV, como O céu é o limite e Absolutamente certo, prometiam fortunas aos candidatos que se especializavam em determinados campos do conhecimento, devorando todo o material disponível sobre o assunto escolhido. Eles despertavam a admiração da plateia pela quantidade de informações que conseguiam assimilar e reter. Quem se propõe a estes desafios já traz previamente dentro de si o hábito ininterrupto da busca por informações novas.
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O que moveria a compulsão à informação? Como já foi dito neste artigo, o homem já nasce curioso. A criança explora avidamente seu mundo imediato e vai ampliando sua capacidade de observação, à medida que se desenvolve. Enfia o dedo nas tomadas, leva os objetos à boca, move os olhos em todas as direções, acompanhando as luzes e ruídos do ambiente, extasiada com as primeiras informações que vão se acumulando dentro de sua mente.
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Um dos maiores discípulos de Freud, o brilhante húngaro Sándor Ferenczi, escreveu um pequeno trabalho em 1923 intitulado "O sonho do neném sábio". Nele, Ferenczi diz que os pacientes adultos frequentemente relatam sonhos nos quais crianças pequenas, e até bebês, são capazes de ensinar aos adultos com extrema erudição e locução perfeitas. O tema não é inédito, já que aparece em vários mitos, inclusive na história do próprio Jesus Cristo, em que ensinava aos sábios do templo. Ferenczi interpreta que estes sonhos representam o desejo da criança de ultrapassar os adultos em sabedoria e ciência, invertendo, assim, a posição de inferioridade. Um adulto que se sentiu humilhado na infância ou atualmente, também poderia desejar vingar-se dos que tivessem criticado suas palavras ou atos.
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Em muitos casos a obsessão pela informação e pelo conhecimento representa um exercício de preparação para uma contenda verbal. Traços obsessivos são absolutamente necessários à nossa organização psíquica normal. Um dos grandes méritos de Sigmund Freud foi ter percebido que as patologias mentais fazem parte dos componentes no psiquismo normal de todos os indivíduos, em doses pequenas. Tudo que aprendemos passa a ser catalogado em compartimentos de nossa mente, como gavetas de um arquivo. Algumas pessoas possuem o impulso irresistível de encher suas gavetas mentais até entupi-las de registros novos que não conseguem digerir. O colecionismo é a obsessão dos normais. Os fascículos semanais tinham um efeito sobre o psiquismo: fazer que ele se imaginasse um imortal.
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Afinal, o que quer o compulsivo por informação? Em primeiro lugar, aprender tudo, alimentar- se de conhecimento, saciar sua sede de saber. Em segundo, que este saber responda a todas as perguntas, como uma coleção de figurinhas que se completa, adquirindo os números faltantes. O problema é que, na realidade, sempre falta algo, porque o saber não é estático. Os compulsivos não se conformam com isso. Com o aumento gigantesco do acesso à informação, boa parte das pessoas liberou seu lado compulsivo adormecido.
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(*) Sergio Cyrino da Costa é psiquiatra e psicanalista.
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'Copia e cola' pode gerar processo
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Izabela Vasconcelos
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"Copia e cola" de releases é algo conhecido pelos jornalistas, mas pior ainda quando a notícia é publicada com o crédito indevido. Foi o que aconteceu com a jornalista Claudia Yoscimoto, que teve uma matéria publicada na íntegra em um site, assinada por outro profissional. Mais que antiética, essa atitude é ilegal e pode gerar processos por danos morais.
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Na época, Claudia fazia um trabalho para o então prefeito de Mogi das Cruzes (SP), Junji Abe. A jornalista acompanhou a visita do prefeito ao Japão e divulgou o fato aos órgãos de imprensa brasileiros no país e à assessoria de imprensa da prefeitura. O caso aconteceu em 2007, mas Claudia só se deu conta quando fez uma busca pelos textos para incluir em seu portifólio. “Foi a primeira vez que isso aconteceu comigo. Quando se muda alguma coisa, tudo bem, mas dar crédito para outra pessoa, isso foi antiético”.
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Para o presidente da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual dos Jornalistas Profissionais (Apijor), Frederico Ghedini, apesar das assessorias de imprensa terem suas particularidades, os profissionais que atuam nessa área podem reclamar seus direitos. “Ninguém pode colocar o nome em um texto que não foi ele quem fez. Isso pode suscitar uma ação por danos morais. É uma questão de direito autoral”, explica.
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Outros problemas
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A jornalista Paula Batista, sócia da Lide Multimidia, agência de comunicação com sede no Paraná, conta que o fato é comum. “Isso acontece bastante, de colocar o nome do jornalista do veículo, quando não usam o assessor como fonte, aspas na matéria. Mas não há muito o que fazer, porque geralmente ficamos sabendo muito tempo depois da publicação, e lidamos com um universo muito grande de jornalistas, alguns mais conhecidos, outros não”.
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Paula considera esse tipo de situação constrangedora para explicar para o cliente e adota algumas medidas para coibir a apropriação dos textos da assessoria. “Queremos que os clientes sejam divulgados na imprensa, mas quando acontece essas coisas acabamos restringindo, evitando de pautar o veículo. Outra opção é fazer o follow-up, para inibir e permitir que o jornalista fale com o porta-voz”, afirma.
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A jornalista relata um dos episódios que ela diz acontecer com frequência. “Quando fiz um trabalho para uma ONG, enviei um release. Quando fui ver, o texto havia sido publicado na íntegra em uma página inteira de um jornal”, relembra Paula, que enfatiza que fatos como esse acontecem principalmente em veículos pequenos, mas há exceções. “Isso já aconteceu na extinta Gazeta Mercantil, publicaram um release nosso, acrescentaram apenas um olho”, conta.
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Para a advogada da Apijor, Dra. Silvia Neli, casos como estes são comuns. “Um dos mais recentes que me lembro foi o caso da publicação de uma foto como ‘divulgação’ na Folha. A foto foi enviada por uma assessoria. Ganhamos em primeira instância, mas a Folha está recorrendo”. Silvia afirma que é essencial os jornalistas estarem atentos aos direitos autorais. “É importante ter essa atenção, o que não é uma prática no mercado, porque a qualquer momento uma pessoa pode requerer seu direito”, conclui.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Semana de atividades no CRJ Funcionários 1
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Inclusão social e cidadania
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Vicente de Paula Faleiros (*)
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A questão da inclusão social está profundamente vinculada à da exclusão, aliás, duas faces da mesma moeda: as relações sociais dominantes de desigualdade expressam-se nas políticas públicas. A inclusão política na esfera do direito, não corrige de “per se” a exclusão sócio-econômica, sendo que a relação entre ambas se manifesta num movimento histórico diversificado. As lutas sociais vão modificando as relações e a construção de pactos políticos estabelece a possibilidade de novos conflitos entre as forças que apóiam ou que discordam dos pactos.
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O pacto político do pós-guerra que articulou a seguridade social para enfrentar a crise do capitalismo se modificou nos anos 70 do século XX com a crise de energia e a mundialização do capital de grandes empresas e do capital financeiro. Os estados nacionais ficaram mais dependentes da interação globalizada e da competitividade dos mercados globalizados.
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Pfaller, Gough, Therborn (1991) mostraram, num estudo sobre os EUA, Inglaterra, França, Alemanha e Suécia que a competitividade se relaciona mais com a compra e a venda de mercadorias, não estando associada à rigidez do Welfare State. Ao contrário, a pesquisa mostrou que os mais completos Welfare States, como os da Suécia e da Alemanha, foram os que obtiveram maior sucesso na orientação das suas economias nacionais e na obtenção de alta produtividade que, por sua vez, foi associada à relativa boa cooperação entre capital e trabalho como o importante ingrediente desse sucesso.
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Na lógica neoliberal, entretanto, a competitividade estaria vinculada a uma maior disciplina e baixa de salários dos trabalhadores e não à garantia de direitos. A inclusão em direitos, ao contrário do que propõe o neoliberalismo, pode contribuir para maior produtividade, pois mostra uma responsabilidade coletiva pelos seres humanos. Não se deve, pois confundir competitividade com lucratividade, pois o que os mercados capitalistas buscam é ganhar vantagens e lucros, com maior taxa de exploração.
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Os processos de inclusão e exclusão vão se estabelecendo numa correlação de forças. A exclusão do desemprego pode, hoje, estar aumentando ou se acumulando com outras exclusões que foram reduzidas com a associação entre seguridade social e existência do emprego. A inclusão pelo emprego formal tem contribuído para o pagamento da previdência, o acesso ao crédito pela estabilidade do rendimento, o acesso a referências e identidades sólidas e a vínculos sociais, como para garantia de renda e posição social.
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A perda desta forma de inclusão, típica da modernidade capitalista, também desestruturou as referências a direitos garantidos, pois os direitos da cidadania expressam as relações sociais. Por sua vez, a desestruturação e redução de direitos condicionam as relações econômicas e as referências identitárias. O fato de ser considerado “sem emprego fixo”, no Brasil, ainda está associado, por exemplo, com vagabundagem. A carteira de trabalho, para a Polícia, em muitos casos, vale mais que a carteira de identidade. No contexto de mundialização, o que parece valer é o cartão de crédito.
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A inclusão pelo consumo ostenta uma aparente identidade de crédito na praça, mas novos mecanismos vêm controlar as informações e a garantia desse mesmo crédito, por exemplo, os serviços de informação sobre o consumidor, que é chamado de “proteção ao crédito”, ou seja, proteção do lucro. Desta forma, a inclusão e a exclusão se referem às dinâmicas de expulsão ou de inserção nas esferas socialmente reconhecidas.
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(*) Assistente social, Doutor em Sociologia, Professor da Universidade Católica de Brasília, pesquisador do CNPq, autor, consultor e poeta.
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A informação com ética e responsabilidade
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Luciane Paz
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Com o avanço da tecnologia dos meios de comunicação, a informação tornou-se algo prático e de fácil acesso. Tanto para quem publica, quanto para quem lê. Mas toda essa “praticidade” refletiu o lado ruim da mídia. A ética e a responsabilidade com o interesse público foi afetado. O “bombardeio” de informações, com a internet, jornais, revistas, rádio e televisão, deram espaço para a falta de veracidade dos fatos, invenção de artigos e a falta de apuração dos acontecimentos. Como demonstra o caso do jovem jornalista Stephen Glass, que inventava matérias admiráveis e acabou tendo suas mentiras descobertas. Sua história virou filme e hoje serve de exemplo para futuros jornalistas do mundo todo.
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De acordo com o dicionário Aurélio, ética é a ciência da moral; parte da Filosofia que trata dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens nas relações com seus semelhantes. No jornalismo, a ética é conflitante na vida de um profissional. Lida-se diariamente com questões como verdade e mentira, suborno de fontes, omissão de identidade, publicações compromentedoras, entre outros aspectos que entram em pauta. Até que ponto devemos ir pela busca da informação?
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“Decodificar os dramas humanos”, para o jornalista Leandro Fortes essa é a principal função do seu trabalho. Para isso, deve-se escrever em linguagem clara e comum a todos, visando transmitir e desvendar informações inportantes de interesse público. Ir em busca de notícias, lutar por fatos escondidos, desvendar mistérios, denunciar crimes, são os principais objetivos de um jornalista comprometido com a verdade. Por outro lado, não podemos pecar na imparcialidade, distorção de informações e elitização do mercado.
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Segundo o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos. Deve pautar seu trabalho na apuração dos conhecimentos e na sua correta divulgação." Entre os principais problemas da relação liberdade com responsabilidade estão: o direito à privacidade, o sensacionalismo e a objetividade jornalística. Um exemplo clássico comprova que a falta dos princípios éticos pode gerar problemas à população, como no caso do radialista Orson Welles. Em uma transmissão ao vivo, no ano de 1938, não deixou clara a correta divulgação e a real intenção de seu programa, e gerou grande repercussão entre os ouvintes que acreditaram que a Terra estava sendo invadida por alienígenas.
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“A responsabilidade é um princípio que está relacionado diretamente com a segurança das pessoas”, é o que diz nosso Código de Ética. Algo não adotado por Welles. É por isto que os meios de comunicação devem atuar de maneira responsável e ética. Comprometidos sempre com a verdade, levando informação à população, cultura,lazer e interatividade, de maneira clara e concisa sobre os fatos que realmente acontecem no mundo.
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A informação é proporcional ao grau de desenvolviemto de uma nação. E está diretamente ligada à democracia. Deve ser acessivel a todas as classes sociais. A informação no Brasil está defasada e necessita de assistência. Cabe ao jornalista uma posição ética e conciênte para desenvolver um jornalismo de qualidade e confiança e ajudar no crescimento do País.
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FONTE: http://lucianepaz.wordpress.com
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Dica cultural: evento
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As tribos urbanas
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Adilson Schio
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Rodeadas de códigos e normas, estudadas por sociólogos e psicólogos, mal entendidas por muitos, crescendo e se multiplicando, mudando hábitos, costumes e práticas sociais, aí estão as tribos urbanas, que podem ser caracterizadas como um fenômeno juvenil dos grandes centros e que, dia após dia, ampliam sua atuação e aumentam seus adeptos. Do que se trata?
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Estamos acostumados a ver jovens “normais” em nossas comunidades e/ou cidades. O máximo do diferente é alguém com um corte de cabelo não comum, ou com uma calça jeans toda rasgada, ou ainda, jovens com roupa de cor exótica e cheios de correntes, pulseiras, botons, anéis, etc. Isso não parece preocupar. Porém, por enquanto, essa atitude é característica de nossas cidades pequenas. Nos grandes centros urbanos - e o mundo se urbaniza cada vez mais - o diferente já se organiza, tem normas, leis, códigos, adeptos...
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Cedo ou tarde este fenômeno da juventude moderna chegará até nós. É importante que conheçamos as razões de tal fenômeno para sabermos agir diante dele. Punks, rappers, clubbers, grunges, góticos, emos, hippies, rastafaris, metaleiros, cosplays, skatistas, etc, etc... Estes são apenas alguns grupamentos juvenis, chamados pelos sociólogos de tribos urbanas, encontrados diariamente nos grandes centros.
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Os Grunges, por exemplo, são filhos legítimos da recessão mundial. O movimento nasceu em Seatle, nos Estados Unidos, e os adeptos são caracterizados pela sua indumentária: bermudão abaixo dos joelhos, tênis sujos, barbichas, calças rasgadas, etc. Eles transformaram o desleixo numa provocação aos “mauricinhos” e “patricinhas”, os chamados "filhos de papai". Ainda existem outros, como os rockabillies, que amam o rock dos anos 50 e usam enormes topetes; os góticos, que cultuam as sombras e adoram poesias românticas; e muitos outros agrupamentos juvenis.
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A origem de todas essas manifestações parece ser a contestação. A violência, a apatia, o desleixo, a festa e a anarquia são as formas de contestação do mundo pós-moderno, dizem os sociólogos. Ao analisar tudo isso podemos perguntar: o que tem por trás desse estilo de vida? Olhando a História, percebemos que muitas manifestações de repúdio e revolta com os padrões dominantes se deram de uma forma muito semelhante. Porém, ficaram outras duas questões: 1) este fenômeno é um modismo, simplesmente? 2) estes jovens são assim para si ou para os outros, isto é, vestem-se e agem assim por convicção ou são assim para serem vistos e notados numa cidade/sociedade onde o anonimato é o maior medo?
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A morte da identidade pessoal promovida pela sociedade moderna e seus aparatos, não é o fim. Ainda há, na alma do jovem, a capacidade de resistir e contestar, mesmo que à margem do normal, na contra-mão da sociedade. O sentimento de vazio e descontentamento vivido pelo jovem de hoje pode levar a uma resistência diante do mundo opressor, massificador e despersonalizador. Acredito na pluralidade de opções e estilos, desde que acima de tudo esteja a vida, a liberdade, a felicidade, a construção (ou re-construção) da pessoa, não importa se ela esteja de calça azul-marinho e camisa branca ou com um macacão cor-de-abóbora da cabeça aos pés.
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FONTE: http://www.mundojovem.com.br
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domingo, 20 de setembro de 2009

Sexualidade e adolescência (parte 1)
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Ana Sudária de Lemos (*)
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Sexualidade é energia a vital que nasce com o ser humano e continua até a sua morte, manifestando-se como um fenômeno biopsicossocial que influencia no seu modo de estar, compreender e viver o mundo como ser sexuado. Sendo assim, a sexualidade e suas expressões se ampliam além do foco das respostas genitais e estão submetidas às modificações decorrentes das experiências de aprendizagem - proporcionadas pelo meio ambiente vivencial - e das transformações anatômicas e fisiológicas das diferentes fases que fazem parte do contínuo processo evolutivo do ser humano.
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Na adolescência, a sexualidade se manifesta em novas e surpreendentes sinestesias corporais, em desconhecidos desejos e nas novas necessidades de relacionamento interpessoal ocasionadas pelas alterações hormonais trazidas pela puberdade, sendo um foco importante de preocupação e curiosidade para adolescentes de ambos os sexos. A maneira como o adolescente vai lidar com a sua sexualidade, a maneira como vai expressá-la e vivê-la, é influenciada por vários fatores entre os quais estão a qualidade da relação emocional e afetiva que vivenciou com pessoas significativas na infância e vivência no aqui e agora, pelas transformações psicológicas e cognitivas trazidas pelo crescimento e desenvolvimento, até os valores, normas morais e crenças da sociedade na qual ele está inserido.
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Como um fenômeno biopsicossocial carregado de profundas transformações nessa fase evolutiva e como parte inerente da identidade, a expressão da sexualidade no adolescente é colorida pela busca de sua identidade adulta, o que acarreta algumas características específicas que valem a pena serem enfatizadas. Os conflitos que vivem com seu corpo em mudança oscilam entre o prazer do crescimento e o medo e estranheza das novidades que esta mudança acarreta. As comparações que ele faz entre o corpo ideal, criado por modelos de beleza de uma cultura de massa consumista, e o seu corpo real podem influenciar de maneira negativa no seu auto-conceito.
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Conseqüentemente, podem se refletir depreciativamente na sua auto-estima e auto-afirmação, tão necessárias ao descobrimento de si mesmo como pessoa que tem qualidades, que tem defeitos e com um potencial criativo a ser desenvolvido e utilizado durante a vida, para responder saudavelmente às demandas de um mundo influenciado por constantes e rápidas transformações e com valores mutáveis, que repercutem na sua maneira de viver e exprimir a sua sexualidade.
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Organizando-se como uma pessoa separada emocionalmente dos pais, afastando-se do seu papel de criança e experimentando papéis de adulto, o adolescente vivencia conflitos ambivalentes de dependência e independência expressos na maneira como questiona as atitudes, comportamentos e valores de sua família e sociedade. Ele constrói sua referência de valor, de ética, de moral, sua maneira de pensar e estar no mundo, relacionando-as, às vezes, contrariamente aos valores familiares e sociais. Essa reorganização de si mesmo passa por condutas peculiares transitórias, que podem se refletir na maneira de vestir e no uso de adereços, na higiene e na organização pessoal e do espaço em que vive e nas atitudes sociais reivindicatórias.
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Querendo saber mais sobre o mundo que o cerca, avaliando-o com critérios diferentes, utiliza, ao lado dos pensamentos concretos de sua infância, a sua mais recente aquisição: o pensamento abstrato, que traz elementos novos para essa avaliação. Essa nova maneira de ver e avaliar o mundo pode gerar pensamentos onipotentes, mágicos que determinam hipóteses avaliativas equivocadas que atuam como verdades e interferem no comportamento do adolescente e conseqüentemente no seu comportamento sexual. No mundo onipotente juvenil, como resultado da idéia - “comigo isso não acontece, só com os outros” - aparecem as gravidezes não planejadas e os comportamentos de risco no trânsito e na atividade sexual, entre outros.
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Nessa etapa de reorganização de si mesmo é fundamental o grupo de companheiros como suporte para o adolescente. Nesse espaço, o adolescente se identifica com outras pessoas, vivencia novos papéis, assimila outros valores que não os familiares. Enfim, o grupo fornece atrativamente, uma nova estrutura de padrões sociais e sexuais que se somará aos outros fatores anteriormente assinalados, na adoção de um estilo de vida que vai se espraiar nos seus comportamentos e maneira de viver, de expressar a sua sexualidade, com alto ou baixo risco para a sua saúde biopsicossocial.
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(*) Psicóloga, especialista em saúde do adolescente e do jovem.
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Semana de atividades no CRJ Funcionários 1
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Diluição da mídia e comunicação
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Marcelo D'Amico
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A imagem, o audiovisual, o som e o texto convivem na esfera virtual sem que possamos distinguir claramente seus limites. A informação, a publicidade e a cultura convivem misturadas na Internet: em uma mesma página eletrônica as três esferas se apresentam similarmente. Neste cenário se tem que analisar o exposto na internet como conjunto. Não é possível considerar estes formatos separadamente.
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A Internet, antes restrita aos aparelhos computadores, agora invade celular, televisão digital e muitos outros produtos. Sem dúvida, a Internet mudou e provavelmente mudará mais ainda os termos da comunicação. A ferramenta que se apresenta é fantástica, mas sua dificuldade pode ser encontrada naquilo que se oferece em demasia e no uso que dela é feito. A diluição dos tipos de comunicação permite ao usuário pensar tudo como um conjunto, sem ver diferentes intenções e linguagens em cada discurso. Neste sentido, existe a tendência de simplificação na qual a cultura ganha aspectos de publicidade e a publicidade de informação, e esta de cultura e assim tudo se diluí.
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O discurso simplificado propalado adquire ares de novidade e tendência propagando-se, por exemplo, o nanoconteúdo (palavra designadora de conteúdo informativo pequeno e rápido) como se esta fosse a vontade majoritária. Não é de assustar que logo o novo “conceito” seja admitido por sujeitos que adoram integrar-se à hipermodernidade. As intenções deste discurso muitas vezes passam despercebidas. A contextualização do enunciado acaba se perdendo no mundo prioritário da velocidade.
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A informação, a publicidade e a cultura são hoje produtos mercantis e escondem intenções de compra, venda e manipulação no bombardeio constante de informação, novidade e acontecimentos. Perdeu-se a suíte jornalística, a contextualização e o tempo necessário de análise e crítica de tudo o que é lido, assistido ou ouvido. Cada vez mais o mercado exige que se saiba um pouco de tudo o tempo todo e isto pode significar quase nada de saber concreto.
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Num mesmo sítio digital da internet a publicidade, a informação e a cultura são aparentemente iguais. Tornou-se mais difícil separar a veracidade informativa. Ao mesmo tempo o texto, som, imagem e audiovisual e as esferas da informação, publicidade e cultura estão diluídas num espaço que dificulta fixar a atenção num objetivo, facilitando a dispersão em conteúdos fugazes. Pouco existe de diálogos, pois se fala das mesmas coisas sob o mesmo ponto de vista. Empreender análise e crítica nos tempos atuais é ainda mais urgente e necessário para todos.
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FONTE: http://comunicatudo.blogspot.com
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Expectativas profissionais
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Nei Alberto Pires (*)
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O mundo do trabalho complexo e exigente de hoje produz a escassez de oportunidades. Esta realidade sugere atitudes de superação e grande dinamismo de todos nós. As oportunidades não estão dadas, mas precisam ser criadas e recriadas, a partir dos contextos em que somos envolvidos ou convidados a participar. O que gera conflito e apreensão entre nós, no entanto, são as amarras que nos prendem a um paradigma de formação e educação que considera a espera, e não a busca, elemento fundamental para a inserção no mundo do trabalho. Faltam-nos instrumentos que ativem mais a nossa criatividade e dinamismo, e menos as nossas atitudes passivas como a acomodação e a espera.
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Todas as oportunidades de trabalho que criamos ou que nos aparecem, geram uma grande expectativa. Sabemos lidar com esta expectativa? Conseguimos tirar lições de cada processo de seleção em que participamos, independentemente do resultado? Nossas tentativas de inserção no trabalho são investimentos ou são meros fins em si mesmos? Como lidamos com as frustrações?
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O trabalho é um fator dignificante do ser humano. Trabalhar, para além de propiciar a condição de sermos úteis e partícipes do mundo, nos dá, também, a emancipação e dignidade humanas. Quem trabalha, preferencialmente naquilo que gosta de fazer, investe seu tempo, sua energia e suas habilidades de tal modo que seu trabalho passa a também significar sua vida. Este aspecto é facilmente identificado através do comportamento das pessoas no trabalho.
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Todos precisamos trabalhar. Nem todos, infelizmente, temos as condições de nos dignificar com o trabalho. O trabalho precarizado, estressante, insalubre e pouco valorizado, para muitos, significa um sacrifício. E, com poucas oportunidades, muitos acabam se submetendo a vida inteira a um trabalho que não os realiza. É muito bom quando as circunstâncias de nossa vida pessoal e intelectual coincidem com as oportunidades profissionais capazes de nos envolver com as nossas melhores energias e desejos. Mas, enquanto esta sinergia não acontece, devemos aproveitar todas as experiências de trabalho como oportunidades únicas para desenvolver distintas habilidades. Estas habilidades e aprendizagens são especialmente importantes para uma melhor compreensão da complexa realidade do trabalho num mundo globalizado.
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Outra coisa a considerarmos é que não vivemos uma crise de trabalho, mas sim, uma crise de emprego. O mundo, a humanidade, por sua dinâmica de evolução, cria constantemente novas necessidades que exigem dedicação, competências e esforços humanos. Mas estas, muitas vezes, não são assimiladas e incorporadas pelo mercado de trabalho por não seguirem a lógica e os parâmetros do modelo de produção vigente.
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As políticas públicas que envolvem a temática do trabalho como a educação, a intermediação da mão-de-obra e a formação profissional precisam, urgentemente, auxiliar os trabalhadores numa melhor compreensão do mundo do trabalho. Do mesmo modo, devem permitir a construção de outras habilidades que permitam recriar o mundo do trabalho. Estas não são responsabilidades exclusivas de indivíduos e profissionais, mas de uma sociedade inteira que precisa se re-organizar, a partir da garantia de um trabalho para todos. É, não permitamos, pois, que o dinheiro público ajude a financiar as nossas frustrações e expectativas profissionais.
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(*) Professor e militante dos Direitos Humanos.
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FONTE: www.cepec.org1@gmail.com
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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Setembro no CRJ: arte, cultura e integração
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O Centro de Referência da Juventude Ilma Suzete Gama
(CRJ Funcionarios 1) apresenta:
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:: JOVEM FAZ
Nesta sexta-feira (11/09), às 18h, na Praça Lauro Wanderley;
Atividade de encerramento do primeiro semestre das Oficinas 2009.
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18:00 - Futsal feminino CRJ
19:00 - Exibição de vídeos
19:30 - Break na Praça
20:00 - Teatro CRJ: A Peça
20:20 - Grafitagem coletiva
20:50 - Batuque Arrasta Cidade
21:30 - Apresentação de dança
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:: Papo Jovem
Sempre nas quartas-feiras, às 19h, no nosso auditório;
A galera se reune para trocar ideias e ficar bem informados(as).
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09/09 - (19h) - "Formando idéias"
16/09 - (19h) - "Paquerar, ficar, namorar..."
23/09 - (19h) - "As danças do momento"
30/09 - (19h) - "Esporte & juventude"
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:: Cinema CRJ
Toda segunda (às 19h) e nas quintas-feiras às 15h, no auditório do CRJ;
Filmes, shows, pipoca e diversão para todo mundo!
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10/09 - 15h - Cirque du Soleil: Quidam
14/09 - 19h - Diáro de motocicleta
17/09 - 15h - O sorriso de Monalisa
21/09 - 19h - Entre nesta dança
24/09 - 15h - Happy Feet: o pinguim
28/09 - 19h - Domésticas: o filme
01/10 - 15h - Pelé eterno
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