Loading

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

CineSesc começa nesta segunda em João Pessoa
.
A programação do CineSesc “Brasil do Oiapoque ao Chuí”, que visa contemplar filmes ambientados nas cinco regiões do País, começa nesta segunda-feira (23/08) trazendo filmes da Região Norte. Amazonas Amazonas (15’) é o primeiro ensaio em cores do pai do cinema novo, o cineasta Glauber Rocha. O filme mostra as belezas e riquezas naturais da região Amazônica através das características marcantes do documentário Glauberiano. As intenções nacionalistas, as imagens dos trabalhadores, sua rotina, as mercadorias e produtos, são apresentadas por meio de tomadas líricas que perpassam as obras do diretor.
.
Um dado curioso desta produção é que o diretor Glauber Rocha filmou “Amazonas Amazonas” com o intuito de obter recursos financeiros para sua obra maior, “Terra em Transe”. O diretor já haveria chegado ao estado com uma idéia preconcebida, mas sentiu-se encurralado quando se deparou com uma Amazonas de riqueza, mas também de muita exploração.
.
O longa do primeiro dia de programação é dirigido por Aurélio Michiles e apresenta reflexões do próprio cinema. “O cineasta da Selva (87’)”, conta a história de um garoto que aos 13 anos atravessa o atlântico saindo de Portugal para o Brasil. Encantado pelo Rio Amazonas, Silvino Santos, deseja conhecer de perto as riquezas Amazônicas. Aos 27 anos o jovem garoto filma seu primeiro longa-metragem ambientado no Amazonas; no longa ele apresenta a Amazonas do início do século XX e com ele se torna um mito na região e um dos percussores do cinema no Brasil.
.
A programação do CineSesc desta semana continua até a sexta-feira (27/08), com exibições às 12h e às 17h, no miniauditório do Sesc Centro, tendo horário alternativo para as escolas às 9h e às 15h. Os educadores interessados podem agendar as exibições no Setor de Cultura da instituição comerciária, das 8h às 12h e das 14h às 18h. O Sesc está localizado na Rua Desembargador Souto Maior, 281, Centro – João Pessoa. Fone: 3208-2158.
A mídia tradicional cada vez mais irrelevante
.
Fernand Alphen
.
Quantos anos tem a Internet comercial no Brasil? 15 anos? Se assim for, vamos chamar a geração nascida a partir de 1995 de geração W. Para eles, inclusive para os digitalmente excluídos, a Internet não é um aprendizado, é um dado. Que você tenha ou não carro, a invenção do carro mudou a forma de organização da sociedade, dos tecidos urbanos, das mentalidades, da cultura. Que você tenha ou não acesso à Internet, a transformação é semelhante em intensidade e provavelmente maior em velocidade e abrangência.
.
É provável que esse menino de 10, 12, 15 anos tenha hábitos de consumo de mídia diferentes. É tão natural para a geração W assistir a um filme na Internet quanto era para nós assistir ao Tela Quente. É tão natural para ela baixar músicas gratuitamente na Internet quanto era para nós copiar para cassetes os discos dos amigos. É tão natural para ela se informar na Internet quanto era para nós assistir ao Jornal Nacional. É tão natural para ela ter 300 amigos de redes sociais quanto era nos relacionar com meia dúzia de colegas da escola. É tão natural copiar e colar da Wikipedia para o trabalho de escola quanto era xerocar páginas da saudosa Enciclopédia Britânica.
.
E basta observar para se dar conta de que isso muda muita coisa. Por exemplo, esses garotos talvez estejam mais maduros do que nós na idade deles e a informação que eles regurgitam talvez venha prioritariamente das microrresenhas das ferramentas de busca, das notícias espalhadas pelos amigos nas redes, da enciclopédias online.
.
Uma marca constrói sua reputação e adesão no imaginário das pessoas desde cedo. Essa também é a função da propaganda: influenciar prospects. O menino pode até nem tomar cerveja, mas a imagem das marcas se forma inconscientemente para torná-las preferidas ou rejeitadas quando ele puder ou quiser experimentar. E essa experimentação será influenciada pela imagem que se criou desde sempre, na sua cabeça, no seu coração.
.
Portanto, para essa gurizada, informação e notícia quem dá é o Google, o YouTube, a Wikipedia. Não é o jornal do seu pai, a TV da sua mãe e a enciclopédia do seu avô. Julgamentos de valor à parte – se isso é bom ou ruim não interessa mais pois é irreversível – qual é o valor que as marcas tradicionais de informação e entretenimento estão construindo?
.
Ainda que se possa dizer que não há produção de conteúdo no Google, no YouTube e na Wikipedia, que tudo o que lá está é agregado de outras fontes criadoras, a relevância nessas novas plataformas é dada por popularidade e não por reputação. Essa diferença pode fazer um blogueiro ser mais importante que uma redação de 200 jornalistas, um filme caseiro mais visto que um de milhões de dólares, um verbete escrito por uma pessoa mais acreditado que toda a biblioteca do congresso americano.
.
Por outro lado, se uma marca é indicada por outra, a imagem da segunda é subserviente à primeira. O Top of Mind, que tanto determina a prevalência de uma marca sobre as outras, fica sempre para a primeira, a indicadora, o Google, o YouTube. E isso tem consequências dramáticas para as receitas publicitárias que, na melhor das hipóteses, são divididas. O agregador fica com o bolo; e o criador/produtor, com a sobra. Enquanto os produtores de conteúdo continuarem desprezando esses já consolidados aprendizados, as novas gerações continuam acreditando, difundindo e realimentando relevâncias que não têm mais nada a ver com tudo o que nós achávamos relevante.
Dica ambiental: água potável
.

(clique na imagem acima para ampliar)

PEC da Juventude: a força jovem!
.
Gleiber Nascimento (*)
.
Sem dúvida um marco de grande importância na história do nosso país, o dia 13 de julho jamais será esquecido, principalmente por 50 milhões de cidadãos que somente neste dia, tiveram seu reconhecimento constitucional, estou falando da juventude brasileira que era o único grupo social relacionado à categoria etária que se encontrava ausente na Constituição Federal.
.
Em tramitação no Parlamento Brasileiro por cerca de cinco anos, a PEC da Juventude – como ficou conhecida a Proposta de Emenda Constitucional nº 42/2008 (antiga 138/2005, de autoria do deputado Sandes Júnior – PP/GO), regulamenta a proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais da juventude, ao alterar a denominação do Capítulo VII do Título VIII da Constituição Federal e modificar seu art. 227, incluindo o termo jovem no texto da Carta Magna, estes que até então, eram desamparados constitucionalmente, resultando em barreiras e no atraso da elaboração de políticas que atendam e respeitam as especificidades dos jovens - as chamadas PPJs.
.
Devemos reconhecer a importância desta alteração em nossa Carta Magna, promulgada pela Presidência da República no último dia 13, que representava uma necessidade fundamental de cerca de uma grande parcela da população brasileira, entre 15 a 29 anos que hoje, passam por uma carência de políticas públicas em nosso país, sendo na maioria das vezes, atendidos por organizações não-governamentais. Ao reconhecer e assistir estes cidadãos como segmento prioritário para a elaboração de políticas públicas, como já fora feito com idosos, crianças e adolescentes, avançaremos no sentido de superarmos o binômio juventude-problema para um patamar onde a juventude seja compreendida como um grupo de sujeitos detentores de direitos.
.
Juridicamente, a inclusão do termo jovem na Constituição Federal, permite que o legislativo, os defensores de direito e os órgãos colegiados formulem ações e elaborem políticas para atender as necessidades deste segmento, fundamentando por exemplo, a elaboração e efetivação do Plano Nacional de Juventude – que já tramita na Câmara dos Deputados sob a designação de PL 4530/04 – garantindo o desenvolvimento do país e melhoria da qualidade de vida dos reconhecidos.
.
Mesmo considerando que dois incisos versam sobre a promoção de programas pelo Estado, é incorreto inferir que existe algum impacto orçamentário pelo simples fato de que o Estado já realiza, não só na esfera do governo federal, como se pode observar no Ministério da Saúde, no Ministério do Trabalho e Emprego e na Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, mas, também, nos governos estaduais e municipais, programas, ações e políticas específicas, obedecendo aos preceitos ditados nos respectivos parágrafos e incisos do artigo 227e no que se refere ao Plano Nacional de Juventude, gera considerável impacto orçamentário-financeiro e, no entanto, o Ministério da Fazenda/STN considera a possibilidade de realizá-los, observando-se, é claro, os preceitos contidos na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000).
.
É preciso considerar a importância que vem assumindo a temática juventude na atual conjuntura. Basta observar o destaque nos meios de comunicação, na pauta dos Parlamentos, nos debates públicos e na Academia para se constatar o grau de evidência da temática. Outra evidência da importância que vem adquirindo está nas iniciativas governamentais. Embora seja recente a compreensão de que juventude é uma área de governo, o poder executivo nas três esferas federativas vem implementando programas, ações e estruturas institucionais destinadas ao segmento juvenil.
.
Entretanto, as políticas públicas desenvolvidas para a juventude brasileira, considerando a esfera municipal, estadual e federal carecem de um sustendo jurídico mais amplo, que as respaldem com base em uma legitimidade constituída legalmente no processo de decisão democrática do poder legislativo. Sendo assim, tais políticas terão garantido vitaliciedade e estabilidade, na medida em que ao serem consolidadas como resultado de direitos estabelecidos em texto constitucional, passam a assumir um caráter de políticas de Estado e deixam de ser políticas de Governo, sujeitas às intempéries das transições políticas.
.
Por fim, ressalto a importância deste feito que contou com a luta, a participação, o exercício da cidadania e o protagonismo juvenil de milhares de jovens brasileiros, mostrando que a juventude unida é uma juventude forte, por isso, devemos formular e desenvolver ações e projetos que estimulem antes de mais nada, o reconhecimento pelo jovem de sua cidadania, seu protagonismo e sua participação na elaboração de políticas públicas para seu segmento, seja em grêmios estudantis, órgãos colegiados, movimentos sociais ou comunitários.
.
(*) Bacharel em Relações Internacionais
e Conselheiro de Juventude em Dourados-MS.
.

Prefeitura de JP se destaca em pesquisa do IBGE
.
A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) se destaca em diversas áreas avaliadas na Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento realizado em 2009, a PMJP se sobressai em setores como Inclusão Digital, Programas Habitacionais, Políticas de Gênero, Direitos Humanos, Acessibilidade, Saúde e Guarda Municipal, dentre outros.
.
A pesquisa, que foi feita com 5.565 prefeituras brasileiras, mostra que no quesito Inclusão Digital, a PMJP está inserida no total de 60,0% das prefeituras do país que mantém página na internet, dessas, 87,6% implementavam políticas de inclusão digital. A administração municipal vem disponibilizando para a população pessoense, através da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia (Secitec), 26 estações digitais (telecentros) e anunciou recentemente a implantação de mais 10 telecentros. Em 2010, a política de inclusão digital está sendo ampliada, com a criação do "Jampa Digital", que permite acesso à internet sem fio, através de banda larga gratuita, na área da praia de João Pessoa e também na praça do Coqueiral, em Mangabeira. Outro investimento importante, citado na Munic, é a instalação de computadores na rede pública municipal de ensino, com acesso a Internet.
.
Moradias - Mas não é apenas em relação à inclusão digital que a PMJP é destaque. Outro setor que tem reconhecida atenção da administração municipal é o de Habitação. De acordo com o levantamento, a cidade de João Pessoa faz parte de apenas 6% dos municípios brasileiros que possuem uma secretaria de Habitação exclusiva para tratar de ações nessa área. E ainda está entre os cerca de 20% dos municípios brasileiros que têm Plano de Habitação, além de estar inserida dentre as prefeituras que possuem cadastro de pessoas interessadas em programas habitacionais. Só para ter uma idéia, a PMJP já entregou mais de cinco mil moradias à população em cinco anos de gestão.
.
Com relação à política de gênero, a pesquisa aponta que em 2009 existiam no país 1.043 municípios com algum tipo de estrutura direcionada para a temática de gênero, apenas 18,7% do total de cidades brasileiras, estando João Pessoa inserida nesse percentual. Outro ponto positivo da PMJP é de dispor de Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, criado desde 1997, e ainda possuir centros de referência para mulheres em situação de violência na capital paraibana. As ações voltadas para a mulher culminaram na criação da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, instituída em março deste ano.
.
A Munic aponta ainda que a PMJP se preocupa com a questão da Acessibilidade, promovendo na cidade o rebaixamento de calçadas com rampas, como também reserva de no mínimo 2% do total de vagas para veículos de transporte de pessoas com deficiência. Em todo o país, cerca de 53% dos municípios não desenvolvem ações de acessibilidade.
.
Na área de Direitos Humanos - Um tema inserido no ano passado na pesquisa, assim como Políticas de Gênero -, a administração municipal está entre os 72,5% municípios com mais de 500 mil habitantes que tem uma estrutura de gestão em direitos humanos. A PMJP tem, inclusive, um órgão responsável por receber e fazer o registro do acompanhamento de denúncias, que é a Ouvidoria Pública. Nessa mesma área, a prefeitura de João Pessoa se destaca por desenvolver políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes em risco social e também para idosos, com a existência de conselhos municipais gestores. Para fortalecer essas políticas, foram criadas na cidade casas de acolhida, de passagem e casas lar, dentre outros espaços voltados para a cidadania.
.
A Munic revela ainda dados sobre a existência de Guarda Municipal nas 5.565 cidades brasileiras pesquisadas, demonstrando que apenas 15,5% dos municípios no país possuem esse serviço. Já em relação as cidades com mais de 500 mil habitantes, em 87,5% existe a Guarda Municipal, incluindo a Capital paraibana, que criou sua corporação em 1990. Atualmente ela conta, de acordo com a pesquisa, com um efetivo total de 604 guardas, que atuam no patrulhamento da cidade, proteção de bens e serviços do município, assim como ações educativas junto à população, dentre outras atividades.
.
Em 2009, a Munic investigou pela primeira vez a organização da Saúde nos municípios. Neste setor, a Prefeitura de João Pessoa também se destaca em vários aspectos, inclusive com a existência de um Conselho Municipal de Saúde e Fundo Municipal de Saúde (FMS). A PMJP mantém ainda convênios com o setor privado para garantir um melhor atendimento em saúde à população, conforme revela a pesquisa. Além disso, apresentava em 2009, 180 equipes do Programa Saúde da Família (PSF) atuando na cidade, oferecendo melhor acesso aos serviços de saúde no município, de forma descentralizada.

domingo, 15 de agosto de 2010

O poder viral das Mídias Sociais não é de hoje
.
Chico Montenegro
.
Toda essa revolução de Redes Sociais, Mídias Sociais - que não são a mesma coisa de Redes -Marketing de Guerrilha e principalmente o Marketing Viral não são uma revolução tão nova assim. Quando olhamos o crescimento avassalador do Facebook com seus 500 milhões de usuários por todo o mundo começamos a imaginar como um simples site, que na verdade não é uma rede social e sim uma plataforma de participação e interação, consegue crescer e envolver tantas pessoas, não é?
.
Simples, o sistema criado por Mark Zuckerberg é todo trabalhado em um eficiente sistema de "viralização". Todo novo usuário chama e atrai novos usuários através de pequenos e engenhosos mecanismos que a chamamos de aplicativos para que possam impulsionar os cadastros e a divulgação a novos usuários. Todas, ou quase todas, Mídias Sociais e plataformas de interação on-line cresceram desta forma, utilizando o sistema viral.
.
Não pense que isso nasceu no século 21 e que é uma nova descoberta dos profissionais de marketing empenhados em divulgar produtos e serviços. Isso vem bem antes de Jesus Cristo colocar os pés no planeta Terra e criar sua própria Rede Social de seguidores. Em essência o aspecto viral esta impresso em nosso DNA, como em toda forma de vida. Em 10.000 a.C.; aproximadamente 1 milhão de pessoas vagavam pelo planeta. Em 5.000 a.C. havia 15 milhões e em 1 d.C., possivelmente 300 milhões. Cada mulher vagando pela Terra em 10.000 a.C,. foi responsável por produzir 300 pessoas em média no período de 10.001 anos. Desse modo, nossa taxa de crescimento não apresentava muita variação e o coeficiente viral não crescia.
.
Na Idade Média, foi necessário um milênio para se contabilizar apenas 10 milhões de pessoas no planeta. A fome, a guerra, as precárias condições de vida e doenças impediram a expansão de seres humanos. Somente em 1.700, quando a população atingia 610 milhões, é que a taxa de crescimento aumentou significativamente, ultrapassando lentamente 1 bilhão de pessoas, no início dos anos 1.800, e dobrando em um século. Então chega a industrialização, o comércio e os avanços na agricultura e no transporte marítimo que contribuíram para aumentar nosso crescimento viral. Hoje a população mundial excede 6 bilhões de pessoas e continua crescendo.
.
Percebemos que todo o crescimento do ser humano se deu a novas tecnologias e melhoria de vida. Isso acontece dentro do Facebook e das plataformas de Mídias Sociais todos os dias. Melhorias no sistema do site, novos aplicativos, formas estudadas de encontrar novos usuários são baseados na necessidade humana de crescimento e de relacionamento.
.
Entender a necessidade humana é a melhor forma de criar um sistema que viralize, principalmente em um ambiente tão rápido como a Internet. Dizia um filósofo contemporâneo que se quisermos compreender a história devemos olhar para trás, mas se quisermos fazer a história devemos olhar para frente. Compreenda o passado e as necessidades humanas e então olhe novamente para frente e veja as oportunidades que estão em sua volta.
A leitura na universidade e o livro digital
.
Sabine Righetti
.
Os estudantes estão lendo menos e as bibliotecas de escolas e de universidades estão cada vez mais vazias. Por outro lado, as formas de acesso à leitura, por meio dos livros digitais e de bibliotecas virtuais, têm potencial para ampliar significativamente o número de leitores. Esse foi o foco dos debates da XXIII Reunião Anual da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU). O evento reuniu especialistas, acadêmicos, estudantes, editores e demais interessados no auditório da Editora Unesp para discutir a leitura na universidade e o livro digital.
.
O Secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo, Carlos Vogt, que participou da mesa de abertura, destacou que o distanciamento do jovem da leitura é simultâneo às novas formas de acesso à leitura. “Há grandes instituições interessadas na circulação de livros: editoras, livrarias, grandes projetos de bibliotecas a disponibilizar a forma de acesso”, afirmou. Para ele, estamos vivendo um período de expansão do formato eletrônico de leitura, sem que o livro no formato de papel se extingua. “O livro tradicional convive hoje com novas formas de circulação dos conteúdos e dificilmente isso levará ao desaparecimento da forma tradicional do livro. O livro eletrônico traz uma ampliação das possibilidades de pesquisa”, disse.
.
No mesmo sentido, o Secretário Municipal de Cultura de São Paulo e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Carlos Augusto Calil, revelou ter observado um esvaziamento das bibliotecas nas universidades. “A questão da leitura tem sido um problema que se agrava ao longo do tempo. Cada vez mais os alunos preferem pesquisar na internet a buscar livros na biblioteca”, disse. Por outro lado, o interesse pelo livro permanece: “Temos um projeto de ônibus-biblioteca que promovem um grande interesse quando chegam às periferias”.
.
Para a presidente da Associação Brasileira de editoras universitárias (ABEU), Flavia Goulart Mota Garcia Rosa, as mudanças nas formas de leitura e de pesquisa na atual sociedade do conhecimento são grandes e as editoras universitárias precisam acompanhar o ritmo. “Precisamos estar atentos às novas tecnologias possibilitadas pela Sociedade do Conhecimento. Os questionamentos são muitos, pois envolvem o acesso e a distribuição dos livros”, disse.
.
O diretor-presidente da Fundação Editora da Unesp, José Castilho Marques Neto, reforçou a importância das editoras universitárias que, na opinião dele, “devem falar com o mundo e não apenas com o público universitário”. Ele destacou ainda que é importante que as editoras universitárias respeitem regras mercadológicas e de distribuição, que faça ações de marketing: “queremos ser lidos”. No entanto, ele destacou que a função das editoras universitárias é também “formar os estudantes”.
.
Cinema e consciência no Brasil atual
.
José Carlos Asbeg
.
Se os olhos são a janela da alma, o cinema é a janela da consciência. Uma sala de cinema é como um livro, um portal para um mundo novo de compreensões. Criar cinemas é criar espaços de consciência desde as coisas mais banais até as observações mais complexas da vida, do nosso cotidiano, do nosso país, possibilidades de percepção do mundo, crescimento humano. Quando a sala escurece, o filme nos ilumina. A experiência coletiva de ir ao cinema é um dos rituais culturais mais marcantes de todo o século XX, o século de consolidação da imagem como o mais poderoso instrumento de informação.
.
A proposta governamental de novas salas de exibição por todo o país, em cidades que tenham entre vinte mil e cem mil habitantes é um primeiro esforço para levar a informação e a cultura cinematográfica a milhões de excluídos. Que o Brasil tem um déficit alarmante de salas de cinema é sabido e lamentado há anos. Há anos, também, vemos cinemas de rua virar igrejas ou mercadinhos de bairros - na verdade, não há quase diferença entre um e outro. Os cinemas hoje praticamente se
escondem em centros comerciais.
.
Portanto, a notícia é animadora, mas traz vários pontos de interrogação. É preciso desembrulhar o pacote da ação ministerial, que ainda deixa margem a dúvidas. Ao lado da boa intenção muitas vezes vem a ação que pode acabar dando em nada. Trata-se de uma excelente oportunidade para se discutir mais amplamente a indústria do cinema no Brasil. Seria uma pena perder mais esta chance. O programa pode apontar para uma necessária renovação nas relações do setor cinematográfico do país. Vamos a alguns pontos:
.
01. Muito bom que as cidades pequenas ou do interior do País recebam este incentivo, mas porque os grandes bairros periféricos de megalópoles como Rio e São Paulo, Recife, não recebam a mesma atenção? Os moradores dessas regiões tem que se deslocar até áreas distantes para ver um filme. As periferias precisam ser contempladas também, neste ou em outro programa, urgentemente.
.
02. Estas novas salas, fala-se em 1.177, serão construídas com dinheiro público, ou seja, do povo brasileiro, portanto, é obrigatório que elas sejam um espaço para o cinema brasileiro e para todo o cinema brasileiro. Pode parecer redundante, mas não é. O novo cinema comercial brasileiro, que este ano bate recordes de público, é uma ponta de lança na reconquista do espectador nacional. Isso é excelente. Mas há outras vertentes do cinema brasileiro que precisam de espaço, como os filmes que não recebem lançamentos tão ruidosos na mídia e os documentários, que vasculham a história, a contemporaneidade, a cultura e até mesmo a alma do Brasil. Estes filmes, a grande maioria de ótima qualidade técnica e verdadeiras declarações de amor ao nosso país, precisam ser igualmente contemplados pelas novas salas.
.
03. Já que se trata de dinheiro público, com obrigação das prefeituras de concederem isenção de tributos aos novos exibidores, é preciso que estes cinemas não sejam mais um local privilegiado do cinema americano dentro do país. Sem nacionalismo rastaquera, mas não podemos dar de mão beijada milhões de novos espectadores à indústria Hollywoodiana, que nos impõe um dumping - aliás, por que esse dumping nunca é denunciado? Por que as autoridades fiscais não cuidam mais disso? - que nos enfia goela abaixo filmes que cultuam a violência e o heroísmo individual como formas de ação social e que em nada contribuem para a formação cultural do público brasileiro. Pelo contrário, cada vez mais nos afastamos de nossos valores, ou seja, nos afastamos de nós mesmos para sermos mais americanos do norte.
.
04. A ação federal prevê que a prefeitura da cidade conceda isenção fiscal, escolha um empresário que construirá e administrará a sala, e consiga um deputado de seu estado para fazer a emenda ao orçamento e trazer para a cidade 1 milhão e 500 mil reais, custo determinado de cada sala. O que determinou a escolha deste caminho? Por que a intermediação política? Quem fiscalizará quem? Como foi calculado o custo de cada cinema? Estamos falando de 1 bilhão 765 milhões de reais que serão movimentados. É um bocado de dinheiro. Se dinheiro na mão é vendaval, como canta Paulinho da Viola, dinheiro público é água, evapora num segundo no calor tropical.
.
05. Um dos grandes nós da cadeia cinematográfica brasileira é a divisão da renda de bilheteria, o que leva os produtores a buscar remuneração quase que exclusivamente na fase de produção dos filmes e não no retorno de bilheteria, como acontece com qualquer outro produto oferecido ao mercado consumidor, Em geral os exibidores ficam com metade da arrecadação do filme. È exorbitante, altamente injusto. Em seguida, os distribuidores retiram suas parcelas e recuperam os gastos que informam ter tido com lançamento. Esses percentuais chegam depois dos impostos, cobrados em cascata - do exibidor, do distribuidor e, por fim do produtor. Quando o produtor vai receber sua parte, é uma raspinha de nada, logo ele, que empreendeu, que gerou aquele produto, que movimentou a indústria, deu trabalho a centenas de profissionais, ocupou laboratórios e arquivos. Essa relação é um castigo para os produtores e um ciclo vicioso sem saída. Se os produtores não conseguem remuneração de bilheteria, buscam nos orçamentos da produção a saída para seus bolsos, o que é uma inversão do princípio capitalista que rege as relações comerciais no Brasil e no mundo ocidental. Na verdade, os produtores brasileiros são completamente desesperançados da venda de seus filmes. Quando acontece um sucesso (ainda bem) ou ele é exceção à regra ou vem num movimento de grife, caso hoje das películas chanceladas pela Globo Filmes. As novas salas podem ajudar a mudar esta relação.
.
06. A exibição digital já é uma realidade no país e traz a vantagem de baratear enormemente custos para toda a cadeia cinematográfica, desde a produção, passando pelo lançamento até a exibição. Estas novas salas precisam obrigatoriamente ser digitais e não mais analógicas, porque trazem duas vantagens imediatas: primeiro, e importantíssimo, o ingresso pode e deve ser mais barato, porque toda a cadeia tem custos menores, o que possibilita o acesso do cinema a um maior número de espectadores; segundo, e não menos importante, o cinema digital impõe muito menos dano ao meio ambiente - ver trabalhos assinados por Adailton Medeiros, do Ponto Cine, no Rio de Janeiro.
.
07. É preciso abrir a construção das novas salas para grupos de reconhecida capacidade exibidora e que se dedicam de fato à formação de platéia para o cinema brasileiro e para o cinema de consciência, como, por exemplo, o Ponto Cine e o Cine Bancários, de Porto Alegre. São salas que se dedicam a um trabalho sério, onde predominam as produções nacionais. São dois exemplos, dois espaços aliados dos produtores, duas salas de excelente qualidade técnica e de enorme preocupação com o que é oferecido ao público. Se o objetivo da medida é apoiar o setor exibidor, que os circuitos alternativos de comprovada competência sejam ouvidos e tenham a oportunidade de participar deste esforço nacional.
.
08. As novas salas precisam ser, por fim, blindadas da picaretagem imobiliária. Não podem ser construídas e logo depois transformadas em igrejas, que trazem uma proposta inteiramente oposta à do cinema: um filme é uma viagem da consciência; a religião comercializada dos novos cultos é o pesadelo do infortúnio castigado. Os exibidores-donos dessas salas não poderão vender ou demolir os imóveis nem daqui a cinqüenta anos e quando o fizerem que tenham a obrigação de construir um novo cinema para comunidade que pagou pela construção da que foi demolida ou vendida.
Que venham as novas salas, mas que sejam para abrir corações e mentes, desde a proposta de construção, passando por uma nova relação remunerativa do tripé cinematográfico, até o encontro do cinema com o público.
O “barato” das repúblicas estudantis
.
Ao mudar de cidade, após a difícil etapa dos vestibulares, os estudantes passam pelo desafio de montar uma república. A mobília torna-se fundamental não somente pela estética, mas principalmente pela funcionalidade e bem-estar que estão ligados a ela. Surge assim, na busca emergencial por móveis e eletrodomésticos, caminhos alternativos que alimentam um comércio diferente: o de móveis usados.
.
Para conseguir produtos baratos e de qualidade é preciso um trabalho de pesquisa intenso por parte de quem quer comprar. A investigação deve ser quase tão minuciosa quanto o cansaço para se encontrar boas opções. A busca em anúncios de jornais, murais e lojas especializadas tanto em usados como novos é fundamental para o esclarecimento e a realização de um bom negócio. “O móvel usado é mais barato, mas precisa haver uma pesquisa para saber se realmente está comprando por um preço bom”, diz a dona-de-casa Maria de Lurdes Soares, ao comprar móveis para
montar a república do filho.
.
Para a especialista em Habitação e Manejamento de Interiores, Elza Maria Guimarães, “quanto mais você freqüentar as lojas de móveis usados, mais você se acostumará a ver as peças que são boas e valem a pena serem compradas. É uma questão de treino”. Contudo, na urgência que normalmente vivem os estudantes, não há tempo para “treinar” o olhar e, por isso, cuidados devem ser tomados para não se cair em ofertas tentadoras. Na hora da compra, Guimarães alerta: “pergunte-se se você realmente precisa daquele móvel, se ele cabe na sua república ou se combina com as outras peças que você já tem”.
.
As lojas especializadas em usados sofreram, recentemente, um aumento de popularidade entre os estudantes. Porém, alguns não gostam desse caminho para adquirir seus móveis. O estudante de Economia, Cláudio Vivas Neto, optou pela compra do usado sem a mediação das lojas “para não correr riscos, pois conhecia amigos que sofreram com a demora dos donos da loja para fechar negócio”. Já para o estudante de Gestão de Agronegócio, Tarcísio Cremonezzi, “a melhor alternativa é a loja de usados, pois não há a preocupação com a entrega (que é gratuita), o transporte ou a montagem do móvel. Tudo fica a cargo do dono da loja”.
.
Segundo Gisely Arruda Abranches, dona de uma loja de móveis usados, “o estudante perde menos (dinheiro) ao adquirir um móvel usado”, pois além de comprar já por um preço mais baixo, poderá vender novamente quando for embora da cidade. De acordo com Abranches, os interessados em vender seus móveis devem fazer um agendamento prévio para que um funcionário da loja faça uma avaliação sem compromisso da mercadoria. Se o negócio for fechado, agenda-se também um horário para buscar o móvel.
.
A compra de eletrodomésticos também requer cuidados especiais. “Às vezes é possível comprar uma geladeira usada pela metade do preço da nova. Mas é preciso saber em que estado se encontra este equipamento. Se a borracha que veta a porta não estiver em bom estado de conservação a geladeira poderá consumir mais energia. Fogão a gás também requer uma vistoria mais detalhada. Se precisar de reparos, é bom verificar o quanto custará antes de fechar o negócio”, alerta Guimarães.
.
Em caso de mercadorias que apresentem defeitos, o consumidor precisa saber que, mesmo se tratando de usados, a loja onde realizou a compra oferece assistência para reparos e garantia de três meses. Talvez o único problema sem solução sejam os cupins encontrados em alguns móveis. De acordo com Guimarães, “cupim determina a desistência da compra. Se o móvel estiver tomado pelos insetos não vale a pena comprar, pois eles podem passar para outros móveis da casa”.
.
Se o estudante quer baixo custo para mobiliar uma casa, não é necessário comprar tudo que precisa, pois ao “colocar a mão na massa” pode descobrir uma nova função para um caixote de madeira ou um móvel velho da família. O caminho mais econômico e que evita o desperdício não é o comércio de usados, mas sim aquele que transforma e reutiliza o velho através da criatividade.
Semana da Juventude em JP debate a paz
.
A Prefeitura de João Pessoa (PMJP), através da Coordenação de Juventude da Secretaria da Juventude, Esporte e Recreação (Sejer), realizou entre os dias 10 e 12 de agosto a III Semana Municipal da Juventude. Este ano, a atividade tiveram como tema "Juventude pela paz: não a criminalização dos(as) Jovens".
.
Na abertura da Semana (10/08), a programação teve início às 14h com várias atividades descentralizadas. Foram realizadas rodas de diálogo e debates, além da exibição de filmes nos Centros da Juventude (CRJs) do Rangel, Mangabeira e Funcionários I. Na última quarta-feira (11/08), a juventude se encontrou no ginásio do Lyceu Paraibano para discutir sobre as 'Drogas nas Escolas'. A roda de conversa teve a participação de representantes da Secretaria Nacional Antidrogas; da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público. E no Dia Internacional da Juventude (12/08), as atividades culturais e de serviço se concentraram no Ponto de Cem Réis.
.
A III Semana Municipal de Juventude teve como público alvo pessoas entre 15 e 29 anos beneficiadas com programas sociais, ações realizadas pela Prefeitura ou organizações da sociedade civil. O objetivo geral do encontro foi construir e fortalecer o diálogo permanente com os jovens sobre os principais temas de seu interesse, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que regulamenta a proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais dos jovens.
.
"A partir desse encontro temos condição de planejar e executar políticas públicas voltadas a essa parcela da sociedade. Por isso, durante essa semana promovemos debates, abrimos espaço para apresentação de grupos artísticos e exposição das ações que são desenvolvidas pela juventude", enfatizou Joana D'arck Ribeiro, coordenadora de juventude.
.
Foram envolvidas nesta ação de fortalecimento das Políticas Públicas de Juventude as Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social (Sedes); Educação e Cultura (Sedec), Comunicação (Secom), Saúde (SMS), Emlur, Funjope, STTrans, Guarda Municipal, além da sociedade civil organizada, a exemplo de entidades não-governamentais, movimento estudantil e Rede de Jovens do Nordeste.
.
Este ano, a Organização das Nações Unidades (ONU) comemora o 'Ano Internacional da Juventude' promovendo os ideais de paz, respeito pelos direitos humanos, liberdade e solidariedade. Vários eventos internacionais estão programados para acontecer neste mês de agosto, a exemplo do "5º Congresso Mundial da Juventude", em Istambul; a "Conferência Global", na cidade de Cancun (México); e os "Jogos Olímpicos da Juventude", em Cingapura (continente asiático).
.
O Dia da Juventude é comemorado em João Pessoa em 12 de agosto, após a aprovação da Lei Municipal n° 11.739, de 27 de Julho de 2009. A primeira 'Semana Municipal da Juventude' foi realizada em outubro de 2007, com a criação do Programa Empreender Jovem.
.