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sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Força da juventude

Gleydson Francisco


Na sexta-feira (10/08) realizou-se na Praça Pedro Américo - Centro de João Pessoa - uma grande manifestação para debater assuntos relacionados ao meio estudantil, marcando a comemoração referente ao Dia do Estudante.

Na ocasião, representantes do Governo Municipal e lideranças estudantis discutiram a importância e a continuidade do Movimento Estudantil (ME) na Paraíba; a questão da meia-passagem nos transportes coletivos; a questão das cotas nas universidades; entre outros temas. Entre os debatedores, compareceram: o coordenador de Políticas Públicas para a Juventude, da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), Joubert Fonseca; o coordenador de Capacitação Profissional Pró-Jovem, Tiago Pacheco; o porta-voz do Governo Municipal, Ubiratan Pereira; o ex-vice-presidente da UNE, Washington Feitosa; o representante do Centro Estudantil Metropolitano (CEM) de João pessoa, Márcio Barros; e o representante da União dos Estudantes Secundaristas da Paraíba (UESP), Leandro Costa.

A platéia estava formada por estudantes de escolas públicas e particulares da Capital paraibana. Foi mencionado nos discursos o respeito aos estudantes, o incentivo para buscar nossos interesses e a construção coletiva das lutas. "Um novo olhar é possível!", dizia uma faixa colocada acima dos palestrantes.



A História nos mostrou que os estudantes venceram a ditadura no Brasil, uma guerra pela redemocratização do País. Mas isso não representou o fim dos embates, pois ainda temos muito a fazer e conquistar. Desde a luta por melhores condições de ensino, maior acesso às cotas universitárias, entre outras demandas do Movimento. Turbulências e tumultos marcaram este processo de reabertura política, alterando a realidade social vigente e devolvendo a sociedade civil o direito de participação na vida pública. Muito sangue foi derramado.

Hoje os estudantes vivem em uma sociedade mais acomodada. A democracia tem se fortalecido ao longo dos anos e a população já possui certa consciência crítica em relação à política. Portanto, deve aprender agora a utilizá-la a seu favor, de forma participativa e ética.

Mas o Dia do Estudante não ficou apenas nas conversas e debates sobre o ME. As oficinas dos Centros de Juventude de toda a Capital participaram da comemoração, contagiadas pelo som quebrado do Hip-Hop, misturado ao ritmo da percussão, a ginga da capoeira, enquanto a Oficina de Jornalismo fazia a cobertura dos acontecimentos. O pessoal do Grafite destacou a beleza dessa arte.
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Segundo os comentários de Mayke, instrutor dessa Oficina no Centro da Juventude do Alto do Mateus, "o trabalho está sendo desenvolvido agora, mas desde o começo havia uma 'molecada' querendo pintar com latas de spray. Tentavam fazer Grafite utilizando pincéis, iam para o muro da quadra esportiva. Foi aí que começamos a ensinar a História do Grafite, surgido em meados dos anos 70, nos EUA e que entrou no Brasil via São Paulo, espalhando-se rapidamente por todos os estados da Nação.
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“A nossa Capital vem passando por um processo de reforma urbana, uma espécie de movimento cultural em relação ao Grafite. No Alto do Mateus, por exemplo, estamos fazendo de tudo para desenvolver o trabalho da melhor forma possível, levando para a comunidade um pouco de arte”, disse o professor Mayke.
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De acordo com Débora Vieira, facilitadora da Oficina de Jornalismo do CRJ Adalberto da Silva Fernandes, o Dia do Estudante é importante para que a sociedade lembre dos acontecimentos históricos relacionados ao Movimento Estudantil. "Além disso, seria muito interessante se os estudantes tivessem se organizado para fazer suas reivindicações e também tirar dúvidas, já que está sendo debatido o tema das cotas nas universidades", avaliou Débora.
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Após uma breve observação, podemos dizer que o Movimento Estudantil de hoje está muito defasado, muito "escondidinho". Aquele que um dia foi organizado e forte está completamente cheio de política. “A partir de hoje, as pessoas ligadas a este processo devem tomar consciência para reorganizar o ME na Paraíba, passando a reivindicar melhores condições para os educandos”, comentou Débora Vieira.
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E assim foi o Dia do Estudante em João Pessoa. Já que “um novo olhar é possível”, devemos estar prontos para lutar com unhas e dentes por nossos direitos, evitando os prejuízos causados pelas injustiças e pela opressão do capitalismo.

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