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quarta-feira, 12 de março de 2008

Laços que unem a comunidade
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Brian L. Steffens (*)
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Um tema atual na mídia é descobrir como envolver os cidadãos em atividades cívicas. Os jornais estão testando o aumento de cartas on-line aos editores, blogues locais e pessoais, fóruns on-line e várias formas de conteúdo criado pelo cidadão.
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Segundo argumentam algumas pessoas, os jornais comunitários nunca perderam o contato com suas comunidades e a ênfase em novas tecnologias está mal colocada. Leitores de pequenas cidades sempre tiveram acesso aos editores, repórteres e proprietários de jornal. Eles conversam enquanto estão na fila do supermercado, em reuniões de clubes de serviços, na igreja e na barbearia ou no salão de beleza. A distância entre leitor e jornal é menor do que em grandes cidades ou áreas metropolitanas.
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Um benefício inesperado da nova tecnologia para os jornais comunitários talvez seja a expansão da antiga rede de correspondentes. Os pequenos jornais sempre enfrentaram dificuldades com quadros de pessoal pequenos, poucos repórteres ou fotógrafos para estar em vários lugares ao mesmo tempo, especialmente quando eventos do conselho escolar e do governo, as competições esportivas e as atividades na igreja acontecem na mesma noite.
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Os jornais comunitários há muito contam com profissionais em meio expediente ou voluntários eventuais para ajudar em reportagens de reuniões ou eventos aos quais os funcionários da redação não podem comparecer ou para contribuir com colunas sobre temas de interesse local. Com laptops e câmeras digitais, praticamente qualquer pessoa pode tornar-se repórter ou fotógrafo de seu jornal local. Isso tem fortalecido não apenas o contato entre a comunidade e seu jornal, mas também as relações dentro da comunidade.
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Muitos jornais americanos estão produzindo edições complementadas com matérias enviadas pelos moradores locais. São notícias e informações que não atendem necessariamente às exigências de espaço do jornal impresso nem à orientação do site do jornal para notícias fundamentadas.
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A complementação é repleta de fotos de recém-nascidos e formandos de faculdades divulgadas por pais e avós orgulhosos, eventos sociais da comunidade e até os maiores legumes cultivados e animais de estimação favoritos. Há histórias pessoais, lembranças, relatos de reuniões e eventos que os jornalistas não puderam cobrir, notas sobre grupos da igreja e da escola que freqüentemente não têm cobertura jornalística, receitas locais, colunas, comentários e cartas ao editor. As melhores matérias são reunidas em uma publicação impressa semanalmente - notícias de, sobre e pelo seu vizinho.
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A tecnologia é uma coisa eficiente e seus primeiros adeptos impulsionam partes importantes do crescimento econômico. Mas, às vezes, é apenas outra ferramenta para ajudar pessoas e comunidades a fazer o que sempre fizeram: entrar em contato umas com as outras.
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(*) Brian L. Steffens, professor de jornalismo e diretor executivo da Associação Nacional de Jornais dos EUA (ANJ).
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