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terça-feira, 3 de junho de 2008

Filmando sensações
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Rômulo Halysson (*)
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É percebido o poder que a mídia exerce sobre as pessoas. A preocupação ao assistir os telejornais, o desejo pelo consumo provocado pelos anúncios publicitários, o besteirol dos programas de auditório e, é claro, o frisson tolhido de clichês difundidos pelas novelas. É muito fácil também, perceber as pessoas estão envolvidas mais numa circunstância habitual, recorrente e até estimulada pelo contato de seus pais com a sistemática desses elementos de comunicação do que propriamente no conteúdo encontrado nestes espaços de mídia – se é que existe algum.
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De um modo bastante atropelado e, distante das necessidades múltiplas da população tais inserções criam circunstâncias, evidenciando situações vividas pela população, sobretudo a classe média, onde mostra suas inquietações existenciais, sociais e financeiras. Das camadas mais populares recria problemas sociais com humor, peculiar para quem quer esconder alguma coisa. Do ’alto escalão’ da sociedade brasileira envereda brigas incomensuráveis pala manutenção do poder.
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Em alguns momentos se torna difícil diferenciar as manchetes do telejornal de sete e o capitulo da novela das oito, e não pela proximidade do tema, mas pela leitura quase idêntica. Esses arremedos televisivos de uma forma remota, porém, intrínseca têm sido determinantes para o processo de formação sócio-cultural da juventude. Para quem vivem numa situação mais precária, está antenado nos fúteis atrativos “novelisticos” e afãs consumistas ‘publicizados’ com intenso volume pelos meios de comunicação, é a única alternativa de contato com a ‘arte’ e a informação.
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Diversas alternativas têm aparecido como forma de frear esse processo draconiano de falsa elucidação das dúvidas da população. Rádios Comunitárias, fanzines, blogs, e outras ferramentas ocupam espaços importantes nas mais diversas comunidades, mostrando formas diferentes de diálogos, ao mesmo tempo, em que apresenta possibilidades reais de envolver a população na suas temáticas.
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Mais do que nunca, é extremamente importante oportunizar a juventude ao conhecimento – mesmo que básico – sobre o universo midiático a partir de palestras, oficinas, debates e micro-cursos, enfim, e esta precisa ser tarefa de outros atores sociais, sobretudo, da escola. A educação não pode mais está condicionada a relações distorcidas onde o professor repassa ao aluno conceitos pragmáticos e muitas vezes arcaicos de determinada disciplina, sem integralizá-la ao quadro sócio-cultural vivido por ele.
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Observar de uma forma distinta as questões do cotidiano, quer dizer, a partir do olhar da juventude é uma meta ousada. Neste sentido, a proposta do “1º Festival de Vídeos Alternativos dos Funcionários I”, remete bem esses aspecto. Estimular a produção artesanal e artística de vídeos sobre seu inquieto universo juvenil, como forma de repassar as informações necessárias para que nuances criticas desenvolva-se naturalmente, trazendo consigo novas possibilidades e perspectivas é no mínimo perfeito.
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É assim, desde inicio, que, desafiadoramente, o nossa gestão à frente do CRJ* tem conseguido dar respostas importantes às mazelas sociais que assolam o cotidiano nublado de instabilidades e dúvidas da juventude dos Funcionários I. Com desprendimento, articulação, diálogo e muita, mas muita coragem...
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(*) Diretor do CRJ Ilma Suzete Gama
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