Debates para uma nova Comunicação
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Carolina Gutierrez
Marília Arantes
Thaís Chita
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Notícias impressas nos saquinhos de pão e motoboys que criaram seu próprio jeito de fazer cobertura diária do que acontece na realidade dessa profissão são algumas experiências lembradas na abertura do 'l Fórum Mídia Livre', como maneiras de produzir informação de maneira independente. A partir de tais vivências, como poderemos identificar, reunir e compartilhar conhecimento? E não só, como ocupar, reformular e/ou reconstruir espaços contra-hegemônicos no campo da comunicação rumo a um processo democrático, educativo, em que a sociedade civil organizada se reconheça de fato?
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Cinco eixos temáticos fizeram parte dos debates entre as(os) 350 comunicadoras(es) vindos de diversas partes do País. As (des)conferências abordaram a Democratização da Publicidade Pública e dos Espaços na Mídia Pública, Políticas Públicas de Fortalecimento da Mídia Livre, Fazedores de Mídia, Formação para Mídia Livre e Mídias Colaborativas, Novas Mídias.
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Na mesa de abertura, Ivana Bentes, pesquisadora da Escola de Comunicação da UFRJ, ao falar em pé, quebrando o formato tradicional de conferência, chamou a atenção para a importância de se preservar o consenso e o dissenso, para que a altermídia não se transforme em outra hegemonia. Para ela, a saída não é fazer uma Globo de esquerda nem fazer uma central única da Mídia Livre. “Precisamos preservar a descentralização, diversidade e horizontalidade”. Citando a concepção dos midiativistas italianos, lembrou: “Se você odeia a mídia, torne-se mídia.”
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Na opinião de Renato Rovai, editor da Revista Fórum, a questão acerca de uma efetiva ação dentro de novos caminhos nos quais podemos facilmente nos perder, concentra-se na força de enfrentar a impossibilidade de mudança. “Como disse Galeano, o poder do império midiático é como um grande rinoceronte. Não se pode enfrentá-lo sendo pequeno, mas irritá-lo aos poucos como marimbondos.”
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O coronelismo da imprensa torna a comunicação um bem escasso, cabendo às novas mídias propostas de enfrentamento. “É fundamental que o direito humano à comunicação passe pelo de acesso a ela. Para isso, é imprescindível a presença do governo por meio de políticas democráticas de comunicação: tornar rádios, TVs, cinema e internet em um bem público e comunitário”, afirmou Gustavo Barreto, do Consciência.Net. Barreto apontou a construção de uma rede de redes como um dos caminhos. Segundo ele, os conteúdos da mídia independente devem circular – haver trocas – para que se consiga destruir o oligopólio.
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Para o assessor do Ministério da Cultura Cláudio Prado, no cenário de cultura digital, por exemplo, é necessário que as políticas públicas incentivem as rádios comunitárias, entre outras mídias livres. Isso possibilita a formação da contra-cultura dentro da própria cultura. “Lembrando que corações e mentes devem funcionar juntos, mais do que a simples assimilação de informação pelo ‘download’, precisamos nos ater ao ‘upload’, ou seja, a capacidade de produção colaborativa entre os diversos fazedores de mídia.”
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O assunto sobre comunicação é genuinamente polêmico e, por isso, gera concordâncias com a mesma intensidade das discordâncias. A começar pelo nome: Mídia Livre. Para o jornalista Gilberto Maringoni, o conceito traduz a situação, por exemplo, da grande imprensa “que é livre porque faz o que quer”. “Desejo uma mídia democrática em que os processos de construção dela sejam concretamente efetivados de maneira compartilhada.”
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FONTE: http://diplo.wordpress.com
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