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terça-feira, 29 de abril de 2008

Juventude & cultura
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Priscila Lima
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A cultura conseguiu romper as barreiras da hipocrisia e se tornar independente, a partir de suas formas de agir e compreender o universo a nossa volta. Surge então a idéia de que somos cultos, capazes de atingir um nível mental elevado, nos proporcionando mais clareza sobre os fatos e construindo uma opinião mais crítica e coerente com a realidade.
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A História revela que os grandes mestres da cultura foram jovens, virtuosos e inovadores. Através de inúmeras manifestações culturais, a juventude demonstrou, por exemplo, coragem para lutar contra a ditadura no Brasil e combater as falhas impostas pela censura, utilizando músicas, peças teatrais e outras formas de arte que marcaram a vida cultural do País.
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Nas décadas de 60 e 70, através das mobilizações estudantis contra o poder ditatorial, a juventude apresentava seu descontentamento e revolta. Porém, quem não tinha acesso à educação formal – naquela época era bem mais difícil encontrar jovens pobres nas escolas e faculdades – recorria à Cultura Popular para manifestar-se livremente. Como disse o mestre de ciranda Manoel Baixinho: “Quem não tinha dinheiro se virava com o que tinha em mãos, que era a Cultura Popular”.
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Além das dificuldades que os jovens pobres daquela época tinham para estudar, existia também a falta de divulgação da cultura, pois era passada de pai para filho. Portanto, quem quisesse fazer parte do cenário artístico do País teria que ir de encontro aos mestres.
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Nos dias atuais a situação é bem diferente. As atividades culturais são as principais formas de expressão dos jovens na esfera pública, apesar dos diversos problemas cotidianos, tais como: desemprego, drogas, violência, precariedade das escolas, poucas opções de lazer, entre outros. Por outro lado, é visível o interesse de muitos jovens das comunidades carentes por expressões culturais como: Hip-Hop e seus quatro elementos (discotecagem, rima, grafite e dança de rua); capoeira; expressão corporal (teatro e dança); ritmos musicais; artes plásticas; trabalhos artesanais; etc.
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Essas preferências, inclusive, orientam o desenvolvimento das Políticas Públicas de Juventude (PPJs), com a realização de projetos e oficinas arte-culturais em escolas, universidades, Centros de Referência – como o CRJ Ilma Suzete Gama – e em organizações não-governamentais que trabalham diretamente com o setor juvenil.


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