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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Edson Luís vive!
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Rômulo Halysson (*)
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Desde o início da Ditadura Militar em 1964, o Movimento Estudantil (ME) tornou-se a principal força de oposição. No final de 67 e nos primeiros meses de 68, várias manifestações pelo Brasil foram reprimidas com violência. O Movimento manifestava-se não apenas contra a ditadura, mas também à política educacional do governo, que revelava uma tendência à privatização. Esse processo tinha um duplo significado: estabelecimento do ensino pago, principalmente no nível superior; e direcionamento da formação educacional dos jovens para o atendimento das necessidades econômicas das empresas capitalistas (mão-de-obra especializada).
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Prisões e arbitrariedades eram as marcas da ação do governo em relação aos protestos dos estudantes. Essas agressões à liberdade atingiram seu apogeu no dia 28 de março de 68 com a repressão policial utilizada para desalojar dezenas de estudantes que estavam no Restaurante Universitário "Calabouço" no Rio de Janeiro, protestando contra as péssimas condições do ensino brasileiro. Nesta ocasião foi morto o estudante Edson Luís Lima Souto, de 17 anos.
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O assassinato – que comoveu e revoltou todo o País – serviu para acirrar ainda mais os ânimos e fortalecer a luta pelas liberdades. Durante o velório do estudante, o confronto com policiais ocorreu em várias partes do Rio de Janeiro. Nos dias seguintes, manifestações sucediam-se no centro da cidade, com repressão crescente, até culminar na missa da Candelária (02/04/68), em que soldados a cavalo investiram contra estudantes, padres, repórteres e populares.
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No dia 26 de junho de 68, cerca de cem mil pessoas ocuparam as ruas do centro do Rio de Janeiro e realizaram o mais importante protesto contra a Ditadura Militar até então. A manifestação, iniciada a partir de um ato político na Cinelândia, pretendia cobrar uma postura do governo frente aos problemas estudantis e, ao mesmo tempo, refletia o descontentamento crescente com a situação do Brasil. Dela participaram também intelectuais, artistas, padres e um grande número de mães.
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Assim como Edson Luís, muitos morreram na luta contra a ditadura e por um Brasil livre, onde o povo fosse dono de seu destino. Ou seja, onde o povo fosse poder – o poder popular! A Passeata dos Cem Mil foi um dos momentos mais importantes da luta de massas contra a ditadura e a morte de Edson Luís não foi o único fato motivador da manifestação, mas "a gota d'água que fez o copo transbordar".
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Portanto, relembrar os 40 anos da morte de Edson Luís significa refletir sobre a importância da participação popular, sobretudo, a participação da juventude nas transformações sociais do nosso país. Comemorar os 40 anos da "Passeata dos Cem Mil" é homenagear não só Edson Luís, mas todos(as) brasileiros(as) que deram aquilo que tinham de mais importante por esta transformação, suas vidas. Temos certeza que os sonhos revolucionários nunca vão morrer!
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(*) Diretor do CRJ Ilma Suzete Gama
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