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quarta-feira, 30 de abril de 2008

PMJP lança Ano Cultural José Lins do Rego
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A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) realiza nesta quarta-feira (30/04) o lançamento oficial do Ano Cultural José Lins do Rego. A solenidade de abertura acontece no auditório do Centro Administrativo Municipal (CAM), no bairro de Água Fria. A programação que tem o objetivo de promover, nas escolas da rede municipal, um grande debate sobre a obra do escritor paraibano José Lins do Rego.
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Tomando como base a vida e a obra de 'Zé Lins', a Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), responsável por essa ação, apresentará na abertura todo o cronograma de atividades que acontecerá até o dia 14 de novembro, cuja proposta é criar nas escolas da rede municipal de ensino um verdadeiro 'universo de engenho'. Seminários, palestras, expedições e prêmios pretendem servir como estímulo para a fomentação da utilização da obra do autor paraibano pelos alunos e professores das unidades de ensino municipais.
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Três prêmios irão compor as atividades promovidas pela iniciativa: o 'Concurso Aluno Destaque', 'Concurso de Ilustração de Histórias do Menino de Engenho', e o 'Prêmio Interdisciplinar Zé Lins na Escola'. "Estas ações acontecem como forma de valorizar os melhores projetos que serão produzidos durante o Ano, estimulando a participação de todos os alunos, professores e gestores municipais nesta ação", comentou Rosires Andrade, coordenadora do Ano Cultural.
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Programa – Dentro do Ano 'Zé Lins' ainda haverá o lançamento do intercâmbio cultural 'Pombo Correio', exposição das ilustrações do livro 'Menino do Engenho', produzidas por Cândido Portinari em 1932; apresentação da Orquestra de Câmara de João Pessoa; expedição a Pilar, cidade natal do autor; seminário 'Memória e Cultura em José Lins do Rego' para professores da rede municipal; exibição do filme 'Engenho de Zé Lins', de Vladimir de Carvalho, entre outras atividades.
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"Durante todo o ano, o projeto pretende estimular a leitura, formar público para as diversas artes (cinema, literatura e artes visuais); socializar informações culturais, visitações a acervos artísticos, patrimônios arquitetônicos, casas de espetáculos, desencadeando procedimentos educacionais e metodológicos, favorecedores de uma ampliação da visão do alunado sobre a arte e a cultura, tudo isso tendo como inspiração a vida e obra de José Lins", enfatizou Ariane Sá, secretária de Educação e Cultura.
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Ano Cultural – Essa iniciativa da PMJP surgiu da vontade de homenagear anualmente um grande nome da cultura paraibana. As atividades acontecem especialmente em escolas municipais, valorizando assim os escritores paraibanos e levando às unidades de ensino obras de peso cultural e que de forma interdisciplinar viram referências para pesquisas e projetos pedagógicos. O contato com o mundo desses personagens amplia o universo cultural dos estudantes das escolas municipais.
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Em 2007, a Prefeitura de João Pessoa homenageou o escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna, que teve sua vida e obra debatidas nas salas de aula da rede municipal de ensino. As ações propostas envolveram professores de várias áreas, promovendo e incentivando o trabalho interdisciplinar nas escolas

terça-feira, 29 de abril de 2008

Juventude & cultura
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Priscila Lima
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A cultura conseguiu romper as barreiras da hipocrisia e se tornar independente, a partir de suas formas de agir e compreender o universo a nossa volta. Surge então a idéia de que somos cultos, capazes de atingir um nível mental elevado, nos proporcionando mais clareza sobre os fatos e construindo uma opinião mais crítica e coerente com a realidade.
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A História revela que os grandes mestres da cultura foram jovens, virtuosos e inovadores. Através de inúmeras manifestações culturais, a juventude demonstrou, por exemplo, coragem para lutar contra a ditadura no Brasil e combater as falhas impostas pela censura, utilizando músicas, peças teatrais e outras formas de arte que marcaram a vida cultural do País.
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Nas décadas de 60 e 70, através das mobilizações estudantis contra o poder ditatorial, a juventude apresentava seu descontentamento e revolta. Porém, quem não tinha acesso à educação formal – naquela época era bem mais difícil encontrar jovens pobres nas escolas e faculdades – recorria à Cultura Popular para manifestar-se livremente. Como disse o mestre de ciranda Manoel Baixinho: “Quem não tinha dinheiro se virava com o que tinha em mãos, que era a Cultura Popular”.
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Além das dificuldades que os jovens pobres daquela época tinham para estudar, existia também a falta de divulgação da cultura, pois era passada de pai para filho. Portanto, quem quisesse fazer parte do cenário artístico do País teria que ir de encontro aos mestres.
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Nos dias atuais a situação é bem diferente. As atividades culturais são as principais formas de expressão dos jovens na esfera pública, apesar dos diversos problemas cotidianos, tais como: desemprego, drogas, violência, precariedade das escolas, poucas opções de lazer, entre outros. Por outro lado, é visível o interesse de muitos jovens das comunidades carentes por expressões culturais como: Hip-Hop e seus quatro elementos (discotecagem, rima, grafite e dança de rua); capoeira; expressão corporal (teatro e dança); ritmos musicais; artes plásticas; trabalhos artesanais; etc.
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Essas preferências, inclusive, orientam o desenvolvimento das Políticas Públicas de Juventude (PPJs), com a realização de projetos e oficinas arte-culturais em escolas, universidades, Centros de Referência – como o CRJ Ilma Suzete Gama – e em organizações não-governamentais que trabalham diretamente com o setor juvenil.


Doar sangue é rápido, fácil e seguro
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Rachell Shallon
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A ciência, embora tenha avançando em muitos setores, ainda não encontrou um substituto artificial e eficiente para o sangue humano. Por isso, todos os procedimentos médicos que demandam transfusão precisam de fornecimentos regulares e seguros deste elemento. O sangue humano é um composto de células que cumprem funções como: levar oxigênio a todas as partes do corpo, defender nosso organismo contra infecções e participar da coagulação sanguínea. Daí a importância de se manterem sempre abastecidos os bancos de sangue.
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A doação desse elemento é um processo de fundamental importância para o funcionamento de um hospital ou centro de saúde. Qualquer pessoa pode doar sangue, desde que sejam observadas algumas condições, tais como: sentir-se bem, com saúde; apresentar documento com foto, válido em todo território nacional; ter entre 18 e 65 anos de idade e massa corporal acima de 50kg. Não pode doar quem teve hepatite após os 10 anos de idade; é diabético, homossexual ou usuário de drogas; e pessoas que fizeram tatuagem ou colocaram piercing há menos de um ano.
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No Brasil, o Ministério da Saúde exige a realização de alguns procedimentos específicos antes e depois da doação, a fim de prevenir complicações para o doador e contaminação para o receptor durante o período de “janela imunológica” de doenças. Antes da doação, o candidato irá passar por uma entrevista de triagem clínica, na qual podem ser detectadas condições adicionais que impeçam o procedimento.
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O processo de coleta consiste na retirada de aproximadamente 450ml de sangue, através de materiais descartáveis de uso único e estéril. O tempo de permanência do doador no banco de sangue, incluindo triagem e coleta, é de aproximadamente 30 minutos. Após a doação o voluntário recebe um lanche, instruções referentes ao seu bem-estar e posteriormente conhece os resultados dos exames que serão feitos com seu sangue. Os testes podem detectar doenças como: AIDS, sífilis, doenças de chagas, hepatite B e C. Em caso positivo para alguma das enfermidades, o doador será convocado imediatamente para realizar novos exames (contraprova) e, se necessário, será encaminhado a um serviço de saúde.
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Para o professor William Alves, 52 anos, doar sangue é algo que toda pessoa deveria fazer, pois é um ato de solidariedade. ‘’Faço doação de sangue desde os meus 25 anos. Se um amigo ou parente precisa de sangue, não penso duas vezes em fazer minha parte”.
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O Hemocentro da Paraíba tem cerca de 50 mil doadores cadastrados, mas apenas cinco mil (10%) comparecem com freqüência de, pelo menos, três vezes por ano ao órgão. De acordo com a coordenadora do Serviço Social do Hemocentro, Maria das Neves Pereira, João Pessoa é a cidade com maior número de doadores no Estado – cerca de 1.700 doações por mês (8% feitas por mulheres).

Dica cultural: revista eletrônica
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Nova-E: uma história de amor ao copyleft
Atitude, independência e livre expressão
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Uma revista digital que acredita na transformação do Ser A revista Novae.inf.br nasceu em 5 de outubro de 1999 e não tem aporte de nenhum grupo financeiro. É um ponto de debate sobre temas hiperlinkados com a sociedade do conhecimento, cibercultura, inclusão digital, comportamento, ativismo de transformação, nova economia, política, cultura, literatura, mídia, filosofia, ciência, religação e cidadania. Conta com produção jornalística própria, na forma de entrevistas, reportagens, matérias especiais e um time de colaboradores e parceiros de primeira linha, que tem como recompensa estar participando dessa iniciativa dentro de avançados conceitos colaborativos: uma iniciativa inédita de open source editorial, em que as idéias ganham novas cores que, somadas inteligentemente a outras, resultam em uma publicação de personalidade surpreendente.

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O projeto editorial do site é resultado da alquimia de diversas inteligências, pontos de vista, atitudes e valores mutantes deste novo século, oriundos de alguns cantos do Planeta. Especialmente selecionado e focado em sua linha editorial, que contempla o arrojo, a profundidade e a ousadia, a www.novae.inf.br optou pela opinião, pelos conceitos e pela diversidade de idéias neste tempo de conhecimento exacerbado e, às vezes, superficial.

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Os articulistas, colaboradores e parceiros são, na verdade, os grandes responsáveis pelo êxito alcançado pelo portal. Massa crítica inovadora, fomentada pelo melhor do copyleft autoral que constrói a Internet brasileira. Num momento que surpreende pela diversidade de sabores e humores, a revista é pluralista na divulgação das comunidades na web, em língua portuguesa e espanhola. "Fusão neural" administrada como um projeto editorial consistente e com personalidade para mostrar sua visão do mundo.

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Metamorfose e matizes
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A www.novae.inf.br foi concebida sob a ótica da metamorfose por que passa a sociedade, marcando presença em momentos relevantes do grande palco da humanidade. Perto de completar 10 anos no ar, a publicação Novae escreve a sua história na opinião marcante de colaboradores de várias tendências e matizes, sobre os assuntos que serão manchete neste terceiro milênio: novas cartilhas organizacionais; novas formas de comunicação e vida; signos e linguagens de velhas e novas civilizações; a arte como elemento trágico e festivo; as comunidades que são renovadas e criadas no espírito pioneiro de quem ainda não se decidiu entre o telegráfico e o profundo; entre as últimas e as completas. A Paz como meta principal para o progresso do Planeta.
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A proposta editorial da Novae é reforçar a opinião e a emissão de conceitos dos mais diversos setores de quem faz e avalia essa revolução de costumes. A Novae é uma revista plural, mas não abre mão de sua característica progressista e libertária; por isso, não abre espaço para análises da direita reacionária, jovens neoliberais e admiradores passivos da cultura imperial estadunidense, que também têm suas comunidades espalhadas pela Internet. A Novae respeita todas as opiniões, mas diz Não! a esse pessoal. Podendo, em momentos de crise, tornar a publicação uma radical bandeira contra a guerra, contra a manipulação de povos pela mídia de massa, contra a opressão de minorias, contra todo e qualquer preconceito
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A TV pública que funciona
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Bruna Fioreti
Silvia Campos
Taíssa Stivanin
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No momento em que o Brasil possui uma nova TV pública na esfera federal, fomos buscar informações sobre esse negócio de televisão que, financiada em parte pelo governo, não chega a ser “chapa branca” - só para mencionar um termo refutado pelo presidente Lula, que convocou o jornalista Franklin Martins para tocar a idéia. Ao contrário: algumas das TVs públicas no estrangeiro exibem até programas com críticas ao governo que de alguma forma as financia. A conta também é paga, em várias nações, e em especial na Europa, pelo contribuinte, que desembolsa uma taxa anual para ver TV pública.
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Na Europa, a televisão foi, desde os primórdios do negócio em vários países, incluindo a Inglaterra da BBC, uma taxa pública. No Brasil, esse vício já nasceu abastecido pela publicidade - cabe ao telespectador consumir ou não. O hábito de não pagar para ver TV já surge como a primeira distância entre uma TV pública brasileira e a BBC, citada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, como referencial do novo projeto. Daí porque o modelo da TV pública britânica não pode ser simplesmente transposto para a realidade brasileira. “Canais públicos internacionais são referenciais a serem considerados na ampla discussão que o momento exige”, fala a pesquisadora da Universidade de São Paulo e ex-TV Cultura Tereza Otondo.
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Na prática, a implantação da TV digital traz uma mudança a mais nos hábitos do telespectador: cada canal no controle remoto corresponderá a quatro sintonias. E será um desestímulo à audiência nos canais da rede pública, que pela lei deverão ficar entre o número 60 e 69, bem distante dos primeiros canais, destinados à TV comercial. “Assistir à TV é hábito e por isso a mudança de canal deve ocorrer de forma mais natural possível”, explica o pesquisador da USP Laurindo Leal Filho. “Com os canais públicos distantes dos comerciais fica difícil angariar a audiência das grandes redes de comunicação.” Audiência sempre foi problema para os canais públicos de televisão nacionais. Nem de longe, eles conseguem arranhar o ibope das emissoras comerciais. A TV brasileira mais bem-sucedida no quesito audiência, a TV Cultura, dificilmente passa dos 4 pontos, mesmo sendo invariavelmente a mais bem cotada quando o assunto é qualidade na programação, segundo pesquisas do Meio & Mensagem.
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De onde vem o dinheiro
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Falta de verba ou objetivos distintos? Cada especialista tem uma tese para explicar o fenômeno da baixa audiência da TV pública nacional. Mas muitos concordam que a supremacia das TVs comerciais no Brasil tem a ver com ambos: falta de programação atrativa e de dinheiro. “O ritmo da TV comercial é o de clipe e o povo já se acostumou, além disso, ela tem dinheiro e consegue, com isso, produção com muita qualidade técnica”, diz o professor Laurindo.O presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, sentenciou em artigo publicado em novembro de 2006, depois do primeiro fórum das TVs públicas: “Para a TV pública, só um caminho é possível: não competir com a televisão privada.” Seria, segundo Bucci, uma questão de foco. Sob esta lógica, caberia à TV privada entreter e à pública, os conteúdos ditos “chatos”, que não cabem na TV comercial.
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Mas isso não significa abdicar da audiência? “É possível fazer uma TV pública interessante, cheia de conteúdo concernente à sua missão, num ritmo diferenciado do modelo comercial, mas interessante, capaz de alavancar ibope”, defende Laurindo Leal. Para isso, diz, bastaria se apropriar da produção cultural já existente e divulgada em algumas TVs públicas do País, acrescentar faixas de vídeo e notícias de forma o mais isenta possível. Tudo com um financiamento misto, parte vindo do Estado e parte por apoio cultural, mas sem anúncios no intervalo.
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O financiamento das TVs públicas é uma decisão peculiar a cada país. No caso do Brasil, a rigor, todas as TVs são estatais, conforme diz Tereza Otondo, porque são parcial ou totalmente financiadas pelo governo. Nos anos 90, quando, no governo Mário Covas em São Paulo, aventou-se a possibilidade de se pagar uma taxa vinculada à energia elétrica destinada à TV Cultura, a proposta foi mal recebida pela sociedade.
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No exterior, essa espécie de imposto para a rede pública de comunicação vai bem em muitos países, até porque, em alguns, a audiência dos canais comerciais e públicos se equipara, tendo como referência dados de 2003. No caso do Reino Unido, a audiência da TV pública (46%) ultrapassa a da TV comercial (30%) e os outros modelos (24%). A rede pública britânica BBC é financiada por um imposto pago por todos os cidadãos. O pagamento pelo povo funciona no Canadá, nos Estados Unidos, na Alemanha, na França e na Itália, entre outros. Bem diferente do Brasil, diz Leal: “Dificilmente se pode aplicar modelos que exijam o pagamento de mais um imposto pelo povo em países menos abastados, como o nosso”.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Programas policiais: faces e máscaras
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Rachell Shallon
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A violência, enquanto fato jornalístico, está sempre presente na grande imprensa. Alguns programas de TV, como “Linha Direta”, da Rede Globo e “Cidade Alerta”, da Record, são inteiramente voltados para a violência urbana, objetivando mobilizar grande audiência a qualquer custo.
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Pesquisas acadêmicas sobre a veiculação da violência nos meios de comunicação de massa, apontam para uma dramaticidade exagerada e manipulação intencional das informações. Para a pesquisadora do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação da UFRJ, Elizabeth Rondelli, a cobertura de fatos violentos pela grande mídia causa comoção na opinião pública quando envolve a participação da polícia.
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A briga constante pela audiência levou os programas policiais brasileiros ao extremo, sobretudo os telejornais. Quanto mais imagens apelativas o assunto render, maior é o apetite desses programas. Por isso a preferência por imagens chocantes, como: cadáveres mutilados pela violência urbana, suicídio em andamento, tragédias naturais e acidentes de grandes proporções. Outro aspecto que chama a atenção é que os acusados por crimes não têm o benefício da dúvida. São inapelavelmente julgados e condenados pelos repórteres e apresentadores. Ou seja, não funciona aquele princípio que diz: “alguém é inocente até que se prove o contrário”.
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Para o jornalista do programa “A Hora da Verdade”, Jonas Batista, esses programas demonstram uma dramatização exagerada, mas ressalta que não há manipulação das informações pois estão sendo relatados fatos. “A audiência dos programas policiais reside na apresentação da realidade nua e crua de algumas classes da sociedade, que convivem no seu dia-a-dia com a violência, a falta de escolaridade, o tráfico de drogas, a prostituição, entre outros problemas”, afirmou Jonas.
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Na tentativa de estabelecer critérios, o Ministério da Justiça classificou em 2003 cinco telejornais policiais – entre eles o “Cidade Alerta” (TV Record) e “Brasil Urgente” (Band) – como inadequados para exibição antes das 21 horas, pelo teor de violência que expõem. De acordo com o critério de classificação indicativa (por faixa etária) do Ministério da Justiça, esses programas são impróprios para menores de 14 anos. A decisão, inédita, abarcava ainda três programas locais de Fortaleza-CE. Porém, no dia seguinte à publicação no “Diário Oficial” do despacho que classificou os programas, a medida foi revogada, sob a justificativa de que estava com “incorreções’’.
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Segundo Mônica Vieira, espectadora assídua dos programas policiais, não há problema quanto à violência mostrada porque ela é real, não pode ser encoberta, só não pode ser exagerada. “O que não gosto é a repetição de um determinado fato, várias vezes ao dia e durante a semana. Torna-se cansativo”, disse Mônica.
Índio quer respeito!
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Priscila Lima
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Por definição dos colonizadores, índio é um aborígine das Américas, membro de determinada comunidade indígena – grupo pertencente a um povo que se considera parte distinta da sociedade nacional, em virtude da descendência dos primeiros habitantes do Brasil. Na Paraíba já tivemos muitos grupos indígenas, como: Tabajara, Potiguara, Cariri, Canela, entre outros. Hoje em dia temos apenas Potiguaras, que habitam regiões da Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação (litoral norte da Paraíba).
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O Direito Indigenista diz respeito às normas positivadas, com vistas a reger as relações entre índios e não-índios. São regramentos pensados, elaborados e votados pelos legisladores – não-índios – que nunca tiveram como prioridade a proteção e a garantia dos direitos indígenas. Esse é o principal motivo que fez esta categoria do Direito evoluir tão pouco nestes cinco séculos de invasão colonialista. Já o Direito Indígena é formado por regras postas aos índios nas aldeias, com vistas a reger as relações entre indivíduos, famílias, grupos e povos. Diferente do anterior, não é positivado, é consuetudinário. Ou seja, não é votado, mas extraído das relações e vivencias milenares dos povos indígenas. Por isso contém grande carga moral e cultural. O Direito Indígena tem evoluído com objetivo de se adequar às novas realidades das minúsculas aldeias espalhadas pelo Brasil.
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Os índios e os não-índios que lutam em defesa dos seus direitos, formam um movimento social e político chamado Indigenista, mediante o qual afirmam suas identidades étnicas e culturais. Ou seja, querem ser reconhecidos como grupos humanos culturalmente distintos da sociedade dominante. Sendo assim, lutam para garantir e assegurar o reconhecimento às suas terras de ocupação tradicional e para que respeitem seus direitos.
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O primeiro – e maior deles – é o reconhecimento às terras tradicionais, com sua necessária demarcação. Os índios também lutam para ter uma educação que resgate sua história e contribua para reforçar sua identidade. Além disso, desejam melhores condições de saúde, através de políticas públicas realizadas sem discriminação. Isso implica e impõe a adoção de estratégias especiais, que considerem as práticas tradicionais de medicina popular – uso de plantas e raízes medicinais – aliadas ao trabalho de médicos e demais profissionais da saúde, para atendimento às comunidades. Os povos indígenas querem ainda que sua cultura e crenças sejam respeitadas.
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Se para todo ser humano a vida é o direito mais elementar, para o índio tão elementar como a vida é a terra. Isso porque o índio identifica a terra, e a terra dá identidade ao índio. É esse lugar que vai fazê-lo ser o que é. Por isso é importante lutar pela demarcação das terras indígenas e pela remoção (retirada) dos não-índios, que invadiram e ainda estão invadindo áreas que não lhes pertencem. Segundo o ex-professor da UFPB, José Wagner, os índios são donos das suas terras e titulares do seu patrimônio histórico e cultural. Entretanto, ainda existe um grande descaso do Estado Brasileiro com relação a estes aspectos.
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Os registros históricos revelam que não houve combate à extinção dos povos indígenas, vítimas do genocídio e etnocídio europeu. A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi criada com o objetivo modificar essa realidade, mas devido à complexidade que envolve o tema – entre outros fatores – ainda não conseguiu atender todas as demandas indígenas. “A Funai deveria ser mais defensora. Contudo, em função da política, pessoas inabilitadas ocupam cargos na instituição sem conhecimento da causa. É preciso que todo povo indígena esteja disposto a lutar em defesa dos seus direitos. Só assim garantirá para si e para seus filhos o direito de ser índio, viver como índio, em terras de índio”, disse José Wagner.

Edson Luís vive!
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Rômulo Halysson (*)
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Desde o início da Ditadura Militar em 1964, o Movimento Estudantil (ME) tornou-se a principal força de oposição. No final de 67 e nos primeiros meses de 68, várias manifestações pelo Brasil foram reprimidas com violência. O Movimento manifestava-se não apenas contra a ditadura, mas também à política educacional do governo, que revelava uma tendência à privatização. Esse processo tinha um duplo significado: estabelecimento do ensino pago, principalmente no nível superior; e direcionamento da formação educacional dos jovens para o atendimento das necessidades econômicas das empresas capitalistas (mão-de-obra especializada).
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Prisões e arbitrariedades eram as marcas da ação do governo em relação aos protestos dos estudantes. Essas agressões à liberdade atingiram seu apogeu no dia 28 de março de 68 com a repressão policial utilizada para desalojar dezenas de estudantes que estavam no Restaurante Universitário "Calabouço" no Rio de Janeiro, protestando contra as péssimas condições do ensino brasileiro. Nesta ocasião foi morto o estudante Edson Luís Lima Souto, de 17 anos.
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O assassinato – que comoveu e revoltou todo o País – serviu para acirrar ainda mais os ânimos e fortalecer a luta pelas liberdades. Durante o velório do estudante, o confronto com policiais ocorreu em várias partes do Rio de Janeiro. Nos dias seguintes, manifestações sucediam-se no centro da cidade, com repressão crescente, até culminar na missa da Candelária (02/04/68), em que soldados a cavalo investiram contra estudantes, padres, repórteres e populares.
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No dia 26 de junho de 68, cerca de cem mil pessoas ocuparam as ruas do centro do Rio de Janeiro e realizaram o mais importante protesto contra a Ditadura Militar até então. A manifestação, iniciada a partir de um ato político na Cinelândia, pretendia cobrar uma postura do governo frente aos problemas estudantis e, ao mesmo tempo, refletia o descontentamento crescente com a situação do Brasil. Dela participaram também intelectuais, artistas, padres e um grande número de mães.
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Assim como Edson Luís, muitos morreram na luta contra a ditadura e por um Brasil livre, onde o povo fosse dono de seu destino. Ou seja, onde o povo fosse poder – o poder popular! A Passeata dos Cem Mil foi um dos momentos mais importantes da luta de massas contra a ditadura e a morte de Edson Luís não foi o único fato motivador da manifestação, mas "a gota d'água que fez o copo transbordar".
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Portanto, relembrar os 40 anos da morte de Edson Luís significa refletir sobre a importância da participação popular, sobretudo, a participação da juventude nas transformações sociais do nosso país. Comemorar os 40 anos da "Passeata dos Cem Mil" é homenagear não só Edson Luís, mas todos(as) brasileiros(as) que deram aquilo que tinham de mais importante por esta transformação, suas vidas. Temos certeza que os sonhos revolucionários nunca vão morrer!
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(*) Diretor do CRJ Ilma Suzete Gama
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Esportes radicais: adrenalina pura
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Clóvis Felipe
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O mais praticado entre todos os esportes radicais é o surf. Seus adeptos o definem como “a total interação com o mar, uma arte de domar a natureza”. Ao longo do tempo este esporte conquistou milhares de admiradores e praticantes ao redor do mundo, criando uma legião de fiéis e apaixonados seguidores. Para os iniciantes no surf recomenda-se adquirir três elementos: uma boa prancha, alguma técnica e muita coragem para desafiar as ondas.
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Já o Movimento ligado ao skate (sk8) possui características muito interessantes, referentes a valores e ideais a serem seguidos. Quem pensa que andar de sk8 é apenas ir numa loja especializada, comprar as peças necessárias – shape (prancha), lixa, rodinhas, rolamendos, truck – e depois sair por aí fazendo manobras, se engana. Ao contrário do que imagina a maioria das pessoas, andar de skate é sim uma prática esportiva. Entretanto, quem decide ser skatista deve saber o que representa o Movimento, as características e o contexto em que essa atividade esta inserida.
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O modo de vestir sempre comunica algo sobre as pessoas. No caso dos skatistas não é diferente, pois revela aspectos da vida dentro e fora do Movimento, o jeito meio "mulambo" e "vagabundo" de ser, que não está ligado a modismos baratos e points capitalistas. Como alguns pressupõem incorretamente, não se trata apenas de comprar roupas e acessórios de grifes famosas do universo sk8, objetos que servem apenas para identificar “a tribo” nos espaços urbanos. Também não é adequado aos valores mais nobres do esporte, ficar disputando entre si qual roupa é mais cara, qual marca é mais importante, quem é street e quem é playboy. No final das contas, o que vale mesmo é a consciência e o estilo de vida saudável associado ao skate.
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O ciclismo, por sua vez, caracteriza-se pelo uso da bicicleta como principal ferramenta da prática esportiva. Para desempenhar bem essa modalidade é necessário que a máquina utilizada esteja em perfeita harmonia com a habilidade do ciclista. As disputas geralmente são realizadas em estradas asfaltadas ou em recintos fechados (velódromos), que possuem pistas de madeira.
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A modalidade iniciou sua prática essencialmente esportiva em meados do século XIX, na Inglaterra, assim que os aperfeiçoamentos na fabricação das bikes possibilitaram o alcance de maiores velocidades. E desde a primeira Olimpíada da era moderna, em Atenas (1896), o ciclismo integra o programa dos Jogos Olímpicos. As provas são realizadas individualmente ou em conjunto; em bicicletas de um ou dois lugares; em provas de velocidade, resistência e revezamento. As bicicletas de competição são mais leves e possuem dispositivos de mudança de marcha, que permitem aos ciclistas o desenvolvimento de altas velocidades.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A imprensa paraibana
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Priscila Lima
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Após alcançar condições essenciais para o seu amplo desenvolvimento, através da evolução dos processos tipográficos e da especialização dos profissionais, a imprensa brasileira hoje está capacitada para formar e informar a sociedade, apesar do analfabetismo ainda alto, das falhas no processo de ensino e da falta de condições financeiras do nosso povo – causas que reduzem o acesso aos jornais impressos, infelizmente. Justificativas à parte, a ideologia dominante, reproduzida pela grande imprensa, ainda faz nosso povo se interessar pelos jornais.
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A liberdade de imprensa, como qualquer outro tipo de liberdade, sofre restrições e condicionamentos freqüentes. Em alguns períodos estanques da nossa história a censura foi aplicada com a maior severidade. Durante as duas fases da ditadura militar – Era Vargas e Estado Novo – a imprensa nacional sofreu duros golpes, com intimidações, torturas e mortes a diversos jornalistas, formadores da opinião pública. Isso aconteceu não só no Brasil, mas em outros países da América do Sul, como: Chile, Argentina e Uruguai.
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Em nosso país – como em outras partes do mundo onde a imprensa desenvolveu-se no ritmo capitalista – as limitações econômicas têm sido tão fortes quanto às políticas. Mesmo assim, podemos reprovar/condenar os condicionamentos políticos, econômicos e ideológicos a que se submete a imprensa nacional, porque seu verdadeiro papel é registrar nossa história, respeitando sempre o interesse público.
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Os jornais registram as mutações semânticas, as ocorrências, daí a exigência por uma imprensa livre, consciente, que jogue limpo com a opinião pública. Por isso lamenta-se a detectação, nessa mesma imprensa, de nuances ideológicas pouco comprometidas com a verdade e com as mutações sociais que o percurso histórico exige. A observação é válida para a imprensa de todo o Brasil, quase sempre acoplada ao aparelho político-jurídico do Estado.
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Na Paraíba, mais especificamente, a ideologia da grande imprensa continua sendo, de maneira geral, determinada pela classe dominante. A partir de 1826, quando teve origem o primeiro jornal do nosso estado – a “Gazeta do Governo da Paraíba do Norte” – registrou-se em solo paraibano uma história bonita de periódicos ecléticos, fundados com garra e idealismo.
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Em João Pessoa temos quatro grandes jornais em circulação no momento. São eles: “A União”, fundada em três de fevereiro de 1893; “O Norte”, nascido em sete de maio de 1908; o “Correio da Paraíba”, criado em cinco de agosto de 1953; e o “Jornal da Paraíba”, o mais antigo entre eles. O primeiro é “oficial”, editado pelo Governo do Estado. Os outros são privados e mesmo assim, vez ou outra, apresentam nuances questionáveis por conta do contexto político, ideológico e econômico local.
XII Fenart continua inscrições para oficinas
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Mais de um terço das vagas para oficinas e workshops que integram a programação do Fenart já foi preenchida nesta segunda-feira, primeiro dia de inscrições. Além do curso de Fátima Toledo, que já está esgotado, outros como o do premiado diretor de teatro Gilberto Gawronski (RJ), que fará uma oficina de 'Performance', fecharam o dia quase lotados.
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O renomado poeta Chacal (RJ), o badalado escritor Marçal Aquino (SP), a artista plástica carioca Ava Rocha (filha do cineasta Glauber Rocha, que substitui a mãe, Paula Gaitan, que teve que declinar no convite por motivos pessoais) e de bailarinos das companhias de dança Laso (RJ) e Cena 11 (SC), estarão transmitindo suas experiências e conhecimentos durante o evento.
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Os interessados devem se dirigir à Secretaria do Fenart (no Mezanino 2 do Espaço Cultural), entre 8h e meio-dia, e das 14 as 18h, com documentos pessoais. As inscrições para oficinas custam R$ 10. Já os workshops são gratuitos - mas é necessário se inscrever, porque as vagas são limitadas (assim como das oficinas).
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O XII Fenart terá as seguintes oficinas: 'Videoarte' (Ava Rocha), 'Desenho, Desenho' (Gil Vicente), 'Performance' (Gilberto Gawronski), 'Dramaturgia do Teatro Épico-Dialético' (Sérgio de Carvalho, da Cia. do Latão), 'Interpretação Para Cinema e Televisão' (Fátima Toledo), 'Conservação de Acervos Fotográficos' (Clara Mosciaro, da Funarte), 'Dança Contemporânea' (Carlos Laerte, da Laso Cia. de Dança), 'Velocidade, Controle e Percepção' (Cena 11 Cia. de Dança).
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Na literatura, o poeta Chacal fará uma oficina de poesia e o escritor Marçal Aquino, de conto. A também escritora paraibana Clotilde Tavares irá ministrar 'Hamlet: Uma Leitura Comentada'. Mestre Pirralhinho irá conduzir a oficina 'Boi de Reis'.
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Haverá, ainda, três workshops: Leonardo Ramos, do Ballet de Londrina (PR), irá ministrar 'Ballet Clássico'; uma equipe do MinC/Nordeste irá ensinar como habilitar-se a prêmios, editais e pontos de cultura e o guitarrista norte-americano Kenny Brown irá ensinar com quantos acordes se faz jazz e blues. Informações sobre esses cursos poderão ser obtidas pelos telefones (83) 3211-6224 e 3211-6225.
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terça-feira, 15 de abril de 2008

Blog precisa ser Jornalismo?
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Rafael Fernandes
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Uma das grandes discussões recentes na Internet é a suposta falta de confiabilidade dos blogs. Assim, quem quiser passar respeito teria de se apossar dos preceitos do bom jornalismo para garantir qualidade de informação e, dessa forma, se legitimar. Mas será que é uma obrigação? Ou melhor, será que todos os blogs devem agir assim? É preciso lembrar que preocupações com procedência e qualidade devem ser levadas em conta para avaliar qualquer tipo de provedor de conteúdo.
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O fato de um jornal ou revista estar há anos no mercado é um fator importante, mas não é só por fama que se faz credibilidade. Sabemos de manobras de meios de comunicação para favorecer certos grupos ou pressionar outros. E qualquer um que queira divulgar uma informação, seja onde for, pode escolher mostrá-la da forma como lhe convém. Hoje grandes veículos impressos são reconhecidamente de alta qualidade, e podem continuar daqui a 10, 20 anos. Mas não só tendem a migrar para a Internet, como tantos outros devem morrer. E bons jornalistas também devem migrar para a web, que vai revelar outros tantos talentos sem serem chamados de jornalistas. Seriam eles blogueiros, "interneteiros" ou simplesmente escritores?
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A recente competitividade e a decadência do mercado da mídia impressa fazem com que redações sejam enxugadas e jornalistas experientes sejam cortados em prol de jovens mais baratos. A necessidade de vender é inversamente proporcional ao condão do conteúdo e, particularmente na cobertura de cultura, as assessorias de artistas é que parecem pautar as redações. Isso não faz com que grandes da imprensa se tornem irrelevantes de um dia para outro. Mas é engraçado que clamem credibilidade quando vemos que a qualidade atual nem sempre acompanha a campanha. Esses fatores não impedem que tais veículos continuem nos trazendo boas análises e matérias de alto gabarito, escritas tanto por profissionais jovens quanto por experientes. Nem são motivo para já darmos aos blogs a coroa de reis da informação. Afinal, também é possível encontrar uma enormidade de baboseiras e baixo nível na rede e em maior quantidade. Muitos blogueiros sentam na cadeira da comodidade antes sequer de serem relevantes. A ignorância pode nascer em qualquer lugar.
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Blog não é só gerar opinião ou informação, mas também é troca. São criadas interações com o leitor, bem como redes de contato. É uma relação bastante diferente do antigo jornalismo. No primeiro caso, quem lê pode opinar. Se isso por um lado é bom, pois é possível contestar o autor, por outro gera excessos nas atitudes, até irracionalidade e agressividade dos comentaristas, o que leva a um maior controle dos comentários, um contra senso à idéia de liberdade que a rede dá. Algo nesse sentido saiu em recente pesquisa e já gera incômodo por parte dos promotores de conteúdo. Na geração de comunidades, novo paradoxo: a criação de "amigos", que se visitam, pode gerar apatia, falta de contestação, mas também promove retroalimentação e constante troca de idéias. E não só de blogs se faz Internet, mas também de portais, sites, fóruns e afins. A seu favor está a ampliação do texto: vídeos, fotos, links, áudio e comentários podem complementar e enriquecer o que é exposto. Um grande texto continuará um grande texto, mas se estiver munido de mais atrações, melhor ainda.
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Para responder à questão exposta no título e no primeiro parágrafo, creio que blog não precisa, necessariamente, ser jornalismo. É apenas mais uma (democrática) ferramenta de comunicação: por que deve ter apenas uma maneira "correta" de ser usado? Por que não pode ser simplesmente um "diário adolescente"? Ou um local para expor pensamentos? Existem milhares de possibilidades. A aproximação ao que se entende por jornalismo vai depender do que se propõe expor e do preparo do blogueiro. Como leitor, me baseio na própria experiência: acho que para certos assuntos é necessário que haja profunda pesquisa e levantamento de diferentes versões de um fato. Principalmente em assuntos mais "pesados" ou que necessitem de fontes que não estão à disposição na Internet, e é claro que um jornalista gabaritado ajuda a legitimar. Mas quem não for conhecido ou formado pode, aos poucos, se firmar como referência (lembram-se do "não-jornalistas" há alguns parágrafos?). Em temas de menor relevância, sem que se precise de fontes off-line, não vejo a necessidade desse tipo de atuação. E para assuntos mais específicos, de nicho, um jornalista dificilmente conseguiria cobrir de forma tão eficiente quanto uma pessoa que trabalha com o tema ou que o tenha como um "hobby sério".
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À medida em que é possível organizar o enorme conteúdo da Internet (via feeds, newletters etc.), podemos ter somente a informação que queremos. Em vez de uma dezena de cadernos com centenas de artigos, selecionaremos qual assunto queremos, que tipo de análise, de quem e com que freqüência. É o fim daquele amontoado de papel inútil; esse formato deverá permanecer por alguns anos, mas é possível que sirva para textos maiores, grandes reportagens e análises, quem sabe até se aproximando de um formato de revista, e com pequenas tiragens. A queda nas vendagens e anúncios mostra que o jornal físico como conhecemos está em decadência. Há quem justifique sua existência ainda por uma suposta "praticidade": "é mais fácil de ler", "é bom pra ler no café", "dá pra ler deitado", "levo no banheiro", etc. Bem, não passo a maior parte do tempo nem tomando café, nem deitado, muito menos no banheiro, mas sim na frente de um computador. E prefiro que as informações me cheguem organizadas por categoria. Posso bater o olho nos títulos e saber de antemão o que pode me interessar. A realidade mostra que os argumentos pró papel são cada vez mais fracos.
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A Internet parece amedrontar muitos jornalistas: a perspectiva do desconhecido à espreita do conforto. A grande diferença hoje entre blogueiros e jornalistas vem daí: os primeiros nada têm a perder; em geral têm empregos fixos, escrevem por escrever e estão crescendo com a mudança. Já os segundos têm tudo a perder: o formato em papel está acabando, sua relevância já não é mais a mesma, seus empregos estão em risco e muitos enfrentam dificuldade com tecnologia. Talvez haja receio de terem de se tornar empreendedores, procurar novas oportunidades na rede e fora dela em detrimento a posições cômodas nas redações dos grandes jornais.
A eloqüência aprisionante da TV brasileira
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Patrícia D’Abreu (*)
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A produção de sentido na TV, que se dá de forma unilateral, impõe ao telespectador a unificação de diferentes lógicas na construção de uma visão unívoca do mundo. Isto revela a estrutura coercitiva que caracteriza o exercício de poder pela televisão. A finalidade das abordagens das TVs aberta e fechada é a atribuição de sentido ordenador que produza enunciados eficazes. A televisão tautologicamente enquadra o real para enunciar e estabelecer um sentido aprisionante. As coberturas dos episódios recentes da guerra no Iraque e do assassinato de Tim Lopes evidenciam isso.
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Como em toda prática discursiva, a TV produz sentido, o que a caracteriza como instrumento de interpretação da realidade. Se abordarmos a cultura como um conceito discursivo, podemos entender por que a atitude privada da ação coletiva que é assistir à televisão é tão comumente considerada como pertencente à esfera cultural. O uso teórico do conceito de cultura mostra a incidência freqüente de uma noção associada à idéia de um campo normativo que enfatiza cultura como um sistema geral, uma operação semiótica através da qual um julgamento social de valor se torna um método intelectual generalizado que possibilita a apreensão do real através da formulação de verdades universais. Em todos esses sistemas universalizantes (da “cultura animi” à antropologia estrutural), as definições de cultura remetem ao relacionamento com o sentido, que filosoficamente entendido como a condição necessária à existência de significações ou conceitos atuantes na organização social (...) possibilita o estabelecimento de diferenças. Em termos mais gerais, o sentido é uma marca de limites, a marca de um possível do qual não se sai. (SODRÉ: 1983, p. 44)
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Na TV, o cúmulo (do latim cumulus/cumulata, amontoado, abundância, auge) do sentido está na sensação de que o mundo inteiro e tudo o que está nele acontece e aparece diante de uma testemunha (virtual) que recebe o nome de telespectador. Este cúmulo do sentido encontra eco no que Muniz Sodré chama de “perversão simbólica do Ocidente”: a cultura de sentido finalístico, a tentativa de capturar o movimento agonístico da linguagem pela atribuição de sentido a tudo, o que faz com que o próprio sentido possa ser algo inteligível. Esta forma simbólica (pervertida e perversa) faz com que a percepção imediata da realidade individual, social e de construção do mundo se dê pela captura e não pelo acolhimento das diferenças que promove a dinâmica mediadora entre os homens; abre caminho para que a tela da televisão passe a ter uma derradeira função epistemológica.
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Além do ordenamento, a (rica) indeterminação do sentido faz com que a experiência de relacionamento com o real (e, paralelamente, a cultura) demande a necessidade de uma forma de coerência das representações. Surge aí a ideologia como pólo irradiador de decisões essenciais sobre axiomas da realidade. Na ideologia, a forma de coerência se utiliza da unidade lógica para demonstrar ao indivíduo que o mundo é transparente à razão universal. Dessa forma, a dimensão ideológica procura constituir a consciência do indivíduo de tal maneira que se resolvam imaginariamente as diferenças, as perigosas indeterminações de sentido, que se evite a sedução - o desvio do caminho da verdade. (SODRÉ: 1983, p. 67)
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Em sua análise sobre as mutações culturais na contemporaneidade, Muniz Sodré diz que (...) o poder não se define pela capacidade intrínseca de realizar ou fazer, mas pela força extrínseca de mandar fazer (...) o poder busca fazer crer que seu lugar é suficientemente real para determinar o que deve ser considerado real ou irreal, incluído ou excluído, admitido ou negado. Nesse nível, poderoso é aquele que detém as aparências de controle da relação entre o determinado e o indeterminado. Assim, além do sentido de “fazer”, a palavra “poder” inscreve também o de “magia”. Todo poder é de fato “mágico”, no sentido de que se empenha em convencer os sujeitos de sua absoluta realidade. (SODRÉ: 1996, p. 59-60)
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Não há dúvida de que, em relação à televisão brasileira, há uma clara delegação de controle social operada pelo público-povo e pelas próprias organizações do Estado em relação às emissoras abertas e aos canais fechados. Esta delegação pode ser verificada não só na veiculação de programas como Linha Direta (Rede Globo), Repórter Cidadão (Rede TV!), Pensando em Você (TVE) e FBI Files (Discovery Channel), como também em episódios de alta midiaticidade como os “casos” Tim Lopes, Von Richthofen e Pedrinho na TV aberta e “11 de setembro” e “guerra no Iraque” na TV fechada (especialmente nos canais da rede CNN). É preciso, porém, fazer uma diferenciação da noção de poder operada nesses exemplos.
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Nos programas acima citados, pode parecer, à primeira vista, que a TV teria o poder de polícia, o poder jurídico, o poder de construção/execução de cidadania ou o poder de exteriorizar as táticas de vigilância social quando, na verdade, seu poder é o de pautar, direcionar e mesmo determinar quais devem ser as ações policiais, jurídicas, cidadãs (no caso da TV aberta) e de memória exteriorizada (no caso da TV fechada): é um poder “extrínseco” e “mágico”. O exercício desse poder funciona: foragidos são presos, leis são debatidas, acessos a direitos mínimos são efetuados e arquivos (autorizados) são coletivizados. Mas celas, plenários, favelas e memória coletiva só cabem na tela como figuras, não como objetos concretos ou caminhos de busca percorridos. Nela, o que se aprisiona, se legisla, se constrói e se coletiviza é mesmo o sentido. Um sentido que, enquadrado, busca organizar simbolicamente o caos concreto do vivido nas transgressões, obediências, riquezas, misérias e memórias do (inesperado) ser humano.
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(*) Patrícia D’Abreu é jornalista, mestre em Comunicação e Cultura.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Jornalismo cultural como exercício crítico
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Célia Mota
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Quando se fala em Jornalismo Cultural me vem à mente uma frase de Roland Barthes: “a crítica não é uma homenagem à verdade do passado e nem à verdade do outro, mas simplesmente uma construção inteligível do nosso tempo”. Isto porque a questão fundamental do chamado Jornalismo Cultural é a do exercício crítico por excelência. Uma sociedade sem crítica é uma sociedade morta e, ao abrir mão desse exercício, os jornalistas se tornam apenas porta-vozes da indústria cultural e seus sub-produtos.
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Por que falar de crítica a jornalistas culturais? Porque a eles cabe decidir sobre dois procedimentos: o do julgamento do valor qualitativo de um produto ou bem cultural ou o do julgamento do valor de mercado. Sempre é bom lembrar que vivemos em tempos pós-modernos, onde se constata o abandono dos programas ordenadores, legitimadores, atribuidores de valores estéticos e culturais. Expandem-se os sistemas técnicos incontroláveis, o império dos efeitos visuais sobre a narrativa. Com isso, troca-se o sujeito emancipador (dotado de razão, de senso estético e transformador) pelo sujeito falsamente emancipado pelas novas tecnologias.
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Não queremos considerar aqui como jornalismo cultural às notinhas de shows, as agendas sobre os espetáculos diários oferecidos à população em nossas cidades, os releases de filmes, de peças de teatro ou de exposições,que tomam conta dos nossos chamados Cadernos B. O jornalismo cultural, no meu entender, coloca em debate idéias, sem deixar de lado a crítica aos espetáculos ou aos produtos de arte, que são uma forma de refletir sobre o mundo em que vivemos.
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Um ponto de partida para o exercício crítico,ou do criticismo, nos leva à seguinte questão: é a crítica uma forma de explicação ou um pretexto para uma interpretação? No primeiro caso, busca-se tornar explícito ou explicitar em detalhes uma determinada obra cultural. Como a origem latina de “explicar” sugere, é expor, revelar. Ou seja, mostrar para o leitor o que ele não vê num primeiro olhar. Pode ser a análise de um romance,de um filme, um CD de rock ou um show musical. Um livro não fala de si mesmo. Um CD se revela pelo conjunto das músicas escolhidas pelo autor. Então, o que cabe ao jornalista cultural é a tarefa de debruçar especialmente sobre o que a obra não diz. Seus silêncios, seu interdiscurso, ou seja, a que outros textos, músicas, filmes, a obra remete?
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Explicar uma obra significa também mergulhar no processo criativo do seu autor. Que universo é este, em que mundo imaginário o autor vive? Como expressa este mundo através dos seus personagens, de representações culturais de sua própria realidade? Não é, portanto, um julgamento do autor ou da obra, mas um exercício de tornar visível o que é invisível, transformar em linguagem o que é silêncio, revelar o que não foi dito. É importante lembrar que a explicação de um produto cultural não se resume a uma descrição minuciosa ou ligeira do seu conteúdo, como se lê em releases de filmes, algumas vezes transcritos em jornais ou revistas. Não é, igualmente, situar a obra numa longa descrição histórica para caracterizá-la como parte de um movimento, seja literário, seja fílmico. Desde a crítica literária à crítica de cinema hoje, a tentação de enquadrar a obra num determinado ciclo é bem grande. Ou é um “romance realista”, ou é um “filme a la Tarantino”, ou é um “remake dos anos 70”, etc. Não importa a nomenclatura, mas sim o processo classificatório, a necessidade do enquadramento.
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A outra questão é a da crítica como uma interpretação. É quase um exercício hermenêutico de criarnovos significados sobre um determinado produto cultural que nem sempre correspondem aos que o autor quis representar. Com isso, o crítico praticamente constrói uma nova obra – ou quase – à sombra ou à margem da obra original que pretendeu examinar. O grande problema deste tipo de criticismo é que o jornalista cultural pode deixar de lado o universo do autor, sua visão de mundo, seus referentes sócio-históricos, em troca de uma leitura própria da obra. Lembro-me de uma análise feita por uma pesquisadora sobre a MPB dos anos 70. O trabalho, feito naquela época, era uma crítica contundente à alienação produzida pelos músicos de então, cujas canções e letras não refletiam a realidade da ditadura militar em vigor no país. Esta pesquisa, analisada em sala de aula, quase trinta anos depois, provocou leituras diversas que, em geral, consideraram exagerado o trabalho original. É sempre difícil ler uma obra com olhos de hoje, ou olhos de um outro momento histórico. Mais ainda, interpretar uma obra com olhos de outra cultura.
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Então, como exercer a atividade crítica no jornalismo cultural? Como resgatar o sentido da crítica na sociedade atual? Em primeiro lugar, percebendo que a cultura é constitutiva da nossa identidade. Como diz Geertz, cultura são as histórias que contamos sobre nós mesmos. É no aqui, no nosso espaço de constituição de significados, que se constrói a memória cultural do país. Cabe ao jornalista debater valores culturais, definir critérios mínimos de apreciação de bens culturais e midiáticos, sem se submeter a critérios de mercados.
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Como fazer isso? Em primeiro lugar, recuperando o espaço da crítica, hoje tornada resenha. E a partir daí, recuperando valores culturais, pelo que significam de processos de construção de identidade. Colocando obras de arte em debate, e com isso, provocando uma maior reflexão sobre seus conteúdos e sobre os valores que põem em circulação. O exercício crítico, aliado a uma maior informação e estudo por parte dos jornalistas dos chamados cadernos B ou C, é que vai permitir um outro olhar sobre estes produtos. E uma reflexão de caráter emancipador sobre esta nossa pós-modernidade, em que valores ocidental-americanos ou oriental-nipônicos estão sempre a confrontar nossas próprias culturas locais.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Alvo Visual: nesta quinta, no Casarão 34
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A primeira edição deste ano do Projeto 'Alvo Visual: diálogos com a imagem' exibe nesta quinta-feira (10), a partir das 19h, no Cineclube Casarão 34, o documentário 'Quarto 666' e o programa televisivo 'Cena Aberta', com o episódio 'A hora da estrela'. Após as exibições, acontece o debate sobre o tema 'Cinema, literatura e televisão', tendo como debatedor convidado o professor doutor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Luis Antonio Mousinho, numa Promoção da Prefeitura de João Pessoa (PMPJ) por intermédio da sua Fundação Cultural (Funjope).
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O 'Alvo Visual' é um projeto que se propõe a difundir conteúdos audiovisuais, a exemplo de filmes de curta, média e longa duração, fomentando o diálogo entre o audiovisual e outras linguagens artísticas, como literatura, artes plásticas, teatro, artes gráficas e fotografia, proporcionando o acesso da população a filmes que pouco circulam nos meios de difusão tradicionais. A idéia é exibir filmes selecionados e 'defendidos' por convidados de diversas áreas de conhecimento que, de modo variado, desenvolvem ações com audiovisual.
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Maiores informações na Divisão de Audiovisual da Funjope, localizada na Praça Antenor Navarro, 06, e no Casarão 34, situado na Praça Dom Adauto, 34, pelos telefones 3218-9707, ramais 44 ou 35; 3218-9708 ou ainda pelo e-mail: divisaodeaudiovisual@yahoo.com.br
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terça-feira, 1 de abril de 2008

Conferência Nacional de Juventude

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O Governo Federal lançou em Brasília a "1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude", que tem como objetivo promover a democracia participativa, fortalecer o debate público e conquistar o destaque da temática da juventude na agenda nacional.
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O lema da Conferência é “Levante sua bandeira”. Os eixos da discussão são “Juventude: democracia, participação e desenvolvimento nacional”; “Parâmetros e Diretrizes da Política Nacional de Juventude”; “Desafios e prioridades para as políticas públicas de juventude”. A idéia é que sejam trabalhados doze cadernos temáticos, além do texto base, abordando temas como educação, saúde, sexualidade, drogadição, emprego e renda dentre outros.
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A Conferência é um processo de participação, formação e diálogo com a sociedade brasileira sobre o tema juventude. Um espaço intergeracional de diálogo entre gerações para discutir políticas públicas de juventude. Uma oportunidade de a juventude participar e expressar sua voz para sociedade brasileira e um passo fundamental no desenvolvimento das políticas públicas de juventude. Ao fim da Conferência, os jovens de todo Brasil irão apontar soluções para as principais questões tematizadas.
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A idéia é que se ouça toda a sociedade, pais, professores, associação de moradores, os movimentos sociais, os estudantes, àqueles que lutam por terra, moradia, respeito aos direitos civis. A Conferência Nacional acontecerá de 27 a 30 de abril de 2008, em Brasília. Até lá qualquer pessoa pode participar através das Pré-Conferências (na faculdade, na universidade, nas escolas de ensino médio, todas as instituições de ensino vão receber kits do Ministério da Educação para a sua realização); através das Conferências Virtuais pelo site
www.juventude.gov.br (podendo ser colocado as sugestões, fotos, músicas, vídeos) e; através das Conferências Livres que podem ser realizadas por qualquer grupo de pessoas maiores de 15 anos.
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Etapa estadual
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O evento aconteceu nos dias 28, 29 e 30 de março no Centro de Vivência da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e elegeu 25 delegados que representarão o Estado na Conferência Nacional da Juventude, em Brasília. Cerca de 600 jovens que integram entidades civis organizadas da Paraíba participaram do evento preparatório.
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Durante os três dias foram debatidos sete temas centrais voltados para a juventude, divididos em grupos de trabalho. O primeiro grupo discutiu a “Participação Política”, o segundo “Diversidade Sexual e Direitos Sexuais Reprodutivos”, o terceiro “Educação”, o quarto “Trabalho, Geração de Renda e Desenvolvimento Sustentável”, o quinto “Cultura, Comunicação e Mídia”, o sexto “Esporte e Lazer” e o sétimo “Campo”.
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FONTES:
Mídia e violência no Brasil
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Bertrand Sousa

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Qual seria a principal consequência das coberturas "policialescas" da realidade urbana no Brasil? A mídia ajuda a propagar o pânico e a insegurança nas grandes cidades. E faz isso sem maiores preocupações, posando de defensora dos "fracos e oprimidos" pela violência. Indo um pouco mais além, podemos dizer que o sistema midiático brasileiro está funcionando como um "relações públicas", fazendo a ligação da sociedade com os poderes constituidos, uma "linha direta com a cidadania", numa cruzada inquisitória por justiça e paz.

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É uma grande pretenção da mídia querer se colocar como solução ou alternativa para a dramática história da luta contra o crime no Brasil. Querendo ser uma espécie de tribunal público, uma instância com plenos poderes para julgar. E neste julgamento a sociedade seria a maior vitima, enquanto a mídia desempenha vários "papéis", tais como: investigadora, vítima (como no caso Tim Lopes), testemunha de acusação, juíza, etc.

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A melhor maneira da mídia ajudar na questão da violência é cumprir seu papel social de trasmitir informações - verídicas, de preferência - com qualidade e profundidade (o que a autora chama ironicamente de "esclarecer os cidadãos"). Os mass media não devem ficar provocando as pessoas e/ou autoridades a fazerem justiça a qualquer custo, de forma imediatista e passando por cima de tudo e todos. Não pode se deixar levar pela "radicalização punitiva" e nem "passar por cima de garantias fundamentais como o direito ao devido processo legal, anulando conquistas históricas resultantes das revoluções liberais de fins do século XVIII, e que fundamentariam a idéia moderna de cidadania."
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De acordo com Sylvia Moretzon, "(...) uma análise mais ampliada dessa ocupação de espaços não pode ignorar que se trata de uma estratégia empresarial muito bem conduzida no contexto do neoliberalismo: a redução do tamanho do Estado é compensada pela responsabilidade social de empresas cidadãs, de acordo com a formulação de uma nova ética de co-responsabilidade (entre Estado, empresas e sociedade civil) que mascara conflitos e valoriza indiscriminadamente iniciativas voltadas para fazer o bem."
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Com essa afirmação a autora desmascara a estratégia de todo o sistema midiático nacional (e talvez mundial), que aliado aos governantes e a burguesia controla o passado, o presente e o fututo da nação. E como a mídia faz isso? Através do domínio da consciência coletiva, da manipulação da opinião pública de acordo com macro-interesses empresariais e governamentais. E dessa forma, o sistema se perpetua. A História do Brasil nos mostra isso claramente.
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No final das contas - do sistema capitalista em que a mídia brasileira está inserida - o lucro é o que interessa e nada mais. Se der pra ganhar mais dinheiro as custas do medo das pessoas e ainda fazer elas acreditarem que estão recebendo um ótimo serviço de informção, um exemplo de cidadadania a ser seguido, a mídia o fará. Pelo menos é assim que ela está utilizando seu famoso "quarto poder".

Cidadania e solidariedade
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Frei Betto (*)
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Qualquer pessoa ou instituição – movimento social, denominação religiosa, ONG, escola, empresa, associação etc – pode e deve promover iniciativas que reforcem a cidadania e a solidariedade: mesas-redondas; campanhas; palestras; mutirão que beneficie, sem assistencialismo, a população mais pobre.
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Um excelente ponto de partida são as Metas do Milênio, aprovadas por 191 países da ONU, em 2000. Todos, inclusive o Brasil, se comprometeram a cumprir os oito objetivos até 2015: 1) Acabar com a fome e a miséria; 2) Educação básica de qualidade para todos; 3) Igualdade entre sexos e valorização da mulher; 4) Reduzir a mortalidade infantil; 5) Melhorar a saúde das gestantes; 6) Combater a Aids, a malária e outras doenças; 7) Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; 8) Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento.
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Não há quem não possa fazer um gesto na direção desses objetivos: debater em sala de aula as causas da pobreza e os entraves à melhor distribuição de renda; introduzir na escola educação nutricional, adotar os programas Escolas Irmãs, Jovem Voluntário e Escola Solidária ; promover painel sobre Chico Mendes, exposição sobre os direitos dos povos indígenas ou ações de combate ao trabalho e à prostituição infantis; organizar uma horta comunitária; lutar pela melhoria da educação, do acesso a medicamentos seguros e baratos ou abrir um curso de alfabetização de adultos; denunciar o preconceito contra homossexuais e o uso da mulher no estímulo ao consumismo; fortalecer a Pastoral da Criança e discutir a relação entre explosão demográfica e crescimento econômico com desenvolvimento social; conscientizar sobre os riscos da Aids, as causas da malária e o aumento de doenças decorrentes do desequilíbrio ecológico; colaborar para a implementação da reforma agrária, visitar e apoiar acampamentos e assentamentos rurais, pesquisar o que é desenvolvimento sustentável, etc.
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É preciso mobilizar a nação em torno de ações concretas que nos permitam construir o “outro mundo possível”. E priorizar, em pleno neoliberalismo que assola o Planeta, valores antagônicos ao individualismo e à competitividade, como o são a cidadania e a solidariedade
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Não é fácil ser cidadão brasileiro. Pau que nasce torto... Nascemos como nação-colônia, aprendendo que o estrangeiro é sempre melhor que o nacional. Tivemos o mais longo período de escravidão da América Latina - 350 anos! Essa submissão atávica está entranhada em nossas veias. Basta alguém se revestir dos símbolos do poder - riqueza, autoridade e ostentação - para ser tratado como se fosse um ser naturalmente superior a seus semelhantes.
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Cidadania rima com soberania. É preciso gostar de si próprio para conquistá-la. Caso contrário, as empregadas domésticas continuarão relegadas ao elevador de serviço, os restaurantes finos só terão garçons brancos, nos vôos internacionais só os passageiros da primeira classe respirarão ar puro (os demais, ar reciclado) e todos acreditarão na publicidade dos planos de saúde, que raramente correspondem à expectativa do usuário na hora do aperto.
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Ocorre que a globalização detona todos os fundamentos de nossa soberania. O neoliberalismo nos impõe o Estado mínimo, tipo fio-dental, e o mercado máximo, tão livre que paira acima das leis e da decência. As privatizações do patrimônio público (Siderúrgica Nacional, Vale do Rio Doce, Usiminas, sistemas de telefonia, etc) são o exemplo maior de dependência de nosso país ao capital privado, em geral estrangeiro. E o que é mais grave: privatizam-se também nossos valores. Corroem nosso espírito cidadão. Estamos ficando cada vez menos solidários, menos cooperativos, menos participantes. Até a fé religiosa é privatizada, destituída de sua ressonância social e política. Como se Deus fosse um balcão de atendimento de emergências e mero anabolizante de exaltações espiritualistas que não se traduzem em serviço libertador ao pobre, ao enfermo, ao excluído.
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(*) Frei Betto é escritor.
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