quarta-feira, 29 de julho de 2009
A primeira edição do Pasquim chegou às bancas no dia 26 de junho de 1969. O tablóide surgiu seis meses depois da promulgação do AI-5 e durou até 1991. Com nomes como Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Ziraldo, Millôr, Claudius, a publicação marcou época pelas suas entrevistas, seus ensaios e pelo humor ora sutil, ora escrachado.
“Quando Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) morreu, há cinco anos (30 de dezembro de 1968), abriu-se um vazio tão grande numa área do jornalismo de crítica e de humor que até hoje nas enquetes, quando se faz aquela pergunta – quem morreu e quem merecia estar vivo? – a resposta é quase sempre Sérgio Porto. O Pasquim surgiu dentro deste vazio, menos de um ano depois de sua morte, e imediatamente o escolhemos para patrono”, escreveu Sérgio Cabral em outubro de 1973, na edição nº 222 de O Pasquim.
Existem várias versões de como foi dado e quem deu o pontapé inicial para o começo do Pasquim. Sabe-se com certeza, apenas, que queriam substituir o tablóide humorístico Carapuça, que havia acabado com a morte de Sérgio Porto. Na época, os nomes que formariam o Pasquim trabalhavam em diversos outros veículos. Jaguar era cartunista na revista Senhor, que era de jornalismo cultural, e Millôr havia lançado o tablóide humorístico “Pif Paf”, que durou só oito edições.
O nome, que significa jornal difamador, foi sugestão de Jaguar. “Terão de inventar outros nomes para nos xingar”, dizia o cartunista na época. O Pasquim se esforçou para honrar o seu nome, mas ele não era só tiração de sarro. Havia ensaios e entrevistas com figuras públicas da época. O jornal inventou uma nova forma de entrevista, que antes era na base do copydesk. Isso ocorreu logo na primeira edição, quando Jaguar entrevistou Ibraim Sued. “As entrevistas eram sensacionais. Eles provocavam os entrevistados, eram afiados. Na verdade, era mais uma conversa que uma entrevista”, conta Branco. O Decreto Leila Diniz, que instalou a censura prévia à imprensa, foi criado por causa de uma desbocada entrevista do Pasquim com a atriz.
Em novembro de 1970 a redação inteira foi presa por causa de uma charge que satirizava o quadro de Pedro Américo, O Grito do Ipiranga. Ficaram dois meses presos. Muitos sustos e histórias para contar depois, estavam soltos. Os militares, que esperavam que o jornal saísse de circulação, foram pegos de surpresa quando vários colaboradores, como Glauber Rocha, passaram a ajudar na recriação do tablóide.
Para comemorar as quatro décadas do jornal, a editora Desiderata está lançando o terceiro volume da Antologia do Pasquim, que engloba os anos 1973 e 1974 e uma edição comemorativa com 40 capas antológicas do tablóide e que reúne textos inéditos de Millôr Fernandes, Chico Caruso, Jaguar e Sérgio Augusto.
No período compilado pelo terceiro volume da antologia, Millôr Fernandes ocupava o cargo de editor, Henfil era o editor-executivo, enquanto Ziraldo e Jaguar respondiam pela área gráfica e edição de arte. Ivan Lessa e Sérgio Augusto imprimiam o estilo peculiar ao texto final, que mesclava erudição, ironia e bom-humor. Paulo Francis – radicado em Nova York – mandava seus originais pelo malote da Varig. E todos driblavam à sua maneira os olhos da censura prévia. “O que levou a ter uma geração tão boa de humoristas? Talvez a formação escolar melhor, a revolução sexual da época. O Pasquim era um grande improviso de uma gente que passou a vida inteira ensaiando, misturando formação erudita e a formação de bar. Eles tiraram a gravata do jornalismo”, conclui Branco.
FONTE: Jornal do Commercio.
domingo, 26 de julho de 2009
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Gilberto Alexandre
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O fumo é considerado um dos maiores causadores de doenças para a humanidade. Entre elas, temos: as cardíacas, as respiratórias e o câncer em suas mais diversas formas – de pulmão, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rins, bexiga, entre outros tipos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) registra que mais de 80% dos tabagistas começam a fumar antes dos 18 anos.
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O Brasil tem aproximadamente 22 milhões de fumantes. Entre os jovens com esse hábito, 70% têm pais tabagistas e alguns até admitem ter aprendido a fumar com eles. O pneumologista e professor Mário Rigatto afirma que o cigarro se tornou em menos de um século a mais importante causa de doenças cardiovasculares – como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) – e pneumopatias crônicas.
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O cigarro contém mais de 400 substâncias cancerígenas. Os dependentes de nicotina aprendem e acreditam que o cigarro preenche vazios internos, é companheiro e ajuda a lidar com o estresse. Entretanto esses falsos benefícios do tabagismo devem-se ao fato do viciado desenvolver forte tolerância à nicotina, piorando o funcionamento do cérebro na ausência desta substância.
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Já os benefícios ao para de fumar são diversos. Entre eles podemos citar: a melhoria da capacidade física, do paladar (apetite) e a redução de gastos com tratamentos de saúde. “Quando você larga o cigarro o fôlego melhora em duas os três semanas, a circulação sanguínea também; voltamos a sentir o gosto da comida, o cheiro das coisas; o sono fica melhor, mais tranqüilo; e a respiração não dá nem para acreditar como melhora”, revela o médico e ex-fumante, Dráuzio Varela. Portanto, chega de adiar este momento: tente respirar fundo e jogue agora mesmo aquele maço de cigarros que você tem, amarrotado e mal cheiroso, no lixo para sempre!
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Ricardo Coutinho (*)
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A luta contra a discriminação ao segmento LGBT é uma questão de direitos. Direitos esses, inclusive, garantidos na Constituição Federal, que proíbe todo e qualquer tipo de discriminação. A intolerância e o preconceito banalizam a violência, cotidianamente vivenciadas por pessoas cujo único desejo é viverem a sua sexualidade de forma livre. Portanto, precisamos unir esforços no sentido de fortalecer uma cultura de paz e respeito ao ser humano.
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A partir do ano de 2005, com a criação da Assessoria da Diversidade Humana, a Prefeitura de João Pessoa deu início a discussões e ações que até então não faziam parte da agenda política no âmbito do setor Público em nosso estado.
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Discutir estratégias anti-discriminatórias e pautar debates que coloquem a livre orientação e expressão sexual com direito humano, vem fazendo parte das ações do município, que visam à promoção da cidadania e respeito desta população. Setores como educação, saúde e desenvolvimento social vêm tratando a questão da diversidade sexual através de processos formativos, preventivos e de combate à homofobia, que contribui, inclusive no âmbito do espaço de trabalho, para a eliminação das práticas discriminatórias e preconceituosas.
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A interlocução com o movimento LGBT vem consubstanciar esforços, no sentido de promover políticas públicas que correspondam aos anseios e à luta histórica desse segmento, que quer os seus direitos garantidos e o reconhecimento à diversidade humana.
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Acreditamos em projetos emancipatórios, quando todos os sujeitos participam, dividem responsabilidades e atuam propositivamente e democraticamente em meio às diversidades. Há muita coisa ainda por fazer, mas os caminhos são visíveis e os passos seguem.
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(*) Prefeito da cidade de João Pessoa-PB.
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FONTE: cartilha "GLBT, à Luz dos Direitos Humanos".
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Lívia Cirne (*)
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Para se produzir programa de televisão, nos dias atuais, é necessário ,antes de tudo, entender a atual fase da indústria midiática. Conhecer o sistema midiático não é só saber que a programação televisiva, obrigatoriamente, exige participação popular. Até aí não tem nada de tão especial, pois o rádio “faz” isso há décadas e para o jornal, as fontes sempre foram e serão a “voz do povo”.
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Sem dúvidas, com tantos novos recursos multimidiáticos coexistentes, na disputa desigual por audiência, fica complicado para formatos analógicos (ultrapassados) garantirem a atenção de telespectadores contemporâneos, que convivem com agilidade, digitalização e ambientes de inteligência coletiva o tempo todo. Mesmo assim, nessa guerrilha, as emissoras tentam, a todo custo, convidar a audiência a um contato mais íntimo e fiel com o seu público.
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Se adentramos a era da cultura da convergência midiática, precisamos firmar os pés no chão e cair na real de que esta convergência não está apenas associada à distribuição de informação em múltiplos suportes distintos. Crer de tal maneira é compartilhar com uma percepção muito vaga, pois, muito além desse propósito, a convergência traz consigo rupturas paradigmáticas. Ela ocorre no cérebro dos telespectadores, na busca por novas experiências, sensações e conexões com conteúdos dispersos.
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Contrapondo o discurso de que novos meios de comunicação substituirão rapidamente os antigos, o que de fato é urgente compreender é: eles irão conviver por muito tempo ainda e precisam interagir. Dessa forma, as empresas midiáticas devem repensar suas teorias sobre o que significa consumir mídia. Admitir interatividade real e telespectadores participativos, significa fidelização, ou seja, a conquista da audiência, o consumo de conteúdo e produtos. Então, vamos brincar de “fazer interatividade” direito, porque até a indústria de margarina está desenvolvendo estratégias interessantes; estimulando a participação do consumidor em promoções, por meio de SMS. Está acabando aquele negócio de sorteio de cartas, com a supervisão de um auditor da Lotep para conferir as embalagens.
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(*) Jornalista, formada em Telecomunicações e Mestranda do programa de Pós-graduação em Comunicação e Culturas Midiáticas (UFPB).
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FONTE: http://www.consultesamways.com.br
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sábado, 18 de julho de 2009
Dança popular: tradição nordestina
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Pedro Cassiano
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Rosa Alegria (*)
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O momento é de grande potencial e infinitos recursos. O acesso à mídia de massa tem aumentado mais do que nunca na história. Essa expansão envolve rádios, TVs, computadores e telefones móveis, todos cada vez mais baratos, e a nova mídia broadcast, como satélites e Internet, que aumentam o acesso e a possibilidade de escolha.
Manifestações da sociedade já podem ser observadas como resistência a essa concentração de poder sobre a informação. Numa pesquisa realizada em 2006 com jovens, pela Bloomberg em parceria com o jornal norte-americano Los Angeles Times, 28% dos adolescentes e 38% dos jovens adultos ouvidos disseram preferir se informar a partir dos canais de TV locais, que foram a fonte de notícias mais procurada por eles depois das conversas com amigos e família.
A crise de confiança
A economia atual está na berlinda, e em seu colo, estão as organizações. Depois dos grandes escândalos corporativos como os da Enron, WorldCom e Parmalat, as empresas têm se esforçado para incorporar a ética e a transparência em seu dia-a-dia. No entanto existe uma grande crise de confiança. O público confia cada vez menos nas organizações. Os clientes têm menos confiança e até mesmo os funcionários não confiam na empresa em que trabalham. Uma pesquisa realizada pela consultoria inglesa Edelmann em 11 países, indica que a comunicação de igual para igual - com alguém no mesmo nível hierárquico, tem muito mais credibilidade do que a que vem oficialmente da empresa.
A ética soberana de uma nova mídia que desperte para uma nova consciência que promova o desenvolvimento sustentável poderá criar a cultura da esperança, combustível que aciona o motor do futuro e que nos fará resgatar aquilo que o frenesi do sistema tecno-produtivo nos roubou: nossa capacidade de sonhar e imaginar um mundo habitável e acolhedor a toda a civilização planetária.
(*) Pesquisadora, comunicóloga e ativista de midia.
FONTE: http://www.novae.inf.br
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Dentro da perspectiva de redes sociais, essas idéias exclusivistas não encontram eco. Contudo, essa idéia não impede que haja momentos mais distintos, em que os diferentes participantes possam aprofundar suas questões mais específicas. Não podemos cair na armadilha de adotar posturas extremas, como a defesa de um coletivismo ou de um individualismo. Temos que buscar sínteses construtivas, embora tenham caráter provisório. Em seguida, passo a considerar como esses processos podem ocorrer nos níveis pessoal, institucional e comunitário, com o intuito de oferecer aos educadores sociais alguns instrumentos de trabalho.
FONTE: Redes sociais: possibilidade metodológica para uma prática inclusiva. In: Carvalho, et al. (org.). Políticas Públicas. Belo Horizonte, Editora UFMG/PROEX, 2002.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
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Para começar, vamos entender o que realmente significa uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), também chamada de Infecção Sexualmente Transmissível (IST). A definição geral diz o seguinte: trata-se de uma patologia transmitida através do contato sexual com alguém infectado. Como veremos a seguir, existem várias doenças que se enquadram nesta categoria e diferentes agentes causadores (vírus, fungos, bactérias, parasitas e protozoários).
Quando o assunto é DST uma doença se destaca, por suas características e índices fatais: a AIDS ou SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). O primeiro caso descoberto pela Medicina aconteceu no início dos anos 80. A Síndrome é transmitida através de sangue contaminado com o vírus HIV. Seja em transfusões sanguíneas, na utilização coletiva de uma mesma seringa, nas relações sexuais sem preservativo, durante a gravidez ou durante o parto, quando a mãe esta infectada.
Além da terrível SIDA existem outras DSTs, tais como: sífilis, gonorréia, HPV (verruga genital), clamídia, cancro mole, candidíase, herpes genital, tricomoníase, entre outras. É importante salientar que essas enfermidades não são contraídas apenas durante as relações sexuais, embora a maioria dos casos tenha origem nestas situações. Dentre os principais métodos de prevenção temos: evitar mudanças frequentes de parceiros sexuais; usar preservativo (camisinha) durante o contato sexual; ter bons hábitos de higiene com as partes genitais; e cuidar da saúde geral do corpo.
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Além da dança, também fazem parte da apresentação os instrumentos folclóricos: banho, bandeira, atabaque, triângulo, entre outros. O corpo musical é formado por seis músicos. João do Boi é responsável pelo canto, que canta e encanta com seus embolados improvisados. O grupo tem ainda os animais brincantes: bode, burrinha, urubu, ema e o boi – que é o principal e dança com elegância. Ele entra em cena enfeitiçando o público com seus giros e pulos enormes. Enquanto isso, Catarina e Mateus – personagens mascarados – proporcionam ainda mais animação ao espetáculo. As roupas são coloridas, com espelhos, fitas e lantejoulas. Janiele, de apenas 11 anos, é a mestre do grupo, responsável por ordenar para qual direção os dançarinos devem ir. Com passos fortes e firmes, dois a dois, eles apresentam rapidamente a dança, sempre ao comando da mestre. “Eu apito e digo o lugar onde eles vão dançar”, explicou a doce menina.
Em seguida, a professora de educação física Luciana Cláudia aqueceu as moradoras com exercícios de alongamento. Luciana participa a dois anos do projeto “Vida Saudável”, desenvolvido pela Prefeitura Municipal João pessoa (PMJP) em diversos locais da cidade, inclusive na Praça Lauro Wanderley (Funcionários I). Ela orientou as participantes, dizendo que antes de fazer qualquer exercício físico é preciso alongar-se. Destacou também a boa alimentação, fundamental para qualquer pessoa. “Frutas, verduras, sucos naturais, devem fazer parte do nosso dia-a-dia para termos uma vida mais saudável”, disse.
No início da ciranda é formado um grande círculo, onde todos dançam juntos o mesmo passo e cantam em voz alta. “Eu vi o trem sumindo com quanta moça bonita... Ilha do Bispo, Bayeux, Santa Rita. O trem voltou para Cabedelo, eu chegando a Cabedelo. A fortaleza abalou, eu sou o amor dela e ela é meu amor”. Esse trecho faz parte da música interpretada durante o espetáculo. Em ritmo que contagia as moradoras, Manoel enfatiza a imaginação com seus cantos.
O evento continuou no período da tarde, com a palestra de Rejane Duarte – enfermeira e psicóloga do Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS), em Cruz das Armas – sobre “Orientação Sexual e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)”. Segundo ela, que há 12 anos faz palestras, é importante conhecer o próprio corpo para saber quando existe algo diferente. “Sintomas como corrimentos nos órgãos genitais, manchas na calcinha ou cueca, revelam a necessidade de procurar um especialista, ir ao Posto de Saúde mais próximo, mas nunca recorrer diretamente à farmácia para se tratar”, esclareceu Rejane.
Após a palestra houve sorteio de cestas básicas, show de música gospel, apresentação de banda marcial e do grupo de teatro Estrela do Amanhã. A coordenadora do PSF, Bernadete Fernando, avaliou positivamente o evento, a partir da mobilização de várias mulheres do bairro, que assistiram e participaram do “1º Dia (D) em Prol da Mulher”. “Acredito e espero que com essas informações colocadas em pauta, elas tenham adquirido novos valores, não só para a sociedade e o marido, mas para elas mesmas”, afirmou Bernadete.
E para finalizar o Dia tão agitado, houve uma terapia temática com o objetivo de melhorar as relações humanas, compreender e respeitar a dor do outro, dar conselhos e falar do seu próprio eu. A sessão foi iniciada com um exercício de respiração, para deixar a mente livre. Segundo as terapeutas que conduziam esta atividade, uma interação desse nível representa uma melhoria na qualidade de vida, pois perdemos o medo de desabafar e compartilhar emoções. Enfim, tivemos um dia inteiro de cultura, entretenimento e principalmente informação.
Globalização é um dos conceitos em voga na atualidade, sendo seu significado na maioria das vezes reduzido ao aspecto econômico-financeiro, fato esse que tem contribuído para ocultar o caráter multidimensional que tal termo apresenta. Essa redução temática não permite que visualizemos, corretamente, inúmeras e profundas transformações que esse fenômeno tem ocasionado em todas as áreas da nossa vida social, ou seja, sem repudiarmos esse discurso único, de lugares-comuns, naturalizado e acrítico, que procura restringir o dinâmico processo da globalização somente ao seu âmbito economicista, será extremamente complicado lidarmos com as conseqüências, incertezas e riscos que essa mesma globalização tem provocado na esfera dos direitos da cidadania.
"O fato de ser uma palavra "da moda" fez com que ela, mesmo tendo surgido para supostamente apontar algo "novo", esteja já desgastada pelo uso excessivo e pouco rigoroso que dela se tem feito. Hoje já há um certo cansaço da idéia de globalização. Na verdade, esse "cansaço" da expressão reflete o fato de que globalização é um termo vazio de novidade, na medida em que o fenômeno a que se refere, não é, de fato, novo." Essa apologia de uma democracia de mercado global, não consegue compreender, por ser excessivamente restrita, que o "desenvolvimento entendido como simples crescimento econômico nunca foi de per si garantia de direitos, nem civis e políticos, nem econômicos e sociais."
Essa pretendida constituição de uma nova cidadania só será possível quando o sujeito, tanto na sua esfera privada quanto na pública, sendo ambas entendidas como eqüiprimordiais, tomar consciência de si mesmo e do outro de modo reflexivo, superando o mutismo alienante, a acomodação e o ajustamento dessa cidadania do futuro ainda é a criação e ampliação de espaços públicos não estatais não-coercitivos, os quais possibilitem um agir comunicativo guiado pelo entendimento e respeito recíproco, indo além do mero ato eleitoral em uma democracia representativa como a nossa, tornando os membros de uma comunidade do direito não apenas eleitores, mas cidadãos votantes, já que conscientes dos riscos inerentes em todas as escolhas e decisões que tomarem, assumindo criticamente sua responsabilidade política e social.
Refletindo a respeito dessa indagação e de todas as intensas transformações resultantes do processo de globalização, aqui apresentadas, principalmente do seu vetor econômico, sabedores que as mesmas não atingiram apenas as estruturas macroecônomicas, mas também os círculos mais profundos, sociais e individuais, confrontando conceitos e idéias a muito solidificadas, e, fundamentalmente, tendo como pano de fundo as extensas redefinições das consagradas funções e papéis estatais, é que vislumbramos a necessidade de repensarmos, na próxima parte de nosso trabalho, a configuração do vigente federalismo brasileiro, buscando questionar os meios de inserir o cidadão num mundo globalizado e heterogêneo, tentando construir propostas que conciliem os instrumentos de inclusão local como os mecanismos globalizantes, em síntese, a "possibilidade de cidadania plena das pessoas depende de soluções a serem buscadas localmente..."
quinta-feira, 9 de julho de 2009
O ano de 2009 começou bem para o nosso Centro da Juventude. As talentosas atletas da nossa equipe de futsal feminino conquistaram mais um título: campeãs do “1º Torneio Esportivo CRJ Funcionários I”, disputado na Praça Lauro Wanderley nos dias 30 e 31 de janeiro. Duas semanas depois, em plena sexta-feira 13/02, botamos o bloco na rua! Mais uma vez o "Que danado é isso?" desfilou pelo bairro ao som do Batuque Arrasta Cidade. Resultado: nota 10 em animação para os participantes.
Em abril deste ano tivemos a transição na diretoria do CRJ: saiu Rômulo Halysson, estudante e produtor cultural, para chegada da companheira Ziza Maia, assistente social. Desde então, a equipe de profissionais da unidade vem se reunindo com frequência, para manter o padrão de qualidade da gestão anterior, planejando e executando as ações relacionadas com a Política Pública de Juventude (PPJ) do município. A luta continua!
No mês seguinte (maio de 2009) reiniciaram as oficinas arte-culturais do CRJ – Jornalismo, Percussão, Teatro, Arte de Rua e Dança de Rua. Também teve início um novo curso para atender a juventude do bairro e adjacências: Aproveitamento Integral dos Alimentos. Após um período de inscrições, as turmas se formaram para começar as aulas, fato que ocorreu no dia 18 de maio.
Além disso, continuam acontecendo várias atividades complementares no Centro da Juventude dos Funcionários I. Temos a Estação Digital, funcionando nos três turnos; o ProJovem Adolescente e os treinos de futsal feminino (à tarde); ensaios de dança no período noturno; e debates interdisciplinares em horários diversos, a respeito de temáticas do universo juvenil. Inclusive, o próximo acontecerá no dia 16/07 às 15h, destacando o tema “Diversidade Sexual”.
Para finalizar, vamos falar um pouco sobre dois eventos que o CRJ apoiou neste primeiro semestre: uma nova edição do projeto “Glória Vasconcelos”, que trouxe cinema (exibição de curtas metragens) e apresentações musicais para o anfiteatro da comunidade no dia 08/05; e o grandioso “Dia do Desafio” (27/05), que mobilizou a cidade inteira em torno de uma saudável disputa, envolvendo práticas esportivas e atividades lúdicas.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Roberto Pinheiro
Angélica Patrícia
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As crianças se envolvem muito com a narrativa da peça e começam a dar luz ao lugar imaginário escolhido pela produção, proporcionando ainda mais criatividade ao mundo mágico que experimentam naquele momento. Os adultos entram no clima e também se tornam crianças, a partir deste lugar encantado.
Enfim, todos os participantes da peça se enchem de criatividade, imaginação, luz e magia, para contar e recontar esta fábula, deixando o mundo real por alguns instantes e trazendo de volta a verdadeira mágica do mundo infantil. Um lugar puro e calmo, com muitas histórias a serem ditas, tais como: “Pinóquio”, “Bela Adormecida”, “Branca de Neve”, entre outras.
Ao final do espetáculo, todos aplaudiram de pé, emocionados. O envolvimento com a platéia foi tão grande que as crianças deixaram os atores no chão. A dupla não conteve a emoção e recebeu o abraço de todas elas, uma por uma. A direção da peça ficou a cargo de Ingrid Castro e Joht Cavalcanti - professor de Teatro do CRJ Ilma Suzete Gama.
Também fiz parte deste público e senti na pele a vontade de voltar ao mundo da infância. Durante a peça deixei de lado o trabalho, os estudos e embarquei no mundo da imaginação. Sentia-me uma criança sonhadora e ao mesmo tempo uma senhora, vivendo e relembrando seu passado, querendo ser uma personagem da “Branca de Neve”, ou talvez a bruxa da “Bela Adormecida”...
Autor: Osvaldo León
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Eis que a comunicação não só tem sido objeto de substanciais mudanças internas (subordinação da palavra à imagem, transmissões diretas e em tempo real, multimídia etc) mas também tem se convertido em um dos setores mais dinâmicos, com profundas repercussões em todos as ordens da vida social. A comunicação aparece agora como um dos setores econômicos de ponta, tanto por sua rentabilidade na busca em decifrar as chaves que apontam para a chamada “nova economia”. Portanto, ao calor da globalização econômica, é do qual com maior virulência se desatou a dinâmica de concentração empresarial e multinacionalização, que se traduziu no aparecimento de verdadeiros “moguls”, com ramificações em todos os cantos do mundo.
Ao amparo do dogma neoliberal, o que se vê configurando é uma indústria de cultura altamente concentrada e regida por critérios exclusivamente comerciais. Os critérios são de rentabilidade acima do interesse público e do paradigma do consumidor acima do cidadão. Nada surpreende que a promessa do futuro se perfile com abundante informação gratuita, mas banal, ainda que sensacionalista pela mídia, sendo que a de qualidade só poderá ter acesso quem tem condições de pagar. Tal é a força desta investida que em seu trajeto praticamente arrastou os meios de caráter público, privatizando-os todos, além de forçar todos os restantes a comercializarem-se, criando uma verdadeira erosão nesse rol, ficando sem espaços para alimentar o debate amplo, plural e aberto às diversas perspectivas, idéias e expressões culturais da sociedade.
No meio de todos esses desenvolvimentos, a mídia também passou a ser um espaço crucial na configuração do espaço público e da cidadania – dizemos crucial para assinalar que não se trata de um fenômeno novo, mas sim intenso e substancial – tanto pelo peso que agora tem para gravitar na definição das agendas públicas como para estabelecer a legitimidade de tal debate. A predominância da mídia com relação a outras instâncias de mediação social – partidos, associações de classe, igrejas, estabelecimentos educacionais, etc – é tal que, para prevalecer, estas precisão recorre àquelas. Neste contexto, o risco de que a “ditadura do mercado” se consolide a partir do enorme poder que concentrou no mundo da comunicação, para ganhar “as mentes e os corações” das pessoas, não é uma mera fantasia.
Se tratam de embriões de uma resistência cidadã, todavia dispersa, que precisa multiplicar-se e transformar-se em uma grande mobilização de movimentos sociais articulados na luta pela democratização da comunicação, trincheira que, na atualidade, se joga o futuro da democracia. Não é, portanto, um assunto que diga respeito unicamente a quem direta ou indiretamente se encontre vinculado à comunicação: interpela o conjunto de atores sociais.
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Victor Vincent Valla
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Para se ter uma melhor compreensão do sentido da participação popular, é interessante situar algumas definições de ‘participação social’. De forma geral, participação popular compreende as múltiplas ações que diferentes forças sociais desenvolvem para influenciar a formulação, execução, fiscalização e avaliação das políticas públicas e/ou serviços básicos na área social (saúde, educação, habitação, transporte, saneamento básico etc.). Outros sentidos mais correntes de participação são: a modernização, a integração dos grupos ‘marginalizados’ e o mutirão.
O termo modernização tem o sentido de superar atrasos tecnológicos e culturais de uma determinada sociedade. Equivale ao desenvolvimento de novas formas de produzir e consumir, de inovações tecnológicas (por exemplo: DDD, robôs industriais, caixa automática nos bancos, TV a cabo) e culturais (por exemplo, divórcio, hábito de lanches rápidos, aquisição de eletrodomésticos), que estariam introduzindo profundas mudanças na sociedade, das quais a população como um todo deveria participar.
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É possível que uma modalidade da participação social vise também fazer com que a população tenha a sensação de participar de algo de que nem sempre usufrui ou controla; a melhoria de vida da população seria uma decorrência dessa modernização. A realidade brasileira, no entanto, não confirmou esse pressuposto. Não há indicações de que as inovações tenham permitido uma maior participação da população. E tampouco o padrão de vida da maioria da população melhorou.
A proposta da integração dos grupos ‘marginalizados’ parte do princípio de que a maioria da população, em razão da sua pobreza, encontra-se ‘fora’ da sociedade. É como se a dificuldade de acesso aos produtos e serviços básicos fosse uma decorrência da ignorância e passividade dessas populações ‘marginais’, ou para utilizar um termo mais atualizado, os excluídos, isto é, aqueles que estão ‘fora’, por sua própria culpa, precisando ser animados, incentivados, esclarecidos, para poderem participar dos benefícios do progresso econômico e cultural.
Uma das formas de participação popular mais utilizada é a do mutirão. Trata-se de um apelo, de um convite à população, principalmente a que mora nos bairros periféricos e favelas, para que realize, com seus próprios trabalhos, tempo de lazer e, às vezes, dinheiro, ações e obras da responsabilidade do governo. Em grande parte, os governos brasileiros, tanto o federal, como os estaduais e municipais, agem com a população de uma forma bastante autoritária, decidindo unilateralmente sobre a qualidade e quantidade dos serviços básicos. Quando, no entanto, percebem que não dão conta de um determinado problema (como a dengue ou a cólera, por exemplo), então conclamam a população a participar do combate e erradicação do mal através do mutirão.