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domingo, 31 de janeiro de 2010

Redes Sociais: onde elas podem nos levar?
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Guto Carvalho
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É perceptível a velocidade com que as redes sociais (SNAs) vem se proliferando, isto já há alguns anos vem deixando ser um nicho para hackers, nerds, geeks e micreiros notívagos. As redes sociais tem se tornado cada vez mais acessíveis, indo muito além do Orkut, Last.fm e MSN. Hoje temos o fantástico conceito do micro-blogging, algo presente tanto na Internet quanto nos celulares e gadgets, sejam aparelhos populares ou mesmo os modernos smartphones.
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Praticamente qualquer gadget pode receber (e com certeza já deve ter) algum tipo de programa com foco em SNA. No meu caso, apesar de viver esta rica experiência desde 1996, nas idas das redes de IRC (Internet Relay Chat), o qual era um ambiente com recursos muito mais limitados do que encontramos hoje, tenho me surpreendido com a velocidade das mudanças e com a evolução da tecnologia, eu mesmo estou imerso em dezenas de serviços que facilitam a minha vida, mas ao mesmo tempo me deixam dependente e acostumado com a praticidade de ter tudo a mão o tempo todo, certamente faço parte dos ‘overconectados’, e assumo que é um desespero quando a bateria do EeePC ou do N95 acabam.
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O termo ‘tudo de se transforma’ faz muito sentido na grande rede, o caso do Twitter é ótimo para se utilizar como exemplo. O Twitter nasceu inocente, simples, prático, mas só o fato deste serviço existir torna o nosso ‘hoje’ diferente. Acredito que nem os seus idealizadores imaginavam que ele iria iniciar uma revolução na Internet capaz de mudar tantos paradigmas, forçando toda a estrutura conservadora de mídia e comunicação a refletir sobre o sentido e a forma de alcançar o público através de uma estratégia de comunicação clara, rápida e limpa.
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O que nasceu para aproximar pessoas e amigos, se tornou uma ferramenta de comunicação séria, hoje largamente utilizada e divulgada na grande rede. Todo o processo de pesquisar, redigir textos, editar, revisar, corrigir, diagramar e publicar faziam com que o leitor recebesse em certos casos algo frio, moldado artificialmente de acordo com a ótica e interesses de quem controla e detém o direito de publicação. Com o Twitter, Identi.ca ou qualquer outra ferramenta de micro-blogging, se algo aconteceu, já está na rede, é o cidadão comum fazendo o furo, mandando por exemplo fotos do Presidente Lula brincando com as crianças em um evento, possibilitando uma perspectiva cotidiana real, criando alternativas ao que normalmente nos é apresentado. Com o micro-blogging todos estão publicando a informação na hora, de forma simples e tudo em desafiadores 140 caracteres.
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Jornalistas, blogueiros e profissionais de comunicação estão hoje fazendo cobertura via sistemas de micro-blogging, artistas estão mais próximos do seu público, pessoas públicas, como por exemplo o Ministro Paulo Bernardo (do Ministério do Planejamento) tem estreitado laços com a população e diminuído a distância imposta por seu cargo e seu trabalho. Hoje você pode simplesmente mandar uma mensagem para @Paulo_Bernando e muito provavelmente o Ministro vai lhe responder.
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O governo está usando o Twitter, a TV, o Rádio, as escolas, as empresas, sejam estas públicas ou privadas, estão aos poucos descobrindo, evoluindo e saindo da letargia social. Estas mudanças permitem que eles utilizem as ferramentas de SNA para alcançar o seu público, independente do nicho. Eu mesmo sigo vários Ministérios e perfis governamentais que publicam diariamente informações que em segundos se tornam milhares de RT’s (Retweets) pela rede, divulgando e massificando algo que pode reverberar até os rincões de nosso país.
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Comunicar é também mobilizar, esse é um outro uso constante e eficiente das SNAs, estou falando da aplicação do conceito e da tecnologia para organizar atos públicos, combinação que tem sido um sucesso. Um exemplo disto foi o ato público que questionou o editorial da Folha de São Paulo, aquele que afirmava que a Ditatura no Brasil havia sido branda, comparando algo incomparável. Divulgado mundialmente como ‘Ato contra a #Ditabranda’, em poucos dias a iniciativa de algumas pessoas ganhou forma, força e a comunidade organizou de forma horizontal e descentralizada o ato em si. Todo este movimento e opiniões percorreram a rede em centenas de blogs, sites e sistemas SNA, e após o movimento virtual, a maciça divulgação foi parar na frente da Folha de SP, onde estiveram presentes mais de 400 pessoas e 30 entidades com foco em Direitos Humanos. As pessoas se fizeram ouvir e toda a cobertura foi feita na hora via 3g + Twitter + Twitpic. O mesmo tipo de organização foi feito no #MEGANÃO contra o AI5 Digital do Senador Azeredo.
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Hoje as pessoas não dependem mais dos veículos de comunicação convencionais para expressar suas ideias, a internet e as SNAs possibilitam que todas estas vozes ecoem nos porões de quem acredita que controla a informação, e faz isto incomodando, promovendo mudanças e retratações, como aconteceu no caso da ditabranda. E isto tudo continua crescendo, libertando pessoas, lugares, pensamentos, modificando o que já não se considerava mais mutável. O twitter como muitas outras ferramentas de SNA é mutante, é constante, é viral, e isso está nos levando a caminhar por trilhas que apontam para um mundo mais coerente, justo e verdadeiro, onde todos podem falar e ouvir o que quiserem.
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FONTE: http://gutocarvalho.net
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