A tentação da superficialidade
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Regiane Santos Barbosa
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Grande parte dos jornalistas, por imposição do mercado e por comodismo, faz questão de alimentar o efêmero – que nas redações se traduz em privilegiar textos enxutos, fragmentados, em blocos previamente estabelecidos, para facilitar a diagramação das páginas e o processo de fechamento da edição.
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Os profissionais correm, diariamente, em busca de notícias. Invadem as páginas dos jornais com inúmeros fatos relevantes ocorridos na cidade, no estado, no país e também no mundo. A pesada e atribulada carga de trabalho desses profissionais, associada à tensão do horário de fechamento do periódico acarretam, na maioria dos casos, notícias apuradas superficialmente, ou seja, o repórter procura saber, no local do ocorrido, somente quatro dos seis elementos do lead (primeiro parágrafo de uma notícia) o que, quem, quando e onde.
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Normalmente o como e o por quê do fato são deixados de lado, uma vez que a apuração demanda mais tempo e consulta a documentos e fontes. Devido a esses fatores, o repórter produz, diariamente, muitas matérias, mas, sem profundidade, interpretação e contextualização. "A atividade jornalística cotidiana em nosso tempo mostra sua trivialidade".
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Regiane Santos Barbosa
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Grande parte dos jornalistas, por imposição do mercado e por comodismo, faz questão de alimentar o efêmero – que nas redações se traduz em privilegiar textos enxutos, fragmentados, em blocos previamente estabelecidos, para facilitar a diagramação das páginas e o processo de fechamento da edição.
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Os profissionais correm, diariamente, em busca de notícias. Invadem as páginas dos jornais com inúmeros fatos relevantes ocorridos na cidade, no estado, no país e também no mundo. A pesada e atribulada carga de trabalho desses profissionais, associada à tensão do horário de fechamento do periódico acarretam, na maioria dos casos, notícias apuradas superficialmente, ou seja, o repórter procura saber, no local do ocorrido, somente quatro dos seis elementos do lead (primeiro parágrafo de uma notícia) o que, quem, quando e onde.
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Normalmente o como e o por quê do fato são deixados de lado, uma vez que a apuração demanda mais tempo e consulta a documentos e fontes. Devido a esses fatores, o repórter produz, diariamente, muitas matérias, mas, sem profundidade, interpretação e contextualização. "A atividade jornalística cotidiana em nosso tempo mostra sua trivialidade".
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Ainda na ânsia de ocupar as páginas do jornal, os repórteres, subeditores e editores selecionam alguns dos milhares releases que transbordam nas caixas de correio eletrônico e modificam seu texto, para que, no outro dia, as informações carregadas de interesses, provindos das assessorias de comunicação de grandes instituições públicas e privadas estejam estampadas nas páginas do periódico. Neste processo de produção de notícias, a apuração é abandonada pelo repórter, uma vez que a preocupação do profissional concentra-se mais na estrutura textual da matéria. O objetivo do jornalista é adaptar as informações contidas no release em notícia.
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A atitude, repetida diariamente na maioria dos veículos de comunicação, representa a mercantilização da notícia, disseminada em meados da década de 1950, a partir da extinção dos jornais político-partidários, da profissionalização dos jornalistas, da divisão do trabalho nas redações e da hierarquização de cargos e salários.
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FONTE: www.observatoriodaimprensa.com.br
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