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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Gravidez na adolescência
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José Domingues dos Santos Jr.
Carla Santos Domingues


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A adolescência tem se constituído em importante objeto de preocupação, na atualidade, para várias disciplinas científicas, tendo em vista a grande expressão que passa a assumir no interior das transformações de diferentes ordens que caracterizam o mundo moderno. Concebida no início do século, no âmago das culturas ocidentais, a adolescência passa a se consolidar como uma fase específica da vida humana, à medida que as mudanças sócio-econômicas promovidas pela industrialização e urbanização dão novo contorno à formação da sociedade, com destaque para os grupos de idade.
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Assim, emerge entre a infância e a idade adulta como um período intermediário, por configurar características próprias que a diferenciam dos demais períodos. Por não serem mais crianças e, ao mesmo tempo, ainda não terem se tornado adultos, com dada idade cronológica, os indivíduos começam a viver uma fase em transição. A adolescência passa, então, a ser referida não como uma fase de vivência e experiências próprias, identificadoras do ser humano num dado período, mas como fase de transição voltada exclusivamente para a idade adulta.
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Nesse contexto histórico, os adolescentes são percebidos como sujeitos sem identidade própria porque sua vivência e projeção para o futuro constituem-se em elementos para o estabelecimento da identidade adulta. Ao mesmo tempo são descaracterizados como crianças. Dada à expressão das mudanças biológicas, a adolescência passa a ser pensada tradicionalmente como a etapa cronológica, entre 10 a 19 anos. Tal tendência, que universaliza e destitui a adolescência não somente de seu caráter psicológico - mas também histórico-social - ainda predomina nos dias de hoje na pressuposição de que neste período, necessariamente, ocorrem de maneira simultânea os processos de diferentes ordens que caracterizam o “adolescer”.
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Contexto atual
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Ao ser reconhecida como uma fase transitória, começam a surgir significações para tal. Se, por um lado, é aceita a experimentação e a descoberta do novo como sendo peculiar à adolescência, por outro, espera-se do adolescente o desempenho de comportamentos e condutas inerentes a este período preparatório, e qualquer “desvio” nesta trajetória começa a ser objeto de preocupação social. Não obstante a modernização dos costumes tenha multiplicado as oportunidades e ambientes para novas vivências, estas possibilidades são ainda cercadas de limites e determinações para os adolescentes havendo, inclusive, diferenças de gênero para a definição das relações, nesta fase, uma vez que para a mulher adolescente essa limitação continua sendo maior.
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Ao invés de se tomar o fenômeno da adolescência no mundo atual como substantivamente diferente, devido às transformações sócio-econômico-culturais por que passa a humanidade, a tendência observada por parte da sociedade é a de uma visão funcionalista e a-histórica. Portanto, acaba-se interpretando o comportamento adolescente sob parâmetros e valores tradicionais, onde o diferente e novo muitas vezes são conotados como desviantes, necessitando, pois, de controle social.
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Esses comportamentos passam, então, a ser objeto de preocupação da sociedade, emergindo a necessidade de se conhecer e identificar os problemas destes jovens, bem como a criação de uma estrutura institucional do tipo escolas e serviços de saúde voltados a atender esta população. Assim, a gravidez indesejada na adolescência, antes um problema familiar que era resolvido com um casamento às pressas, ou exílio temporário com parentes locais distantes, hoje ameaça o futuro da jovem e seu companheiro, se adolescente, passando a serem considerados os riscos físicos, emocionais e sociais decorrentes desta gravidez.
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A importância do comentário
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Pedro Diedrichs (*)
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Na quase totalidade dos portais, em que notícias ou artigos de opinião são postados, há o espaço destinado os comentários de navegadores. Alguns assuntos chegam a mais de cem comentários em curto espaço de tempo. Normalmente assuntos que atingem diretamente a uma classe. Mas que importância pode ter algum comentário, se o que foi postado não mudará? Se logo no dia seguinte entrará no mesmo espaço outro assunto?
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De um site “Idéias ao Vento” colho esta observação: “Os comentários feitos num blog ou site são como a água que move um moinho. Por meio deles pode-se buscar inspiração para escrever mais e mais”. Isto se tratando, a exemplo, de literatura ou temas constantes. Mas, também abaixo das notícias, não só as que pessoalmente nos agradam ou desagradam, os comentários sugerem pautas a serem desenvolvidas. Se o espaço existe, há uma expectativa de manifestação de afeto ou carinho para com o autor, que não espera apenas um "É isso mesmo cara!" Ou então; "Você é burro, tá errado..."; ao comentar, a pessoa deve explicar a sua visão sobre o tema e conseqüentemente terá lido as opiniões anteriores, tendo assim, mais condições de formular suas idéias em relação ao tema abordado. Não tenha medo de desagradar, desde que com ética!
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As idéias sofrem um natural intercâmbio, fundamental e fabuloso, e o conjunto de comentários serve-nos a ajustar também nossa opinião. O espaço aberto é um exemplo nítido de democracia, onde os cidadãos manifestam seus diferentes pontos de vista, desenvolvendo o espírito crítico das pessoas, quase todas sonhadoras de um mundo melhor. O comentário só não deve vir acobertado de ofensas pessoais. Discordar é válido, ofender não é mais um comentário. E ofensa nem sempre é um palavrão, as entrelinhas também ofendem!
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Mas a pauta principal é o comentário, e para este que desejo chamar a atenção. Tenho navegado por todo este site, e outros, e assuntos tão interessantes que poderiam ser enriquecidos com comentários, estão lá como que abandonados. A realidade é que centenas e quiçá milhares lêem a notícia postada. Então por que razão uma boa parte não registra a leitura com um comentário? Preguiça? Não entendem do tema? Ou, o que mais entendo, é o medo de um contra-comentário de outros que mal educadamente discordam? Todos fazem parte também deste universo virtual, e não há o que temer das reações inesperadas de comentadores mal educados, radicais, ou que buscam besteirinhas para ridicularizar outros. Não tenham medo de comentar, neste e em todos os demais textos, pois o seu comentário é muito importante!
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(*) Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, poeta, escritor e humorista.
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Mídia tradicional versus mídia independente
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Eduardo Santos

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Antes da ascensão da web colaborativa, a chamada mídia independente (rádios comunitárias ou rádios-pirata, jornais de baixa circulação e fanzines), apesar de vista com alguma cautela, não representava de fato uma ameaça aos interesses da grande mídia (rádios e emissoras de televisão, revistas e jornais, governos e corporações). Hoje, quanto o custo para a publicação de conteúdo com alcance global pode ser bem pequeno, a mídia independente cresce através de veículos como listas de discussão, boletins por correio eletrônico, redes sociais, podcasts de áudio e vídeo, blogs, fotologs e sites de conteúdo. E mais: as informações podem ser mais impactantes e até contradizer o que é veiculado pela mídia tradicional.
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Um sinal que comprova este fato foi uma das campanhas do jornal Estado de São Paulo. Apelando para o humor, o Estadão tentava se posicionar como fonte confiável em relação a blogueiros, caracterizados como “não confiáveis”. Mas será que toda forma de mídia independente na Internet é realmente independente? Será que os modelos de mídia independente na web não podem ser manipulados por interesses de terceiros?
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Desde sempre pudemos verificar na grande mídia (principalmente em épocas de eleição)tentativas de induzir e influenciar (quando não alienar) ideologicamente a população, em função de interesses políticos ou financeiros. Basta pesquisar o número de políticos hoje diretamente concessionários de rádios e TVs para reforçar essa idéia. Desde sempre, a mídia tradicional procura fornecer uma enxurrada de informações, em grande volume e velocidade, para que a população possa apenas assimilar e aceitar as informações, sem analisá-las. Claro que nem toda a mídia tradicional tem esse caráter (não podemos nunca generalizar), porém, salvo excessões. Iniciativas independentes, opinativas, podiam ser facilmente desacreditas pela grande mídia, por não terem de fato grande veiculação nem espaço suficiente para réplicas.

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Hoje é diferente. Temos uma enxurrada de informação publicada de forma independente (ou jornalismo cidadão, como alguns preferem chamar) e discutida (em listas de discussão, comunidades no Orkut ou comentários nos sites e blogs). Já temos hoje diversos portais de notícias feitos por pessoas comuns e que participam diretamente dos fatos, como o WikiNews e o CMI, o que gera uma informação independente, confiável, precisa, abrangente e relevante. Também não é difícil encontrar conhecidos portais na web que, aproveitando a onda, criaram sua própria área de “Leitor-Repórter”, o que não deixa de ser um aproveitamento comercial do material gerado por leitores.
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A grande mídia tradicional, que sempre subjugou a capacidade da população em fazer algum julgamento racional e inteligente das informações veiculadas, hoje pode ser rebatida por um grande número de indivíduos que publicam informações com grande alcance e velocidade. E por mais que boa parte da população das periferias ainda não tenha acesso à web, acaba sendo atingida indiretamente por esse conteúdo, através de novos indivíduos formadores de opinião, que podem obter essas informações, interagir e discutir com essas pessoas. Apesar da grande mídia, governos e corporações ainda usarem de táticas que procuram promover o medo, incerteza e a dúvida em relação à mídia independente (assim como acontece nas campanhas das empresas de software proprietário contra o software livre), o receptor final das informações veiculadas já não é mais passivo como em outras épocas e tem cada vez mais senso crítico e acesso a informações de qualidade.

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Porém, há que se ter cuidado com certas informações lidas nas esferas independentes da web, como blogs e redes sociais, pois por serem meios onde a informação pode circular de forma anônima, fica fácil (e é feito) para empresas e políticos interagirem nos meios independentes. Nada garante, por exemplo, que indicações no Digg, comunidades no Orkut ou vídeos publicados no Youtube não sejam feitos por pessoas de forma independente, mas por governos e corporações se passando por indivíduos independentes, trabalhando para induzir a opinião pública de forma viral.
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Algumas agências e empresas já anunciam ter pessoas especializadas em interagir dentro de redes sociais para campanhas publicitárias. Não sabemos quantos políticos, entidades e corporações em geral têm pessoas agindo dentro de redes sociais para disseminar campanhas ideológicas. Basta analisarmos a quantidade de comunidades e perfis no Orkut criados na última eleição para promover ou denegrir candidatos e partidos para se ter uma idéia do que quero dizer.

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Com a democratização cada vez maior da web colaborativa, a mídia independente tende a crescer e a população deverá ter mais voz ativa, senso crítico e opinião própria. Porém, ainda temos que ser bem cautelosos e manter um senso crítico cada vez mais apurado contra as investidas daqueles que detém o poder e tentam de alguma forma “enquadrar” essa nova forma de liberdade de expressão. Como diria o ex-Dead Kennedy Jello Biafra, “não odeie a mídia: seja a mídia!”. Ou nas palavras de Paulo Freire: “ser uma alternativa à mídia oficial e contribuir para que as pessoas possam ter senso crítico. A mídia tradicional tem o poder de aliciar corações e destruir mentes. O radical não se sente dono do tempo, nem dono dos homens, nem libertador dos oprimidos. Com eles se compromete, dentro do tempo, para com eles lutar.”
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(*) Eduardo Santos, diretor de arte, professor e palestrante.

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FONTE:
http://webinsider.uol.com.br

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A visão ambiental dos jovens
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Catherine Fátima Alves
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Os jovens brasileiros têm boas intenções em relação ao meio ambiente, mas não sabem o que fazer para salvar o planeta e uma parcela significativa da juventude sequer pretende abrir mão do conforto em benefício das causas ambientais. É o que revela o 4º Dossiê Universo Jovem, da MTV Brasil, que ouviu 2.579 adolescentes e jovens com idade entre 12 e 30 anos, das classes A, B e C, em Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro e Recife.
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O levantamento mostra também o desconhecimento dos inquiridos. Meninos e meninas acreditam que não jogar lixo no chão já é uma ação suficiente para evitar o aquecimento global e preservar a natureza. Mas também manifestam preocupação com o destino da água e das florestas, colocando-a logo depois de questões como a violência, o desemprego e as drogas. O aquecimento global e o temor com a poluição são citados, respectivamente, por 24% e 20% dos pesquisados.
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A pesquisa da MTV faz ainda uma classificação interessante dos jovens pesquisados. Classifica-os como: comprometidos (17%, que conhecem e valorizam as causas ambientais), teóricos (26%, têm informação, mas não estão dispostos a sacrifícios pessoais), refratários (20%, grupo que menos valoriza as causas ambientais e não pretende fazer nada em favor do planeta), intuitivos (21%, não dominam o assunto), ecoalienados (16%, são resistentes à reciclagem, não se preocupam com o futuro e contribuem muito pouco para a defesa do planeta).
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Diante de tal diversidade, não é de admirar que muitos jovens tenham dificuldade até mesmo para dominar conceitos comuns à linguagem ambiental. O questionamento revelou que, de cada 10 entrevistados, seis não sabem explicar o que é sustentabilidade. Quem tem menos idade acha que significa sustentar-se sozinho, ter renda ou carro próprios. O desconhecimento da terminologia, porém, não significa que a juventude esteja alienada em relação à preservação da vida no planeta.
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Embora ainda seja pequena a mobilização de adolescentes e jovens na defesa do meio ambiente, como demonstrou a pesquisa da MTV, ela ainda é maior do que a da população geral. Por exemplo: 23% dos entrevistados se preocupam em fechar as torneiras, enquanto a média da população é de 7%. Não jogar lixo na rua é medida de 55% dos entrevistados, exemplo seguido por apenas 24% da população geral. São sinais positivos. Se são os filhos que conscientizam os pais a usarem o cinto de segurança, por exemplo, quando atingidos por campanhas bem-feitas, eles também podem vir a ajudá-los a entender a necessidade de racionalizar os recursos naturais e preservá-los para as gerações futuras.
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Afinal, são exatamente esses jovens que herdarão o planeta, com os danos que as gerações passadas e as atuais vêm causando, mas também com a tecnologia e o conhecimento que lhes possibilitarão recuperar o que já foi danificado. Nesse sentido, nada é mais importante do que a conscientização - e estudos como o que está sendo divulgado agora servem de referência para a adoção de políticas públicas e atitudes coletivas mais eficientes.
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A relação entre o rádio, a web e o ouvinte
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Raquel Porto Alegre
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Existem hoje, no mundo inteiro, cerca de 240 milhões de pessoas conectadas à Internet e só no Brasil são 11 milhões de microcomputadores. Esses números mostram que a web ainda está distante da grande massa no Brasil. O último senso realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o país tem hoje cerca de 167 milhões de habitantes. Logo os computadores chegam a um percentual muito pequeno da população brasileira. Isso mostra que o público da Internet é pequeno, porém seleto, que exige qualidade.
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O rádio, via web, sofreu e continua sofrendo transformações qualitativas – por estar ainda em processo de adaptação – está se vendo obrigado a oferecer algo mais ao “ouvinte-internauta”. Na rede, os usuários podem escolher a notícia que querem ouvir (pela primeira vez ou novamente), podem também ouvir, ao vivo, a programação de uma emissora. É possível, ainda, ler informações complementares ou o comentário de algum especialista sobre determinada matéria que foi recebida por ondas eletromagnéticas. A Internet tem sido suporte para o rádio, pois complementa a programação das emissoras.
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O rádio está se adaptando ao mercado global de informação e o ouvinte-internauta começa agora a estabelecer outro tipo de relação com as estações de rádio: praticamente todos os sites dispõe de uma homepage contendo informações textuais sobre a programação – horários, destaques, chamadas para atrações do dia ou da semana – e dados sobre o funcionamento da própria emissora.
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Entre as que podem ser lidas ou ouvidas na internet, algumas – como as rádios Eldorado e CBN (São Paulo), Gaúcha (Porto Alegre) e Tupi (Rio de Janeiro) – mantém à disposição do usuário homepages com histórico, serviços (tempo, estradas, etc), textos atualizados, notícias, cotações, índices financeiros, entre outros itens. Há ainda, em algumas delas, a lista de valores vigentes para comerciais e contatos com os diferentes departamentos da emissora.
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As novas rádios via Internet não serão mais apenas transmissoras de programas em áudio. Os internautas querem mais. Querem consultar arquivos, obter dados, ouvir programas já apresentados, comunicar-se com a direção da rádio, apresentadores, comentaristas e programadores. A nova rádio terá de desenvolver uma grande e excelente quantidade de serviços se quiser que internautas-ouvintes estejam conectados. O núcleo de produção da rádio para a internet vai ser maior ou igual ao núcleo que produz a divulgação sonora da rede.
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O rádio tem de, agora em diante, ser pensado como um novo meio de comunicação via Internet. Investir, apenas, nos atuais meios é ficar para trás, e as rádios que não se conscientizarem disso sofrerão as conseqüências. A nova tecnologia tem o poder de colocar no mesmo patamar todas as emissoras, não importando onde elas estejam, uma vez que tecnicamente estão igualmente preparadas (utilizam o mesmo ciberespaço). O rádio via web equipara todas as rádios. Caem as fronteiras regionais, nacionais e globaliza-se o rádio. Basta clicar com o mouse do computador para se ouvir as informações de emissoras de Nova York, de Estocolmo ou do interior da Bahia, por exemplo. É um mundo sem barreiras, sem possibilidade de cerceamento.
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Por mais que o termo globalização tenha quase se transformado em clichê dentro das discussões atuais sobre as mais recentes tecnologias dos meios de comunicação, não há como negar que os novos recursos de mídia possuem capacidade de penetração e impactos globais. Para o rádio isso tem muito a dizer, já que sua capacidade de alcance, que já era grande e significativa, cresce incalculavelmente. Não dá para se ter noção de quem está, no mundo inteiro, disponibilizando as informações que foram produzidas numa determinada emissora, por mais tímida que ela seja. “Uma das principais funções do ciberespaço é o acesso a distância aos diversos recursos de um computador”.
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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Bloco do CRJ Funcionários 1 sai nesta sexta

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O período carnavalesco mais uma vez se aproxima. É chegada a hora de vestir a fantasia e sair festejando pelas ruas. E para ajudar neste processo temos o bloco "Que danado é isso?", formado por alunos da oficina de Percussão do CRJ Ilma Suzete Gama (Funcionários 1) e convidados especiais: todos(as) vocês!
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Portanto, não deixem de participar nesta sexta-feira (13/02). A concentração para saida do Bloco terá inicio às 15h, no Centro da Juventude Ilma Suzete Gama (Praça Lauro Wanderley). Venha se divertir, cantar e dançar pelas ruas dos Funcionários 1. Vamos fazer uma festa bonita e deixar todo mundo se perguntado: "Que danado é isso?"
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Sexualidade, drogas e violência
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Jerusa Figueiredo Netto
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Vive-se atualmente num mundo em que a vida está quase perdendo o seu significado. Não se sabe porque se vive e acha cansativo refletir sobre este tipo de questão. Alimenta-se do que se recebe, sem saber se é bom ou ruim. Não se pergunta sobre o que se quer da vida, muito menos delinea-se um projeto de vida. Reina o imediatismo, o aqui e o agora, sem a menor preocupação com as conseqüências dos atos de hoje que se concretizarão no amanhã. Não é à toa que as enfermidades mais comuns na atualidade são ansiedade (pelo viver), o estresse (de viver), a depressão (no viver). Afinal o que é viver? Por que e para que se vive?
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O processo vital vai se tornando um labirinto sem saída, transformando a existência numa prisão que escraviza. Multiplicaram-se as crenças, desde as de origens pagãs, greco-romanas, ao esoterismo mais complexo e eclético o que, ao invés de clarificar, apenas destrói os referencias humanizantes e confunde os caminhos que possibilitam o encontro consigo mesmo, com o outro e sobretudo com aquele-que-é: o amor. Amar é estar com, é o prazer de viver sendo e fazendo-se mais humano, no sentir e no existir. O prazer é indispensável no processo de personalização, na integração social, na realização profissional, mas sobretudo na construção dos vínculos amorosos que nos envolvem e nos nutrem, alimentando o ser e o viver. A carência do amor destrói o prazer legítimo, nega o valor pessoal, anula a auto-estima, cria a ansiedade, alimenta o estresse, deprime e mata.
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Sem conhecer a saída verdadeira para o prazer de viver, as pessoas acabam encontrando as fontes do prazer ilegítimo, que prometendo afinal o encontro desejado, aparece na forma da promiscuidade sexual, da violência, do uso de drogas, ou seja da agressão contra si mesmo ou contra o próximo, produzindo-se o círculo vicioso do medo, da rejeição, da discórdia, da dor e da morte, processo que começa na negação do outro e que finaliza com a destruição de si mesmo.
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A sexualidade é o dom maior da vida, pois ao encerrar em si mesma o próprio mistério da vida, constrói-se e realiza-se através das funções da reprodução, do prazer e da comunicação/relação, cuja expressão maior é o amor. No berço da vida, começa-se a aprender a sentir o prazer de viver, que se enraíza na função reprodutiva dos pais, no prazer do cultivo da vida expresso pelos pais. E se realiza na comunicação que constrói os vínculos amorosos relacionais consigo mesmo, com a família, com o meio social. Ao faltar esse berço que se cultiva no prazer nutriente do amor, constrói-se a carência e a frustração, alicerces naturais do uso de drogas e da agressão.
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O jovem sem referências, cheio de carência e de dores existenciais, torna-se vulnerável ao apelo do prazer ilegítimo e entrega-se facilmente à rede que aprisiona e escraviza a vida. Esse apelo, às vezes, surge com brilhos falsos do amor afetivo-sexual, veja-se bem, não apenas sexual; outras vezes na aprovação grupal que promete a elevação da auto-estima, a segurança e confiança mútua, a amizade. Sem os referenciais históricos das relações saudáveis intra-familiares, embalado pelo vazio da carência afetiva sexual (amor e prazer sexual), aprisionado na solidão, busca eros (vida) e encontra thanatos (morte), desejando o amor, envolve-se com o ódio; perseguindo o prazer encontra-se frente a frente com a dor.
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A sexualidade, dimensão integradora essencial do ser humano, é fonte da vida, proporciona a realização do existir, é o espaço natural do prazer, base intrínseca do projeto de vida constituída pelos pilares da reprodução (às vezes) e da comunicação/relação (sempre). O desenvolvimento da sexualidade saudável exige o exercício consciente, pleno e constante do amor, cultivado pelo prazer de ser e estar com, cujo processo resulta na realização do projeto de vida que dá significado à própria vida, uma vez que é alicerçado nos referenciais que apontam para o valor intrínseco do existir. Dessa forma, nós pais, educadores e sociedade em geral estaremos descobrindo e construindo o amor, fonte legítima da vida. Dessa forma, estaremos dizendo o não definitivo às drogas e à violência.
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Dica cultural: evento
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Leis de Imprensa: motivações torpes
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Nelson Varón Cadena
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Em 200 anos de imprensa tivemos cinco leis reguladoras, todas surgidas em tempos de conturbação política e com motivações inconfessáveis. Em comum, fora as filigranas jurídicas, o objetivo de restringir liberdades, ampliar punições e intimidar. As leis sancionadas atenderam interesses, mas também caprichos e até patologias que os legisladores com maior ou menor sutileza incorporaram ao texto. Antecedentes estes que dão razão ao deputado Miro Teixeira e outros que defendem a idéia de se suprimir a lei em vigor. Melhor não ter lei nenhuma do que construir um novo arcabouço jurídico, a pretexto de se assegurar a liberdade de imprensa, ou de prevenir os seus abusos. O problema são as motivações e o contexto.
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No Brasil herdamos a censura prévia e com ela o principio da lei romana de “injuria e libellus famosus” , alias, ainda presente na lei em vigor de 1967 (artigo 20 que não admite o ônus da prova no caso de “difamação” contra o Presidente e outras autoridades, mesmo sendo verdade). Quando Dom Pedro I sancionou a nossa 1º Lei de Imprensa em 1823 nenhum jornal brasileiro circulava com mais de 500 exemplares e os índices de analfabetismo no país eram de mais de 90% da população, segundo os historiadores. Ou seja, a lei preservava os interesses dos próprios legisladores, eles mesmos atores nesse processo, num contexto onde os jornais eram declaradamente partidários, faziam proselitismo e o leitor se informava apenas por indícios, as chamadas entrelinhas.
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Naquele tempo a imprensa não afetava a vida dos cidadãos como hoje, E a motivação de nossa lei primária de 22/11/1823 foi torpe. Esta escrito: “Considerando que a lei de imprensa é um dos mais firmes sustentáculos dos governos constitucionais, também o abuso dela os leva ao abismo da guerra civil e da anarquia, como acaba agora mesmo de mostrar uma tão funesta como dolorosa experiência…sendo de absoluta necessidade empregar um pronto e eficaz remédio que tire aos inimigos… deste Império toda a esperança de verem renovadas as cenas que quase o levaram à beira do precipício…”. Eficaz remédio ? Ou seja, a Lei tinha o propósito de combater um inimigo invisível, identificado por uma avaliação subjetiva, pessoal. Falar mal da igreja ou negar os seus dogmas, por exemplo, sujeitava o infrator a seis meses de prisão. Escrever sobre o Governo, se interpretado como incitação à rebelião, representava o risco de dez anos de degredo para uma província distante.
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A nossa 2º Lei (20/09/1830), também sancionada por Dom Pedro I, tinha motivações semelhantes. Ele mesmo na sua fala do trono, quando da abertura dos trabalhos legislativos, lembrara “a necessidade de reprimir, por meios legais, o abuso que continua a fazer-se da liberdade de imprensa”. A Lei apenas tipificava os abusos e sequer manteve os artigos iniciais da carta anterior que explicitavam o conceito de liberdade de imprensa. O Imperador estava no meio de uma grave crise política que resultou, no ano seguinte, na sua abdicação do trono e foi nesse contexto e com o objetivo de “limitar” a influência da imprensa que a lei foi construída. 93 anos se passaram antes de termos a nossa 3º Lei de Imprensa, a chamada “Lei Infame” sancionada por Arthur Bernardes em 31/10/1923, num contexto de Estado de Sitio e violenta repressão aos jornais. O documento é um primor da falta de sutileza: contundente na linguagem, afirmativo no seu propósito de aumentar as penas já previstas pelo Código Penal. A carta tinha o único propósito, acreditem, de elevar as penas e introduzir o conceito de relatividade das “ofensas”, a critério do julgador.
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Cadastro com endereço
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Mais tarde (14/07/1934) Getúlio Vargas sancionava a nossa 4º Lei de Imprensa. O contexto agora era uma ditadura: uma semana antes do Presidente ser confirmado no Governo, através de uma eleição indireta. A carta prioriza a matrícula das oficinas e jornais e o cadastro de todos os profissionais, incluindo o seu endereço residencial. Para que o endereço? Certamente que não era para enviar flores aos jornalistas no seu aniversário. A 5º e última Lei de Imprensa (09/02/1967), sancionada por Castelo Branco, atualizou os conceitos da ditadura de 34 para o contexto da ditadura militar. Incluiu a televisão que não existia no governo Vargas e abrangeu nas restrições, a liberdade de pensamento, conceito que foi resgatar nas leis anteriores à Revolução Francesa.
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Antecedentes, como se vê, não muito recomendáveis. Melhor não ter lei nenhuma como nos Estados Unidos onde a primeira emenda da Constituição descarta essa possibilidade, do que construirmos uma outra Lei de Imprensa para atender sabe-se lá que motivações dos governantes de plantão. Quanto ao argumento, dos defensores de uma lei reguladora, de que a imprensa afeta a vida dos cidadãos, não se sustenta. Nesse caso teríamos uma Lei de Culto, já que a religião também mexe e afeta a vida das pessoas. Dom Pedro I, conforme relatado, chamava a Lei de Imprensa de “eficaz remédio”. A história nos mostrou que tinha gosto de purgante com efeito de veneno.
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Folia de Rua 2009: pré-carnaval de João Pessoa
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Mais de um milhão de pessoas devem se divertir no pré-carnaval de João Pessoa, que terá início no dia 13 de fevereiro, seguindo até o dia 21/02, quando começam os “festejos de Momo”. O “Folia de Rua”, tradicional prévia carnavalesca da capital paraibana, está com o projeto orçado em R$ 783.339, e deve movimentar mais de 50 atividades diretas e indiretas. “A realização do projeto Folia de Rua não é só um movimento sócio-cultural, mas também econômico, pois com a sua realização há um impacto na economia de João Pessoa, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae em 2008”, dizem os organizadores do projeto.
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Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), aproximadamente um milhão de foliões passaram pelos locais de festa no ano passado - Centro Histórico, Epitácio Pessoa, praias e bairros da Capital. Entre as atividades contratadas diretamente, estão: bandas, orquestras, cantores, carros e equipamentos de som, seguranças, confecções, serigrafia, publicidade, etc.
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Além disso, o ‘Folia’ dá suporte indireto aos setores de hotelaria, bares e restaurantes, saúde, telefonia e transportes. Neste período, apontou um incremento de R$ 72 milhões aproximadamente, entre a participação no comércio formal e informal e no setor de serviços, em especial a participação do setor de turismo.
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Este ano quem vai presidir todo o processo é Clóvis Júnior, artista plástico e novo presidente da associação que organiza a festa. Ele demonstra muito otimismo e desejo de ampliar o poder de mobilização do evento para difundir a arte em suas mais diversas manifestações. “Este ano temos a novidade da orquestra de frevo da Associação para poder tocar nos blocos e eventos. Temos também artistas plásticos que farão exposições. Vamos fazer da Folia Cidadã um ponto de cultura, já que o projeto não é só brincadeira, é também responsabilidade social”, disse.
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Breve histórico
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A fase embrionária do Folia de Rua foi uma brincadeira de um grupo de amigos, formado por artistas, produtores culturais e intelectuais da cidade, que fizeram o primeiro desfile do bloco Muriçocas do Miramar, em 1986. Alguns anos depois, entre os foliões do Muriçocas, que já arrastava milhares de pessoas, foram idealizados diversos outros blocos. Logo as prévias se difundiram pelos bairros da cidade. A espontaneidade e a grandiosidade do fenômeno foram aos poucos ganhando um sentido institucional.
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Irreverência, descontração e criatividade são as marcas do Folia de Rua. Confira logo abaixo a programação dos blocos que desfilarão no Centro histórico, na Via Folia (Epitácio Pessoa) e em diversos bairros da cidade de João Pessoa:
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13/02 – Confete e Serpentina, Anjo Azul, Picolé de Manga, Pinguins
14/02 – Bloco dos Atletas, Moringa dos Bancários, Virgens de Mangabeira
15/02 – Virgens de Tambaú e Imprensados
16/02 – Melhor Idade e Muriçoquinhas
17/02 – Portadores da Folia, Acorde Miramar
18/02 – Muriçocas do Miramar
19/02 – Canto do Tetéu
20/02 - Cafuçu
21/02 – Boi do Bessa
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Democratização da Comunicação
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Nos últimos anos a comunicação no Brasil vem passando por profundas transformações. Em alguns aspectos é possível encontrar pontos positivos e em outros existem pontos negativos. Se colocarmos os aspectos positivos e negativos na balança, chegaremos a conclusão de que existem mais pontos negativos para o povo brasileiro e mais pontos positivos para as classes oligárquicas da mídia nacional.
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A TV Digital deveria ser um interativo instrumento para o fortalecimento da cultura brasileira, da produção de conteúdo audiovisual, e assim, contribuir de fato para a democratização da comunicação, mas esse sonho está longe de acontecer. Para tornar pública a TV Digital é preciso existir fóruns públicos, com participação popular direta. Nesse sentido foi um retrocesso a recusa dos parlamentares à proposta de criação do Conselho Nacional de Comunicação Social nacional. Entretanto, é preciso retomar esse debate. As universidades brasileiras desenvolveram um padrão nacional de TV Digital, que poderia interagir com todos os outros padrões existentes, e mesmo assim não foi aceito. Além disso, muitas dúvidas permanecem a respeito da sua implementação no Brasil.
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A questão das rádios comunitárias não avançou nestes últimos anos. Continua a perseguição e prisão de militantes do movimento, bem como o fechamento de muitas rádios alternativas. A internet é um tema que regrediu no Brasil. Recentemente o Congresso Nacional aprovou uma lei que torna criminoso os navegantes que baixarem conteúdos sem autorização do legítimo titular. Em nenhum outro país do mundo existe essa proposta. Além disso, a lei obrigará todos os provedores de acesso - telecentros, lanhouses ou quem tiver um roteador sem fio - a gravarem os logs de acesso a Internet. Ou seja, ficará gravado tudo o que fazemos na rede. Está aí um grande perigo para a democracia brasileira.
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A inclusão digital no Brasil está sendo vista como aliada da democratização das comunicações, mas muitos limites ainda existem, como escassos investimentos em infra-estrutura de conexão banda larga e falta de capacitação da população para o uso das novas tecnologias. O software livre avançou nos últimos anos, e somos referência internacional na área. Desenvolvemos o software público que é utilizado em inúmeros programas de inclusão digital, assim como, em vários ministérios e empresas públicas. Além disso, o software livre foi base no desenvolvimento do padrão brasileiro de tv digital, e o ginga que poderá dar interatividade na tv digital é um software livre.
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Mesmo com poucos avanços na democratização da comunicação existe uma possibilidade articulada pelo Movimento Pró-Conferência Nacional de Comunicação - recentemente confirmada pelo ministro Hélio Costa - onde participam dezenas de entidades, milhares de pessoas, parlamentares e também membros do Executivo. A Conferência deverá ser um espaço democrático para elaboração de políticas públicas na área da Comunicação.
Exercícios físicos e saúde
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Sérgio Neves Jr. (*)
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Por que praticar exercícios físicos? O que devo praticar? Essas e muitas outras dúvidas permeiam a mente de inúmeros interessados em melhorar sua saúde com um mínimo de mudanças em seu estilo de vida. O ser humano tem como dádiva a capacidade de movimentar-se, e desta forma tem como necessidade estar em constante movimento.
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As atividades físicas sempre fizeram parte da vida do ser humano, sendo uma necessidade para a vida. Caçar, pescar, correr, nadar, andar, plantar; antes da industrialização, o homem vivia em constante movimento, sendo as atividades físicas necessidades primárias. Hoje, com a industrialização e modernização, tornamo-nos indivíduos menos ativos em busca do comodismo, do conforto: vidro elétrico, controles remotos, elevadores, compras por Internet, vídeo games, televisão, etc.
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Sem refletirmos sobre a perda do movimento, abrimos mão desta dádiva, em razão da maior desculpa: “a falta de tempo”. Caso queiramos ganhar tempo, devemos investir no movimento de nossos corpos, pois o sedentarismo aumenta o risco de morte em 25%. Além disso, aumenta a probabilidade para aquisição das denominadas doenças silenciosas, ou ainda, as crônico-degenerativas, levando o indivíduo a uma menor expectativa de vida, além das restrições e dependências. Diabetes, obesidade, osteoporose, hipertensão, cardiopatias, câncer, entre outras, podem ser evitadas ou amenizadas pela prática de exercícios físicos. Mesmo quem as tem deve procurar exercitar-se constantemente, a fim de evitar o seu agravamento.
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Os exercícios físicos tendem a aumentar nossa resistência física, força muscular, flexibilidade, humor, entre muitos outros benefícios. Com a melhora de nossa capacidade funcional, aumentamos nossa disposição para realizar trabalho, podendo este ser em prol de nosso lazer ou sustento. É bem verdade que o homem tem vivido mais, várias pesquisas relatam este fato; no entanto devemos refletir em que condições estamos vivendo mais.
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A tecnologia aliada à medicina intervencionista e epidemiológica vem intervindo na morte, proporcionando maior expectativa de vida; no entanto, estamos nos tornando incapazes e, em muitos casos, dependentes. Isso é viver mais? Viver mais é envelhecer mantendo nossas capacidades funcionais, permitindo-nos estar inseridos de forma participativa em nossa comunidade, sociedade, enfim, no mundo, independentemente de nossa idade.
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A idade representada por números, denominada como cronológica, é apenas uma referência do tempo de nossa existência no mundo. Dois indivíduos com a mesma idade cronológica de 70 anos podem ter capacidades funcionais diferentes. Ou seja, uma pessoa de 70 anos pode ter a idade biológica de 50 anos, devido aos efeitos da prática de exercícios físicos ao longo de sua vida. Isto é fato científico. Devemos lembrar que um indivíduo com seus 25 anos (idade cronológica) pode ser considerado mais velho que um senhor de 60 anos (idade cronológica), levando-se em consideração a idade biológica. Isto irá depender de seus hábitos de vida e de que tipo de investimento realizou ao longo de seus anos em prol de sua saúde.
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Existe hoje um consenso mundial sobre a importância da prática de exercícios físicos como promotores da saúde em todas as faixas etárias. Baseado neste consenso, exercitar-se é o melhor investimento. No entanto, todo bom investimento nos exige algum esforço. Abra uma poupança saúde, a cada dia coloque 30 minutos de exercícios físicos em seu cofre. No final de alguns anos seu cofre, ou melhor, seu corpo estará cheio de saúde. Faça do seu presente um presente para o seu futuro.
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(*) Graduado em Educação Física, mestrando em Gerontologia (UNB–DF).
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Redes sociais: uma prática inclusiva (parte I)
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Walter Ude

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Trabalhar dentro da perspectiva de redes sociais implica em tentar reconstruir nossa maneira de enxergar e compreender o mundo em que vivemos. Significa admitir que tudo está em relação com tudo e que não há como isolar uma parte sem considerar o todo e nem trabalhar o todo desconsiderando suas partes mais específicas, pois, na partícula mais minúscula do universo, encontramos a complexidade que a caracteriza.
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As tradicionais tentativas de isolar elementos de um sistema num ambiente totalmente imune são impossíveis e ilusórias para quem concebe o mundo funcionando em constante interação – ora passando por momentos mais regulados, ora por conflitos e contradições. Adotar essa postura diante da vida representa assumir a busca de uma prática e de uma ciência mais ativas e mais conscientes (Morin,1996). Na verdade, o mundo sempre funcionou sem rede, mas a lógica capitalista produziu e desenvolveu formas extremamente setorizadas e fragmentadas de lidar com a realidade que, tem gerado uma crença naquilo que Dejours (1999) chama de um “individualismo triunfante”.
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Temos presenciado mudanças significativas no mundo diante do chamado mercado globalizado, do livre comércio, da terceirização de serviço público, do enfraquecimento do Estado, da acelerada substituição do trabalho humano pelas denominadas novas tecnologias e do conseqüente desemprego estrutural, o qual tem gerado altos índices de pobreza e miséria no atual contexto brasileiro. Esse quadro, aqui brevemente comentado, tem produzido diversos problemas sociais e vem gerando níveis elevados de violência, de corrupção e de descaso com a vida.
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Constata-se certo relaxamento em relação a determinados princípios morais e éticos fundamentais para a regulação de uma sociedade que pretende garantir aspectos básicos para uma vida cidadã. Essa configuração do contexto atual impõe que a sociedade civil reveja sua forma de participação. Parece que a idéia de que atualmente se pertence a um mundo globalizado retirou das pessoas um pouco do sentido de pertencimento a uma nação e a um local de origem. A velocidade das aceleradas transformações implementadas pelo denominado projeto neoliberal tem impedido, avaliações coletivas sistemáticas quanto às conseqüências das atuais propostas políticas, econômicas e sociais para a vida do povo brasileiro. Optar por um mundo regido pelo imediatismo – segundo as normas de um mercado global – é uma postura arriscada.
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Por outro lado, nossa história apresenta-se marcada por uma relação de dependência com o Estado, como se fosse o único responsável pelas políticas de assistência e de seguridade da população. Esse traço social tem nos impedido de construir uma avaliação coletiva para pensarmos outra forma de organização social, na qual o Estado fosse regulado por decisões surgidas da coletividade. Quanto às relações de emprego, nossa trajetória histórica, social e cultural se deu de uma maneira semelhante. Sempre ficamos esperando do patrão sua oferta de emprego e o conseqüente pagamento de um salário pelos serviços prestados. Enfim, não aprendemos a construir juntos um projeto coletivo de sociedade. Criou-se uma relação dualista em que, de um lado, ficou o Estado e o patrão e, do outro, o usuário e o empregado
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Diante disso, as pessoas têm encontrado algumas dificuldades em buscar apoio, construir elos com outras pessoas, grupos, movimentos e instituições, para tentarem organizar novas propostas de vida, apesar da solidão, do sofrimento, da precariedade ou da insegurança que enfrentam no seu cotidiano. Em outras ocasiões, têm o desejo de compartilhar idéias, invenções, propostas ou alegrias e não conseguem encontrar espaços de expressão e de comunicação. No entanto, o ser humano e nenhuma outra forma de vida existente nesse planeta nasceram para viver em isolamento. Do contrário, adoecem ou até mesmo morrem.
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Contudo, vivemos numa sociedade capitalista que, cada vez mais, tem estimulado a segregação das pessoas, levando-as, muitas vezes, a ações individualistas e particulares, tais como: construir condomínios fechados e aparelhados com diversos sistemas particulares de segurança; pagar seguros de aposentadoria, moradia, de veículo e de vida, entre outros; em vez de tentar discutir as condições que estão produzindo a violência e a insegurança na nossa sociedade. Enfim, buscam-se soluções individuais sem considerar o coletivo. Essa lógica favorece a ideologia dominante, pois aumenta a lucratividade dos agenciadores de seguros, e esses processos não são avaliados ou questionados. Em síntese, existe uma indústria da violência e outra da proteção privada, sendo que elas se complementam, apesar de aparentarem ter uma lógica oposta.
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FONTE: Redes sociais: possibilidade metodológica para uma prática inclusiva. In: Carvalho, et al. (org.). Políticas Públicas. Belo Horizonte, Editora UFMG/PROEX, 2002.
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Dica cultural: música
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O adolescente como protagonista
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Antônio Carlos Gomes da Silva
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Ao perguntar-nos acerca do tipo de jovem que queremos formar, concluímos que é aquele autônomo, solidário, competente e participativo. Refletindo sobre essa questão, surgiu-nos a idéia de protagonismo juvenil, conceito que veio preencher uma lacuna teórico-prática neste campo.A palavra protagonismo é formada por duas raízes gregas: proto, que significa “o primeiro, principal”; agon, que significa “luta”. Agonistes, por sua vez, significa “lutador”. Protagonista quer dizer, então, lutador principal, personagem principal, ator principal.
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Uma ação é dita protagônica quando, na sua execução, o educando é o ator principal no processo do seu desenvolvimento. Por meio desse tipo de ação, o adolescente adquire e amplia o seu repertório interativo, aumentando assim sua capacidade de interferir de forma ativa e construtiva em seu contexto escolar e sócio comunitário. O centro da proposta é que, através da participação ativa, construtiva e solidária, o adolescente possa envolver-se na solução de problemas reais na escola, na comunidade e na sociedade. Um dos caminhos para que isso ocorra é mudar nossa maneira de entender os adolescentes, e de agir em relação a eles. Para isso, temos de começar mudando a maneira de vê-los. O adolescente deve começar a ser visto como solução, e não como problema.
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No interior dessa concepção, o educando emerge como fonte de iniciativa (na medida em que é dele que parte a ação), de liberdade (uma vez que na raiz de suas ações está uma decisão consciente) e de compromisso (manifesto em sua disposição de responder por seus atos). Assim quando o adolescente, individualmente ou em grupo, se envolve na solução de problemas reais; atuando como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso; temos, diante de nós, um quadro de participação genuína no contexto escolar ou sócio-comunitário, o qual pode ser chamado de protagonista juvenil.
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Na perspectiva do protagonismo juvenil, é imprescindível que a participação do adolescente seja de fato autêntica e não simbólica, decorativa ou manipulada. Essas últimas são, na verdade, formas de não-participação que podem causar danos ao desenvolvimento pessoal e social dos jovens, além de minar a possibilidade de um convívio autêntico entre eles e seus educadores.
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A participação é a atividade mais claramente ontocriadora, ou seja, formadora do ser humano, tanto do ponto de vista pessoal como social.Educar para participação e criar espaços, para que o educando possa empreender, ele próprio, a construção de seu ser. Aqui, mais uma vez, as práticas e vivências são o melhor caminho, já que a docência dificilmente dará conta das múltiplas dimensões envolvidas no ato de participar. Na vivência dessa pedagogia, o educador já não pode limitar-se à docência. Mais do que ministrar aulas, ele deve atuar como líder, organizador, animador, facilitador, criador e co-criador de acontecimentos, por meios dos quais o educando possa desenvolver uma ação protagônica.
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A adesão à perspectiva pedagógica do protagonismo juvenil vai muito além da assimilação, pelo educador, de algumas noções e conceitos sobre o tema. Antes de tudo, essa adesão deve traduzir-se em um compromisso de natureza ética entre o educador e o adolescente. O protagonismo deve ser vivido como participação do adolescente no ato criador da ação educativa, em todas as etapas de sua evolução.
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Além de um compromisso ético, a opção pelo desenvolvimento de propostas baseadas no protagonismo juvenil exige do educador uma clara vontade política no sentido de contribuir, pelo seu trabalho, para a construção de uma sociedade que respeite os direitos de cidadania e aumente progressivamente os níveis de participação democrática. Mas a clareza conceitual, o compromisso ético e a vontade política só potencializam verdadeiramente sua ação, quando o educador está comprometido em níveis que ultrapassam em profundidade o conhecimento do assunto, ou seja, quando ele está emocionalmente envolvido com a causa da dignidade plena do adolescente. Para que isso ocorra, o educador deve evitar posturas que inibam a participação plena dos jovens
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FONTE: Cadernos de Juventude, Saúde e Desenvolvimento;
Ministério da Saúde, Brasília, 1999.
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Restrições à Internet, uma falha na democracia
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Neiff Satte Alam (*)
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A interatividade e a diversidade estão plasmadas nos caminhos desta fantástica tecnologia que viabiliza a Internet. Considerada um caminho de infinitas conexões e que globaliza o conhecimento e o coloca acima do poder, permite que as fronteiras entre os países desapareçam e comece a se formar um pensamento universal plural, mas disponível a todos os homens.
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As ditaduras não poderão resistir muito tempo à liberdade de idéias que circula pelo espaço cibernético (ciberespaço), o que levou Pierre Lévy a manifestar que este “... é um dos motivos pelos quais sou um grande entusiasta dessas técnicas de comunicação. Não pela proeza técnica em si, mas porque há uma relação profunda entre o progresso das formas de comunicação e o progresso da democracia, o progresso da emancipação do ser humano.”
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Quando, às vésperas de uma eleição, no exato momento em que a interatividade entre candidatos e eleitores deveria ser aumentada, pois é o momento em que devemos todos conhecer os que dirigirão os destinos da comunidade, a Internet começa a ser amordaçada. Sítios de relacionamento são fiscalizados e regrados de tal forma que perdem o sentido de uma liberdade de comunicação franca e proveitosa.
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O conhecimento cede ao poder restritivo dos que não percebem a importância da interatividade proposta pela Internet. Restam informações soltas e que não contribuem para a cidadania plena e um fortalecimento democrático onde a escolha de um candidato será tanto melhor quanto mais for este conhecido, isto é, escondem-se os candidatos no momento em que mais deveriam ser conhecidos, questionados e forçados a mostrarem todo o seu potencial. Se o eleitor tiver maior acesso à grande diversidade em que se constituem as propostas dos candidatos, maior será o número de opções. Esta maior capacidade de escolha deverá fortalecer a democracia, pois não há democracia sem pluralismo, sem escolha.
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A política restritiva ao uso da Internet é, portanto, um resquício ditatorial do temor da informação e do conhecimento, pois, temem os que assim pensam que os avanços democráticos desalojem políticos carreiristas e desfaçam currais eleitorais.
Não deverá ser por outro motivo que alguns países fazem uma censura tão severa à Internet, não a sites pornográficos ou de conversação descomprometida, mas a sites que tratem de política, sociologia, filosofia, história ou qualquer outra área do conhecimento que permita uma abertura de horizontes no sentido da diversidade e interatividade na construção de um mundo sem fronteiras e globalizado pelo conhecimento.
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(*) Professor universitário aposentado.
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