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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A relação entre o rádio, a web e o ouvinte
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Raquel Porto Alegre
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Existem hoje, no mundo inteiro, cerca de 240 milhões de pessoas conectadas à Internet e só no Brasil são 11 milhões de microcomputadores. Esses números mostram que a web ainda está distante da grande massa no Brasil. O último senso realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o país tem hoje cerca de 167 milhões de habitantes. Logo os computadores chegam a um percentual muito pequeno da população brasileira. Isso mostra que o público da Internet é pequeno, porém seleto, que exige qualidade.
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O rádio, via web, sofreu e continua sofrendo transformações qualitativas – por estar ainda em processo de adaptação – está se vendo obrigado a oferecer algo mais ao “ouvinte-internauta”. Na rede, os usuários podem escolher a notícia que querem ouvir (pela primeira vez ou novamente), podem também ouvir, ao vivo, a programação de uma emissora. É possível, ainda, ler informações complementares ou o comentário de algum especialista sobre determinada matéria que foi recebida por ondas eletromagnéticas. A Internet tem sido suporte para o rádio, pois complementa a programação das emissoras.
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O rádio está se adaptando ao mercado global de informação e o ouvinte-internauta começa agora a estabelecer outro tipo de relação com as estações de rádio: praticamente todos os sites dispõe de uma homepage contendo informações textuais sobre a programação – horários, destaques, chamadas para atrações do dia ou da semana – e dados sobre o funcionamento da própria emissora.
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Entre as que podem ser lidas ou ouvidas na internet, algumas – como as rádios Eldorado e CBN (São Paulo), Gaúcha (Porto Alegre) e Tupi (Rio de Janeiro) – mantém à disposição do usuário homepages com histórico, serviços (tempo, estradas, etc), textos atualizados, notícias, cotações, índices financeiros, entre outros itens. Há ainda, em algumas delas, a lista de valores vigentes para comerciais e contatos com os diferentes departamentos da emissora.
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As novas rádios via Internet não serão mais apenas transmissoras de programas em áudio. Os internautas querem mais. Querem consultar arquivos, obter dados, ouvir programas já apresentados, comunicar-se com a direção da rádio, apresentadores, comentaristas e programadores. A nova rádio terá de desenvolver uma grande e excelente quantidade de serviços se quiser que internautas-ouvintes estejam conectados. O núcleo de produção da rádio para a internet vai ser maior ou igual ao núcleo que produz a divulgação sonora da rede.
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O rádio tem de, agora em diante, ser pensado como um novo meio de comunicação via Internet. Investir, apenas, nos atuais meios é ficar para trás, e as rádios que não se conscientizarem disso sofrerão as conseqüências. A nova tecnologia tem o poder de colocar no mesmo patamar todas as emissoras, não importando onde elas estejam, uma vez que tecnicamente estão igualmente preparadas (utilizam o mesmo ciberespaço). O rádio via web equipara todas as rádios. Caem as fronteiras regionais, nacionais e globaliza-se o rádio. Basta clicar com o mouse do computador para se ouvir as informações de emissoras de Nova York, de Estocolmo ou do interior da Bahia, por exemplo. É um mundo sem barreiras, sem possibilidade de cerceamento.
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Por mais que o termo globalização tenha quase se transformado em clichê dentro das discussões atuais sobre as mais recentes tecnologias dos meios de comunicação, não há como negar que os novos recursos de mídia possuem capacidade de penetração e impactos globais. Para o rádio isso tem muito a dizer, já que sua capacidade de alcance, que já era grande e significativa, cresce incalculavelmente. Não dá para se ter noção de quem está, no mundo inteiro, disponibilizando as informações que foram produzidas numa determinada emissora, por mais tímida que ela seja. “Uma das principais funções do ciberespaço é o acesso a distância aos diversos recursos de um computador”.
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