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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Exercícios físicos e saúde
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Sérgio Neves Jr. (*)
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Por que praticar exercícios físicos? O que devo praticar? Essas e muitas outras dúvidas permeiam a mente de inúmeros interessados em melhorar sua saúde com um mínimo de mudanças em seu estilo de vida. O ser humano tem como dádiva a capacidade de movimentar-se, e desta forma tem como necessidade estar em constante movimento.
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As atividades físicas sempre fizeram parte da vida do ser humano, sendo uma necessidade para a vida. Caçar, pescar, correr, nadar, andar, plantar; antes da industrialização, o homem vivia em constante movimento, sendo as atividades físicas necessidades primárias. Hoje, com a industrialização e modernização, tornamo-nos indivíduos menos ativos em busca do comodismo, do conforto: vidro elétrico, controles remotos, elevadores, compras por Internet, vídeo games, televisão, etc.
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Sem refletirmos sobre a perda do movimento, abrimos mão desta dádiva, em razão da maior desculpa: “a falta de tempo”. Caso queiramos ganhar tempo, devemos investir no movimento de nossos corpos, pois o sedentarismo aumenta o risco de morte em 25%. Além disso, aumenta a probabilidade para aquisição das denominadas doenças silenciosas, ou ainda, as crônico-degenerativas, levando o indivíduo a uma menor expectativa de vida, além das restrições e dependências. Diabetes, obesidade, osteoporose, hipertensão, cardiopatias, câncer, entre outras, podem ser evitadas ou amenizadas pela prática de exercícios físicos. Mesmo quem as tem deve procurar exercitar-se constantemente, a fim de evitar o seu agravamento.
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Os exercícios físicos tendem a aumentar nossa resistência física, força muscular, flexibilidade, humor, entre muitos outros benefícios. Com a melhora de nossa capacidade funcional, aumentamos nossa disposição para realizar trabalho, podendo este ser em prol de nosso lazer ou sustento. É bem verdade que o homem tem vivido mais, várias pesquisas relatam este fato; no entanto devemos refletir em que condições estamos vivendo mais.
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A tecnologia aliada à medicina intervencionista e epidemiológica vem intervindo na morte, proporcionando maior expectativa de vida; no entanto, estamos nos tornando incapazes e, em muitos casos, dependentes. Isso é viver mais? Viver mais é envelhecer mantendo nossas capacidades funcionais, permitindo-nos estar inseridos de forma participativa em nossa comunidade, sociedade, enfim, no mundo, independentemente de nossa idade.
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A idade representada por números, denominada como cronológica, é apenas uma referência do tempo de nossa existência no mundo. Dois indivíduos com a mesma idade cronológica de 70 anos podem ter capacidades funcionais diferentes. Ou seja, uma pessoa de 70 anos pode ter a idade biológica de 50 anos, devido aos efeitos da prática de exercícios físicos ao longo de sua vida. Isto é fato científico. Devemos lembrar que um indivíduo com seus 25 anos (idade cronológica) pode ser considerado mais velho que um senhor de 60 anos (idade cronológica), levando-se em consideração a idade biológica. Isto irá depender de seus hábitos de vida e de que tipo de investimento realizou ao longo de seus anos em prol de sua saúde.
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Existe hoje um consenso mundial sobre a importância da prática de exercícios físicos como promotores da saúde em todas as faixas etárias. Baseado neste consenso, exercitar-se é o melhor investimento. No entanto, todo bom investimento nos exige algum esforço. Abra uma poupança saúde, a cada dia coloque 30 minutos de exercícios físicos em seu cofre. No final de alguns anos seu cofre, ou melhor, seu corpo estará cheio de saúde. Faça do seu presente um presente para o seu futuro.
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(*) Graduado em Educação Física, mestrando em Gerontologia (UNB–DF).
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