Universidade brasileira: máquina de fazer exclusão
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Solisângela Montes
Solisângela Montes
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Para entendermos o atual processo universitário brasileiro, devemos rever momentos históricos que explicam porque chegamos a atual realidade. A Universidade no Brasil, foi criada no ano de 1822, para conceder o título de "Honoris Causa" ao rei da Bélgica, que neste período viria ao país em visita diplomática. Basta sabermos que a universidade brasileira não participou do movimento de Abolição da Escravatura, sendo esse, um acontecimento liderado por poetas, escritores, intelectuais...
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Hoje, temos configuradas instituições de ensino superior organicamente perturbadas, que cumprem fielmente seu papel de "geradoras de exclusão". Dentro delas existem: alunos desmotivados, professores estressados, saberes contestados (conhecimento técnico, pouco prático, intelectualidade anti-democrática). Esse saber questionado porque ensina somente certeza em tempos incertos e de profundas transformações macro-sociais, ignorando também a cultura como um todo.
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Universidade mosteiro
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Ao invés de ser o local mais diverso e democrático da sociedade, ela é composta por 75% de alunos pertencentes as classes A e B, ignorando a existência das outras, fazendo de conta que não vê o imenso contingente de alunos concludentes do ensino médio que estão sedentos pelo espaço universitário. Ou seja, um muro aparentemente intransponível separa as diversas camadas sociais.
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É mais grave ainda, conviver com a herança do governo FHC, que permitiu a proliferação das faculdades particulares, demonstrando claramente que não queria ser responsável pela formação da juventude brasileira. A educação passou a ser uma tarefa não exclusiva do Estado. Também é estarrecedor constatar que toda a pesquisa das universidades é iminentemente voltada para o capital privado, ou seja, ao invés deachar soluções para as mazelas sociais, faz exatamente o oposto: cursos de administração acham fórmulas para o aumento da riqueza individual e não a solução para a miséria do país; agrônomos preocupados com o sucesso de grandes proprietários de terra, ignorando a agricultura familiar.
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As instituições particulares têm lucro comercial e não institucional, ambas (privadas e públicas), são medidas pôr testes de qualidade, que dependendo do resultado, oneram somente o estudante, que pode ficar marcado pôr uma avaliação negativa.
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