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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Estudo com mais de 3 mil adolescentes e jovens
do Brasil traz subsídios para Políticas Públicas

Os políticos e a corrupção são o que mais envergonham os adolescentes brasileiros. Trinta e sete por cento dos jovens de 15 a 19 anos manifestaram essa posição na pesquisa de âmbito nacional "Adolescentes e Jovens do Brasil: participação social e política", realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Instituto Ayrton Senna e Fundação Itaú Social. O estudo foi lançado no dia 28 de novembro, no auditório Anexo do Palácio do Planalto, durante a reunião do Conselho Nacional de Juventude.

Outros temas polêmicos foram citados. A segurança pública tambémnão é motivo de orgulho para 20% dos adolescentes. Da mesma forma, oracismo e a discriminação racial foram apontados por 17% dosentrevistados como responsáveis pelos problemas sociais brasileiros.
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A pesquisa "Adolescentes e Jovens do Brasil", sob responsabilidade do instituto Ibope Opinião, tem o objetivo de estimular um processo participativo econtribuir com as ações de promoção dos direitos dessa parcela dapopulação. O Brasil tem 17,9 milhões de habitantes entre 15 e 19 anos. São adolescentes e jovens com alto potencial de participaçãona vida produtiva, cultural, social e política do País.

Diante dos problemas, os adolescentes também buscam soluções. O estudo mostra que 16% deles já participaram ou participam de algumgrupo, ONG ou projeto social. Mais do que esperar ações do governo,eles demonstram um desejo de fazer parte do processo de transformaçãosocial.
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Foram entrevistados 3.010 adolescentes, moradores de capitais e do interior de todas as regiões brasileiras e 210 indígenas de 15 municípios. Para a pesquisa qualitativa, também foram ouvidos 42 adolescentes de oito capitais e duas cidades do interior, e organizados dez grupos de discussão com jovens que já exerceram algum tipo deliderança. Juntos, esses componentes revelam a percepção daadolescência em relação ao que consideram prioridades para o desenvolvimento do País e apontam caminhos importantes para aformulação e implementação de Políticas Públicas que envolvem afaixa etária entre 15 e 19 anos. Em geral, os entrevistados expressam uma visão crítica em relação ao País.

Entre os indígenas entrevistados, evidencia-se uma visão mais positivaem relação ao povo brasileiro, aos seus professores e a sua comunidade. A questão ambiental está no centro de suas preocupações. É esse o grupo que mais se sente discriminado e que enfrenta as maiores dificuldades na obtenção de um trabalho formal.
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Iniciativas de diversas organizações não-governamentais foram citadas na publicação para ilustrar o potencial de participação dosadolescentes em sua comunidade, escola, família, indicando algumas estratégias positivas de transformação social. Os temas levantados pelo estudo também são comentados por especialistas e pesquisadores e complementados por informações oferecidas por outras fontes. Uma dessas experiências, o programa "Super Ação Jovem", do Instituto Ayrton Senna, aplicou o mesmo questionário da pesquisa "Adolescentes e Jovens do Brasil" entre seus participantes. O programa, desenvolvido em escolas públicas brasileiras, procura ampliar as oportunidades educativas e apoiar uma postura participativa dos adolescentes emrelação à sua escola e sua comunidade.
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Mais do que gerar dados estatísticos, a pesquisa "Adolescentes e jovens do Brasil" inicia um processo de consulta a ser continuado por iniciativas deorganizações governamentais e não-governamentais. Os dadosapresentados podem trazer subsídios para práticas participativas epolíticas de saúde, educação, profissionalização, justiça,cultura e esporte, capazes de proporcionar uma vivência plena daadolescência e juventude no País, com envolvimento das famílias, dospróprios adolescentes e jovens e de suas comunidades.
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