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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Uma pequena avaliação

Rômulo Halysson (*)
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Sempre avaliei as alternativas sócio-culturais, como possibilidades efetivamente reais para formação cidadã. E quando se trata da juventude, minha avaliação vai mais além. Conscientizá-la sobre seus direitos e deveres não é uma tarefa fácil.
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As opções de acessibilidade – vamos dizer assim – à cultura, que a gestão municipal de João Pessoa vem proporcionando para esta “galera”, através dos Centros de Referência da Juventude (CRJs) não podem – sob hipótese alguma – ser tratadas como coisas banais. Precisam ser entendidas e compreendidas, principalmente por aqueles que dia após dia subestimam nossa juventude.
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As atividades dos CRJs não foram pensadas para formar artistas: percussionistas, grafiteiros, atores. A proposta, desde o início, foi utilizar o acesso das múltiplas juventudes às alternativas culturais, como possibilidade construtiva para a cidadania juvenil.
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As Políticas Públicas de Juventude (PPJs) como bandeiras efetivas de governo precisam ser levadas em conta. Mas o que nós realmente precisamos é que as PPJs se tornem política de Estado, sobretudo nas áreas de saúde e educação, para crianças e adolescentes. Enquanto nossos municípios, estados e a própria União não traçar um plano efetivo para consolidar as ações fragmentadas, que são desenvolvidas por alguns agentes públicos, nada de concreto será efetivado.
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Voltando ao CRJ, conseguimos perceber o quanto parece mágico para os alunos praticar o que aprendem aqui dentro. O quanto isso é valoroso. Tanto que eles próprios não conseguem lidar com as emoções (rsss). A visita ao ateliê de Nai Gomes – que já tínhamos realizado com outras turmas – foi uma experiência muito importante para esta rodada de oficinas; mas, sobretudo, para estes(as) jovens, porque puderam conhecer a casa de um trabalhador da cultura, suas expressões, e, principalmente, como ele transforma as possibilidades com seu conhecimento artístico-cultural. Foi uma tarde bastante proveitosa, especialmente pela avaliação positiva de uma visita tão cheia de impressões, apesar dos impulsos trabalhosos de nossos pequenos aprendizes.


Enfim, está mais do que provado que as oportunidades são as condições supremas para mudar o cenário social em que vivemos. Sei que muitos destes jovens não se tornarão artistas ou músicos, mas posso dizer sem medo algum: todos que passaram pelos portões do CRJ e participaram das nossas atividades, saíram com uma visão de mundo diferente. Quer seja do contexto social, quer seja da sua importância nesse contexto.

(*) Diretor do CRJ Ilma Suzete Gama

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