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terça-feira, 18 de setembro de 2007

Tribos urbanas
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Ariana Albuquerque
Tamyres Guedes
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Desde os primórdios da existência humana podemos constatar nossa divisão em diferentes grupos sociais, que se fortaleciam e se distinguiam cada vez mais devido aos interesses em comum. Ainda hoje observamos que isso acontece com certo grau de relevância. Este comportamento de organização em sociedade passou a criar tribos (grupos sociais) com: hábitos, culturas, valores sociais, estilos musicais, ideologias políticas, etc., bem distintas.
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Devido a sua concentração e diversidade nos grandes centros urbanos, passaram a ser denominadas “tribos urbanas”. O crescimento delas foi assustador nos últimos anos, por diversas motivações. Uma grande parte dos jovens, por exemplo, une-se por um gosto musical comum, refletido no estilo que a tribo adere - tanto nas roupas quanto nas atitudes em relação à sociedade. É o caso dos hippies, que usam sua forma de expressão para contestar o modo de vida consumista que caracteriza o mundo contemporâneo. Por conta disso, são adeptos e muitas vezes produtores de objetos artesanais.


Muitas tribos surgiram como reação ao crescimento do individualismo nos últimos tempos. Isso causou em parte da sociedade, que não estava satisfeita com o isolamento, à busca por afinidades e o desenvolvimento de novas relações humanas. Verificamos que esse fato é bem visível entre os adolescentes, por contestarem os valores tradicionais e se acharem vazios (na maioria das vezes) diante do mundo em que vivem. Deste modo, sentem a necessidade de integrar-se com seus pares, para que possam de forma coletiva (tribal) crescer individualmente. É um paradoxo bem interessante.

A situação que apresentamos acima é vivenciada pela jovem Anny Caroline, 17 anos, que faz parte de uma tribo urbana há três anos. ”Fazer parte de uma tribo é se achar; se redescobrir; é se tornar mais completo e encontrar indivíduos que te entendam, mesmo quando não temos as mesmas opiniões. Existem barreiras que as tribos enfrentam, tais como o pré-conceito, o ponto de vista restrito da maioria das pessoas em nossa sociedade.”, afirmou.


Segundo Henrique Luna, 19 anos, que se considera fã de todos os estilos, “se um indivíduo ou grupo fizer algo diferente da sociedade será vítima do preconceito de alguém ou de outro segmento social”. Já Raphael Vasconcelos, 22 anos, afirma que não costuma se agregar em grupos, porque tendem a buscar características específicas e até mesmo restritas aos seus componentes. “Tenho amigos com preferências musicais e culturais totalmente diferentes das minhas. Apesar disso, me dou muito bem com eles. O que importa é a figura humana, a personalidade da pessoa”, disse Raphael.

Logo, percebemos a existência das mais diversas tribos na sociedade moderna. Mas os indivíduos que delas participam não se restringem apenas a motivação inicial citada. Com o passar tempo vão modificando também valores pessoais, tais como: sentimentos de amizade, obediência, fraternidade, humildade, ou mesmo a união em torno de determinados ideais, tentando abolir os preconceitos do mundo em que vivem.

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