Gênese e evolução do Jornalismo
Bertrand Sousa
A invenção da prensa de tipos móveis (prensa tipográfica) ocorreu em 1436, segundo os escritos de Romero (1979), pelo alemão Johannes Gutenberg. O fato impulsionou a criação dos primeiros jornais impressos. Portanto, esta criação é mencionada ao longo do tempo como a semente que deu origem ao Jornalismo. E foi a partir desta época que as informações e o conhecimento começaram a ter uma divulgação de forma sistemática, para um grande número de leitores. Desde então, a imprensa passou a ser considerada uma das maiores invenções da humanidade.
Na primeira metade do século XV, época em que Gutenberg implantava os tipos móveis na Europa, o mesmo fato acontecia no Extremo Oriente. Antes disso, tudo era escrito a mão, e por este motivo nunca chegou a existir de fato um jornal. Se não surgisse a impressão com tipos móveis, teria surgido em seu lugar outro processo de fácil divulgação dos escritos, pois foi a necessidade dessa divulgação, impulsionada pela inquietude intelectual e artística, na aurora da Renascença, que levou Gutenberg a descobrir a imprensa. (JOBIM, 1992, p. 70)
Os estudos de Albert & Terrou (1990, p. 4) revelam que “ao inventar em Estrasburgo, no ano de 1438, a tipografia, que se difundiu com muita rapidez na segunda metade do século XV, Gutenberg permitiu a reprodução rápida de um mesmo texto.” Contudo, apenas no final do século XV as primeiras folhas noticiosas (folhas volantes) apareceram na Europa, utilizando a prensa para produzir informação. Relacionavam-se aos acontecimentos particulares e não tinham edições constantes. De acordo com Pacheco (2004, p. 15), foi nesta época que surgiram as gazetas, “folhas de notícias que relatavam acontecimentos importantes da atualidade. Os pasquins, surgidos depois, falavam de acontecimentos sobrenaturais, crimes, catástrofes, etc.”.
No século XVI, despontaram as folhas de caráter opinativo, denominadas libelos, que tratavam de polêmicas religiosas e políticas. Até que no século XVII, juntamente com a intensificação do comércio, surgiram os primeiros jornais e revistas de notícias regulares. As primeiras revistas foram: Avisa-Relation Oder Zeitung e Relation, impressas em Wolfenbuttel e Strassburgo, respectivamente, no ano de 1609. Já o primeiro jornal semanal teria surgido em 1607, na cidade de Amsterdã. Enquanto o primeiro jornal de circulação diária (Leipziger Zeitung) teria aparecido na Alemanha, em 1660 – de acordo com Romero (1979).
Segundo Bertol & Frosi (2004), durante o século XIX, a produção e distribuição de notícias adquiriram aspecto diferente, configurando-se como indústria jornalística. Foi um marco divisório para a imprensa mundial, pois nesse período aconteceram grandes inovações nos jornais, como por exemplo: a diversificação dos temas em categorias, o aumento das tiragens, entre outras. Além disso, a população foi alfabetizando-se, criando, deste modo, um mercado consumidor em constante expansão.
No século XX o Jornalismo experimentou uma fase de crescimento vertiginoso, sobretudo no continente europeu. Devido às novas tecnologias de produção e difusão do conhecimento, foi possível atingir um número muito maior de pessoas ao redor do planeta. Nesta época surgiram as grandes corporações midiáticas, buscando a cada dia transformar notícias em negócios, informações em produto, público em consumidor.
E, finalmente, neste início do século XXI, o "cybermundo" consolidou a transformação do modo de produção jornalística - com as notícias em tempo real, "ao vivo" de qualquer lugar do planeta, a partir de alguns clicks em portais da Internet. Aliás, as constantes alterações produzidas pela revolução informática serão percebidas durante muitas gerações, seja no domínio sócio-econômico-cultural, ou nos domínios da política e religião.