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terça-feira, 6 de julho de 2010


Drogas atingem 5% da Grande João Pessoa
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Kelson Pereira
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Em cada cem habitantes da Grande João Pessoa – Capital, Bayeux, Santa Rita e Cabedelo – pelo menos cinco já consumiram ou consomem drogas, especialmente o crack, a mais devastadora de todas. A capital paraibana, proporcionalmente ao seu tamanho e população, é uma das cidades brasileiras que têm o maior índice de viciados em drogas e, infelizmente, lidera as estatísticas quanto ao número de viciados em crack.
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Dados levantados pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) foram revelados a nossa reportagem por Saulo Duarte, coordenador do Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos do projeto “Cidade Viva”, em João Pessoa. Segundo ele, a origem do problema está na estrutura familiar: Cerca de 90% das pessoas que se internam em busca de tratamento antidrogas vêm de famílias desestruturadas. “São pessoas que dão tudo o que os filhos querem ou nunca estão presentes na vida deles”, afirmou Saulo.
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O coordenador disse ainda que o “Cidade Viva” hoje tem capacidade para 24 dependentes químicos, mas planeja aumentar o atendimento para 48. Ele acrescentou que para cada 100 pessoas internadas, 80 são viciadas em crack. O restante é viciado em álcool e outros tipos de drogas.
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O perigo do crack está associado ao fato de ser uma droga barata, a forma como é ingerida e o efeito rápido, de grande intensidade. “A sensação após o consumo é imediata e passa rápido também. Por isso é uma droga que vicia e mata rápido, porque é insaciável. O viciado consome uma pedra, recebe uma sensação que passa logo e já consome outra”, explicou Saulo Duarte.

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A Frente Parlamentar Mista Contra o Crack, organizada pelo Congresso Nacional, está pressionando o Ministério da Saúde para que classifique o consumo da droga como uma epidemia e defina ações emergenciais para barrar o seu crescimento em todo o País. Devido à gravidade e dimensão do problema, a iniciativa dos deputados torna-se plenamente justificável.

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De acordo com o deputado federal Fábio Faria (PMN-RN), os dados que o Ministério da Saúde têm sobre a quantidade de usuários de crack no Brasil são de 2005, e não correspondem à realidade. Números mais recentes, segundo o deputado, seriam importantes para que se constatasse a dimensão do problema e acelerasse a formulação de programas para o combate, envolvendo todas as secretarias de saúde. A urgência, para ele, está no fato de que, além de matar o usuário, o crack acaba com a família dos viciados.

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