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terça-feira, 27 de julho de 2010

Programação cultural é destaque da Festa das Neves
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Paralamas do Sucesso, Roberta Miranda, Nando Reis, Beatles Abbey Road, Clube do Balanço, Nonatos, Capim Cubano, Odair José e outras atrações, incluindo artistas da cultura popular, estão na programação Festa das Neves 2010 - 'João Pessoa no Melhor de Sua História'. As comemorações do aniversário de 425 anos da capital paraibana começam nesta sexta-feira (30/07) e seguem até 5 de agosto, sempre a partir das 19h no Ponto de Cem Réis.
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O evento é realizado pela Prefeitura de João Pessoa (PMJP) , por meio de sua Fundação Cultural (Funjope). Até o último dia da festa, serão três atrações por noite, totalizando 21 shows apenas no palco principal. Além disso, também haverá um espaço dedicado para a cultura popular que acontecerá em horários alternativos.
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Na primeira noite Roberta Miranda sobe ao palco onde interpretará canções que marcaram sua carreira e que retratam o amor que a cantora sente por sua terra natal, João Pessoa. Mesmo morando em São Paulo, as belezas da Capital foram fonte de inspiração para que ele escrevesse canções como "Tambaú", que faz verdadeira reverência a uma das praias mais tradicionais da Paraíba. No show, Roberta promete mostrar por que merece o título de "Rainha da Canção Sertaneja", conquistado logo no inicio da carreira. Ainda na sexta-feira (30/07), se apresenta Luzinete e o grupo Caronas do Opala, com seu repertório bem humorado.
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Já na noite de 4 de agosto, justamente na contagem regressiva para o aniversário dessa jovem senhora de 425 anos, as homenagens ficam por conta do Paralamas do Sucesso, que tem como um dos integrantes o paraibano Herbert Viana. O grupo dará às boas vindas ao dia seguinte que se anuncia, tão especial para esse povo do extremo oriental das américas. A data é a coroação de uma João Pessoa lindamente quatrocentona, que está no melhor de sua história.
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Confira a programação do Ponto de Cem Réis:
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30/07 (sexta-feira): Luzinete - Caronas do Opala - Roberta Miranda;
31/07 (sábado): Lucas Sales - Kaká Santa Cruz - Beatles Abbey Road;
01/08 (domingo): Capim Cubano - João Linhares - Clube do Balanço;
02/08 (segunda-feira): Carlito - Nando Reis - Diana Miranda;
03/08 (terça-feira): Nonatos - Forró Zoar - Gracinha Teles;
04/08 (quarta-feira): Nayá - Unidade Móvel - Paralamas do Sucesso;
05/08 (quinta-feira): Omelete - Odair José - Léo Almeida.
A velha mídia está derretendo
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Antonio Lassance (*)
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Como um iceberg a navegar em águas quentes e turbulentas, a velha mídia está derretendo. O mundo está mudando, o Brasil é outro e os brasileiros desenvolvem, aceleradamente, novos hábitos de informação. Um retrato desse processo pode ser visto na recente pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom-P.R.), destinada a descobrir o que o brasileiro lê, ouve, vê e como analisa os fatos e forma sua opinião. A pesquisa revelou as dimensões que o iceberg ainda preserva. A televisão e o rádio permanecem como os meios de comunicação mais comuns aos brasileiros. A TV é assistida por 96,6% da população brasileira, e o rádio, por expressivos 80,3%. Os jornais e revistas ficam bem atrás. Cerca de 46% costumam ler jornais, e menos de 35%, revistas. Perto de apenas 11,5% são leitores diários dos jornais tradicionais.
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Quanto à internet, os resultados, da forma como estão apresentados, preferiram escolher o lado cheio do copo. Avalia-se que a internet no Brasil segue a tendência de crescimento mundial e já é utilizada por 46,1% da população brasileira. No entanto, é preciso uma avaliação sobre o lado vazio do copo, ou seja, a constatação de que os 53,9% de pessoas que não têm qualquer acesso à internet ainda revelam um quadro de exclusão digital que precisa ser superado. Ponto para o Programa Nacional da Banda Larga, que representa a chance de uma mudança estrutural e definitiva na forma como os brasileiros se informam e comunicam-se. A internet tem devorado a TV e o rádio com grande apetite. Os conectados já gastam, em média, mais tempo navegando do que em frente à TV ou ao rádio. Esse avanço relaciona-se não apenas a um novo hábito, mas ao crescimento da renda nacional e à incorporação de contingentes populacionais pobres à classe média, que passaram a ter condições de adquirir um computador conectado.
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O processo em curso não levará ao desaparecimento da TV, do rádio e da mídia impressa. O que está havendo é que as velhas mídias estão sendo canibalizadas pela internet, que tornou-se a mídia das mídias, uma plataforma capaz de integrar os mais diversos meios e oferecer ao público alternativas flexíveis e novas opções de entretenimento, comunicação pessoal e “autocomunicação de massa”, como diz o espanhol Manuel Castells. Ainda usando a analogia do iceberg, a internet tem o poder de diluir, para engolir, a velha mídia.
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A pesquisa da Secom-P.R. dá uma boa pista sobre o grande sucesso das plataformas eletrônicas das redes sociais. A formação de opinião entre os brasileiros se dá, em grande medida, na interlocução com amigos (70,9%), família (57,7%), colegas de trabalho (27,3%) e de escola (6,9%), o namorado ou namorada (2,5%), a igreja (1,9%), os movimentos sociais (1,8%) e os sindicatos (0,8%). Alerta para movimentos sociais, sindicatos e igrejas: seu “sex appeal” anda mais baixo que o das(os) namoradas(os).
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Estes números confirmam estudos de longa data que afirmam que as redes sociais influem mais na formação da opinião do que os meios de comunicação. Por isso, uma informação muitas vezes bombardeada pela mídia demora a cair nas graças ou desgraças da opinião pública: ela depende do filtro excercido pela rede de relações sociais que envolve a vida de qualquer pessoa. Explica também por que algo que a imprensa bombardeia como negativo pode ser visto pela maioria como positivo. A alta popularidade do Governo Lula, diante do longo e pesado cerco midiático, talvez seja o exemplo mais retumbante.
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Em suma, o povo não engole tudo o que se despeja sobre ele: mastiga, deglute, digere e muitas vezes cospe conteúdos que não se encaixam em seus valores, sua percepção da realidade e diante de informações que ele consegue por meios próprios e muito mais confiáveis. É aqui que mora o perigo para a velha mídia. Sua credibilidade está descendo ladeira abaixo. Segundo a citada pesquisa, quase 60% das pessoas acham que as notícias veiculadas pela imprensa são tendenciosas.Um dado ainda mais grave: 8 em cada 10 brasileiros acreditam muito pouco ou não acreditam no que a imprensa veicula. Quanto maior o nível de renda e de escolaridade do brasileiro (que é o rumo da atual trajetória do país), maior o senso crítico em relação ao que a mídia veicula - ou “inocula”.
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A velha mídia está se tornando cada vez mais salgada para o povo. Em dois sentidos: ela pode estar exagerando em conteúdos cada vez mais difíceis de engolir, e as pessoas estão cada vez menos dispostas a comprar conteúdos que podem conseguir de graça, de forma mais simples, e por canais diretos, mais interativos, confiáveis, simpáticos e prazerosos. Num momento em que tudo o que parece sólido se desmancha... na água, quem quiser sobreviver vai ter que trocar as lições de moral pelas explicações didáticas; vai ter que demitir os pit bulls e contratar mais explicadores, humoristas e chargistas. Do contrário, obstinados na defesa de seus próprios interesses e na descarga ideológica coletiva de suas raivas particulares, alguns dos mais tradicionais veículos de comunicação serão vítimas de seu próprio veneno. Ao exagerarem no sal, apenas contribuirão para acelerar o processo de derretimento do iceberg que já não está em terra firme.
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(*) Pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
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FONTE: Centro de Estudos Politicos, Econômicos e Culturais (Cepec).
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XXXI Enecom inicia suas atividades
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Visando fomentar o debate sobre a comunicação popular, o XXXI Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação esta ocorrendo este ano em João Pessoa-PB. Até o dia 1 de agosto mais de 500 estudantes de todo o Brasil estarão na UFPB convivendo, discutindo, trocando experiências, se divertindo, se formando, a fim de construir uma comunicação contra-hegemônica.
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Mas que é o Enecom? O Enecom é uma confluência de pessoas, idéias, projetos – de vida e de sociedade. Um espaço coletivo onde é possível conhecer coisas e dar-se a conhecer. Um espaço essencial para entendermos porque lutar pela democratização da comunicação, pela qualificação do ensino de comunicação, pelo fim das opressões (racial, sexual, de classe). É convivendo que conseguimos conhecer a nós mesmos. E perceber que, afinal de contas, temos diferenças, mas temos que caminhar juntos porque o que temos em comum é muito maior.
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Palavras são importantes num encontro, mas não só. Não se trata meramente de acumular informações, de conhecer sotaques diferentes, fazer contatos. É muito mais do que isso. Mas, então o que é o Enecom? Impossível dizer em palavras o que só pode ser sentido. Objetivamente são painéis, apresentações de trabalhos (acadêmicos e empíricos), vivências junto a movimentos sociais, grupos de discussão e trabalho e convivência ininterrupta. E isso é muita coisa, mas não
diz quase nada comparado ao que é, de fato, o Enecom. A mobilização para o encontro já iniciou há tempos. Os militantes da Enecos vêm realizando pré-encontros em seus respectivos estados a fim de propagandear as bandeiras da executiva e dar uma palhinha do que será este grande encontro.
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O Coletivo Comjunto, que organiza o Enecom 2010, utiliza “Parahyba” no lugar de João Pessoa , o nome da capital, pois é parte de um movimento que se posiciona contrariamente ao atual nome da cidade, e luta pela troca por Parahyba, antigo nome da cidade, com origens indígenas. O coletivo entende que o nome foi modificado em momento de forte comoção popular, logo após a morte do ex-presidente do estado, João Pessoa, em 1930, e foi um artifício político para martirizar e encampar historicamente uma campanha a seu favor. Além disso, entende-se uma extrema personalização e um erro histórico de se expor o ex-presidente como um revolucionário das causas populares.
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Faz parte desse movimento também a negação da bandeira do estado, Paraíba, em suas cores e seus símbolo lingüístico. O “Nego” inscrito na bandeira remonta à negação do então presidente do estado da Paraíba, João Pessoa, ao convite enviado por Washignton Luís, presidente do Brasil à época, para apoiar o candidato à direção do país Júlio Prestes, partidarista de Washington. Assim, era o passo para encaminhar à candidatura à vice-presidência de Getúlio Vargas, em 1930.
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Sobre as cores, o vermelho se apresenta como o sangue “derramado” por João Pessoa quando foi assassinado por João Dantas em Recife, motivado, entre outras versões, por questões pessoais, pois equipes policiais do estado haviam invadido a residência de Dantas e publicizado cartas de amor de Anayde Beiriz, professora e poeta que, à época, passou pelo imenso escândalo de ter namorado um homem, ainda solteira. No entanto, na intenção de martirizar João Pessoa como um revolucionário, diz a história normativa que ele foi morto pela oposição. O preto simboliza o “luto” no qual toda a Paraíba entrou pela morte do então presidente do estado e candidato à vice-presidência da República.
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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Meia Maratona de João Pessoa deve reunir mil atletas
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Os atletas interessados em participar da 9ª Meia Maratona Cidade de João Pessoa têm até o dia 6 de agosto para se inscrever. A corrida, que faz parte das comemorações pelos 425 de fundação da Capital, será realizada pela Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejer) da Prefeitura Municipal, (PMJP) no dia 8 de agosto, na orla marítima da cidade.
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A competição é aberta para qualquer pessoa que queira participar e a expectativa é reunir cerca de 1.000 atletas, entre profissionais e amadores. De acordo com o coordenador da prova, Ernane Júnior, o evento já se tornou uma tradição entre os corredores até de outros estados. "A meia maratona também serve para preparação de maratonistas de todo o Nordeste", observou.
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A 9ª Meia maratona terá dois trajetos. O primeiro, de 21 km, vai partir do Busto de Tamandaré, entre as praias de Tambaú e Cabo Branco, até a Avenida Hilton Souto Maior, em Mangabeira. Já o percurso mais curto, de 7 km, também sairá do Busto, mas a chegada será no final da orla de Cabo Branco. Os ganhadores vão receber medalhas e premiação em dinheiro.
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Para se inscrever, basta preencher um formulário e apresentar a carteira de identidade. O prazo termina no próximo dia 6 de agosto e no dia 7 acontece a entrega dos kits com camiseta e numeração. Mais informações sobre a competição podem ser obtidas na Sejer, pelo telefone 3214-3426, ou com Ernane Júnior, 8809-4031. Locais de inscrição: Paço Municipal – Praça Pedro Américo, 70, Centro; Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação (Sejer) – Av. Camilo de Holanda, 890, Centro; Casa dos Troféus e Medalhas – Av. Dois de Fevereiro, 339, Rangel; Ascorpa – Associação dos Caminhantes e Corredores de Ruas da Paraiba – Rua Miguel Couto, 135, 3º andar, sala 302.
Editorial Comunicarte (12ª edição)
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Ola pessoal! Estamos de volta após um longo inverno. Neste meio tempo que ficamos sem publicar o Comunicarte muita coisa aconteceu, mas vocês acompanharam tudo pelo nosso blog (
http://comunycarte.blogspot.com) e pela lista de discussão (comunycarte@grupos.com.br). Aliás, nossas ferramentas de interatividade na web e a própria Oficina de Jornalismo - realizada no Centro de Referência da Juventude Ilma Suzete Gama (CRJ Funcionários I) - completam três anos neste mês de agosto.
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Enquanto fazemos aniversário, vocês recebem os presentes: um novo visual para o blog – que já ultrapassou a casa dos 34 mil acessos e 500 postagens – e uma nova edição do Comunicarte, que traz os seguintes temas em destaque: a relação entre Educação e juventude nos dias atuais; o problema das drogas em nossa região metropolitana; a cultura africana e sua influência no Brasil; a questão da obesidade entre os jovens.
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Todo mundo sabe, ou deveria saber, que em agosto também acontece outro aniversário importante: da nossa capital paraibana, João Pessoa. A cidade chega aos 425 anos mais bela do que nunca e com muita disposição para continuar seu desenvolvimento e atender as demandas da sociedade. E para comemorar, temos mais uma edição da tradicional Festa das Neves, organizada pela Prefeitura Municipal através da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).
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Com relação ao nosso Centro de Referência da Juventude, além das oficinas, continuam acontecendo atividades complementares, tais como: a Estação Digital, funcionando nos três turnos; o ProJovem Adolescente; os treinos de futsal feminino – nas quartas e sextas à tarde; bem como os ensaios da academia de dança na sexta à noite. Entre as novidades da temporada, ainda oferecemos: curso de Língua Francesa, aulas de kickboxing e dança do ventre.
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Entre os eventos recentes que o CRJ participou temos o “I Seminário Municipal de Juventude”, que apresentou aos participantes um panorama da construção do Conselho Municipal de Juventude, tendo como base as experiências do Conjuve e as Políticas Públicas de Juventude (PPJs) desenvolvidas nacionalmente. Entretanto, o destaque deste Seminário foi a Informação Juvenil, uma temática ampla e transversal que praticamos através da nossa Oficina de Jornalismo.
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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Infojovem: informação juvenil levada a sério
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Infojovem é um portal de informação juvenil que facilita o acesso às informações e oportunidades para jovens brasileiros, bem como os atores estratégicos no desenvolvimento das Políticas Públicas de Juventude que inclui os gestores públicos, atores da sociedade civil organizada, acadêmicos e professores que trabalham com juventude. Este portal é ancorado em estudos e pesquisas relacionados às informações juvenis no Brasil, America Latina e no mundo, realizados e coletados pela Universidade da Juventude, uma organização da sociedade civil de interesse público.
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O Infojovem busca privilegiar a geração de diferentes níveis de informação, adequados a cada público estratégico envolvido na realização de Políticas de Juventude, pretendendo ser um Centro de Excelência de Informação e Assessoramento que disponibiliza informações completas, objetivas e confiáveis que respondam as necessidades dos jovens na linguagem e áreas deles; inclusive as possibilidades de aconselhamento, apoio e encaminhamento para serviços especializados e oferecendo espaços para criatividade e participação juvenil.
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Objetivo do Infojovem
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O Portal tem como objetivo principal aproveitar e potencializar o acesso do público jovem atual e ampliá-lo, mediante a disponibilização de novas informações adequadas ao seu desenvolvimento, contribuindo com a geração de novos canais de comunicação. Além disso, o portal envolve os atores sociais dos setores público e privado que trabalhem com a temática da juventude, ofertando oportunidades e conteúdos especializados sobre a juventude e as Políticas Públicas de Juventude no Brasil e no mundo.
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O Infojovem oferece serviços específicos, disponibilizando links para organizações e parcerias, espaços de interatividade, notícias e oportunidades (trabalho, cursos, bolsas, programas), um banco de dados sobre juventude com pesquisas e publicações e ainda disponibilizando informações para juventude em torno de temáticas transversais: criatividade, educação, participação, cultura de paz, relações internacionais, saúde, trabalho, entre outros.
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Como contribuir?
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Você pode contribuir com o Portal colaborando como agente dinamizador, enviando informações e alimentando o site; ou divulgador, utilizando o site como referência para trabalhos e ações que envolvam Informação Juvenil.
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Para ser um agente dinamizador de informações envie links, notícias, pautas, artigos, resenhas, oportunidades para os jovens, programas e ações sobre Políticas Públicas de Juventude, entre outros conteúdos, para o e-mail de contato:
noticias@infojovem.org.br, especificando no campo "assunto" a temática a que se refere sua contribuição.
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Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz Ciência
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Bruna Bernacchio
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Alvo de críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço pode ter um motivo científico para a "vagabundagem": o distúrbio do sono atrasado. O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado. O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.
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Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo. Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.
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O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema. A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.
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A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.
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O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.
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O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação. E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.
Liberdade de expressão e de imprensa
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Idelber Avelar (*)
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1. A irrestrita liberdade de imprensa de que se goza hoje no Brasil deve ser defendida por todos os brasileiros, independente de sua posição política. Essa liberdade se caracteriza pela ausência de censura prévia do Poder Executivo sobre o conteúdo daquilo que se diz, escreve ou publica no país. Literalmente qualquer coisa pode ser dita sem impedimento prévio no Brasil, e a mastodôntica coleção de mentiras, injúrias, calúnias, difamações, distorções e manipulações veiculadas regularmente por Veja, Globo, Folha, Estadão, Zero Hora e outros oferece a prova cabal de que vivemos em pleno exercício desta liberdade.
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2. Não há democracia em que a ausência de censura prévia sobre o dizer se confunda com a ausência da possibilidade de responsabilização (inclusive penal) posterior ao dito. Muitos brasileiros, ainda escaldados pelas ditaduras, confundem com “censura” qualquer reclamo de responsabilização sobre o dito. Uns poucos brasileiros ligados à grande mídia manipulam de má fá essa confusão em benefício próprio. Na verdade, todas as democracias que asseguram a plena liberdade de expressão (a total ausência de censura prévia) possuem em comum, em seu arcabouço jurídico, alguma forma de penalização sobre o difamar e o caluniar. Essas leis são parte do que garante a plena liberdade de expressão. O problema no Brasil jamais foi a existência delas. O problema no Brasil é que só os poderosos têm podido recorrer à justiça evocando-as, e em geral para silenciar vozes discordantes. As reais vítimas da difamação dos grupos de mídia têm tido acesso quase nulo à reparação jurídica.
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3. A liberdade de imprensa não está realizada em todo o seu potencial se apenas meia dúzia de famílias dela usufruem de forma massiva. O fato é óbvio mas, nos debates sobre o assunto, o óbvio com frequência clama por ser reiterado: a liberdade de imprensa estará tanto mais realizada quanto mais numerosos forem os grupos sociais com acesso a veículos que os representem; mais amplo for o leque de discursos acerca de cada tema; mais diversificados forem os pontos de vista em condições de encontrar expressão, entendendo-se que essas condições incluem não só a liberdade de dizer, mas também o acesso aos meios materiais que tornam possível a circulação do dito. Neste sentido, o grande obstáculo para a plena democratização da imprensa no Brasil - que avançou em função das novas tecnologias e algumas políticas do governo Lula - é justamente a mídia monopolista das famílias que se agarram aos seus velhos privilégios com enraivado rancor.
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4. Não há liberdade plena de imprensa sem direito de resposta, o direito de expressão mais desrespeitado, historicamente, no Brasil. Tão fundamental é ele para a liberdade de imprensa que não faltariam teóricos do Direito alinhados com a tese de que se trata de direito antropologicamente universal, comparável à legítima defesa. Poucos blogueiros independentes, depois de publicar texto enfocado em outrem, negariam espaço comparável para a resposta do citado. No entanto, vivemos num país cujo maior jornal publica ficha policial falsa, adulterada, com falsa acusação, sobre o passado de uma ministra, e nem mesmo ela consegue exercer seu direito de resposta. Caso ela tivesse cometido o erro político de buscar judicialmente o exercício desse direito, teria sido insuportável a gritaria histérica dos funcionários das famiglias contra uma inexistente “censura”. É preciso que cada vez mais a sociedade civil diga a esses grupos de mídia: vocês não têm autoridade moral para falar em liberdade de imprensa nenhuma, pois apoiaram a instalação dos regimes que mais atentaram contra ela, além de que não a exercem em seu próprio quintal, negando sempre o espaço de resposta a quem atacam. A Folha chegou ao cúmulo de publicar um texto que lançava lama sobre dois seus próprios jornalistas, qualificando de “delinquência” uma reportagem feita por eles, sem que os profissionais pudessem exercer seu direito de resposta. Pense bem, leitor: essa turminha tem cara de guardiã da liberdade de imprensa?
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5. A veiculação de sentença penal condenatória acerca de crime contra a honra cometido pelos grupos de mídia é um direito do público leitor/espectador/ouvinte. Especialmente no caso de sentença já transitada em julgado, é básico o direito do leitor saber que a justiça decidiu que naquele espaço foi cometido um crime contra a imagem de alguém. No entanto, até a data de produção desta coluna (03 de maio), continuam valendo as perguntas: como a Folha de São Paulo tem a cara de pau de não veicular a notícia de que foi condenada em definitivo por crime contra Luis Favre? Como a Zero Hora tem a cara de pau de não avisar ao leitor que se confirmou sua condenação por crime contra uma desembargadora?
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6. A discussão democrática sobre a renovação (ou não) das concessões públicas a rádios e TVs não é contraditória com a liberdade de imprensa; pelo contrário, é parte de seu pleno exercício. Há uma razão pela qual a liberdade de que se imprima qualquer coisa é juridicamente distinta da autorização a que se transmita TV ou rádio em sinal emprestado pelo poder público. Só por ignorância ou má fé pode se comparar uma recusa do Estado a renovar uma concessão de TV ao ato de fechar um jornal (recordando que a má fé pode ser ignorante, e com frequência o é nestes casos). No Brasil, a discussão democrática sobre as concessões é de particular importância no caso do único grande império de mídia que sobrevive com inegável capilaridade e poder de fogo, o da famiglia Marinho, de tão nebulosa história.
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7. A liberdade de imprensa inclui, como componente essencial e inalienável, a liberdade de exibir, ridicularizar, parodiar e pastichar as gafes, mentiras, barrigas e distorções veiculadas pela própria imprensa. Hoje, no Brasil, nove de cada dez gritinhos histéricos dos patrões e funcionários da grande mídia sobre um suposto cerceamento de sua liberdade de imprensa referem-se única e exclusivamente ao exercício dessa mesma liberdade, só que agora por leitores e ex-leitores, cujo direito à expressão essa mídia jamais defendeu, sequer com um pio.
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(*) PhD em Literatura Latino-americana pela Duke University e professor de Literaturas Latino-americanas e Teoria Literária na Tulane University (EUA).
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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Seminário de Juventude começa nesta quinta
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Bertrand Sousa
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Entre os dias 08 e 10 deste mês de julho, acontece, no Hotel Netuanah, o Seminário Municipal de Juventude, promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação (Sejer). Trata-se de um evento preparatório para a instalação do Conselho Municipal de Juventude (CMJ).
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O objetivo do evento é apresentar um panorama da construção do Conselho Municipal e o papel da PMJP neste contexto, tendo como base as experiências do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). Além disso, serão discutidos temas relacionados às Políticas Públicas de Juventude (PPJs), com destaque para a Informação Juvenil.
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Os conselhos de juventude passaram a ter importância no Brasil a partir da Política Nacional de Juventude desenvolvida pelo Governo Lula. Desde então, tornaram-se espaços democráticos para o debate e formulação das PPJs no território nacional, estabelecendo parcerias entre a sociedade civil organizada (entidades de representação da juventude) e as instâncias governamentais – a nível nacional, estadual e municipal.
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Este Seminário é destinado exclusivamente a gestores municipais das diversas secretarias, órgãos e programas da PMJP, que trabalham direta ou indiretamente com as juventudes da Capital. A metodologia do encontro irá oferecer aos profissionais o conhecimento detalhado sobre o funcionamento do CMJ e fomentar o debate das estratégias de participação para cada secretaria, estabelecendo, assim, uma nova fase de diálogo intersetorial sobre as demandas juvenis.
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Gestão da Rede Nacional de Comunicação Pública
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Pedro Caribé
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A Rede Nacional de TVs Públicas conta com um comitê gestor, formado por 19 emissoras, mais as quatro ligadas a EBC (em Brasília, Rio, São Paulo e São Luís), num total de 23. A instância tem um núcleo executivo, composto por um representante da EBC, mais quatro, sendo um representante de cada região do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul/Sudeste), escolhidos entre os membros do comitê e com mandatos em sistema de rodízio.
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Na maioria das TVs educativas estaduais ainda prevalece o modelo estatal, com diretores indicados pelo Executivo. A saída para não emperrar as negociações neste quesito, já que o projeto da EBC exige que suas parceiras sejam emissoras de caráter público, foi colocar no contrato uma indicação para as representantes estaduais buscarem mudar seu modelo de gestão.
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A referência é a EBC, que conta com um Conselho Curador. Embora sua atual composição tenha sido indicada pelo Executivo, a própria lei que criou a estatal previa um processo de abertura, com a realização de consultas públicas para a indicação de novos conselheiros. Atualmente, está em curso a escolha de três novos membros, que será feita pelo presidente da República a partir de indicação pública por organizações da sociedade civil. Além da cláusula contratual, haverá um incentivo a mais para que as emissoras da rede abram mais espaços participativos na sua estrutura. Aquelas que caminharem para o modelo público de gestão contarão com a injeção de mais recursos pela EBC.
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Póla Ribeiro, diretor do Instituto de Radiodifusão Pública da Bahia (Irdeb), vê a movimentação para gestão pública com “carinho”, por ser uma resolução da Carta de 2007 do Fórum de TVs Públicas, mas que foi tirada da prioridade em prol da consolidação da rede. Ribeiro lembra que a maioria das emissoras estaduais estão “jogadas ao acaso” e a transformação imediata em pública pode não ser acompanhada pela sociedade.
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Regina Lima vê no uso da multiprogramação no sistema digital como uma chance para se solucionar um dos principais obstáculos para mudanças na gestão: a relação com os governos estaduais. “A possibilidade de não ter uma única programação, na qual todo mundo cobra participação para divulgar suas ações, e gerar pelo menos três novos canais, poderá diminuir a pressão em cima da programação (das atuais emissoras educativas), para investirmos mais no caráter público”, explica a presidente da Abepec.

terça-feira, 6 de julho de 2010


Drogas atingem 5% da Grande João Pessoa
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Kelson Pereira
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Em cada cem habitantes da Grande João Pessoa – Capital, Bayeux, Santa Rita e Cabedelo – pelo menos cinco já consumiram ou consomem drogas, especialmente o crack, a mais devastadora de todas. A capital paraibana, proporcionalmente ao seu tamanho e população, é uma das cidades brasileiras que têm o maior índice de viciados em drogas e, infelizmente, lidera as estatísticas quanto ao número de viciados em crack.
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Dados levantados pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) foram revelados a nossa reportagem por Saulo Duarte, coordenador do Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos do projeto “Cidade Viva”, em João Pessoa. Segundo ele, a origem do problema está na estrutura familiar: Cerca de 90% das pessoas que se internam em busca de tratamento antidrogas vêm de famílias desestruturadas. “São pessoas que dão tudo o que os filhos querem ou nunca estão presentes na vida deles”, afirmou Saulo.
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O coordenador disse ainda que o “Cidade Viva” hoje tem capacidade para 24 dependentes químicos, mas planeja aumentar o atendimento para 48. Ele acrescentou que para cada 100 pessoas internadas, 80 são viciadas em crack. O restante é viciado em álcool e outros tipos de drogas.
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O perigo do crack está associado ao fato de ser uma droga barata, a forma como é ingerida e o efeito rápido, de grande intensidade. “A sensação após o consumo é imediata e passa rápido também. Por isso é uma droga que vicia e mata rápido, porque é insaciável. O viciado consome uma pedra, recebe uma sensação que passa logo e já consome outra”, explicou Saulo Duarte.

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A Frente Parlamentar Mista Contra o Crack, organizada pelo Congresso Nacional, está pressionando o Ministério da Saúde para que classifique o consumo da droga como uma epidemia e defina ações emergenciais para barrar o seu crescimento em todo o País. Devido à gravidade e dimensão do problema, a iniciativa dos deputados torna-se plenamente justificável.

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De acordo com o deputado federal Fábio Faria (PMN-RN), os dados que o Ministério da Saúde têm sobre a quantidade de usuários de crack no Brasil são de 2005, e não correspondem à realidade. Números mais recentes, segundo o deputado, seriam importantes para que se constatasse a dimensão do problema e acelerasse a formulação de programas para o combate, envolvendo todas as secretarias de saúde. A urgência, para ele, está no fato de que, além de matar o usuário, o crack acaba com a família dos viciados.

sábado, 3 de julho de 2010

Educação e juventude
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Tamires Gomes Severiano
Bertrand Sousa
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A educação é considerada atualmente como o melhor caminho para uma vida digna e próspera. Há os que acreditam que ela pode mudar o mundo, levando os jovens a um futuro brilhante, com muitas realizações profissionais, sociais e pessoais. Entretanto, podemos perceber que algumas ideais relacionadas ao tema entram em contradição, gerando atritos e disputas, não só no Brasil como também em outros países. Por conta da maneira de pensar e agir, as mudanças e avanços da sociedade – cada vez moderna – se exige da juventude mais conhecimentos e sólida formação acadêmica, voltada para o mercado de trabalho.
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Durante entrevista, a professora e coordenadora do programa Mais Educação, Pollyana Andreina Pessoa, disse que os jovens de antigamente tinham melhor educação familiar, já que naquela época as mães não saiam de casa para trabalhar e tinham mais tempo para educar suas crianças. Ela afirmou ainda que a família, base da organização em sociedade, não deixa de ter culpa quando o processo educacional falha.
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“Os jovens de antigamente eram mais temerosos e obedientes, não tinham acesso a tanta informação e liberdades”, argumentou Ruth Paulino, diretora adjunta da escola Cônego Nicodemos Neves (Funcionários I). Nesse contexto, ela comenta que a globalização foi positiva, elevando a oferta de conhecimento para a juventude e demais setores da população. Por outro lado, também prejudicou, trazendo o mau uso da tecnologia.
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Várias pessoas afirmam que a maior deficiência da juventude moderna é a falta de interesse. Em nossa avaliação, o Brasil está sendo palco de jovens cada vez mais distantes de objetivos construtivos. Por isso que é tão importante e necessário a implementação, em todos municípios, de um conjunto de políticas voltadas aos seus interesses, incentivando a busca por melhores condições de vida. Um sistema educacional público e de qualidade é fundamental neste processo, apoiando a construção de um País melhor e mais justo para todos(as).
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De acordo com Pollyana Andreina, “para sustentar a família ou ajudar na renda doméstica, muitos jovens – principalmente os de baixa renda – precisam trabalhar o dia inteiro. Mesmo assim, tentam conciliar as atividades com os estudos e transferem o turno das aulas, passando de diurno para noturno”. Pelo visto, esse dilema só encontrará solução quando houver mais harmonia entre a sociedade e os governantes, estabelecendo a educação como porta de entrada para o desenvolvimento do País e para o crescimento pessoal e profissional do jovem brasileiro (dos 15 aos 29 anos).
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Ao fornecer condições adequadas para os estudos também evitamos que muitos caminhem para o lado errado da vida, a criminalidade. Portanto, educação e juventude são palavras que precisam caminhar juntas, cada vez mais! É com educação que podemos mudar os jovens e assim eles podem mudar o Brasil.
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Dica ambiental: energia elétrica
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Beleza interior
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Flavio Samelo
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Indo de encontro a um pré-conceito do senso comum, que diz que “as mulheres bonitas são burras, dão trabalho, e acabam virando motivo de piada”, o que é um equívoco, muitas modelos brasileiras estão provando o contrário. Elas decidiram tomar outro rumo e buscar novas ideias, referências e histórias para fazerem parte de suas vidas de correria mundo afora. Depois que comecei a pesquisar sobre isso, vi que existem vários exemplos do que todos pensam ser uma exceção. E não é.
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O mundo da moda é uma loucura, e as modelos são os soldados de frente desse mercado que envolve muito dinheiro, fama e solidão. Em sua grande maioria, são meninas novas, no auge da adolescência, com 13 anos em média, às vezes menos, que largam suas famílias para tentar o “sonho” de se tornarem famosas nas grandes cidades. E é nessa hora que a solidão pesa. Umas vão pras baladas, outras se perdem e algumas acabam voltando ao aconchego familiar. Mas existem também aquelas que decidem buscar um meio termo em tudo isso, algo que requer uma cabeça forte, força de vontade e foco.
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Acabei conhecendo algumas modelos que, através da arte, encontraram uma saída, uma balança que as ajuda a equilibrar seus desejos, decepções e sonhos com suas fortes identidades próprias. Durante um casting, ou entre um desfile e outro, o ócio que as acompanha serve de espaço para que as ideias se ordenem, transformando suas experiências em inspiração para criar. O resultado é uma produção, na maioria das vezes, desprovida de academicismos, o que garante uma originalidade sem igual aos trabalhos.
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No caso de Jéssica Pauleto, 19 anos, gaúcha de Garibaldi, a fotografia sempre foi um hobby. Por influência de outros fotógrafos, alguns também do mundo da moda, o potencial da menina acabou sendo impulsionado. Suas fotos são cheias de referências a sua cidade natal e mostram a relação dessas referências com os lugares por onde ela passa a trabalho. “Fotografar envolve sentimento e sensibilidade”, diz Jéssica.
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Focada em sua produção fotográfica, Jéssica sabe o que procura: “Quero fazer uma imagem que toque de alguma forma quem a vê, quero criar imagens que façam os outros pensarem”. Inspirada por Robert Doisneau, Bresson, Ansel Adams, Brassai e em especial Paolo Roversi, a fotógrafa busca as referências certas para o que quer fazer com seu trabalho: “Não são apenas fotografias de moda, comuns, mas sim arte de verdade”. Jéssica atualmente cursa a faculdade de fotografia em São Paulo, onde se dedica intensamente a sua produção.
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Outra gaúcha é Palloma Dreher, 22 anos, natural de Porto Alegre, mas que logo cedo se mudou com a família para Viamão, uma cidade vizinha. Seus desenhos surgem entre uma espera e outra de trabalho, mas suas pinturas feitas com tinta a óleo são produzidas em seu apartamento, num clima mais tranquilo e com uma ideia forte em cima.
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Tudo começou como uma forma de ocupar o tempo livre, mas logo ganhou um novo rumo: “Minha arte é muito mais emocional do que racional”. Quando perguntada sobre suas referências, os nomes de Basquiat, Picasso, Bernard Buffet e Pollock mostram de onde ela trouxe a expressividade visceral de seus desenhos, sem muita preocupação realista nos assuntos representados. Algumas de suas telas estão expostas na galeria Memmi, em Paris. Seu site está em fase de produção, onde ela vai poder mostrar mais de seus trabalhos ainda pouco conhecidos, mesmo por suas amigas modelos.
Pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo
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O Congresso Nacional tem a oportunidade de promover a Segunda Abolição da Escravidão no Brasil. Para isso, é necessário confiscar a terra dos que utilizam trabalho escravo. A expropriação das terras onde for flagrada mão-de-obra escrava é medida justa e necessária e um dos principais meios para eliminar a impunidade.
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A Constituição do Brasil afirma que toda propriedade rural deve cumprir função social. Portanto, não pode ser utilizada como instrumento de opressão ou submissão de qualquer pessoa. Porém, o que se vê pelo país, principalmente nas regiões de fronteira agrícola, são casos de fazendeiros que, em suas terras, reduzem trabalhadores à condição de escravos - crime previsto no artigo 149 do Código Penal. Desde 1995, mais de 31 mil pessoas foram libertadas dessas condições pelo Governo Federal.
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Privação de liberdade e usurpação da dignidade caracterizam a escravidão contemporânea. O escravagista é aquele que rouba a dignidade e a liberdade de pessoas. Escravidão é violação dos direitos humanos e deve ser tratada como tal. Se um proprietário de terra a utiliza como instrumento de opressão, deve perdê-la, sem direito a indenização.
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Por isso, nós exigimos a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional 438/2001, que prevê o confisco de terras onde trabalho escravo foi encontrado e as destina à reforma agrária. A proposta passou pelo Senado Federal, em 2003, e foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 2004. Desde então, está parada, aguardando votação. É hora de abolir de vez essa vergonha. Neste ano em que a Lei Áurea faz 120 anos, os senhores congressistas podem tornar-se parte da história, garantindo dignidade ao trabalhador brasileiro. Pela aprovação imediata da PEC 438/2001!
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