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terça-feira, 14 de abril de 2009

O retrato do jovem brasileiro (parte I)
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Julianna Sampaio
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Segundo o Ipea, a população brasileira é composta por 51 milhões de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos. Eles vivem em tribos, temem a violência e o desemprego, são cada vez mais precoces e, por vezes, conservadores. O retrato dos jovens no mundo demonstra que eles são mais atuantes e conscientes de seu papel na sociedade.
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Segundos dados divulgados pelo Instituto de Política e Economia Aplicada (Ipea), a população brasileira é compreendida por 51 milhões de jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos. De acordo com o instituto, o principal problema enfrentado pela juventude é a falta de educação. Sem acesso a um sistema educacional eficiente, ela sofre com a escassez de oportunidades no mercado de trabalho e o aumento da violência.
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Entre os jovens na faixa dos 15 aos 17 anos, apenas 48% estão matriculados no ensino médio. Nesta faixa etária, 18% estão fora das escolas e o percentual de evasão eleva-se a 66% na faixa dos 18 a 24 anos. As principais causas para tais números, no caso dos meninos é o trabalho, para as meninas é a gravidez na adolescência.
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A procura de um trabalho é um dos principais motivos para os jovens de baixa renda deixarem tão cedo a escola. Segundo o professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro do Laboratório de Estudos da Violência, Domingos Abreu, enquanto nos países ricos os jovens podem permanecer mais tempo fora do mercado de trabalho, no Brasil as condições de vida da maior parte dos indivíduos os obriga a procurar um emprego cedo. "No Brasil, não se permite aos jovens apenas estudar. Eles precisam trabalhar para sobreviver. Além disso, há uma expectativa muito grande dos pais para que eles ajudem no orçamento doméstico", avaliou o sociólogo.
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De acordo com o professor, para boa parte da juventude, a entrada no mercado de trabalho não significa apenas a possibilidade de um futuro promissor, mas é também a passagem para uma vida adulta. ´Na verdade, os jovens das classes mais baixas querem arranjar um emprego assim que podem. Para os jovens das classes populares, a vida adulta começa muito antes do que para os jovens da classe média´, disse o professor. Por outro lado, a falta de qualificação encaminha esses indivíduos para o desemprego. A falta de trabalho atinge 46% do total de jovens entre 15 anos e 29 anos; e 50% dos ocupados entre 18 anos e 24 anos são assalariados sem carteira.
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Seguido pelo desemprego, um outro grande problema apontado pela juventude é o excesso de violência. O Ipea revela que as duas maiores causas de mortes na população juvenil: a violência e os homicídios correspondem a 38% das mortes, enquanto os acidentes de trânsito ceifam outros 27%. Segundo o relatório do Ipea, a violência faz com que ´esse período etário seja considerado de alto risco, quando poderia ser um dos mais saudáveis do ciclo vital´. De acordo com o levantamento, o número de mortes de indivíduos do sexo masculino é maior que o do feminino devido à grande exposição dos homens à violência.
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