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terça-feira, 2 de junho de 2009

O que se quer ver na América Latina
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Lívia Cirne (*)
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Se você ainda é do tempo que o Brasil era reconhecido por samba, futebol e/ou bundas “abundantes”, hora de se atualizar e saber que o país anda conquistando a América Latina quando o assunto é televisão. Não, não é sobre novela. Vou explicar... É que o Peru firmou compromisso com o modelo japonês-brasileiro de TV digital, o SBTVD, conforme notícia divulgada pela Andina (http://www.andina.com.pe), agência peruana de notícias. De acordo com a informação oficial, uma Comissão Multissetorial, integrada em fevereiro de 2007, resolveu revelar a “boa nova” após exaustivos testes com o padrão “da casa” (SBTVD), o americano (ATSC), o chinês (DTMB) e o europeu (DVB).
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Bom para o Japão? Obviamente, pois o último padrão a se desenvolver e entrar na briga por mercado conseguiu expandir fronteiras e está se infiltrando, aos poucos, no território sul-americano, provando que possui um protótipo de transmissão mais robusto. E para o Brasil é tão bom quanto, já que a idéia do governo é estimular a adoção do nosso modelo-conjunto nas outras nações da América do Sul, salvo a Colômbia que já se precipitou e adotou a tecnologia de transmissão européia e o México, que segue os americanos.
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Além de promover o desenvolvimento tecnológico do Brasil, a decisão impulsiona a economia, uma vez que, no SBTVD, à tecnologia japonesa foram aplicadas inovações brasileiras. Ainda assim, considerando que a tal plataforma digital permite a integração da TV com, entre outros aparelhos, telefones móveis, o Brasil leva grande vantagem, pois, atualmente, este é o item mais exportado no país. Ainda acrescento a vocês, caros leitores, uma informação de estima: somos sede de um rico pólo tecnológico em Santa Rita do Sapucaí (MG), grande na exportação de equipamentos da TV digital. Parece-me que estamos com a bola toda na corrida digital.
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Dentre os países na fila da adoção, encontram-se: Equador, Chile e Argentina. Sobre este último, há previsões que será o próximo país a fechar acordo com o SBTVD. No Chile, o ex-global e Ministro Hélio Costa apresentou o padrão aos parlamentares na no dia 29 de abril e estes devem decidir ainda este ano. Já no Equador, os testes para comprovar o rendimento técnico do SBTVD foram iniciados em abril deste ano.
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O ministro de Transportes e Comunicações do Peru, Enrique Cornejo, divulgou por lá que a transmissão está prevista para 2011 e que os decodificadores terão preços populares (entre $30 a $40). Pode até ser que lá funcione esta política, mas aqui no Brasil, até agora não vi nada de barato nos set-top-boxes. E olhe que são os mais simples, já que a tecnologia dos serviços interativos não está totalmente fechada. Assim sendo, na minha opinião, sem interatividade não vale nem a pena quebrar o “porquinho” para investir numa TVD só para ver que Faustão é mais gordo, que Hebe é mais velha e que as rugas de Ana Maria Braga são maiores do que a gente já se acostumou a ver.
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(*) Jornalista, formada em Telecomunicações, colaboradora do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAVID), e Mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Culturas Midiáticas (UFPB).
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FONTE: http://www.consultesamways.com.br
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