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sábado, 23 de maio de 2009

O acordo ortográfico da Língua Portuguesa
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Ana P (*)
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Desde o dia 1º de Janeiro deste ano, os brasileiros e demais habitantes de países do mundo que falam a língua portuguesa estão começando a se habituar com uma nova realidade: o acordo ortográfico. Eu sou partidária da ideia [olha aí!] de que este acordo não foi muito discutido na nossa grande mídia. Não o suficiente para que todas as pessoas tivessem mais conhecimento a respeito do assunto. Tudo o que sabemos desse acordo, começamos a ouvir em meados do ano passado. E, pasmem: os planos para implantá-lo já existiam desde a década passada!
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Primeiro que acho que deveria ser muito bem explicado, e sempre, para todos: qual a real intenção desse acordo? Quem ganha e quem perde, se é que existem vencedores e perdedores neste acordo? E principalmente, porque jornais, revistas, meios de comunicação em geral já tiveram que adotar o acordo desde já, sendo que existe um prazo até janeiro de 2012 para adaptação?
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O acordo ortográfico veio para criar uma única ortografia para o português, em todos os países que tem a língua portuguesa como idioma oficial. Isso não quer dizer que a pronúncia será única em todos esses países, até mesmo porque, isso seria impossível. Mas as regras ortográficas, ou seja, aquelas que lidam com o idioma escrito, precisaram ser unificadas. Por que? Antes da reforma, existiam duas ortografias para a língua portuguesa: a do Brasil e de Portugal. Apesar do português ser um dos idiomas mais falados do mundo, fazia-se necessário que as regras ortográficas se unificassem, tal qual no idioma inglês ou no castelhano.
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Acreditem, não é só aqui no Brasil que as pessoas estão insatisfeitas e reclamando desse novo acordo. Uma pesquisa pequena feita na internet já nos revela que a maior insatisfação dos países, com exceção do Brasil, cujo idioma oficial é o português, é o “abrasileiramento” do idioma. Verdade seja dita, as mudanças para nós são pequenas em comparação com as mudanças que vão ocorrer na ortografia de Portugal. De acordo com a Wikipedia, a quantidade de palavras que irão sofrer alterações em Portugal é em torno de 1,6% de um total de 110.000, enquanto que no Brasil, esse valor não passa de 0,5%.
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Agora, um acordo que vem sendo discutido desde 1990 [na verdade, ele já vem de muito antes], foi promulgado no ano passado, e ainda ganha mais três anos para adaptação: por que então jornais, revistas e televisão já adotaram as novas regras? Jornais e revistas são produtos de fácil impressão, ou seja, para sua adaptação às novas regras, os custos de impressão não seriam tão grandes quanto seriam para as editoras de livros didáticos, paradidáticos e literatura em geral. Além disso, os meios de comunicação de massa contam com uma responsabilidade maior: eles serão responsáveis por adaptar as pessoas às novas regras. Até que os livros didáticos com as novas regras cheguem às escolas, os professores podem se utilizar de jornais, revistas e programas de televisão que já usam as novas regras em suas matérias e infográficos.
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De toda essa discussão do acordo ortográfico, confesso a vocês que o que mais sentirei falta, apesar de sempre ter sido tão mal-amado, é o trema. Ele está comigo praticamente o dia inteiro, no teclado do trabalho, da faculdade ou no notebook que me acompanha madrugada adentro. Ele ainda aparece nos símbolos do meu celular e, vez por outra, eu ainda me confundo e insisto em apertar o Shift+6, no meio da digitação. A trema não morreu de todo. Os nomes estrangeiros, como Müller, continuam utilizando esses dois pontos tão charmosos.
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(*) Estudante de Jornalismo e bancária nas horas vagas.
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FONTE: http://comunicacaochapabranca.com.br/?p=4351
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