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terça-feira, 26 de agosto de 2008

No espelho da mídia
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Walter Galvão
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A discussão sobre imprensa livre, liberdade de expressão, responsabilidades da mídia, direito a informação e privacidade dos cidadãos integra a agenda contemporânea dos brasileiros. Criticamos excessos e omissões, refutamos linchamentos morais, rechaçamos a censura, tememos injustiças, clamamos por verdade e prudência. Isto é muito bom. Precisamos cada vez mais analisar nossos valores como impulso permanente à superação das amarras que nos atrelam aos pântanos do preconceito, aos pesadelos do autoritarismo, ao pânico do diferente, da inovação, da mudança.
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A imprensa é sintoma da qualidade do padrão público e também íntimo de vida que construímos diariamente a partir das informações que processamos. Esse trato com a informação é uma espécie de exercício para o corpo da nossa consciência, que fazemos desde a invenção das máquinas ideológicas da comunicação.
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Um exercício que favorece nossa capacidade de apropriação de aspectos da realidade como idioma, símbolos na sociedade de consumo, apelos psicológicos dos afetos perdidos, a violência da competitividade que esmaga a fragilidade do outro, da manipulação da sexualidade, de todo esse arsenal que utilizamos para estabelecer uma identidade construída para a competência da integração em nossa sociedade... globalizada. Frente ao espelho da mídia, testemunhamos o mal-estar da civilização. Melhoremos o que somos. E a mídia soará melhor.
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FONTE: Correio da Paraíba
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