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quarta-feira, 9 de março de 2011

Jovens e o primeiro emprego

Não chega a ser novidade no Brasil afirmar que entrar no mercado de trabalho, principalmente para os jovens que buscam o primeiro emprego, não é uma tarefa fácil. Não se tem programas específicos voltados para essa finalidade e as iniciativas tomadas pelo governo nos últimos anos não deram certo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro mandato, lançou com pompas o programa “Primeiro Emprego”. Esqueceu-se que não deveria beneficiar apenas os jovens, mas também o empregador. Errou e o programa não deu certo.
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A realidade é que entrar no mercado de trabalho exige cada vez mais qualificação. As longas horas de estudo podem tanto ampliar o conhecimento quanto render um bom emprego no futuro, principalmente para os jovens que ainda não tiveram uma experiência profissional. Essa é uma realidade que o governo precisa olhar com mais vontade política para abrir as portas a milhares de jovens que buscam um lugar ao sol. Não é difícil fazer essa constatação. No Sine, diariamente formam-se filas de pessoas à procura de emprego. Porém, a falta de qualificação restringe o número de candidatos por cada cargo disponível. Isso pelo fato de que hoje em dia a experiência profissional não é requisito mínimo para eliminar concorrentes. O que pesa realmente é a capacitação.
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A contratação de jovens no mercado para o primeiro emprego não é novidade no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tanto que o ministro, Carlos Lupi, defende a manutenção de políticas de incentivo à contratação de jovens, já que na avaliação dele o primeiro emprego é o “maior desafio” do país na área do trabalho. Ocorre que as vagas naturalmente costumam ir para quem já tem alguma experiência. Mas como o jovem vai ter experiência sem oportunidade? É preciso romper esse ciclo vicioso e qualificar essa mão de obra.
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Em Mato Grosso, por exemplo, 40 mil pessoas foram capacitadas somente em 2010, em cursos oferecidos pelo Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O Cebrac, por exemplo, oferece cursos direcionados para quem, justamente, busca do primeiro emprego.
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O Senai trabalha com o programa de Aprendizagem Industrial, que foi criado para qualificar jovens aprendizes que buscam oportunidade no segmento. Em 2010, foram 1,5 mil alunos formados. No Senac, a capacitação profissional chegou para 34,782 mil pessoas por meio do Programa Senac de Gratuidade (PSG).
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Como se pode constatar, essas entidades cumprem o papel que lhes é destinado e oferecem capacitação. Resta então que o governo crie programas junto ao empresariado para que os jovens possam ter a oportunidade de trabalhar e garantir o próprio sustento. O MInistério do Trabalho já tem a receita, basta então que ela seja aplicada da forma correta e que, finalmente, nossa juventude possa ser mais valorizada no que se refere ao mercado de trabalho.
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FONTE: http://www.infojovem.org.br
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O jornalista na era do conteúdo relevante

Silvia Ferreira
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Redes sociais, internet, propaganda interativa… Os recursos que garantem o sucesso das mídias digitais estão em pauta em todos os veículos de comunicação. Até aqui, o mercado navegou por múltiplas tecnologias, formatos e filosofias de trabalho, como a supremacia do design sobre o conteúdo, por exemplo. Por muito tempo, a máxima “uma imagem vale mais do que mil palavras” roubou a cena entre os profissionais de marketing.
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Nesse cenário, a figura do jornalista foi considerada a mais arcaica da comunicação social: “parou no tempo”, insistiu nas matérias mais completas, nas grandes reportagens. Em outras palavras, tentou continuar cumprindo o papel que lhe cabia: informar com foco no interesse público. Tentar dizer a leitores, telespectadores e ouvintes o que eles realmente queriam e precisavam saber.
.Claro, podemos dizer que Comunicação também é negócio e nem todos os profissionais são assim. Mas quem é jornalista conhece a luta diária para que essa missão seja cumprida diante dos prazos apertados e da pouca disponibilidade de recursos. São limitações que muitas vezes prejudicam não só a qualidade do produto final, mas também desestabilizam o ideal de vida que nos levou à escolha da profissão. Fizemos essa opção mesmo sabendo das condições adversas. E continuamos tentando cumprir o nosso papel, todos os dias.
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Para quem não desiste, como eu, aí vai uma boa notícia: Não somos mais “os incompreendidos”. Nosso foco de trabalho ganhou outro nome e ocupou o centro das atenções. Hoje, a “informação de interesse público” é chamada de “conteúdo relevante”. Para o novo marketing, isso significa trabalhar sobre quatro pilares que garantem o retorno de audiência: engajamento, entretenimento, conhecimento e prestação de serviço. Alguma novidade?
. Esses quatro pilares sempre estiveram na nossa listinha de critérios de noticiabilidade, aquela análise subjetiva do que vale a pena entrar no jornal ou não. Alguns aprenderam esses critérios na faculdade, outros simplesmente os tinham arraigados na natureza de ser jornalista. Como o Google não indexa pixels ou bytes, mas sim palavras, nosso espaço está garantido no futuro da web.
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A má notícia é que muitas agências digitais nasceram levantando a bandeira da modernidade, mas ainda são resistentes a esse cenário. A máxima agora mudou: beleza atrai, conteúdo convence. O consumidor da era digital é diferente e o chamado e-branding não pode ser focado na auto-promoção. De nada adianta marcar presença em blogs, sites, redes sociais e dispositivos móveis transmitindo uma avalanche de informações institucionais e incoerentes. Se elas não estiverem de acordo com aqueles quatro pilares – relembrando: engajamento, entretenimento, conhecimento e prestação de serviço – a estratégia de divulgação pode até ganhar fôlego, mas não se sustentará por muito tempo. Quem continuar “desprofissionalizando” seu conteúdo vai ficar pra trás.
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FONTE: http://blogzaz.wordpress.com
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Rede social ajuda jovens a encontrar trabalho

Com o objetivo de dinamizar o relacionamento entre fornecedores e compradores, foi desenvolvida a rede social SuperTau. Acessada em 26 países, a rede tem ofertas que vão desde a troca de lâmpadas até consultoria. O nome da ferramenta web faz referência ao “Tau”, símbolo do trabalho na física moderna, que é calculado pela divisão de energia pelo tempo, vezes espaço.
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Focados em criar uma ferramenta inovadora e que aumentasse a eficiência das transações comerciais no país, o administrador Daniel Wege, o programador Jairo Moreno e o designer Marcelo Salles, após 10 meses de pesquisas de referências internacionais em e-commerce, gestão de projetos, de pessoas e de qualidade, desenvolveram o SuperTau. A missão do site é o aumento da qualidade dos serviços e geração de economia de tempo e dinheiro para os usuários. Para isso, possui um sistema de leilão onde somente os fornecedores com os pré-requisitos estabelecidos pelos contratantes podem dar lances.
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Com cadastro totalmente gratuito e interface amigável, o site se apresenta como uma solução para a exposição de portifólio de serviços de profissionais autônomos, freelancers e empresas de todo o Brasil, e possibilita que qualquer pessoa ganhe dinheiro com suas competências, por exemplo, um estudante pode trocar uma lâmpada para alguém de seu bairro ou um consultor pode ser contratado para tirar uma simples dúvida.
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Seu sistema inovador de pré-requisitos é baseado em um conceito de gestão de pessoas, o CHAO (Conhecimentos, Habilidades, Atitudes e Outros), que permite aos usuários cadastrarem tanto o que aprenderam na escola ou com a experiência e também se possuem veículo, CNPJ, pretensão salarial e até sua agenda para trabalho remoto e presencial. E para quem ainda não possui experiência, o site disponibiliza um teste de personalidade, cujo resultado é uma lista de tarefas e ocupações para cada perfil. Além disso, o site segue uma política de gestão da qualidade baseada na ISO 9001, onde qualquer sugestão, dúvida ou crítica pode ser enviada pelo sistema de feedback do site e é recebida diretamente pelos diretores.
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FONTE: http://www.infojovem.org.br
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Habilidade e inclusão digital: papel das escolas

Flávio Rech Wagner
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O Brasil tem experimentado inegáveis avanços na inclusão digital e no acesso da população à Internet, embora os números ainda revelem fortes disparidades, conforme as regiões do país, as classes sociais e o nível de escolaridade das pessoas. Esses avanços ocorrem devido ao aumento do número de lares que possuem computadores e de pessoas que têm acesso à Internet, seja em seus domicílios, no trabalho, nas escolas, ou através de lanhouses, um poderoso instrumento de inclusão digital nas periferias das grandes cidades.
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Contudo, inclusão digital não significa apenas ter acesso a um computador e à Internet. É preciso saber utilizar esses recursos para atividades variadas, classificadas em três diferentes patamares, segundo sua relação com o exercício da cidadania. Num primeiro nível, a Internet, hoje especialmente através das redes sociais, permite a comunicação entre as pessoas, o que já potencializa formas de articulação em torno de demandas sociais variadas. Num segundo nível, a Internet viabiliza a obtenção de informações e a utilização de serviços de interesse público. Num terceiro patamar, no entanto, certamente ainda mais importante para a cidadania e a nação, a inclusão digital deve permitir a geração e a disponibilização de conteúdo, através das mais diferentes formas – geração de conteúdos multimídia, digitalização de conteúdos variados, criação de páginas e blogs, etc.
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Para uma efetiva utilização dos recursos computacionais que permitem a inclusão digital, os usuários precisam adquirir habilidades variadas, que podem ser associadas aos três patamares antes mencionados. Essas habilidades incluem, por exemplo, a manipulação dos recursos básicos de um computador dotado de um sistema operacional, tais como a utilização de arquivos de texto e de outras mídias, de diretórios e de periféricos, assim como a instalação de programas. Incluem ainda a elaboração de documentos de diversos tipos, o uso de máquinas de busca e de programas de correio eletrônico, o preenchimento de formulários eletrônicos, entre outras. Além disto, o usuário precisa ter noções básicas de segurança, compreendendo os diversos tipos de riscos inerentes à Internet, além de ser capaz de tomar as medidas básicas para evitá-los.
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A Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil, realizada anualmente desde 2005, sob coordenação do Comitê Gestor da Internet, revela não apenas o crescimento da população com acesso a computadores e à Internet, mas também o crescimento nas habilidades. Apenas como exemplos, observamos que, entre 2005 e 2009, o percentual de pessoas que declaram ser capazes de utilizarem uma planilha eletrônica aumentou constantemente, de 18% para 28%, enquanto o percentual de pessoas capazes de utilizarem um mecanismo de busca na Internet também mostrou crescimento constante, passando de 27% para 45%.
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O Brasil tem feito um grande esforço para dotar de acesso à Internet todas as escolas públicas do país, em todas as regiões, mesmo em locais de difícil acesso. O Plano Nacional de Banda Larga, em discussão neste início de 2010, deve tornar esse acesso de melhor qualidade. No entanto, a ligação das escolas em banda larga não será suficiente, se os professores ou outros instrutores que atuam nas escolas não forem capazes de transmitir aos alunos as habilidades básicas no uso dos computadores e da Internet. O verdadeiro papel da escola, em relação ao uso da Internet e à inclusão digital, só será devidamente exercido quando disponibilizar aos alunos os recursos para que eles melhor exerçam sua cidadania plena, e não apenas utilizarem a Internet como meio de comunicação, por exemplo através de ferramentas de redes sociais.
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Logo, a Informática precisa entrar definitivamente na vida escolar, especialmente nas escolas públicas, o que será possível quando os professores forem capazes de utilizar de forma mais avançada os computadores e a Internet no ensino de suas próprias matérias, como Biologia, História ou Português. Para que isso ocorra, é necessário o treinamento e a disponibilização, através da Internet ou do próprio computador da escola, de ferramentas e de conteúdos didáticos de boa qualidade, em língua portuguesa.
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Jovens sabem usar computadores e Internet, assim como todas as outras tecnologias modernas, de forma muito mais efetiva, provavelmente por adquirem habilidades de modo mais natural, pela curiosidade e criatividade próprias à idade. As estatísticas mostram que as faixas etárias de 10 a 24 anos de idade apresentam percentuais muito mais elevados de domínio de habilidades no uso do computador e da Internet do que as demais. Assim, esforços feitos através das escolas terão impacto muito mais eficaz do que aqueles dirigidos às outras faixas etárias.
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Este é um esforço cujo resultado definitivo só virá em longo prazo, aliás como todos os esforços relacionados à educação, portanto não devemos nos iludir em relação a milagres de curto prazo. Possivelmente, uma geração de professores e estudantes irá passar antes que as escolas estejam efetivamente equipadas para realizarem a verdadeira inclusão digital. Ainda que alguns atalhos possam e devam ser tomados para que se aumente essa inclusão no curto prazo, em especial para populações de baixa renda ou de baixo nível de escolaridade, enquanto as habilidades essenciais ao exercício da cidadania através do computador e da Internet continuarem a ser adquiridas por meios informais, os avanços serão lentos e pouco eficazes.
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Para que esse esforço seja bem conduzido, os cursos de licenciatura precisarão reforçar com urgência o treinamento dos futuros professores no uso da Informática, não apenas em termos de habilidades que correspondem aos dois patamares iniciais de inclusão digital, mas especialmente com ênfase na geração de conteúdos, a fim de que possam chegar ao terceiro patamar, no qual se exerce a cidadania plena. Desse modo, poderemos vislumbrar um atalho necessário e que pode trazer resultados no curto prazo: o treinamento maciço de professores de primeiro e segundo grau para uso da Informática, em especial visando à melhora didática em suas próprias matérias. No entanto, apenas agora o MEC começa, de maneira ainda muito incipiente, através de iniciativas como cursos a distância dentro do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), a oferecer treinamento aos professores das escolas públicas.
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No Brasil o uso da Informática na escola tem sido objeto de pesquisas acadêmicas há muitos anos. A Sociedade Brasileira de Computação (SBC), por exemplo, promove o Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, já em sua 21ª edição em 2010, e o Workshop de Informática na Escola, que alcança sua 16ª edição. Por mais que esses eventos atraiam grande número de professores de primeiro e segundo grau, os esforços acadêmicos ainda estão muito longe da massificação necessária para que seus frutos sejam apropriados por todas as escolas públicas no país. Além disto, precisam vir acompanhados de um grande incentivo à produção de ferramentas e conteúdos educacionais voltados à realidade brasileira e às diferentes matérias escolares. A banda larga, em todas as escolas públicas do país, já será um passo formidável de nossa cidadania, todavia precisa vir acompanhada de outras políticas e programas, cujos resultados necessariamente serão de longo prazo; sem eles, a escola brasileira não conseguirá exercer uma função social da qual ela não pode abrir mão como principal agente: a formação de habilidades intrínsecas à verdadeira inclusão digital.
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FONTE: www.cgi.br/publicacoes/artigos/artigo64.htm
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A tragédia sensacionalista

Flávia Nascimento
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A necessidade de fabulação e de dramatização do real é inata ao ser humano. Este fenômeno é explicitado nas narrativas jornalísticas que cotidianamente fazem da realidade um espetáculo. As catástrofes contadas nos jornais, chamadas vulgarmente de tragédias, não são nada mais do que o mais puro exemplo dessa dramaticidade da realidade.
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A tragédia é em princípio, um gênero dramático, cuja origem é obscura, mas, no entanto, sabe-se que derivou de cantos e danças realizadas ao deus grego Dionísio. Conta-se que estas apresentações foram criadas pelos sátiros – criaturas meio bode que cercavam Dionísio em suas orgias. O termo tragédia deriva das palavras gregas "trago", que quer dizer bode; e "ode", que significa canto; as quais combinaram-se na palavra tragoidia (canções de bode).
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De acordo com Aristóteles, a tragédia defini-se como uma “imitação da ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada e com as várias espécies de ornamentos distribuídas pelas diversas partes (do drama), (imitação que se efetua) não por narrativa, mas mediante atores, e que, suscitando ‘o terror e a piedade, tem por efeito a purificação dessas emoções’”. Em outras palavras, a tragédia dramatiza os sofrimentos humanos acerca da inexorabilidade do destino, onde o drama é regido por sentimentos como vingança, ódio, honra e glória. O que move a tragédia grega, inglesa, medieval ou moderna são sempre os sentimentos humanos que tomam conta da representação dramática trágica.
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É comum usarmos a palavra tragédia para nos referirmos a um acontecimento doloroso, catastrófico, acompanhado de muitas vítimas, ou ainda para caracterizar uma paixão que resultou em um horrível assassinato. Esse tipo de aplicação ao termo tragédia ocorre geralmente nas narrativas jornalísticas, onde os atores sociais são os heróis e personagens que fazem mover a tragédia no teatro real da vida. O jornal faz da realidade um espetáculo, e em sua narrativa moderna real dramatiza a vida desses atores sociais. A mídia faz da narração dos fatos um sensacionalismo, ou seja, mexe com o sistema emocional do público através da exploração do sofrimento alheio, com a finalidade que qualquer outra instituição de fins lucrativos deseja: lucro. Nesse caso: audiência.
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Fazer dos fatos reais um espetáculo é comum nos meios de comunicação, principalmente nos jornais, sejam eles impressos, televisivos ou online. As “tragédias” contadas nas narrativas jornalísticas são partes fundamentais desse sensacionalismo midiático, pois o que poderia mexer mais com o lado emotivo do público do que a tristeza causada por uma catástrofe na vida de uma pessoa?
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A tragédia foi tirada do seu habitat natural, o gênero dramático, e foi introduzida na mídia por puro sensacionalismo. Quantas “tragédias” reais acontecem pelo mundo? Quantas são notificadas? Quantas são escolhidas a dedo para serem exibidas? Digo exibidas, por que é literalmente um exibicionismo mostrar o sofrimento e ainda lucrar com ele. Tragédia no jornalismo não está em sua forma natural, não é uma tragédia ... é antes modo de fazer sensacionalismo. Mas no fim é isso que acontece: A vida imita a arte, e o jornalismo tenta imitar a tragédia.
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FONTE :http://www.canalpb.com.br
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Comunicação compartilhada no FSM 2011

Terezinha Vicente
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Nunca a informação e a comunicação estiveram tão disputadas no mundo. A discussão das novas tecnologias e seu papel estratégico ocuparam lugar de destaque neste Fórum Social Mundial (FSM), em Dacar. O poder político das novas ferramentas, as redes de comunicação que se transformam em grandes negócios, como lidar com tudo isso para a democratização da comunicação e a transformação da realidade estiveram em debate, com a presença do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. Para os participantes, é necessário que os movimentos e organizações entendam a Comunicação como estratégica e prioritária, elemento a ser incorporado em todas as lutas.
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“Penso que o grande problema que temos é o de saber quem vai se beneficiar com o Wikileaks, pois o imperialismo aprende sempre mais depressa do que as forças anti -capitalistas”, diz o professor. Ele cita como exemplo paradigmático a revolução cubana; enquanto as esquerdas na América Latina debatiam a revolução, o imperialismo tratou de criar logo uma “aliança para o progresso” a fim de combatê-la. “O Wikileaks é uma metáfora da comunicação insurgente, porque viola segredos do Estado e das corporações, porque os segredos são fundamentais para eles. Penso que temos que ter acesso às informações do Wikileaks antes de ser tratada pelos grandes meios, pois há informações importantes para os movimentos sociais que não estão a ser transmitidas”.
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Para Jamie Mccielland, da “May first people link”, organização associativa focada na discussão da internet, em Nova York, o reconhecimento do trabalho do Wikileaks, os ataques que receberam depois da divulgação das informações secretas e a resistência e mobilização que gerou no mundo, “mostra que esta discussão é mais complicada e que não estamos protegidos contra esse tipo de ataques, mas mostrou também a fraqueza do sistema capitalista, que usa as mesmas ferramentas, e que o ativismo na internet hoje é bastante representativo”.

Como diz o professor Boaventura, em 2003 foi fundamental a informação rápida na justificativa dos EUA para a invasão do Iraque, mas a luta não foi eficaz. Agora, vimos semanas atrás como a informação pode ser rápida e eficaz, no caso da Tunísia e do Egito. “Não queremos Cairos globais, mas muitos Cairos ao mesmo temo, penso que o desafio é sincronizar nossos movimentos, fazendo pressão de maneira convergente”. Para o intelectual, ligado desde o início ao FSM, este é nosso grande desafio. “Somos capazes de sincronizar ações a nível nacional, ainda não somos capazes de sincronizar ações a nível internacional, para desestabilizar os governos contra outro mundo possível”.
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Sincronizar ações é necessário
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“Como obter informações não divulgadas pelo Wikileaks?”, pergunta Boaventura. “Para isso o Fórum Social Mundial deveria mudar. Faço o desafio ao Conselho Internacional, no sentido de dar mais capacidade à comissão da comunicação, pois há muitas informações úteis aos movimentos e quando tivermos essas informações será possível tratá-las. Assim, deveríamos formar uma comissão de investigação. Esse é o meu grande desafio, para que pudéssemos nos beneficiar de todas as informações disponibilizadas pelo Wikileaks."
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Como as informações foram divulgadas, o papel dos jornalistas, a mediação da grande mídia, são aspectos questionados por Hilde Stephansen, ativista de comunicação, da Goldsmiths, universidade de Londres. “Precisamos refletir como a grande mídia foi responsável pela mediação, como a mídia alternativa pode trabalhar com o wikileaks de forma similar, pois a comunicação envolve essa coisa dialógica, que vem e vai , precisamos falar do processo, não basta falarmos de tecnologia”. Este aspecto, assim como a questão da falta de privacidade que temos ao utilizar estas ferramentas, foi bastante questionado pelos presentes.
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Ferramenta política, poderosa em si mesma, “a Internet e o uso das tecnologias está no contexto das disputas mundiais pelo tipo de mundo que temos e o mundo que queremos ter”, diz Rita Freire, coordenadora da Ciranda, que faz a cobertura desde o primeiro encontro em Porto Alegre. O conceito de comunicação compartilhada “foi cunhado pelo FSM, quando se introduziu o acordo entre comunicadores e mídias alternativas de como utilizar as tecnologias de modo coletivo e colaborativo, uma proposta que tem acompanhado os 10 anos do FSM, incorporando novas iniciativas de comunicação”.
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FONTE: http://www.revistaforum.com.br
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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Landell de Moura: brasileiro inventor do rádio

Com o conhecimento teórico e a inquietude dos que estão à frente de seu tempo, Roberto Landell de Moura transmitiu a voz humana à distância, sem fio, pela primeira vez no mundo. Foi também pioneiro ao projetar aparelhos para a transmissão de imagens (a TV) e textos (o teletipo). Previu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das comunicações e também utilizou-se da luz para enviar mensagens, princípio das fibras ópticas. Tudo está documentado por patentes, manuscritos, noticiário da imprensa no Brasil e no exterior e testemunhos. No entanto, a história credita a Guglielmo Marconi o invento do rádio.
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As pioneiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, ligando o alto de Santana - o Colégio Santana - à emblemática Avenida Paulista, que hoje abriga diversas antenas de emissoras de rádio e de TV. Ao transmitir a voz, Landell se diferenciou de Marconi. O cientista italiano inventou o telégrafo sem fios, ou seja, a transmissão de sinais em código Morse (conjunto de pontos e traços) e não o rádio tal como o conhecemos. As experiências do padre Landell não sensibilizaram autoridades e nem patrocinadores. Pior: um grupo de fiéis achou que o padre "falava com o demônio" e destruiu seus aparelhos.
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Mesmo tendo patenteado o rádio no Brasil (1901), Landell não obteve reconhecimento. Decidiu, então, viajar para os Estados Unidos, onde conseguiu, em 1904, três cartas patentes. De volta ao Brasil, quis fazer uma demonstração das suas invenções no Rio de Janeiro, mas, por um erro de avaliação, o Governo não lhe deu a oportunidade. Depois, ele seria "forçado" a abandonar as experimentações científicas. Morreu no ostracismo e o Brasil importou tecnologia para entrar na era das radiocomunicações!
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Landell de Moura está, agora, já em pleno século XXI, prestes a ver seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão Tancredo Neves, graças ao Projeto de Lei do senador Sérgio Zambiasi, que está atualmente em análise na Câmara dos Deputados. Estará, desse modo, ao lado de outros heróis como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont e Oswaldo Cruz.
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Há anos, ele é o patrono dos rádio amadores brasileiros e seu nome está em ruas e praças de várias cidades, em instituições públicas e em livros publicados no Brasil e no Exterior. O Brasil tem agora a oportunidade de reconhecer a obra científica de Landell e incluir os seus feitos no currículo escolar obrigatório do ensino básico. É por isso que luta o Movimento Landell de Moura (MLM), integrado por voluntários de diferentes áreas, que construiu um site para angariar assinaturas em prol desse reconhecimento. No dia 30/03/2011 o Movimento pretende receber adesões em massa e encaminhar as assinaturas virtuais às autoridades do Governo Federal.
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FONTE: http://portalimprensa.uol.com.br

A família fala de si, e do jovem

Hebe Signorini Gonçalves (*)
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Dados de pesquisa acerca da violência familiar no Brasil sugerem que o espaço doméstico não é caixa de ressonância, mas lugar organicamente articulado ao social, recebendo sua influência e produzindo efeitos sobre ele. O discurso de trinta mães indica o uso amplo da punição corporal com propósitos disciplinares. As entrevistadas defendem essa prática quando regulada por limites ditados pela cultura. A essas formas punitivas, aplicadas segundo os parâmetros que as regulam, as mães recusam dar o rótulo de violentas. Elas discordam, assim, da interpretação dominante que atribui ao uso da força física um efeito pernicioso na formação e no desenvolvimento de crianças e jovens.
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Para efeito deste texto, é importante destacar os motivos que, do ponto de vista das entrevistadas, justificam o uso da punição corporal. Adotada como recurso extremo, ela é empregada em situações nas quais a criança ou mesmo o jovem, apesar de advertidos, insistem na desobediência ou no desrespeito aos pais ou mesmo aos mais velhos com os quais mantêm relações de parentesco ou vizinhança. As mães entendem que a obediência à hierarquia entre as gerações é o pilar nas relações sociais, pois é o respeito ao próximo que produz o assujeitamento necessário à transmissão de valores e à formação do caráter.
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Mais preocupadas com a violência na rua do que com os excessos disciplinares domésticos, as mães entrevistadas nomeiam uma violência que está em todo lugar e faz com que se mate por um real, ou por nenhum. Elas invocam a atração que a marginalidade fora de controle exerce sobre o jovem e o apelo contemporâneo pela afirmação da singularidade e da diferença como armadilhas da convivência entre estranhos, características incontornáveis da vida na cidade. Reconhecendo que é impossível negar a liberdade, e que seus filhos cedo ou tarde serão confrontados com os desafios da cidade, as mães entendem que a tarefa de educar tem como propósito central a boa formação, o caráter, a cabeça forte.
. Essas expressões condensam sentidos: a boa formação não se restringe à obediência no espaço doméstico, mas fala principalmente do comportamento adequado na rua, que abarca as relações respeitosas para com os mais velhos, a escolha adequada das amizades, o empreendimento de esforços na escola, a esquiva dos grupos envolvidos com drogas, criminalidade ou qualquer forma de violência. A relação dos problemas a serem evitados indica a preocupação das mães com a reconstrução da sociabilidade no espaço público. Indica, além disso, que assumem como sua essa tarefa; a frase de uma das entrevistadas não deixa margem a dúvida: as pessoas que estão na rua, violentando, atacando as pessoas, ela tem uma criação, né, então começa em casa. Se você cria seus filhos na paz, eles vão sair lá fora e não vão atacar ninguém.
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Haveria elo de ligação entre a criminalidade urbana e a violência familiar? Com base em dados produzidos nos Estados Unidos, Gelles (1997) afirma que tanto o comportamento violento como a conduta criminal são conseqüências comprovadas do abuso sofrido na infância. No Brasil, essa associação é posta em dúvida pelas mães que entrevistei. No primeiro momento, elas negam qualquer conexão com base em suas histórias pessoais: se fosse assim - declarou uma das mães -, eu também tinha sido bandida. A seguir, elas invertem a relação causal e afirmam que a punição corporal, aplicada quando requerida, contribui para forjar o caráter, tarefa doméstica por excelência: abandonado, o mundo ensina. [...] se a gente largar assim demais, é o mundo que vai ensinar. E o mundo vai ensinar errado.
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Não deixa de soar estranha essa crença na possibilidade de controle da desordem urbana a partir do doméstico. Durante longo tempo, essa justificativa para a defesa da punição corporal foi interpretada como mero argumento para validar a prática dos castigos físicos, essa sim condenável. Mas o julgamento moral precipitado dessa linha de argumentação tem furtado ao exame os fatores que informam a inclinação da família brasileira pelo uso da punição corporal. Trata-se de um procedimento que não é gratuito, nem espontâneo.
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Ele tem origem nos preceitos higienistas, que associaram a disciplina doméstica ao controle dos sujeitos no espaço público. Lopes Trovão proclamava a infância como o período em que se forja "a gênese da humanidade mais perfeita". Belisário Penna via na educação doméstica o dispositivo capaz de assegurar a ordem sem o uso da força. Para Lourenço Filho, a educação doméstica - mais até que o Estado - seria capaz de "guiar as liberdades" das crianças de modo a evitar "escolhas passionais e caprichosas" (cf. Corrêa, 1997). Repetindo esses princípios à exaustão, o higienismo ensinou que a lógica do universo familiar e a lógica da cidade se fundem numa ligação de simbiose e dependência da qual a relação mãe-filho é adubo e semente (cf. Costa, 1989). Até os anos de 1930, o higienismo incutiu a crença de que à mãe cabe evitar o ócio, a delinqüência e o vício da rua. Hoje, setenta anos mais tarde - ou no espaço de duas gerações -, as mães flagram-se isoladas nessa tarefa, sem contudo renunciar a ela.
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Sem contar com a orientação de ninguém, confiando no vivido para tomar decisões cruciais no cotidiano, as mães oferecem os elementos que permitem compreender a permanência da racionalidade higienista. Em vez da família moderna acossada pelos técnicos, sitiada pelo saber da ciência e destituída da função de educar, típica das sociedades centrais (cf. Lasch, 1991), a mãe brasileira queixa-se sobretudo da solidão, da falta de amparo e de assistência. Assistindo impotente ao crescimento da criminalidade, ela crê que pode proteger seus filhos das ameaças do público, e acredita na possibilidade de disciplinar o social a partir do doméstico.
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Entende-se assim por que a família brasileira se mantém como elemento central nos processos de regulação social. A despeito da eficácia questionável das práticas educativas, é mister reconhecer que elas empreendem um esforço em nome do coletivo. A despeito da condenação moral dessas práticas, amplamente calcadas na punição corporal, é mister reconhecer também que seus filhos, ao ecoar suas frases e expressões e ao anunciar a família como único suporte com que contam, contribuem para referendar sua crença e imprimir-lhe algum grau de eficácia.
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(*) Doutora em Psicologia, integrante do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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FONTE: http://juventudesulamericanas.org.br

Tarifa Social de energia elétrica

(clique na imagem para visualizar melhor)

Jornalismo e Literatura

Compreender o uso, pelo Jornalismo, de narrativas literárias implica observar que estamos falando de uma diferença que estabelece diferenças, nos moldes propostos por Niklas Luhmann em sua releitura da Teoria dos Sistemas. Ou seja, que a (re)aproximação de campos do conhecimento antes complementares que antagônicos, caso do Jornalismo e da Literatura, faz emergir novas e sucessivas realidades, que, por sua vez, complexificam tanto o que é próprio do Jornalismo como da Literatura, reconfigurando cenários e exigindo novos paradigmas e gramáticas explicativas de um e de outro.
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Vejamos o que ocorre, a título de exemplo, com os jornais impressos, em particular os de periodicidade diária. Se ainda veiculam, hegemonicamente, relatos concisos, objetivos, fincados em acontecimentos se realizando, deparamo-nos frequentemente com narrativas prolixas, de caráter interpretativo, ou diversional, escritas muitas vezes sem preocupação aparente de anunciar nenhuma novidade; focadas, antes, em entreter que noticiar, em contar histórias peculiares.
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Uma explicação breve: por diversional e interpretativo vamos entender o jornalismo que, por meio de recursos da narrativa literária, busca algo mais que apenas informar, ainda que também o faça. “Diversional”, nesse caso, refere-se antes a “diverso”, “diferente”, que “diversão”. O livro Abusado, de Caco Barcelos, por exemplo, enquadra-se nessa categoria. Já “interpretativo” está ligado a textos que, pelo viés de seus relatos, permitem uma explicação mais aprofundada dos fenômenos em questão. É o que ocorre com Rota 66 – A história da polícia que mata, do mesmo Caco Barcelos. A diferença entre uma e outra categoria é que a segunda usualmente está ligada ao acontecimento se realizando - uma reportagem sobre pessoas mortas pela polícia, por exemplo.
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É o que observa a pesquisa em andamento, realizada em parceria entre o Departamento de Comunicação e o Programa de Pós-graduação em Letras da Unisc. Durante 30 dias, os pesquisadores envolvidos no levantamento analisaram as páginas de dois dos principais jornais diários do Estado – Gazeta do Sul e Zero Hora – e concluíram, entre outros, que textos das categorias diversional e interpretativo não são mais exclusividades quase que somente das revistas e dos livros-reportagens. Eles incidem com muita frequência no jornalismo diário também, e isso é diferente. Ou seja, o uso de recursos próprios da literatura em textos jornalísticos, caso das subjetividades, jogos de linguagem e digressões, para ficarmos em três, até então usual em revistas impressas e livros-reportagem, está presente – e muito – em veículos que se renovam a cada 24 horas. E que são feitos, portanto, para serem consumidos rapidamente, diferentemente do que ocorre com seus pares impressos. Trata-se de uma espécie de (um bom) paradoxo.
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Há um motivo relativamente claro para textos dessa natureza frequentarem antes páginas de livros e revistas que jornais: a periodicidade. Como textos ditos “literários” são mais elaborados que as notícias, e exigem, portanto, redação e leitura mais cuidadosas, já que o ideal é que o dispositivo em que são veiculados não tenha vida breve. Uma semana, um mês, uma vida (no caso dos livros): conteúdos diferenciados exigem tratamento específico, em especial quando falamos de uma forma de conhecimento cuja produção de textos não prescinde de intencionalidade (escrever para alguém) como ocorre com a literatura (escritores escrevem para si mesmos em primeiro lugar). Mas por que, então, essa metamorfose está ocorrendo justamente com os jornais impressos diários? Dentre as explicações possíveis, e é nessa direção que se movem os passos da pesquisa referida anteriormente, é que esse fenômeno se presta, em primeiro lugar, para fortalecer a identidade dos jornais impressos. Para quê? Basicamente para que eles sejam reconhecidos, e aceitos, a partir do que são, e não apenas do que relatam.
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Interessa, por esse viés, cada vez mais, veicular informações de forma original, criativa, que simplesmente dizer o que houve. Seduzir o leitor, enfim. Por um motivo igualmente simples: todos os demais veículos ou já disseram o que houve, ou haverão de dizê-lo mais cedo ou mais tarde. Então, é preciso dizer diferente. Não se trata de fenômeno recente: basta lembrar que, em seus primeiros dias, ainda no século 17, o jornalismo opinativo era resultado principalmente do trabalho de escritores e políticos. Mesmo mais tarde, às vésperas do século 20, quando o fazer jornalístico desenvolve especificidades que nos permitem reconhecê-lo como tal, os escritores seguem se valendo das páginas dos impressos para: a) tornarem-se conhecidos e b) ganharem algum dinheiro, sempre necessários. Tempos difíceis para as duas partes, fidedignamente retratados por Honoré de Balzac em As ilusões perdidas. O que mudou, então?
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A sociedade, e, com ela, o jornalismo e a literatura. No cerne dessa transformação, que é de natureza tecnológica, mas também sócio-discursiva, observa-se o amalgamento do sistema midiático-comunicacional (composto pelos jornais, revistas, televisões, rádios, sites etc.) por meio dos nós e conexões da internet. Interligados, os dispositivos permitem que as informações circulem mais e mais rapidamente, complicando a viabilidade dos veículos justamente por torná-los iguais aos demais. Uma saída é se tornar diferente, ímpar, criativo e necessário, atributos possíveis, no caso dos jornais impressos, por meio do uso de técnicas literárias incorporadas às jornalísticas.
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FONTE: http://www.gaz.com.br

PMJP oferece cursos de música e teatro

Alunos da rede municipal de ensino agora podem aprender mais sobre teatro e música. O Centro de Arte e Cultura Municipal Teatro Ednaldo do Egypto está com as matrículas abertas para os dois cursos, que foi direcionado para a comunidade escolar. As inscrições tiveram início nesta segunda-feira (07/02) e prosseguem até o próximo dia 25 de fevereiro.
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O curso é oferecido desde 2008 e já contou com a participação de uma média de 400 alunos. "A intenção do projeto é fazer com que o aluno vivencie o processo artístico, sem ter a preocupação de formá-lo como artista, aliando o estudo, a educação e arte", afirma Beto Black, diretor do Teatro Ednaldo do Egypto.
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Inscrições – Para fazer a matrícula o interessado deve estar regularmente matriculado na rede municipal, ter entre 12 e 18 anos. É necessário obter uma autorização da escola e uma declaração dos pais permitindo que o filho frequente o curso. A inscrição deve ser feita na sede do Teatro Ednaldo do Egypto, localizado na Avenida Maria Rosa, 284, Manaíra, das 8h30 às 11h30 pela manhã, e das 13h30 às 17h na parte da tarde.
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Estão sendo oferecidas duas turmas de teatro: manhã e tarde, nas terças e quintas-feiras (08h30 às 11h e 14h30 às 17h). Para a música, os alunos poderão fazer aulas de pífano, percussão e violão. Os horários são: nas segundas e quartas-feiras, também nos dois turnos (08h30 às 11h e 14h30 às 17h). As aulas começam no próximo dia 28. Informações pelos telefones: (83) 3214-8021 e (83) 8819-5039
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Como funciona – O antigo Teatro Ednaldo do Egypto é hoje o Centro de Arte e Cultura Municipal Teatro Ednaldo do Egypto, mantido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, através da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec). Ele funciona como anexo das escolas municipais, oferecendo aos alunos cursos de dança, música e literatura. Tudo gratuitamente, através do projeto "Sementes da Arte".
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No espaço teatral é ainda facilitado o acesso aos grupos e companhias de teatro da nossa cidade, ONGs e outras instituições filantrópicas. O Teatro desenvolve alguns projetos culturais como: Teatro vai a escola e a escola vai ao teatro, Projeto saúde família (em parceria com o psf do bairro São José), Cinema em debate (este em parceria com o SESC) e leitura dramática, desenvolvidos durante o ano letivo, sempre facilitando o acesso aos alunos das escolas municipais.
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FONTE: http://www.joaopessoa.pb.gov.br

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O grande segredo da web 2.0

Beatriz Lins (*)
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Em um mundo onde há excesso de informação, os amigos, o trabalho e os compromissos disputam espaço. São tantos e-mails, sites, telefonemas, mensagens instantâneas, tweets e redes sociais que fica difícil absorver tudo sem ficar, no mínimo, irritado. Por isso, a principal e mais importante regra para escrever eficientemente para a web é economizar palavras, de forma concisa, poupando o tempo das pessoas.
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Por causa da resolução da tela e da luz emitida pelo monitor, a leitura no computador não apenas é mais lenta, como mais cansativa. Esse é um dos motivos porque Jakob Nielsen, o pai da usabilidade na web, defende que o texto para o meio deve ser bem mais curto do que no impresso.
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Edição para destacar o que interessa
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É importante ter em mente que as pessoas não lêem os conteúdos da Internet letra por letra. Elas passam os olhos pelos textos, escaneando as informações. É o que mostra o estudo feito a partir da observação dos olhos de 232 internautas ao pesquisarem na web. Podemos verificar que as pessoas fazem uma leitura dinâmica, na forma da letra F.
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Com isso em mente, é importante a edição do texto seja feita de forma eficiente. Privilegiando parágrafos curtos, utilizando inter-títulos e quebras no texto, de forma a garantir respiros e evitar blocos de informação compactada. Pense assim: já que o leitor não vai ler tudo, que ele pelo menos consiga captar o que você quer transmitir, pescando uma palavra e outra em destaque.
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Escrevendo em pirâmide invertida
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Podemos nos apropriar dos jornalistas uma dica importante para produzir um texto atraente: a escrita em forma de pirâmide invertida. Nela, as informações mais relevantes ficam já na abertura do texto, preferencialmente no primeiro parágrafo. Concentre as informações importantes no primeiro e segundo parágrafo. Responder às perguntas básicas do jornalismo (o que, quem, quando, onde e por quê) também ajuda bastante, torna o texto mais objetivo e interessante para o leitor.
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Leitura imagética
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Outra regra importante é complementar o texto com imagens, gráficos e conteúdo multimídia que ajudem a traduzir argumentos de forma mais ágil e menos cansativa que com apenas palavras. O uso de hiperlinks para conteúdos correlatos ou para aprofundamento do assunto também colabora na produção de um material atrativo e completo, que atende aos anseios de quem quer apenas uma pincelada no assunto e àqueles que buscam um maior aprofundamento por meio de uma navegação interna. Por fim, é fundamental garantir a correção ortográfica, a relevância e a atualidade do conteúdo para garantir a credibilidade do canal de comunicação.
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(*) Jornalista com MBA em Gestão da Comunicação nas Organizações.
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FONTE: http://www.blogmidia8.com
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Fuja dos alimentos vilões

A alimentação é um dos fatores mais importantes para conseguir desfrutar do bem-estar e de uma vida saudável. As pessoas costumam ter sérias dificuldades para conseguir manter hábitos alimentares adequados, muitas vezes não conseguem resistir a um fast-food ou a um incrementado bolo de chocolate. Mais é preciso estar ciente que uma mudança brusca no cardápio exige tempo e esforço.
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Sâmia Borges, têm 16 anos e cerca de 3 vezes na semana almoça fora de casa. Ela conta que prefere sempre alimentos que são mais rápidos, porque acha que são mais saborosos. O x da questão é que nem sempre o que é saboroso e barato pode fazer bem a saúde. E com o passar dos anos, a idade chega e o organismo também muda suas necessidades.
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Na fase da puberdade por exemplo, as mudanças no visual provocadas pela maré de hormônios, pedem mais energia do corpo, aumentando a necessidade do açúcar. Para suprir essas necessidades sem deixar as refeições saudáveis de lado, é sempre bom equilibrar as refeições.
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É preciso levar em consideração que cada pessoa possui um hábito alimentar diferente. Mas para ser saudável não é preciso adotar mudanças radicais, a ponto de deixar totalmente os lanches de lado. O ideal é controlar a frequência com que os consome. O fato de saber dosar a quantidade de gordura, também não significa ter ao lado uma tabelinha para contar cada alimento. Para se regrar, basta ter bom senso e variar o cardápio!
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Se no almoço, o rango foi um x-burguer, o corpo merece um descanso nas próximas refeições. Uma boa opção é começar pelo lanche da tarde, trocando um refrigerante por suco ou um pão por uma fruta. Quanto ao jantar, há aqueles que preferem fazer uma refeição tão completa como o almoço recheada de arroz, feijão, carne, legumes e saladas, que são alimentos compostos de várias preparações culinárias. Mas a dica que prevalece é da melhor opção, que sem dúvida, é por alimentos mais leves. Durante o inverno, sopa é uma boa pedida! Já para o clima mais quente, uma boa opção pode ser um peito de peru.
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A nutricionista Vanessa DaCorso, explica que uma tarefa que ajuda muito, é estipular horários para as refeições, procurando sempre reduzir a quantidade e investir na qualidade. “Não é preciso passar fome para emagrecer e sim, moderar o apetite. Assim, tudo será bem mais simples e com uma alimentação rica em nutrientes, diversas doenças serão evitadas”.
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FONTE: http://www.infojovem.org.br
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Inscrições para o ProUni começam nesta sexta
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As inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni) serão abertas nesta sexta-feira (21/01) e seguem até 25 de janeiro. Nesta edição serão oferecidas 123.170 bolsas de estudo em 1,5 mil instituições privadas de ensino superior. Do total, 80.520 são integrais e 42.650 parciais, que custeiam 50% da mensalidade.
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Os estudantes interessados no benefício deverão acessar o site do ProUni (http://www.portalprouni.mec.gov.br). Para participar do programa, o candidato precisa ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou estabelecimento privado com bolsa integral, além de atender a alguns critérios de renda. É necessário ainda ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 e atingido pontuação mínima de 400 pontos na média das cinco provas também não pode ter zerado a redação.
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As bolsas integrais são destinadas aos alunos com renda familiar mensal per capita de até um salário mínimo e meio. Já as bolsas parciais são para os candidatos cuja renda familiar mensal per capita é de até três salários mínimos. O candidato pode escolher até três cursos, elegendo sua prioridade. A lista dos pré-selecionados em primeira chamada será divulgada dia 28 de janeiro. Esses estudantes deverão comprovar informações nas instituições de ensino até 4 de fevereiro. No dia 11 de fevereiro, será divulgada a lista dos pré-selecionados em segunda chamada, com prazo de comprovação de documentos até 17 de fevereiro.
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Caso ainda haja bolsas disponíveis, o Ministério da Educação abrirá um novo período de inscrições entre os dias 21 e 24 de fevereiro, com divulgação da primeira lista de pré-selecionados em 27 de fevereiro. Quem já tiver conseguido uma bolsa na primeira etapa de inscrições não poderá participar da disputa. O cronograma completa do ProUni está disponível no site do programa.
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FONTE: http://estadao.br.msn.com
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Limites à propriedade da mídia
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Bia Barbosa
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O mesmo princípio que determina a separação entre empresas produtoras de conteúdo e empresas operadoras de rede, que fazem a gestão da infraestrutura, é o que está por trás de regulações de impõem limites à propriedade dos meios de comunicação em diversos países. Trata-se da garantia da pluralidade e da promoção à competição e à inovação. "Regular o setor como um todo é importante para evitar a concentração da propriedade e evitar a dominância de mercado", disse Wijayananda Jayaweera, Diretor da Divisão de Desenvolvimento da Comunicação da Unesco. "As democracias colocam regras contra a concentração da propriedade porque o Estado não pode simplesmente deixar o mercado agir. No Brasil, por exemplo, seria importante regular o controle dos meios, introduzindo limites para a propriedade cruzada", avaliou Toby Mendel, consultor da Unesco.
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O mecanismo já é empregado há muito tempo em países como Inglaterra, Estados Unidos, Portugal e França, onde um mesmo grupo econômico, por exemplo, se detém 3 concessões de TV aberta, não pode ter concessões de rádio que alcancem mais de um milhão de ouvintes, tampouco publicar um jornal. "Nenhum grupo pode ter a maioria do mercado de TV, de rádio e da imprensa escrita, porque isso certamente geraria um problema de pluralismo", explicou Gabla. "Num cenário de convergência, a atuação de um órgão regulador é necessária justamente por isso. Em 2009, a TF1 [principal canal de TV aberta] comprou dois canais de TV digital, reduzindo a diversidade. Por isso temos a prerrogativa de regular economicamente o mercado, para fazer com que o pluralismo esteja sempre presente", alertou.
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Foi este o principal objetivo da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, aprovada recentemente na Argentina, e que recebeu tantas críticas dos grandes meios de comunicação do país. Antes da nova lei, vigorava no país uma legislação do período da ditadura militar, que propiciou um cenário de alta concentração da propriedade da mídia. "Chegamos a um nível em que o problema não era apenas econômico; criou-se um oligopólio totalmente incompatível com uma sociedade democrática", relatou Gustavo Bulla, diretor nacional da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual, órgão regulador argentino. "Apesar do custo político, a presidenta Cristina Kirchner decidiu revogar a lei da ditadura porque concluiu que seria impossível modificar a ordem social injusta que existe no país com o sistema de comunicações concentrado como ele é hoje", disse.
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A aposta de redigir um pré-projeto de lei foi feita em 2008. O documento elaborado pelo governo teve como esqueleto um manifesto com 21 pontos elaborado pela Coalização por uma Comunicação Democrática", que reúne mais de 300 organizações sociais e acadêmicas de toda a Argentina. O pré-projeto foi colocado em discussão em 24 fóruns populares e contou com a contribuição direta de mais de 10 mil pessoas. Recebeu 1300 sugestões, foi aprimorado e então enviado ao congresso em agosto de 2009. Depois de muito embate, inclusive na Justiça, a lei finalmente entrou em vigor.
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Entre as regras previstas para propriedade estão o limite de 10 outorgas de rádio ou TV aberta (antes eram 24). Na TV a cabo, nenhuma empresa pode deter o controle de mais de 35% dos assinantes. O cabo, na Argentina, tem uma penetração de 65% dos lares. Criou-se também uma reserva de um terço do espectro da TV aberta para as emissoras privadas sem fins lucrativos (comunitárias, universitárias, etc).
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O órgão responsável por regular o mercado hoje é a Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual, uma autarquia independente do Poder Executivo. Seu corpo diretor conta com 7 pessoas: 3 indicadas pelo Parlamento, 2 pelo Executivo e 2 por um conselho de 38 membros representantes da sociedade civil. "Tacharam o governo de autoritário, mas historicamente na Argentina todas as decisões sobre os meios de comunicação sempre foram tomadas apenas pelo Poder Executivo. Agora é que existem colorações partidárias e representações sociais diferentes", lembra Gustavo Bulla. "Os movimentos sociais tomaram a questão da comunicação como uma de suas bandeiras centrais porque perceberam que, pela primeira vez, se está discutindo poder na Argentina".
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A desconcentração dos mercados também é tida por países democráticos como um mecanismo estratégico para o estímulo à competição e à inovação tecnológica. Na União Européia, após a diretiva aprovada para o bloco que regulou o cenário de convergência, o preço dos serviços de telecomunicações caiu 14% e o número de canais se multiplicou exponencialmente. "A agenda digital para a Europa tem como meta criar um círculo virtuoso para a economia digital, aumentando a demanda por serviços, multiplicando a produção de conteúdo, garantindo segurança, inovação, inclusão digital e acesso rápido", afirmou Harald E. Trettenbrein, Chefe Adjunto da Unidade de Políticas de Audiovisual e de Mídias para a Sociedade de Informação e Mídia da Comissão Europeia.
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FONTE: http://www.direitoacomunicacao.org.br
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Mídia digital: o jornalismo de diálogo
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Cleyton Carlos Torres (*)
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Muito se tem questionado o futuro do Jornalismo e quais seriam os impactos que as mídias digitais estariam imputando na produção de notícias. Há quem diga que os tempos em que vivemos serão conhecidos como o fim do monopólio informacional como apreciamos atualmente já que, com a Internet, todos passam a ser produtores e receptores de conteúdo.
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Porém, é necessário ressaltar desde já que mudanças, de fato, ocorrerão. A sociedade mudou e, com isso, nossos hábitos também foram modificados. Já não mais consumimos informações como antigamente. Somos caracterizados como informívoros, seres ávidos pelo consumo frenético e imprescindível de conteúdo informativo. Esse termo foi criado pelo cientista e psicólogo canadense Zenon Pylyshyn, com o intuito de classificar uma nova relação humana oriunda, principalmente, de uma revolução orgânica que transcende dos herbívoros, dos carnívoros e, consequentemente, dos onívoros. Segundo ele, o comportamento humano pela busca de informações seria semelhante à busca pelo alimento.
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Com isso, imaginar que o Jornalismo deva se adaptar a esses novos costumes não seria nada extraordinário. Devemos colocar em pauta que as pessoas estão agindo de forma diferenciada, como já apontaram Peter Priolli e Stuart Card, dois pesquisadores ingleses que demonstraram que o homem tem procurado maximizar a relevância da informação em relação ao seu custo, ou seja, o tempo investido para encontrá-la. Os usuários e leitores na Internet estão abandonando determinada fonte de conteúdo assim que ela interrompe ou diminui seu nível de abastecimento.
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Os tablets não irão salvar o Jornalismo
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Assim, o que podemos observar como impacto impresso diretamente no jornalismo não é acerca do seu fim. O que deve ser observado é que o jornalismo é uma necessidade cívica e humana (consumo necessário e frenético de informações) e não há como ser extinto. O que deve ser analisado são seus novos formatos e modelos de produção. Não há um novo jornalismo. O que há são novos hábitos de produção e consumo na sociedade moderna.
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A recente conferência internacional em Pamplona colocou à mesa a discussão acerca dos novos modelos de negócio para a economia digital, com enfoque no valor do conteúdo. O que ficou claro foi que os meios jornalísticos não irão desaparecer, mas deverão se adaptar aos novos costumes e rotinas dos leitores. O que surge são novas audiências, novos públicos para novos produtos. E é justamente nesse gancho que deve focar o jornalismo multimidiático. Surgem, na sociedade moderna e digital, novos públicos, cada vez mais customizados e interativos em relação às marcas, produtos e serviços. Surgem, também, novos dispositivos de produção e entrega da informação. Nunca antes os modelos de distribuição foram tão essenciais para o Jornalismo.
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Entretanto, focalizar apenas alguns dispositivos significa não sair do tradicional. Isso é transposição, não modificação. Até mesmo o guru das mídias digitais, Brian Solis, criticou o uso massivo e aparentemente único dos tablets como a salvação dos jornais. Solis apontou que os tablets não irão salvar o Jornalismo tradicional. Ele comenta que o iPad, por exemplo, abriu portas para diferentes oportunidades, para produzir, reunir e distribuir informação. Porém, apenas exportar o conteúdo para esses meios seria uma demonstração fatídica do Jornalismo.
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Distribuição, confiabilidade e contextualização
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Nesse caso, não haveria interação, distribuição nas redes sociais ou inserção de novos conteúdos gerados pelos usuários em cima daquele oferecido pelos grandes veículos. Seria apenas outra mídia, não uma plataforma informacional. E o que o jornalismo precisa entender é que ele necessita de plataformas, não apenas de mídiasgeeks como o iPad, mobile ou sites. Como já comentei em um artigo no Observatório da Imprensa, a imprensa não migrará para o universo digital; ela criará seus próprios caminhos e trilhas. O que deve ser feito é interromper o pensamento que cerca as mídias informativas – que se restringe apenas na busca incessante de novos modelos de receita – e focar na criação de novos produtos, serviços, conteúdos e, primordialmente, novos formatos. Aliás, plataformas essas que necessitam de uma integração colossal entre diversas as mídias. Mais do que nunca, relevância e credibilidade na internet estão sendo levadas a sério, principalmente em meio às futuras perturbações na distribuição generalizada de conteúdo, como apontou o Nieman Journalism Lab.
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O Jornalismo deve mudar, mas não deve comprometer seus valores e princípios. Confiamos e gostamos de redes e mídias sociais, mas quando o assunto é credibilidade da informação, o consumidor de notícias ainda checa a veracidade nos meios tradicionais. O jornal impresso é responsável por 50% das notícias relevantes que são divulgadas na mídia e não será a web 2.0 que destruirá todo esse sistema de confiabilidade. Entretanto, se adaptar aos novos dispositivos através de uma integração entre eles seria, talvez, o ideal. A diferença, aqui, não será apenas realizar parcerias com o Google, por exemplo, mas sim, gerar um conteúdo de fácil distribuição, interação, confiabilidade e, principalmente, contextualização.
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JustificarUma perspectiva de onde tudo se encaixa
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Não há como integrar o jornalismo com as novas mídias sem tocar no quesito contexto. O jornalismo vive de contextualização. Essa é a sua base e razão de existência. O próprio britânico The Guardian anunciou uma nova entrada apenas para análises e visualizações de dados com, é claro, a contextualização do jornal.
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O que isso significa? O jornalismo deve entrar em um novo rumo de modificações, com novos tentáculos midiáticos e poderes de influencia mas, acima de tudo, deve saber trabalhar com as tecnologias a seu favor. Como mencionei lá em cima, o jornalismo daqui para frente não deve se limitar a um conteúdo produzido para iPads, mas sim, trazer a tecnologia como assistente na criação de mecanismos melhores e mais dinâmicos para a produção de notícias, ou seja, se integrar às novas mídias não significa apenas criar versões para celulares ou um texto linkado a um vídeo. Se integrar às novas mídias significa usá-las na formatação jornalística do dia-a-dia, como vêm fazendo The Guardian e The New York Times.
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Tim Berners-Lee, o pai da Internet, também apontou que o futuro do Jornalismo deverá ser debruçado sobre dados, usando as ferramentas digitais para analisá-los e, desse modo, ajudar as pessoas a escolherem, por si mesmas, o que realmente é interessante e entenderem, através da contextualização do jornalismo, uma perspectiva maximizada de onde tudo aquilo (os dados) se encaixam.
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(*) Jornalista e blogueiro.
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FONTE: http://www.blogmidia8.com
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Escolas analógicas, alunos digitais
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Tecnologia na Educação representa muito mais que digitar os trabalhos escolares e imprimir ou ter uma aula de informática no laboratório da escola. Para os especialistas em ensino, as possibilidades que os diversos apetrechos tecnológicos possibilitam para a vida dos alunos pedem mais que a simples inclusão de novos aparelhos no ambiente de aprendizagem, mas exige uma própria transformação da escola, que atende crianças e adolescentes da geração digital, mas segue com métodos de ensino analógicos.
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Para a professora Maria Auxiliadora Padilha, vice-coordenadora da pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica da UFPE, um dos problemas centrais da escola é a falta de interesse dos alunos, gerada pelo distanciamento do ambiente escolar do seu dia a dia. “A vida em sociedade está completamente modificada e, em grande parte, em função dos avanços tecnológicos, mas não vemos essas mudanças na escola, que vai se afastando cada vez mais da necessidade dos alunos, e os alunos se afastam dela."
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Até a forma como os alunos aprendem hoje é estranha para os educadores da era analógica. Enquanto o estudante tradicional se desloca para um lugar silencioso, se concentra e começa a ler, o jovem digital estuda enquanto está fazendo outras atividades. A rigidez das disciplinas escolares e o sequencialismo proposto pelos currículos têm um forte choque com a maneira de aprender dos alunos atuais. “Essa geração estuda com o computador ligado, no MSN, com vídeo, escutando música. Essa é a forma deles se concentrarem e estudarem, enquanto ensinamos para trás, de forma totalmente analógica”, disse Maria Auxiliadora Padilha.
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Outro entrave para que a dinâmica da escola seja incluída digitalmente é ainda a resistência de muitos professores, principalmente dos mais antigos, que tiveram toda uma formação analógica. Enquanto os alunos aprendem naturalmente a fazer uso das novas tecnologias, baixando vídeos e músicas ou se relacionando nas redes sociais, os educadores têm imensas dificuldades em aprender as funções dos novos instrumentos de trabalho e, mesmo quando usam para se comunicar ou para resolver questões pessoais, não sabem como aproveitá-las de forma educativa.
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Diante das barreiras na aprendizagem do uso das novas tecnologias, o professor do Departamento de Psicologia da UFPE e consultor do Cesar.edu, Luciano Meira, defende que o educador precisa assumir um papel mais nobre que ensinar os alunos a usarem o computador. Afirma que ele deve conhecer as possibilidades de aprendizagem nos novos meios e desafiar o estudante a aprender com elas. “O aluno sozinho descobre como usar o computador. O professor precisa saber os limites de conhecimento que esse artefato pode produzir e dar problemas para os alunos resolverem”, recomenda o especialista.
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Para uma utilização adequada e produtiva dos meios, é fundamental que a escola compreenda o que o aluno faz na rede para fazer um uso pedagógico desses espaços. Dentro das lan houses, por exemplo, 43% dos usuários usam jogos digitais e a maioria interage com outras pessoas através das redes sociais, segundo informações do Porto Digital. “O professor precisa compreender sobre como o aluno aprende no ambiente virtual e usar isso como um trampolim para ensinar os conteúdos da escola”, declarou Luciano Meira.
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FONTE: http://www.ondajovem.com.br
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mini-curso de Redes Sociais
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O Centro de Referência da Juventude (CRJ) Ilma Suzete Gama – localizado em frente à Praça Lauro Wanderley (http://bit.ly/fQ0R7N), no bairro Funcionários I, em João Pessoa – oferece com exclusividade e gratuitamente a primeira edição do “Mini-curso de Redes Sociais”. De 24/01 a 04/02, nos turnos tarde e noite, 20 participantes (10 em cada turma/turno), conhecerão melhor as principais redes sociais em utilização no Brasil, bem como suas potencialidades e aplicações. O público-alvo do Mini-curso é o mesmo dos Centros de Juventude, formado por jovens entre 15 e 29 anos. Entretanto, pessoas com idade acima dessa faixa etária poderão participar.
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As aulas acontecerão diariamente, na Estação Digital do CRJ Funcionários I, sob orientação dos monitores Bertrand Sousa, Diego Christenson e Robson Queiroz. Serão duas semanas de aulas teóricas e praticas – duas horas em cada aula. No turno da tarde, das 14h às 16h e a noite, das 19h às 21h. Será concedido certificado ao final do Mini-curso. Inscrições on-line: http://bit.ly/igUFsL Mais informações pelo fone (83) 3218-9397 ou pelo Twitter: @bertrandsousa
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Conteúdo programático
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1.0 - Introdução: conceitos e evolução
2.0 - Tipos e categorias de redes sociais
3.0 - As redes sociais no Brasil contemporâneo
4.0 - Potencialidades e aplicações das redes
5.0 - Criando uma rede social personalizada