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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A Internet e as relações: reais ou virtuais?


Carol Twy (*)
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Já vi esta frase acima circulando pela Internet há algum tempo. A reflexão não é nova: desde que a rede mundial de computadores passou a ganhar cada vez mais espaço e penetrar os mais diversos setores da sociedade, temos nos questionado acerca dos benefícios e malefícios que a web nos causou e ainda vem causando.
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Um das críticas mais frequentes reside na falta de contato físico presente nas relações virtuais. O ser humano é classicamente um ser marcado pela necessidade do contato. Sendo a pele o maior órgão do corpo, é também o maior receptor deste contato vindo do ambiente, ou seja, é a fronteira relacional entre o sujeito e o mundo. E as relações virtuais, por não contarem com esta característica, acabam por serem consideradas menos importantes, duradouras ou profundas do que as ditas “reais”. Mas, isso é realidade ou mito?
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Há os que defendem que a crescente utilização dos meios virtuais para as mais variadas tarefas do dia-a-dia vem modificando negativamente a forma como estabelecemos e mantemos nossos laços sociais. Através de contatos virtuais, permeados pela impessoalidade, podemos “conhecer” pessoas, trocar experiências, informações, bastando um simples clique para nos desconectarmos daquela realidade – bem diferente do “mundo real”.
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Estas modificações acabariam por reduzir nossa capacidade de desenvolver relacionamentos saudáveis no âmbito “off-line”. Tão acostumados estamos - e cada vez mais - a nos comunicar desta maneira que estaríamos nos tornando cada vez mais inábeis na comunicação “face to face” e mais dependentes da tecnologia.
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Não é exagero dizer que a internet, de fato, transformou a sociedade – fechar os olhos para esta realidade é uma grande bobagem. No entanto, será mesmo que essas transformações nos afetam tão negativamente e de fato temos que estar atentos para não nos tornarmos “escravos” da tecnologia? Voltemos à frase. Que a internet aproxima quem está longe, não há o que se questionar. Mas, será mesmo que ela afasta quem está perto? Ou será que os avanços tão drásticos que a tecnologia nos proporciona acabam por causar certo temor (temor do desconhecido) e, consequentemente, tendemos a evitá-la?
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O ser humano necessita e continuará necessitando de contato físico e as relações virtuais obviamente não podem substituir isso. Mas, tampouco, podem ser consideradas tão negativas, pois permitem uma incrível ampliação das possibilidades de contato e relacionamento entre os indivíduos. É claro que existem também inúmeras formas de utilizar este meio negativamente, já que, assim como em qualquer outro, o resultado desse uso depende do bom senso de quem utiliza.
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Trata-se de uma discussão polêmica e certamente há posicionamentos bastante divergentes. Contudo, em minha opinião, a tendência é que cada vez mais o que chamamos virtual se torne uma extensão do “real”, integrada e gerando interação entre ambos os ambientes - e isso já está acontecendo!. Ou seja, é uma questão de multiplicar as possibilidades, enriquecer, ampliar e melhorar o que já existe. O ambiente 2.0 já é uma realidade, é preciso preparo, atenção e - vale lembrar - bom senso para atuar de forma eficaz e se preparar adequadamente para os avanços que ainda estão por vir – e não serão poucos!
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(*) Estudante de psicologia, atua com gestão de mídias digitais.
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FONTE: http://www.blogmidia8.com
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