Lílian Martins da Silva (*)
Norma de Almeida Ferreira (*)
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Escrevemos no papel, no chão do quintal de casa, na areai do mar, no pó que assenta os carros, no ar, na argila, na tábua, no papiro, na tela do computador... Usamos estilete, pincel, caneta, bico de pena, teclado, giz, batom, máquina, spray de tinta, teclado, etc. Somos fazedores de textos, de escrituras, que não são neutras nem universais e que estão postas no mundo em formas diversas, por finalidades também distintas, trazendo marcas das intenções do autor, do ilustrador e do editor, inscrevendo-se em determinado lugar e tempo, sugerindo usos e carregando valores. Somos leitores, mas não consumimos passivamente o que lemos: geramos e somos geradores, transformamos e somos transformados por aquilo que lemos, vemos e ouvimos.
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Jovens arriscam a vida e infringem leis, escrevendo nos muros mais altos dos prédios um traçado construído que não é o ensinado na escola. Desenham, fazem curvas, arredondam extremidades, dão traços geométricos, formas retas, cortam letras ao meio, emendam outras, produzem um código. Escrevem sobre seus amores, medos, turmas. Uma escrita que provavelmente lhes dá identificação de pertencimento a um grupo e que exclui leitores que não decifram seus códigos.
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Norma de Almeida Ferreira (*)
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Escrevemos no papel, no chão do quintal de casa, na areai do mar, no pó que assenta os carros, no ar, na argila, na tábua, no papiro, na tela do computador... Usamos estilete, pincel, caneta, bico de pena, teclado, giz, batom, máquina, spray de tinta, teclado, etc. Somos fazedores de textos, de escrituras, que não são neutras nem universais e que estão postas no mundo em formas diversas, por finalidades também distintas, trazendo marcas das intenções do autor, do ilustrador e do editor, inscrevendo-se em determinado lugar e tempo, sugerindo usos e carregando valores. Somos leitores, mas não consumimos passivamente o que lemos: geramos e somos geradores, transformamos e somos transformados por aquilo que lemos, vemos e ouvimos.
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Jovens arriscam a vida e infringem leis, escrevendo nos muros mais altos dos prédios um traçado construído que não é o ensinado na escola. Desenham, fazem curvas, arredondam extremidades, dão traços geométricos, formas retas, cortam letras ao meio, emendam outras, produzem um código. Escrevem sobre seus amores, medos, turmas. Uma escrita que provavelmente lhes dá identificação de pertencimento a um grupo e que exclui leitores que não decifram seus códigos.
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Uma senhora busca na Internet o poema que soube de cor na década de 60 e que recitou na escola. Lembra vagamente de alguns versos. Recupera o poema “O velho mestre”, de René Barreto, e encontra outros leitores que também o memorizaram com a mesma finalidade... uma escrita que aproxima tempos e pessoas. Enquanto isso, outra pessoa tatua o corpo como se escrevesse em um diário ou fizesse um poema... a escrita como forma de não se esquecer.
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Uma pesquisa feita pelo Google a 15 fontes – bibliotecas, livrarias, catálogos coletivos nacionais, provedores comerciais, etc. – apontou que há 129.864.880 livros espalhados pelo mundo. Também feiras de livros e sindicatos dos editores confirmam que nos últimos anos houve um crescimento tanto em publicação quanto em venda de livros de diferentes gêneros, projetos gráficos, temas, etc. Contra todas as profecias, o livro não morreu: lemos mais.
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Alguém distribui uma prece impressa agradecendo a graça concedida por Santo Expedito; um advogado escreve e lê processos judiciais; alunos ganham como prêmio viagem e notebook em concurso de redação na cidade de Campinas-SP; pessoas, cada vez mais, exercem virtualmente uma conversa oral, em tempo real, de forma rápida e econômica, escrevendo em seus celulares. Fogos de artifício escrevem no céu, a cada passagem de ano, mensagens de boas festas... a escrita como forma de celebração coletiva da vida.
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(*) Integrantes da Associação de Leitura do Brasil (ALB) e do grupo de pesquisa “Alfabetização, Leitura e Escrita” – ALLE/FE/UNICAMP.
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FONTE: Revista Mundo Jovem, ano 48, n° 412.
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Uma pesquisa feita pelo Google a 15 fontes – bibliotecas, livrarias, catálogos coletivos nacionais, provedores comerciais, etc. – apontou que há 129.864.880 livros espalhados pelo mundo. Também feiras de livros e sindicatos dos editores confirmam que nos últimos anos houve um crescimento tanto em publicação quanto em venda de livros de diferentes gêneros, projetos gráficos, temas, etc. Contra todas as profecias, o livro não morreu: lemos mais.
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Alguém distribui uma prece impressa agradecendo a graça concedida por Santo Expedito; um advogado escreve e lê processos judiciais; alunos ganham como prêmio viagem e notebook em concurso de redação na cidade de Campinas-SP; pessoas, cada vez mais, exercem virtualmente uma conversa oral, em tempo real, de forma rápida e econômica, escrevendo em seus celulares. Fogos de artifício escrevem no céu, a cada passagem de ano, mensagens de boas festas... a escrita como forma de celebração coletiva da vida.
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(*) Integrantes da Associação de Leitura do Brasil (ALB) e do grupo de pesquisa “Alfabetização, Leitura e Escrita” – ALLE/FE/UNICAMP.
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FONTE: Revista Mundo Jovem, ano 48, n° 412.
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