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sábado, 25 de junho de 2011

A arte da imparcialidade jornalística

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Emanuelle Najjar
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Esta semana, li algo muito interessante no site Comunique-se a respeito do Twitter e do exercício do Jornalismo. Não falava na rede social como gerador de pautas, mas sim, sobre seus pequenos dilemas éticos, maiores que seus 140 caracteres. A grande pergunta era: O que você diria no Twitter se não fosse jornalista?
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Ok, leitor. Talvez você não seja mesmo jornalista, mas pense nos casos famosos de demissões que aconteceram devido à livre expressão no Twitter. Lembra de Felipe Milanez? Ele era editor da revista National Geographic e foi demitido por criticar matéria da revista Veja, que faz parte justamente do Grupo Abril, seu empregador. Diante disso, pense no que significa uma opinião diante do mito da imparcialidade.
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Embora leigos possam imaginar que jornalistas possuem poderes e privilégios sobre os demais seres da raça humana a verdade é que há limitações impostas em vários níveis, válidas não somente durante as horas de trabalho. Estou falando de supostas obrigações em tempo integral: de dilemas éticos por agir em prol da liberdade de outros enquanto no fundo sacrificamos a nossa. É, eu sei. Foi extremo, mas, como o mito envolvendo imparcialidade na visão popular não admite meio termo, creio que escrever desta forma seja o mais cabível. A verdade é que nem sempre podemos pressionar a tecla "Enter". Geralmente, as consequências são maiores que o habitual.
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Uma arte que tem seu preço
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Bom, talvez você não leia o trabalho realizado pelo Comunique-se para ter alguma ideia do que se trata, mas saiba que estou falando de coisas simples: críticas às prefeituras, empresas e instituições. Coisas que todo cidadão faz sem grandes medos, mas da qual abrimos mão em prol seja lá do emprego que paga nossas contas ou pela ideia de que o silêncio é pouco a pagar para fazer parte do que julgam ser o quarto poder.
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Com isso os dedos que pouco antes despejaram palavras furiosamente na tela do computador são obrigados a recuar. Hesitantes, ao pensar nas prováveis respostas, nos resultados de um ato tido como simples. Apertar um botão deveria ser banal, um gesto quase automático. Porém as atribuições e cobranças acabam por pesar nos ombros, tornando aquele gesto breve algo complexo e cheio de significados. No fim, os dedos rumam para a tecla oposta, apagando o que acabou de escrever, ritmado por pensamentos que variam entre revolta e conformismo, dependendo do grau de idealismo do cérebro que o comanda. É: a tal da imparcialidade é uma arte que tem lá o seu preço...
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FONTE: www.observatoriodaimprensa.com.br
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