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sábado, 6 de novembro de 2010

Violência psicológica na universidade
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Num curso de economia de certa universidade federal, determinado professor perde a paciência com as conversas paralelas entre os alunos e pede, irritado: “vamos parar com a viadagem!”. Nenhum aluno parece se importar com a escolha de termo do professor, com exceção, é claro, do único estudante homossexual da turma, que se sente visivelmente constrangido. No trote do curso de direito, realizado no prédio ao lado, o 24º classificado no vestibular recebe uma faixa de “bixo viado”, sob aplausos e gritos dos colegas. Situações como essa fazem parte da vida acadêmica e, surpreendentemente, ninguém parece se importar.
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Enquanto a violência física é condenada pela comunidade universitária de forma quase unânime, a violência simbólica – como apelidos e piadas – não é considerada uma questão grave. Para o estudante de publicidade Matheus Correa, de Goiânia, a gozação entre estudantes é normal e até saudável. “Não considero uma forma de preconceito”, ele afirma. Prática que já é combatida no ensino básico, o bullying psicológico prolifera incólume nos cursos de graduação.
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Carla Schneider, que já foi professora do departamento de comunicação da Universidade Federal de Pelotas, conta que o preconceito existe mesmo entre os professores. Ela diz que já ouviu membros do corpo docente fazendo comentários maldosos sobre estudantes que pareciam “afeminados”. Já Myra Gonçalves, professora do curso de extensão em fotografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, alerta para a disseminação silenciosa do preconceito em sala de aula: “já presenciei casos de que alunos são discretamente isolados pelo restante do grupo por causa de sua orientação sexual”.
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A violência psicológica entre alunos e professores pode levar desde a depressão e a evasão escolar até tragédias maiores, como a violência física e o suicídio. A universidade, enquanto espaço de reflexão, ao fechar os olhos para a problemática, legitima a homofobia, prática hedionda que tanto lutamos para combater no cotidiano da sociedade brasileira.
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FONTE: http://comunicay.blogspot.com
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