Loading

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Quem são os donos da notícia na era digital?
.

Alessandra Jarussi
.

A comunicação na atualidade e a convergência de mídias foram tema da 4ª edição do Media On, evento internacional promovido pelo portal Terra em parceria com o Itaú Cultural, realizado semana passada em São Paulo. Durante três dias, profissionais das principais mídias eletrônicas e impressas do Brasil e de outros países discutiram os rumos do jornalismo. Mas as estrelas do evento foram mesmo YouTube, Twitter, Orkut e Facebook.
.

Segundo Matthew Eltringham, da BBC, as redes sociais vão nos levar para um jornalismo mais honesto. Responsável pelo programa de treinamento de jornalistas em mídias sociais na emissora britânica, ele afirmou que o desafio da BBC e de todos os outros veículos de comunicação é justamente trazer os jornalistas para essa realidade das mídias sociais. O presidente da AgênciaClick, Abel Reis, considera a profissão de jornalista como uma das mais promissoras da atualidade, mas, para ele, os cursos da área ainda não absorveram o impacto do digital no mercado da comunicação.
.

A jornalista Silvia Bassi, do IDG Brasil, definiu bem: todos os jornalistas devem começar a carreira com humildade porque não são mais os donos da notícia. Enquanto assistíamos ao debate, tweets eram projetados no telão do auditório em tempo real, e, além da platéia poder participar, internautas de outros Estados e países podiam enviar perguntas pela Internet.
.

No painel sobre o que os anunciantes valorizam - conteúdo x audiência, o presidente da DM9, Sérgio Valente, foi categórico: anunciante não é mecenas, ele quer resultado. E explicou a importância de percebermos como a audiência se comporta de um jeito diferente em cada mídia. Por exemplo, no cinema, nós mergulhamos no entretenimento; em casa, com o controle remoto na mão, seja assistindo à TV ou a um DVD, é o entretenimento que mergulha em nós. O último painel do evento foi o mais concorrido e lotou o auditório do Itaú Cultural.
.

Mediado pelo apresentador Marcelo Tas, do CQC, o fenômeno da Internet, Mystery Guitar Man, participou direto dos Estados Unidos pelo telão. Ele mostrou um outro lado da comunicação, em que vida pessoal e empresarial se confundem. O brasileiro, que mora nos EUA desde a adolescência, conta que demora de 12 a 20 horas para fazer um vídeo e posta seus trabalhos duas vezes por semana no YouTube. Para ele, isso não é uma obrigação, mas, sim, um hobby. E a relação do Mystery Guitar Man com os anunciantes é totalmente diferente do que o comum no mundo da publicidade. Ele tem total liberdade para fazer um vídeo sobre o produto sem interferência externa, sem nenhum briefing.
.

Os outros debatedores desse painel, Paulo César Siqueira, do blog Mas Poxa Vida, e o jornalista e publicitário Pablo Peixoto demonstram que o internauta busca algo do amador. Sucesso na Internet e até reconhecido nas ruas, PC Siqueira diz que nunca escreve nada: apenas coloca a câmera e vai falando. Já Pablo Peixoto, que ficou conhecido pelo vídeo “Dunga em um dia de fúria”, conta que sempre faz um roteiro e, questionado sobre câmeras e programas de edição que utiliza, ele sentencia: para quem quer obter sucesso com seus vídeos na Internet, o importante não é a técnica, mas, sim, o texto. A conclusão desses três dias de debates é que todas as empresas, todos os canais de comunicação, já estão nas mídias sociais, quer queiram ou não, direta ou indiretamente. O importante é se conscientizar e aprender a lidar com isso a seu favor.
.

FONTE: http://jovempan.uol.com.br
.

Nenhum comentário: