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domingo, 15 de agosto de 2010

O “barato” das repúblicas estudantis
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Ao mudar de cidade, após a difícil etapa dos vestibulares, os estudantes passam pelo desafio de montar uma república. A mobília torna-se fundamental não somente pela estética, mas principalmente pela funcionalidade e bem-estar que estão ligados a ela. Surge assim, na busca emergencial por móveis e eletrodomésticos, caminhos alternativos que alimentam um comércio diferente: o de móveis usados.
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Para conseguir produtos baratos e de qualidade é preciso um trabalho de pesquisa intenso por parte de quem quer comprar. A investigação deve ser quase tão minuciosa quanto o cansaço para se encontrar boas opções. A busca em anúncios de jornais, murais e lojas especializadas tanto em usados como novos é fundamental para o esclarecimento e a realização de um bom negócio. “O móvel usado é mais barato, mas precisa haver uma pesquisa para saber se realmente está comprando por um preço bom”, diz a dona-de-casa Maria de Lurdes Soares, ao comprar móveis para
montar a república do filho.
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Para a especialista em Habitação e Manejamento de Interiores, Elza Maria Guimarães, “quanto mais você freqüentar as lojas de móveis usados, mais você se acostumará a ver as peças que são boas e valem a pena serem compradas. É uma questão de treino”. Contudo, na urgência que normalmente vivem os estudantes, não há tempo para “treinar” o olhar e, por isso, cuidados devem ser tomados para não se cair em ofertas tentadoras. Na hora da compra, Guimarães alerta: “pergunte-se se você realmente precisa daquele móvel, se ele cabe na sua república ou se combina com as outras peças que você já tem”.
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As lojas especializadas em usados sofreram, recentemente, um aumento de popularidade entre os estudantes. Porém, alguns não gostam desse caminho para adquirir seus móveis. O estudante de Economia, Cláudio Vivas Neto, optou pela compra do usado sem a mediação das lojas “para não correr riscos, pois conhecia amigos que sofreram com a demora dos donos da loja para fechar negócio”. Já para o estudante de Gestão de Agronegócio, Tarcísio Cremonezzi, “a melhor alternativa é a loja de usados, pois não há a preocupação com a entrega (que é gratuita), o transporte ou a montagem do móvel. Tudo fica a cargo do dono da loja”.
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Segundo Gisely Arruda Abranches, dona de uma loja de móveis usados, “o estudante perde menos (dinheiro) ao adquirir um móvel usado”, pois além de comprar já por um preço mais baixo, poderá vender novamente quando for embora da cidade. De acordo com Abranches, os interessados em vender seus móveis devem fazer um agendamento prévio para que um funcionário da loja faça uma avaliação sem compromisso da mercadoria. Se o negócio for fechado, agenda-se também um horário para buscar o móvel.
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A compra de eletrodomésticos também requer cuidados especiais. “Às vezes é possível comprar uma geladeira usada pela metade do preço da nova. Mas é preciso saber em que estado se encontra este equipamento. Se a borracha que veta a porta não estiver em bom estado de conservação a geladeira poderá consumir mais energia. Fogão a gás também requer uma vistoria mais detalhada. Se precisar de reparos, é bom verificar o quanto custará antes de fechar o negócio”, alerta Guimarães.
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Em caso de mercadorias que apresentem defeitos, o consumidor precisa saber que, mesmo se tratando de usados, a loja onde realizou a compra oferece assistência para reparos e garantia de três meses. Talvez o único problema sem solução sejam os cupins encontrados em alguns móveis. De acordo com Guimarães, “cupim determina a desistência da compra. Se o móvel estiver tomado pelos insetos não vale a pena comprar, pois eles podem passar para outros móveis da casa”.
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Se o estudante quer baixo custo para mobiliar uma casa, não é necessário comprar tudo que precisa, pois ao “colocar a mão na massa” pode descobrir uma nova função para um caixote de madeira ou um móvel velho da família. O caminho mais econômico e que evita o desperdício não é o comércio de usados, mas sim aquele que transforma e reutiliza o velho através da criatividade.

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