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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ensino Médio e crescimento econômico
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Rafael Carneiro da Cunha
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“O Brasil deixa de crescer 0,5 ponto percentual por ano, porque um grande contingente de jovens não conclui o Ensino Médio. Em 40 anos deixaremos de ganhar R$ 300 bilhões (16% do PIB). O governo tem que investir pesado nessa fase escolar”. A afirmação é da doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Wanda Engels.
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Durante o seminário “Juventude Urbana: Inquietações e Perspectiva”, realizado recentemente no Centro Ruth Cardoso, em São Paulo (SP), a doutora debateu a situação do Ensino Médio a partir de dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisa a situação dos jovens brasileiros.
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Os números mostram que de 2004 a 2006 mais de 3 milhões de alunos tinham se matriculado na 1ª série do Ensino Médio, porém apenas 1.858.615 chegaram ao final da etapa escolar. Dos concluintes, apenas 1.311.533 ingressaram nos cursos no Ensino Superior. Os motivos da desistência são diversos, porém o mais apontado é a falta de interesse. “Atualmente temos fora da escola 17,9% na faixa dos 15 a 19 anos e 68,3% na faixa que vai dos 18 a 24 anos. Para completar, o maior índice de mortalidade é dos 20 aos 24 anos”, advertiu a doutora.
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O trabalho para o jovem
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De acordo com a socióloga Helena Abramo, o desemprego é um dos pontos mais angustiantes para os jovens, pois o trabalho é considerado essencial para se ter uma vida confortável. Além disso, a experiência é considerada pelo mercado como aspecto mais importante do que a escolaridade. Helena chegou a essa conclusão após uma análise feita a partir de uma pesquisa realizada pelo Ibope no país inteiro, que sinalizou que 41,6% dos jovens tinham essa opinião.
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Na questão da desistência por parte dos alunos de frequentar as salas de aula, a pesquisa do Ibope trouxe um importante dado: nem todo jovem sai da escola para trabalhar e manter a família. “Muitos jovens preferem trabalhar a estudar porque vivem em uma sociedade de consumo e necessitam obter bens materiais. É uma geração extremamente conectada e que exige uma demanda forte por cultura e informação. É uma faixa que cada vez mais é desestimulada a estudar não somente pela família ou pela comunidade, mas pela sociedade em si”, afirmou Helena.
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FONTE: http://www.vooz.com.br/blogs
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