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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Rede Nacional de Comunicação Pública
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Pedro Caribé
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A Rede Nacional de Comunicação Pública, encabeçada pela TV Brasil em parceria com emissoras educativas em 23 estados, está no ar desde o último dia 3 de maio. A empreitada é um passo mais sólido para reverter a disparidade entre as emissoras do campo público e as grandes redes comerciais. A nova rede cobrirá 1.716 municípios, atingindo 100 milhões de brasileiros. Neste primeiro momento, a rede funcionará com transmissões simultâneas de dez horas de programação, sendo quatro de responsabilidade das emissoras associadas.
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O fortalecimento do conjunto das emissoras públicas e o modelo de rede que incentiva a produção local são apontados como os pontos fortes da nova rede. Porém, ainda há entraves ao seu pleno desenvolvimento. Alguns dos problemas já apontados pelas próprias TVs que tomam parte da rede e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é o modelo de gestão das emissoras estaduais, ainda com forte ingerência estatal, e o Operador de Rede Pública Digital, que levará o sinal da TV Brasil e de outras emissoras federais para todo o país e está em fase final de licitação. A entrada em funcionamento do operador digital pode colocar as filiadas em numa faixa do espectro com baixa qualidade na imagem e impossibilitá-las de realizar multiprogramação.
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Além destas duas questões, defasagens na estrutura física, dificuldades na captação de recursos e, consequentemente, produção de conteúdo pelas emissoras locais são os outros obstáculos para uma relação equânime com a TV Brasil e também para a concorrência com as redes comerciais nas regiões de cobertura do sinal.
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Nas palavras de Tereza Cruvinel, diretora presidente da EBC, “a rede pública de televisão é um sonho antigo mas faltava dar centralidade ao projeto”, papel que teria sido cumprido agora pela TV Brasil. “A rede serve à expansão da TV Brasil, mas seu papel é muito mais estratégico: assegura maior equilíbrio entre os sistemas público e privado de radiodifusão e a circulação de conteúdos que efetivamente expressam as regiões e a diversidade. Acreditamos, ainda, que a rede injetou energia e disposição criadora a todas as televisões associadas”, analisa Tereza.
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Regina Lima, presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABEPEC), defende critérios diferenciados das redes comerciais ainda no modelo analógico. “É preciso pensar políticas globais mais definidas para se ter qualidade em todas as TVs”, comenta Regina, citando os casos da TV Cultura de São Paulo, da Rede Minas (MG) e a própria EBC como representantes diferenciadas na rede.
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FONTE: http://www.direitoacomunicacao.org.br
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