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domingo, 9 de agosto de 2009

História do rádio no Brasil
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O Rádio foi oficialmente implantado no Brasil em 1922, cerca de 29 anos depois do seu surgimento. Após introduzido no país, passou por um crescimento progressivo, e consolidou-se nos anos 40, década que ficou conhecida como a "Era de Ouro do Rádio". Inicialmente, o propósito do rádio era apenas difundir a cultura e por se tratar de um meio ainda pouco acessível à população, tinha um perfil "elitizado". Na história do rádio brasileiro, as transmissões começaram no formato AM, e com o tempo, as emissoras foram se modernizando e adquirindo paralelamente transmissores FM, que possuem maior qualidade no som.
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A primeira transmissão radiofônica oficial do Brasil se deu em 7 de setembro de 1922 no alto do Corcovado, Rio de Janeiro, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. O primeiro programa foi o discurso do presidente Epitácio pessoa e a Orquestra Sinfônica tocando a obra "O Guarani". "(...) em 7 de setembro de 1922, tomaram as dependências do pavilhão da Exposição Internacional do Rio de Janeiro. O ambiente era festivo, o país comemorava o centenário da Independência. Pelos alto-falantes era possível ouvir transmissões feitas à longa distância, sem fio. O mesmo som chegava a receptores espalhados em outros pontos da Capital Federal, além de Niterói, Petrópolis e São Paulo.Roquete Pinto esteve por lá e se encantou com o que ouvia, apesar de ser ruim o som (...)". (JUNG, 2004, 21)
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Roquete Pinto então com o auxílio de amigos, entre eles Henry Morize, funda em 20 de abril de 1923, a primeira emissora brasileira de rádio. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, tinha uma programação elitizada, composta de óperas, recitais de poesia, concertos e palestras culturais. A finalidade era motivar o processo de urbanização que nesta época já atingia os grandes centros, a começar pelo Rio de Janeiro, que na época era a capital brasileira. O objetivo dos fundadores era o de "levar a cada canto um pouco de educação, de ensino e de alegria". Os receptores e o custo em si da transmissão era muito alto."(...)grupos formados por amigos que dividiam os custos das transmissões, compravam equipamentos, material de escritório e alugavam salas para as transmissões da emissora. Essas pessoas, a maioria da elite ligada à cultura, estavam em busca de algo novo (...)." (JUNG, 2004, 25)
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Entretanto, há ainda a tese de que a primeira emissora do Brasil foi a Rádio Clube de Pernambuco, fundada por jovens do Recife, em 6 de abril de 1919, por Oscar Moreira Pinto, utilizando um transmissor importado da França. A década de 20 for marcada pela disseminação do rádio no Brasil, e as primeiras emissoras tinham em sua denominação termos como "clube" ou "sociedade", pois eram formadas por idealistas que acreditava no projeto. As rádios eram mantidas por aqueles que possuíam aparelhos receptores, através de mensalidades e de doações eventuais de entidades privadas ou públicas. As transmissões eram subsidiadas também por empresas, que em troca do auxílio financeiro tinham o seu nome citado durante a programação.
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Na década de 30, o rádio já havia ganhado espaço e visibilidade na sociedade e também na publicidade e nesta época começa a passar por transformações. Como muitos não eram fieis ao pagamento das mensalidades, o rádio começou a sofrer com dificuldades causadas pela falta de estrutura econômico-financeira que favorecesse seu desenvolvimento. Portanto, os "reclames", anúncios publicitários da época, tornaram-se cada vez mais freqüentes. Em 1º de março de 1932, a publicidade foi oficialmente permitida através do Decreto nº. 21.111, que regulamentou o Decreto nº. 20.047, de maio de 1931, onde constava o primeiro diploma legal sobre a radiodifusão, nove anos depois de sua implantação no país. O Decreto nº. 21.111, veio diante da preocupação do Governo com o novo meio que surgia considerado "serviço de interesse nacional e finalidade educativa" (ORTRIWANO,1985,p.15), que limitou os reclames inicialmente a 10% da programação, após elevada para 20%, e logo, fixou-se em 25%. "A publicidade já era regulamentada pelo governo revolucionário de Getúlio Vargas, que, através de decreto, autorizava a veiculação de anúncios em até 10% da programação". (JUNG, 2004, 26)
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O rádio passou imediatamente a transformar-se de "erudito", "elitizado", para popular, voltado ao lazer e à diversão. Com as transformações ocorridas no país a partir da Revolução de 1930, o comércio e a indústria, que precisavam colocar seus produtos no mercado interno, a expansão da radiodifusão foi favorecida, pois o rádio passou a ser visto como um meio eficaz de divulgação. Foram-lhe atribuídas novas funções, "ligadas ao desenvolvimento político e econômico do país". Após a Revolução de 30, foi criado o Departamento Oficial de Propaganda e Difusão Central (DOP), responsável por uma seção que antecedeu a "Hora do Brasil". Em 1934, o DOP foi transformado em Departamento de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC), quando surgiu a "A Voz do Brasil". Posteriormente, em dezembro de 1939, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), para substituir o DPDC, que diretamente ligado ao Governo, tinha a função de fiscalizar e censurar as programações radiofônicas, e também o cinema, teatro e jornais.
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FONTE: http://home.alie.br/nova/conteudo.php?idn=1367
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