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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cinejornalismo: comunicação audiovisual comparada
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Produções audiovisuais caracterizam-se por possuírem diferentes camadas de significação. Desde as primeiras produções e exibições no início do cinema, a utilização de música foi presença constante, havendo sempre o acompanhamento executado ao vivo por um pianista durante as projeções. Com o desenvolvimento de novas técnicas que possibilitaram a sincronização precisa da imagem com o som4, a música passou a ser utilizada para compor a articulação dramática das tramas.
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A consolidação da linguagem cinematográfica utilizando-se da música foi herdada pelos antecessores do telejornalismo: os cinejornais. Os primeiros deles foram produzidos em 1909 pelos próprios irmãos Lumiere que, em 28 de dezembro de 1895 já haviam realizado também a primeira projeção comercial de filmes. No Brasil, o cinejornalismo atravessou períodos vigorosos, tendo início em 1912 com o Cine Jornal Brasil, produzido no Rio de Janeiro pela produtora P. Botelho & Cia.
.O cinejornalismo brasileiro ainda ganhou um novo impulso a partir de 1930, quando, durante o Estado Novo, passou a receber atenção e apoio especiais do governo. Paralelamente ao desenvolvimento dos cinejornais, as transmissões radiofônicas, iniciadas no Brasil em 1923 com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, levavam ao ar programas jornalísticos que também se utilizavam de acompanhamento musicais.
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Quando do início das transmissões televisivas no Brasil, o telejornalismo alimentou-se principalmente de profissionais do rádio que, herdando também a influência da linguagem desenvolvida nos cinejornais, definiu a forma dos primeiros telejornais. Estes, devido a restrições técnicas, faziam a utilização de música de maneira mais próxima aos cinejornais: locução em off6 e música acompanhando as imagens, formato que é utilizado até hoje nas lapadas - aglomerados de notícias curtas apresentadas por locução em off acompanhada por trilha musical e ilustradas por imagens - dos telejornais.
. O Cinema, de onde se originou o telejornalismo - filho da literatura e do folhetim, da Fotografia e do rádio no Brasil - vem sendo resgatado desde as suas origens, não só enquanto linguagem, mas também enquanto conteúdo de expressão em importantes momentos históricos, econômicos, políticos e culturais da vida brasileira em relação aos demais países estrangeiros.
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Os meios de comunicações (radio, cinema e TV) configuram sistemas sociais de produção, circulação e consumo de mensagens midiáticas que incluem uma ampla parte da população nesses ambientes simbólicos; essa situação permitiu o desenvolvimento de estratégias, modos de vida, formatos e gêneros populistas. A estruturação de campos midiáticos audiovisuais no subcontinente Americano tornou possível a conjunção de organizações midiáticas especializadas - empresas, industrias, instituições, produtoras e organizações culturais - e culturas populares. Isso demonstra a transformação político-social que representou a incorporação ao mercado de consumo das classes populares, realizada pelo populismo latino-americano.
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