Loading

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Agências de Notícias: temas completos
.

Philippe Massonnet
Juliette Hollier-Larousse
(Tradução de Lana Lim)
.

São ainda as agências que hoje permitem às redes de televisão que planejem seus grandes eventos, às rádios que deem suas primeiras informações na hora, aos jornais que forneçam suas análises, aos websites que atraiam audiência, aos blogs que instiguem comentários sobre a atualidade.
.

Quando a comissão financeira do Senado vota, para surpresa geral, a volta para o imposto de 19,5% no setor de restaurantes, a informação, dada pelas agências, vira manchete de cerca de quarenta jornais noturnos em rádios ou televisões. Quando, finalmente, a emenda é rejeitada, são ainda as agências que permitem que as mesmas redes, de manhã, expliquem que na verdade não passava de um alerta dirigido aos donos de restaurantes.
.

Às vezes esquecemos que a agências não são somente fornecedoras de matéria bruta, de notas breves. Elas criam temas completos, revistas. Assim, enquanto o 62º Congresso Mundial dos jornais levantava a questão do futuro da imprensa, um grande jornal indiano publicava um artigo e uma foto da AFP sobre... a reinserção de prisioneiros romenos por meio do teatro.
.

São poucas as mídias que podem se gabar de possuir uma rede mundial composta por mais de 2 mil jornalistas ou uma redação de 23 pessoas dedicadas à cobertura da política francesa. Sabiam que a AFP faz a cobertura fotográfica de cada partida da Premier League inglesa de futebol, cujos jogadores são estrelas no mundo inteiro?
.

E o que dizer dos custos de cobertura de longos conflitos, que precisam do rodízio de inúmeros jornalistas em campo, operando em condições difíceis, extenuantes, perigosas? E dos custos da segurança necessária a nossos escritórios de Bagdá ou Cabul? Ou dos custos das equipes com mais de cem pessoas enviadas para grandes eventos esportivos como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo?
.

Essas informações de qualidade, produzidas por profissionais, que obedecem a regras claras e rígidas, têm um valor que as agências de notícias devem fazer respeitar em todas as mídias. Se elas têm consciência das dificuldades de seus clientes, elas não podem liquidar seus conteúdos, nem tolerar sua pirataria. Cúmulo da má-fé e da falsificação, às vezes são os mesmos que atacam as agências e sonham com sua morte que as utilizam de forma abundante, sem terem adquirido o direito para isso!
.

Nesse mundo em plena mutação digital, as agências entenderam que devem se adaptar e responder melhor a seus clientes: os novos, cada vez mais numerosos, e os antigos, cujas críticas às vezes não souberam ouvir.
.

FONTE: www.observatoriodaimprensa.com.br
.

Nenhum comentário: