Diferentes platôs
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Hernani Dimantas
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Imaginem uma rede. Quando acessamos nossos computadores e tudo corre bem, abrimos o navegador para o mundo. Atingimos o mais abrangente espaço hacker — o das pessoas conectadas — onde a troca de informações catalisa o aprendizado informal. A distância entre as pessoas diminui. A conexão transmuta-se em uma outra realidade.
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Mas isso é só a ponta do iceberg. Diariamente, assistimos apenas à superfície da revolução não televisionada, com impactos que abrangem do alfinete ao foguete. Tudo ao mesmo tempo, rompendo barreiras entre os acontecimentos. Creio que é fascinante observar os níveis, os diferentes platôs, que podemos enxergar nas instâncias da cultura digital. Lidamos com diversas variáveis, que fazem, de um organismo simples, um sistema complexo.
.Mas isso é só a ponta do iceberg. Diariamente, assistimos apenas à superfície da revolução não televisionada, com impactos que abrangem do alfinete ao foguete. Tudo ao mesmo tempo, rompendo barreiras entre os acontecimentos. Creio que é fascinante observar os níveis, os diferentes platôs, que podemos enxergar nas instâncias da cultura digital. Lidamos com diversas variáveis, que fazem, de um organismo simples, um sistema complexo.
Essa percepção, no entanto, não se dá automaticamente. É paradoxal, mas somente apreendemos as nuances do sistema hiperconectado, quando a conexão cai. O desespero virtual torna-se a angústia do século 21. A imagem do erro nos mostra a necessidade do suporte. Pois não importa muito a capacidade técnica de cada um. Sem banda disponível, não há conexão. Dependemos de terceiros, de quartos ou quintos dos infernos. Saímos do platô da linkania e retornamos ao universo dos cabos, fios, hardwares, softwares de base. Somos inequivocamente fracos diante das complexidades dos diversos organismos sobrepostos.
.O movimento de uns – pode-se pensar – comunica-se aos outros. Mas não é só isso: as pessoas têm uma meta. E ela está lá antes mesmo que se encontrem palavras para descrevê-la. Começa a saga dos testes. Um cabo pode estar solto, o rastro dos IPs está apagado na selva eletro-eletrônica. As análises são muitas. As conexões tornam-se desconexas; os sinais digitais descontinuados... fluxos de dados perdidos. Isso nos leva a pensar que a nossa sociedade vive em diferentes platôs. São muitas redes que se interconectam. Formam as redes de informação. Ou, aquilo que é físico torna-se virtual e, catalisado, retorna ao físico gerando movimentos, ações interligadas.
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Os diferentes platôs interagem em direções difusas. Estabelecem novos campos de força por meio de discursos que se apresentam em múltiplas interfaces, que emergem dinamicamente. Num movimento onde o ator está em rede. Numa condição de sobrevivência imersa que cria espaços jamais apresentados para as ações múltiplas, nas quais o discurso linka e constrói.
Os diferentes platôs interagem em direções difusas. Estabelecem novos campos de força por meio de discursos que se apresentam em múltiplas interfaces, que emergem dinamicamente. Num movimento onde o ator está em rede. Numa condição de sobrevivência imersa que cria espaços jamais apresentados para as ações múltiplas, nas quais o discurso linka e constrói.
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O desafio é entender a rede como um movimento múltiplo, onde a incerteza é mais característica que os formatos, disposições, e, principalmente, ferramentas pelas quais o próprio movimento se manifesta. O movimento de uns – pode-se pensar – comunica-se aos outros. Mas não é só isso: as pessoas têm uma meta. E ela está lá antes mesmo que se encontrem palavras para descrevê-la: a meta é o ponto mais negro – o local onde a maioria encontra-se reunida" (Massa e Poder, Canetti, E).
O desafio é entender a rede como um movimento múltiplo, onde a incerteza é mais característica que os formatos, disposições, e, principalmente, ferramentas pelas quais o próprio movimento se manifesta. O movimento de uns – pode-se pensar – comunica-se aos outros. Mas não é só isso: as pessoas têm uma meta. E ela está lá antes mesmo que se encontrem palavras para descrevê-la: a meta é o ponto mais negro – o local onde a maioria encontra-se reunida" (Massa e Poder, Canetti, E).
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