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sábado, 22 de junho de 2013

Tutorial para seguir perfis no Hootsuite


Políticas Públicas de Juventude em João Pessoa


Bertrand Sousa
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O papel da sociedade civil, numa conjuntura ideal, é participar ativamente das decisões de governo, compartilhando suas experiências e necessidades, construindo coletivamente as soluções para os problemas, fiscalizando a atuação do poder público e, consequentemente, contribuindo para uma efetiva implementação das políticas públicas. Entre elas, destacamos neste artigo as Políticas Públicas de Juventude (PPJs), que podem ser definidas como um conjunto de ações coordenadas com objetivos públicos, direcionadas a garantia dos direitos e ao atendimento dos interesses da população jovem de um determinado território.
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Geralmente são realizadas sob a forma de projetos, programas e ações, governamentais e não governamentais, que contribuem para a supressão da exclusão social através do aumento da escolaridade, da capacitação profissional, da consciência étnica, de gênero, de pertencimento ao local comunitário, entre outras formas de atuação. Através das PPJs, uma parcela dos jovens passa a construir novas maneiras de sociabilidade e produzir mais integração societária, que resulta em determinadas modalidades de inclusão, participação e emancipação.
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Pensar em PPJs em épocas anteriores a 2003, por exemplo, significa voltar ao tempo em que a juventude era percebida no Brasil, na maioria das vezes, como agrupamento social formado por sujeitos-problemas, "rebeldes sem causa", sem direitos e necessidades específicas, vistos sempre com desconfiança. Uma época em que o assistencialismo era, basicamente, a única forma de atender a população do nosso país, independente da faixa etária.

Essa crítica é mais direcionada ao Estado Brasileiro, ao poder público em todos os níveis, que se preocupava apenas em "cuidar e proteger" os jovens, moralizar esses indivíduos, ao invés de potencializar suas ações e torná-los independentes, protagonistas de sua própria história. Ou seja, as concepções e políticas de juventude nas décadas passadas não apresentavam um enfoque estratégico e geral, pois eram criadas para resolver situações emergenciais e localizadas.
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No mesmo período, a iniciativa privada e o Terceiro Setor desenvolviam programas, projetos, pesquisas e ações mais avançadas e conectadas com os anseios da juventude. Nesse contexto, destacamos a participação decisiva de movimentos sociais, instituições diversas e até organismos internacionais, que começaram a pautar a temática juvenil em grandes fóruns, festivais e conferências, possibilitando aos jovens mais visibilidade. Ou seja, serem percebidos como atores sociais do desenvolvimento e como sujeitos de direitos.
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No município de João Pessoa, o processo de elaboração das Políticas Públicas de Juventude se desenvolveu gradativamente. A partir de 2005 foi criada uma Assessoria Especial de Políticas Públicas de Juventude e cinco Centros de Referência de Juventude. Em 2007 surge a Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Recreação, com uma Coordenação de Juventude responsável por elaborar e articular os programas, projetos e ações voltados para a juventude da capital paraibana. Já o Conselho Municipal de Juventude foi criado pela Lei Municipal nº 11.820, de 11 de dezembro de 2009. Estes organismos têm atuado de forma integrada, em permanente diálogo entre si e com os jovens, garantindo avanços importantes para o desenvolvimento das PPJs na cidade.
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Neste contexto, a participação dos jovens pessoenses tem sido efetivada a partir do diálogo e das parcerias estabelecidas com a Gestão Municipal em diversos momentos, como: nas conferências e semanas municipais de juventude, e principalmente no Conselho Municipal de Juventude, onde a sociedade civil ocupa 50% das vagas e pode deliberar, estudar, analisar, elaborar, discutir, propor, planejar, fiscalizar e representar a população jovem nas questões relacionadas às PPJs.
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Em nossa avaliação, o grande desafio para o desenvolvimento da Política de Juventude em João Pessoa passa pela ampliação e otimização dos recursos financeiros aplicados nos programas, projetos e ações - desenvolvidas pelas diversas secretarias da Prefeitura Municipal em prol da juventude - associada à conscientização e colaboração entre os recursos humanos disponíveis e a máquina pública, de forma transversal e intersetorial. Em outras palavras, a juventude precisa ser observada com um olhar especial e suas demandas devem se tornar prioridade.
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Para superar as dificuldades, propomos as seguintes estratégias de atuação: estabelecer mais parcerias com o Terceiro Setor (ONGs, OSCIPs, fundações empresariais, organismos internacionais, acadêmicos, entre outros); diminuir a burocracia, ações sobrepostas e conflitantes; realizar o mapeamento da juventude, para adequar as PPJs a realidade dos jovens; potencializar o trabalho e deliberações do Conselho Municipal de Juventude; promover intercâmbios entre profissionais que atuam com PPJs, a nível local, nacional e internacional; fortalecer a articulação entre as secretarias (intersetorialidade); criação do Núcleo Intersetorial de PPJs, uma rede de gestores trabalhando coletivamente em prol da juventude; formação continuada sobre juventude e PPJs para membros da Gestão Municipal; investir no capital humano, através de qualificação e reciclagem permanente dos profissionais; desenvolver o Plano Municipal de Juventude, em parceria com a sociedade civil; monitoramento, controle e avaliação constante das ações, programas e projetos; institucionalização das PPJs, através de leis especificas que garantam sua execução com elevado grau de qualidade; fortalecer os projetos e a produção juvenil através do “Empreender Jovem”; garantir à juventude o acesso à educação pública de qualidade; aprimorar mecanismos que facilitem a entrada dos jovens no mercado de trabalho e nas diversas formas de geração de renda; e, finalmente, criar condições materiais e simbólicas para o bom funcionamento dos Centros de Referência da Juventude (CRJs).

'São João pra Valer' começa em João Pessoa

A programação das festas juninas de João Pessoa, o 'São João pra Valer', começou nesta sexta-feira (21/06) e terá atrações durante nove dias, em diversos locais da cidade. A abertura ficou a cargo de Gilberto Gil, que fez show no Ponto de Cem Réis, no Centro da capital paraibana.
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Ainda no Centro, serão instalados circuitos em dois micro pólos, conforme informações de Maurício Burity, secretário executivo da Funjope, localizados nas Praças Rio Branco e Dom Adauto. Serão realizadas apresentações de quadrilhas e Vilas Gastronômicas.
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"Assim como aconteceu no carnaval, o São João também vai ter a descentralização dos grandes eventos”, afirma Maurício, que também informa a realização de eventos em mais quatro bairros da Capital e um pequeno pólo para os festejos na Feirinha de Tambaú. Confira abaixo a programação do ‘João Pessoa – São João Pra Valer’:
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Local: Ponto de Cem Réis
Horário: a partir das 19h

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21/06 (sexta-feira)
Dona Selma do Coco (cultura popular)
Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa
Antônio Barros e Cecéu
Gilberto Gil
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22/06 (sábado)
Chico Sales
Renata Arruda
Tom Oliveira
Nando Cordel
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23/06 (domingo)
Nau Catarineta Masculina de Cabedelo
Paulo Sérgio e Daniel
Os Nonatos
3 Desejos
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24/06 (segunda-feira)
Afoxé com o Grupo Orim Axé 
Forró Caçuá
Cavalo de Pau
Louro Santos & Victor Santos
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25/06 (terça-feira)
Dinda Salu - Baile de Rabeca
Simone e Simaria (As Coleguinhas)
Mastruz com Leite
Beto Brito
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26/06 (quarta-feira)
Quadrilha Junina de Bonecos Gigantes de Olinda
Lis Albuquerque
Alcymar Monteiro
Forró Pegado
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27/06 (quinta-feira)
Zeca do Rolete
Pinto do Acordeon
Dorgival Dantas
Santanna
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28/06 (sexta-feira)
Toré dos Índios da Baía da Traição
Genival Lacerda
Sirano & Sirino
Clã Brasil
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29/06 (sábado)
Aurinha do Coco 
Biliu de Campina
Banda Encantu's
Waldonys
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 Praça Dom Adauto
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Festival de Quadrilhas
Dias: 21 a 25 de junho
Horário: das 18 às 21h
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Vila Gastronômica
Dias: 21 a 25
Horário: 22h às 24h
Atrações: trio pé-de-serra
Dias: 26 a 29
Horário: 18h às 24h
Atrações: trio pé-de-serra, cultura popular e quadrilhas juninas.
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Praça Rio Branco
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Data: 21 a 29 de junho
Atrações: trio pé-de-serra e atrações da cultura popular.


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Ilha Duque de Caxias
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Datas: 21, 22, 23 e 24 de junho
Horários: a partir das 20h
Atrações:
- Ao lado da ALPB: trios de forró pé-de-serra
- Em frente ao Shopping Popular Terceirão:
Samba de Roda - no dia 21 de junho - e
trios de forró pé-de-serra (demais noites).

Pólos Juninos
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Horário: 19h às 23h30
Locais: Feirinha de Tambaú;
Mangabeira; Ernesto Geisel;
Bairro dos Novais e 13 de maio
Atrações: trio pé-de-serra e bandas locais.
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Dias: 21, 22, 23, 28 e 29 de junho
Horário: 19h às 23h
Local: Feirinha de Tambaú
Atrações: trio pé-de-serra, cultura popular e quadrilhas juninas.
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FONTE: http://g1.globo.com/pb/paraiba/sao-joao/2013

Comunidades virtuais transformando relações sociais


Corinto Meffe

A perspectiva de que existe um potencial para alterações radicais nas relações sociais, com alicerce no mundo virtual, impõe a necessidade de delinear cenários. Atividade inglória, mas fundamental para criar as possibilidades de como essas relações serão construídas no futuro (já quase presente). Uma das apostas surge na formação de gigantescas redes de colaboração, com sustentação nas comunidades virtuais, com poucos níveis hierárquicos e grande dispersão geográfica.
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Para início do exercício de futurologia com relação às comunidades virtuais, é necessário compreendê-las melhor. As comunidades virtuais aproximam, com emprego da tecnologia digital e das redes de comunicação, indivíduos os quais, ainda que geograficamente distantes, possuem interesses comuns em temas sociais, culturais, profissionais ou de entretenimento. Com a aproximação desses atores, em ambientes virtuais, há uma renovação da linguagem, dos hábitos, dos costumes e da própria tecnologia, numa espécie de mescla cultural.
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Aos poucos parece ocorrer no ciberespaço o renascimento da solidariedade e da cooperação, caracterizando uma restauração da ação coletiva, com menor presença dos partidos e outras agremiações políticas. Tal espírito, pode ser observado na maioria dos grupos formados pela rede, seja na agilidade para troca de opiniões, informações, serviços e produtos, seja em intervenções específicas, voltadas para auxiliar outros membros da comunidade virtual. Fato que aumenta a resistência às estruturas culturais e sociais pré-estabelecidas e geram, por outro lado, novas formas de ação social e de relações de poder.
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Um exemplo de mobilização pode ser verificado no caso da modelo Cicarelli. Sem nenhum tipo de organização prévia chegaram mais de 80 mil mensagens para a administração do Youtube contra o cerceamento dos conteúdos decorrentes do caso da modelo, que ficou conhecido como “Boicote a Cicarelli”. A ação provocou um recuo do provedor. Isso demonstra que as redes se movem sem a real mensuração de suas influências. Uma espécie de massa de modelar social onde muitas vezes, e ainda que sem intenção, toma contornos por ora incompletos, outras vezes com perfeição, mas é capaz de ganhar solidez em suas ações.
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Nesse sentido, as formas de organização tradicionais passam a ser inadequadas para representarem as demandas do novo mundo que surge - incapazes de se adaptarem à pluralidade de atores e temas que incorporem as ações individuais e coletivas. A fragmentação da ação coletiva passa a exigir uma forma de representação política que traduza as necessidades individuais e converta-as em decisões políticas. Dentre as dificuldades a serem enfrentadas pela organização das redes de colaboração verifica-se o espírito imediatista das mesmas.
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O sentimento de integração, cooperação e projeto comum nas comunidades virtuais contemporâneas se reformula diante da predisposição dos atores para ações voltadas apenas para o presente, o que provoca uma crise na idéia de futuro. Em paralelo ao imediatismo destas Comunidades, outras dificuldades tornam-se latentes: (1) o costume à estrutura hierárquica existente na sociedade, que muitas vezes impede os membros das comunidades vislumbrarem a flexibilidade e os recursos de comunicação da internet; (2) o comportamento procrastinador, pelo qual sempre se aceita que alguém vai fazer o que precisa ser feito, sendo que este “alguém” nunca “sou eu”; (3) a fragilidade na organização de ações coletivas, bastante explorada por Ignacio Ramonet, quando afirma que “a ideologia anarco-liberal fabrica uma sociedade egoísta, priorizando a fragmentação, a divisão. Torna-se indispensável, portanto, reintroduzir a noção de coletivo, pensando no futuro”.
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A superação lenta das dificuldades nos ajudarão a acelerar os processos de organização das comunidades virtuais, que poderão certamente influenciar nas estruturas de poder e nas relações tradicionais da sociedade. Estas novas comunidades obrigam antigos aparatos de poder a justificar-se, a fazer pública a sua lógica e expõem a debilidade de suas razões - tornam visível a sua força, como no caso Cicarelli. Esse novo quadro exige redirecionar o olhar analítico sobre as formas de sociabilidade engendradas pelas mídias digitais. A inscrição social múltipla passa a assumir proporções nunca antes imaginadas, demandando que a nova sociabilidade ciberespacial seja levada a sério e seja estudada com mais profundidade.
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A internet, diante das circunstâncias, transforma-se no possível espaço de resistência global. O processo em desenvolvimento aponta para o renascimento de um ativismo político, desacreditado nas últimas décadas, capaz de reorganizar segmentos sociais como, por exemplo, os ambientalistas. Observa-se, então, a movimentação de uma rede que articula diferentes atores sociais, os quais se unem em torno de uma possível conformidade de objetivos, ainda que essa unidade seja provisória, contingente. E, antes que muitos tomem consciência, o que antes parecia um exercício de futurologia incorreto se torna uma análise simplista do presente.
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Assim um conjunto “mesclado” de relações sociais se instaura nas comunidades virtuais. Uma parte delas vem de práticas herdadas dos movimentos sociais tradicionais, com a forte hierarquização, a apatia coletiva e a crise das instituições; outras são proporcionadas pela própria tecnologia da internet, com a superação das fronteiras físicas, a aproximação instantânea das pessoas e a planificação dos contatos e; por último, as novas relações virtuais, que resultam no sistema de produção colaborativa, em novas formas de empoderamento e na propagação da liberdade do conhecimento como princípio. O mundo das comunidades e das suas redes de colaboração no espaço virtual é o resultado do antigo e do novo, ambas tendo em comum um conjunto de aparatos tecnológicos digitais, cujo impacto ainda não pode ser mensurado, mas que se sabe, serão capazes de gerar grandes transformações sociais.
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FONTE: http://webinsider.uol.com.br

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um modelo de Jornalismo Social


Luciano Martins Costa (*)

O jornalismo deve ser considerado um bem público ou é mais uma atividade privada de interesse coletivo? Essa questão rondou o MediaOn - Seminário Internacional de Jornalismo Online, realizado em São Paulo pelo portal Terra com a Fundação Itaú Cultural. Segundo a Folha de S.Paulo, a questão ainda não tem uma resposta definitiva, uma vez que o modelo experimental de jornalismo financiado por doações ainda está em processo de invenção. O projeto chama-se ProPublica, é dirigido por Stephen Engelberg, que trabalhou 18 anos no New York Times.

Iniciado em 2008 para produzir jornalismo apenas na internet, o ProPublica chamou atenção ao ganhar o prêmio Pulitzer deste ano, o primeiro para um veículo exclusivamente online. Outra reportagem, produzida pelo site e publicada no New York Times, já havia obtido o prêmio no ano anterior. Na entrevista concedida à Folha, Engelberg afirma que, como modelo de jornalismo, o projeto já provou que funciona. Impulsionado por doações privadas, tendo como principais financiadores o casal de milionários americanos Herbert e Marion Sandler e, mais recentemente, o megainvestidor George Soros, o ProPublica tinha como desafio inicial conseguir que seus repórteres fossem tão respeitados quanto os profissionais da imprensa tradicional.
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Dedicados à investigação jornalística, seus repórteres ganharam rapidamente grande reputação, o que superou o temor inicial de que certas fontes simplesmente se negassem a retornar suas tentativas de comunicação. Entre os trabalhos destacados pode-se alinhar a revelação das condições na prisão de Guantanamo, a denúncia de violências em New Orleans após a passagem do furacão Katrina e outros temas que haviam obtido menos atenção dos jornais.

Mas o centro da questão sobre as chances de sucesso do jornalismo de objetivo exclusivamente social, sem interferência de interesses de negócio, segundo Engelberg, aparece quando se aborda questões do poder público e privado. Observe-se que o ProPublica já conta com 3 mil doadores entre indivíduos e fundações e tem grande chance de crescer com assinantes fixos. "Nosso modelo não é o melhor para encontrar patrocinadores corporativos, já que investigamos muitas empresas", diz o editor-executivo do ProPublica. Raciocinando ao contrário, pode-se insinuar que o jornalismo tradicional é mais patrocinado pela publicidade de empresas quanto mais certeza se tem de que determinados temas jamais serão publicados?
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Agarrados ao papel

A resposta não está, obviamente, nos jornais. Na reportagem que publica sobre o mesmo assunto, o Estado de S.Paulo destaca que, para ganhar credibilidade, a ProPublica desenhou um modelo de parceria com a imprensa tradicional. O site oferece conteúdos exclusivos para publicações como o New York Times, Financial Times, Washington Post, Los Angeles Times e para programas de televisão privada e TV pública. A vantagem que apresenta é o menor custo de produção de conteúdo, uma vez que a infraestrutura de redação que usa a internet como plataforma custa menos. Mas o diferencial principal é percebido na qualidade do material jornalístico: a ProPublica tem uma redação em Nova York com 35 jornalistas, que produziram em 2010 mais de uma centena de reportagens que foram publicadas em quarenta veículos.

Enquanto um repórter do jornalismo tradicional tem que cumprir duas ou mais pautas por dia, na dura rotina da imprensa brasileira, um repórter da ProPublica pode levar o tempo que precisar para compor uma boa história, podendo produzir duas grandes reportagens por ano. No pacote de reportagens que os jornais publicam nesta quarta-feira, dia 23, sobre seu próprio negócio, destaca-se também a cobertura do encerramento do seminário promovido pela Associação internacional de Marketing de Jornais. A principal preocupação dos debatedores, segundo o relato da imprensa, foi a manutenção do valor percebido da mídia impressa enquanto se busca um modelo de negócio que produza lucros com a mídia digital.

O otimismo da representante do New York Times, que vem ampliando o número de seus assinantes online, não foi suficiente para os executivos brasileiros olharem um pouco além do horizonte: o fato de que 90% do faturamento das empresas jornalísticas ainda vem do papel parece bloquear qualquer tentativa de enxergar uma imprensa totalmente digital. Juntando-se as duas reportagens, é possível elaborar uma equação interessante: o jornalismo digital funciona como sistema informativo confiável e pode atrair financiadores, quando se assume como bem público. Já o jornalismo de papel, que se assume como atividade privada de interesse coletivo, ainda não enxerga seu futuro na nova plataforma, bem mais interativa.

(*) Jornalista e escritor. É autor do livro 'O Mal Estar na Globalização'.

FONTE: http://nosdacomunicacao.com.br

Por um novo conceito de comunidade


Rogério da Costa (*)

A atual interconexão generalizada entre as pessoas tem chamado a atenção de muitos teóricos sobre seus efeitos no quadro das relações individuais e igualmente na forma como os coletivos se comportam quando se constituem como redes de alta densidade. Relações individuais e coletivas, particularmente no ciberespaço, têm despertado o interesse dos estudiosos de redes sociais, dos sociólogos, etnógrafos virtuais, dos ciberteóricos, dos especialistas em gestão do conhecimento e da informação, enfim, de todos aqueles que pressentem que há algo de novo a ser investigado, que a atual vertigem da interação coletiva pode ser compreendida dentro de uma certa lógica, dentro de certos padrões, o que já era anunciado nos anos 1980 pelos analistas estruturais de redes sociais.
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Temas como "inteligência emergente" (Steven Johnson, 2001), "coletivos inteligentes" (Howard Rheingold, 2002), "cérebro global" (Heylighen et al., 1999), "sociedade da mente" (Marvin Minsk, 1997), "inteligência conectiva" (Derrick de Kerckhove, 1997), "redes inteligentes" (Albert Barabasi, 2002), "inteligência coletiva" (Pierre Lévy, 2002) são cada vez mais recorrentes entre teóricos reconhecidos. Todos eles apontam para uma mesma situação: estamos em rede, interconectados com um número cada vez maior de pontos e com uma freqüência que só faz crescer. A partir disso, torna-se claro o desejo de compreender melhor a atividade desses coletivos, a forma como comportamentos e idéias se propagam, o modo como notícias afluem de um ponto a outro do planeta etc. A explosão das comunidades virtuais parece ter se tornado um verdadeiro desafio para nossa compreensão.
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Mas, antes de tudo, é importante salientar que todo tipo de grupo, comunidade, sociedade é fruto de uma árdua e constante negociação entre preferências individuais. Exatamente por essa razão, o fato de estarmos cada vez mais interconectados uns aos outros implica que tenhamos de nos confrontar, de algum modo, com nossas próprias preferências e sua relação com aquelas de outras pessoas. E não podemos esquecer que tal negociação não é nem evidente nem tampouco fácil. Além disso, o que chamamos de preferências "individuais" são na verdade fruto de uma autêntica construção coletiva, num jogo constante de sugestões e induções que constitui a própria dinâmica característica da sociedade.
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Em meio a todo esse alvoroço no ciberespaço, um termo tão consolidado como o de "comunidade" vem sendo discutido e mesmo questionado por alguns teóricos. Alguns reclamam sua falência, com um certo tom nostálgico, lamentando seu desgaste e perda de sentido no mundo atual. Outros apontam para os focos de resistência que comprovariam sua pertinência, mesmo em meio a nossa sociedade capitalista individualizante. Mas há os que acreditam, simplesmente, que o conceito mudou de sentido.
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Num livro publicado em 2003, intitulado "Comunidade: a busca por segurança no mundo atual", Zygmunt Bauman, sociólogo reconhecido por seus trabalhos sobre o fenômeno da globalização, procura analisar o que estaria se passando atualmente com a noção de comunidade. É possível perceber uma série de conceitos em jogo no texto do autor: individualismo, liberdade, transitoriedade, cosmopolitismo dos "bem-sucedidos", comunidade estética, segurança. Bauman supõe que haja uma oposição entre liberdade e comunidade. Considerando-se que o termo "comunidade" implique uma "obrigação fraterna de partilhar as vantagens entre seus membros, independente do talento ou importância deles", indivíduos egoístas, que percebem o mundo pela ótica do mérito (os cosmopolitas), não teriam nada a "ganhar com a bem-tecida rede de obrigações comunitárias, e muito que perder se forem capturados por ela."
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(*) Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP.
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FONTE: http://www.scielo.br

PMJP lança projeto para investir em times da Capital


A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) lançou, na tarde deste domingo (27/01), o projeto ‘João Pessoa de todas as torcidas’. A iniciativa garante investimentos de quase R$ 1 milhão para os principais clubes da Capital, o dobro do que vinha sendo destinado até 2012. Além de garantir a estruturação das equipes, o projeto trará benefícios para a rede de ensino público do Município, que passará a usufruir dos equipamentos esportivos das agremiações.
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O projeto foi lançado pelo prefeito Luciano Cartaxo, antes da partida entre Botafogo e Auto Esporte, no Estádio Leonardo Vinagre da Silveira (Estádio da Graça), em Cruz das Armas. Na oportunidade, o prefeito e o vice-prefeito, Nonato Bandeira, deram o pontapé inicial do clássico pessoense válido pelo Campeonato Paraibano. “Valorizar o futebol é valorizar a cidade como um todo. Com equipes fortes e bem posicionadas a nível nacional podemos projetar a cidade. Esperamos que os nossos clubes se destaquem nas competições e que saibam que podem contar com o apoio da Prefeitura de João Pessoa”, declarou.
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Luciano Cartaxo destacou também seu envolvimento com o esporte e sua disposição de aumentar a representatividade do futebol de João Pessoa. “Investimos muito neste projeto e garantimos um investimento fundamental para que os clubes iniciem o ano de 2013 de forma diferente. Queremos que eles consigam pagar a sua folha salarial e que também possam ser ousados na contratação de reforços. Queremos ver os times da nossa Capital alcançando um espaço cada vez maior no cenário nacional”, destacou.
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Beneficiados – O Botafogo, o Auto-esporte e o CSP serão os clubes beneficiados com o projeto. Principais representantes do futebol da Capital, eles receberão R$ 990 mil em investimentos para se estruturar de forma adequada e despontar no Campeonato Paraibano e outras competições. Do total, R$ 570 mil serão destinados ao Botafogo, R$ 240 mil para o Auto-esporte e R$ 180 mil para o CSP.
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De acordo com o secretário municipal de Esporte, Juventude e Lazer, Sérgio Meira, o critério para definição dos valores repassados para cada equipe é o resultado obtido nas competições do ano anterior. “Cada clube recebeu uma quantia referente ao seu desempenho. Este ano, os valores corresponderam ao dobro do que foi destinado a estas equipes em 2012”, revelou.
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Contrapartida social – Outro aspecto essencial no projeto ‘João Pessoa de todas as torcidas’ é a contrapartida que será oferecida pelos clubes para que possam receber os investimentos. Pelo acordo, as agremiações disponibilizam a sua estrutura física de treino para o uso dos estudantes da rede municipal de ensino, o que vai garantir a aproximação das crianças e jovens com o esporte.
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“Queremos que nossos alunos sejam contagiados pelo ambiente saudável proporcionado pelos espaços esportivos. É uma oportunidade de se relacionarem com profissionais e ver com seus próprios olhos como funciona um clube de futebol. Esperamos despertar o desejo desses garotos pela prática esportiva”, explicou o secretário Sérgio Meira.
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Clubes – A solenidade teve a presença dos representantes dos três clubes beneficiados: o presidente do Botafogo, Nelson Lira; o presidente do Auto-esporte, Emanuel Demócrito; e o presidente do CSP, Josivaldo Alves. Também estiveram no Estádio da Graça secretários municipais, vereadores e deputados estaduais.
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