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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!
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Funjope divulga programação do Estação Nordeste
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A programação completa do ‘Estação Nordeste’ de 2011 foi divulgada recentemente pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). Serão 17 atrações, incluindo artistas e grupos nacionais e internacionais. Nomes como o músico francês Manu Chao e a cantora Uxia, da Galícia, estão entre os convidados estrangeiros.
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Maria Bethânia, grupo Mawaca, Margareth Menezes, André Abujamra, Zeca Baleiro, Ana Carolina e Gabriel, o pensador, também vão animar as noites de sexta-feira e sábado, durante todo mês de janeiro. Os shows são gratuitos e acontecem a partir das 21h tanto no Ponto de Cem Réis como no Busto de Tamandaré.
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No primeiro dia do ‘Estação Nordeste’, quem sobe ao palco é a cantora e compositora baiana Margareth Menezes, além da paraibana Regina Brown. Os dois shows serão na sexta-feira (07/01), no Busto de Tamandaré. Nas demais sextas-feiras, a apresentações vão acontecer sempre no Ponto de Cem Réis. Já aos sábados, a programação será no Busto de Tamandaré.

Uma das atrações mais esperadas, a cantora Maria Bethânia, fará uma apresentação histórica nas areias da praia de Tambaú, em 22 de janeiro. Ela será antecedida pelo grupo paraibano Clã Brasil. Os pessoenses e os turistas que estiverem na capital paraibana no período do ‘Estação Nordeste’ terão ao todo quatro finais de semana de shows gratuitos e de qualidade. Para encerrar a programação, no sábado, 29/01, a Funjope convidou o músico francês Manu Chao. Antes, quem sobe ao palco é a banda campinense de surf music Sex on the Beach. Confira logo abaixo a programação completa do ‘Estação Nordeste’:
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07/01 (sexta-feira)
Local: Busto de Tamandaré
- Margareth Menezes
- Regina Brown
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08/01 (sábado)
Local: Busto de Tamandaré
- Gabriel, o pensador
- Sacal
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14/01 (sexta-feira)
Local: Ponto de Cem Réis
- Seu Pereira e Coletivo 401
- André Abujamra
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15/01 (sábado)
Local: Busto de Tamandaré
- Ana Carolina
- Gitana
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21/01 (sexta-feira)
Local: Ponto de Cem Réis
- Fernanda Cabral
- Mawaca
- Uxia
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22/01 (sábado)
Local: Busto de Tamandaré
- Maria Bethânia
- Clã Brasil
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28/01 (sexta-feira)
Local: Ponto de Cem Réis
- Toninho Borbo
- Zeca Baleiro
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29/01 (sábado)
Local: Busto de Tamandaré
- Sex on the Beach
- Manu Chao
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FONTE: http://www.paraiba1.com.br
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10 estratégias de manipulação midiática
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Noam Chomsky (*)
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1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais";
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2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos;
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3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez;
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4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
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5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico;
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6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente, para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos e necessidades…
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7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar ;
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8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda, de fato, ser estúpido, vulgar e inculto;
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9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!;
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10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
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(*) Linguista, filósofo e ativista político estadunidense.
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FONTE: Centro de Estudos Politicos Econômicos e Culturais
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O jovem fala de si
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Hebe Signorini Gonçalves (*)
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Em pesquisa coordenada por Lucia Rabello de Castro, 1.300 jovens foram entrevistados na região metropolitana do Rio de Janeiro. Entre outros aspectos, eles foram indagados acerca de quais seriam, em seu entender, os principais problemas da juventude, e quais as formas de enfrentá-los.
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Os resultados mostram que as questões relacionadas à violência, à droga e ao tráfico despontam como os principais problemas citados. Na descrição dos jovens, é a associação violência-droga-tráfico a resposta mais significativa. Observe-se que não se trata de problemas isolados que se potencializam, mas de uma única questão expressa em três vertentes indissociáveis, constituindo uma unidade discursiva. No entender dos jovens entrevistados, violência-droga-tráfico constitui um problema porque impõe um risco real - a ameaça à segurança pessoal - e uma limitação simbólica - representada no sentimento do medo que conforma os modos de viver e circular na cidade.
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Não há como escapar: polícia e traficantes aparecem como faces do mesmo problema; amigos de antes ingressam na marginalidade e não podem mais compartilhar espaços nem tampouco histórias de vida; freqüentar os bares, os pontos de encontro, é atitude que requer um esmiuçar constante dos riscos envolvidos; a ida à escola deve considerar, a cada dia, se é possível ir, ficar e voltar. A praça, que nas comunidades mais pobres é o lugar da vida social, nem sempre está disponível para a brincadeira, o namoro, o encontro com os amigos. Assim descrita, a vida nas comunidades emerge como o lugar de uma forma bastante peculiar de socialização, em que será necessário ao jovem exercitar a percepção, ficar esperto4 para escapar das inúmeras armadilhas que as trocas sociais oferecem. É preciso resistir à tentação do ganho fácil, empreender um esforço da vontade para aplicar-se nos estudos e formar um capital pessoal que mais adiante, transpostos os muitos obstáculos, possa vir a garantir um emprego que permita ao jovem apresentar-se à sociedade, finalmente, como adulto.
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O destaque aos dados coletados na comunidade de Bom Retiro serve para desmistificar a crença de que a violência decorre das atividades ligadas ao tráfico de drogas. Ali não há referência ao tráfico, mas, ainda assim, a droga é o problema mais citado; ela se conecta à violência pela via subjetiva, não pelas disputas de quadrilha pelo mercado da droga. No entender dos jovens residentes nessa comunidade em particular, o uso de drogas é uma escolha do sujeito, condicionada em grande parte pelos problemas que ele não quer ou não pode enfrentar: porque tem a cabeça fraca ou porque, diante das dificuldades com os pais em casa, elegeu a droga como uma resposta fácil para seus problemas.
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O julgamento moral que condena o uso da droga será aplicado, assim, às conseqüências que ela acarreta para o sujeito: a droga impede a dedicação aos estudos, esforço necessário na construção de um futuro estruturado com base no emprego sólido e nas relações afetivas estáveis. A droga compromete as relações de amizade e vizinhança, pois, drogado, o jovem se sente superpoderoso e quer matar todo mundo. Ao deslocar o tráfico, pode-se assim pôr em relevo as escalas de valor que orientam certas percepções do jovem: o núcleo de sentido em suas falas é a cabeça fraca, que afasta o jovem do emprego e da vida em família, e introduz a violência na esfera de suas relações pessoais. Mais que a segurança pessoal, preocupa o comprometimento de projetos de futuro que têm como rumo e norte a estabilidade econômica e afetiva. Consciente das dificuldades a superar, o jovem deixa transparecer que só a cabeça forte o levará até lá.
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Não se trata de negar o risco das ruas, reconhecido como real. Todos os entrevistados fazem referência a uma violência que é difusa, que está em todo lugar, que alimenta seus medos e condiciona suas escolhas. O enfrentamento dessa dificuldade específica pede a ação dos setores públicos, em particular da polícia, instância que identificam como a responsável pelo controle da criminalidade urbana. Mas, incontinenti, apontam a polícia como parte do problema, pois ela é corrupta, entra nas comunidades pra esculachar, estabelecendo uma tensão que potencializa o medo e a violência, em vez de reduzi-los.
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Na ausência do público como fonte de suporte para a vida social até mesmo no que diz respeito ao controle da criminalidade, o jovem ressente-se da ausência do Estado. Diante de um poder público que não tem feito muita coisa, refluem sobre a família todas as expectativas de suporte e apoio. Não faço a mínima idéia de com quem ele [o jovem] pode contar hoje além da família, resume um entrevistado. Na frase: "a família é tudo", repetida por um contingente expressivo de jovens entrevistados, desenha-se a chave da construção de suas subjetividades. O apoio da família, vital para ampliar a chance de realizar os projetos de vida, é praticamente o último reduto de seus sonhos. É um apoio que se traduz na presença física - conversar, acompanhar a vida dos jovens e ser companheiro nos momentos difíceis - e também no esteio econômico, que permite a eles atravessar a fase da vida em que não podem se sustentar.
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(*) Doutora em Psicologia, integrante do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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FONTE: http://juventudesulamericanas.org.br
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A verdade ganhará sempre
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Julian Assange (*)
Tradução Paula Sequeiros
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Em 1958 o jovem Rupert Murdoch, então proprietário e editor de The News de Adelaide, escreveu: “na corrida entre segredo e verdade, parece inevitável que a verdade ganhe sempre”. A sua observação talvez reflectisse a revelação do seu pai, Keith Murdoch, de que as tropas australianas estavam a ser sacrificadas desnecessariamente nas costas de Gallipoli por comandantes britânicos incompetentes. Os britânicos tentaram calá-lo, mas Keith Murdoch não se deixou silenciar e os seus esforços levaram ao fim da campanha desastrosa de Gallipoli.
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Quase um século depois, a WikiLeaks está também a publicar destemidamente factos que precisam ser publicados. Cresci numa cidade rural de Queensland, onde as pessoas diziam o que lhes ia na alma de forma franca. Desconfiavam dum governo grande, como algo que pode ser corrompido se não for vigiado cuidadosamente. Os dias negros da corrupção no governo de Queensland, antes do inquérito Fitzgerald, são testemunho do que acontece quando os políticos amordaçam os meios de comunicação para não informarem a verdade.
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Essas coisas calaram-me fundo. A WikiLeaks foi criada em torno desses valores centrais. A ideia, concebida na Austrália, era usar tecnologias Internet em novas formas de informar a verdade. A WikiLeaks cunhou um novo tipo do jornalismo: o jornalismo científico. Trabalhamos com outros serviços informativos para trazer as notícias às pessoas, mas também para provar que é verdade. O jornalismo científico permite-nos ler uma história nas notícias, a seguir clicar online para ver o documento original em que é baseada. Dessa forma podemos ajuizar por nós mesmos: a história é verdadeira? O jornalista informou-nos com precisão?
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As sociedades democráticas precisam de meios de comunicação fortes e a WikiLeaks é uma parte desses meios. Os meios de comunicação ajudam a que o governo se mantenha honesto. A WikiLeaks revelou algumas verdades difíceis sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão e sobre histórias incompletas da corrupção corporativa. Houve quem dissesse que sou anti-guerra: para que conste, não sou. Às vezes as nações têm de ir à guerra, e há guerras justas. Mas não há nada mais errado do que um governo mentir ao seu povo sobre essas guerras e depois pedir a esses mesmos cidadãos e cidadãs que arrisquem as suas vidas e os seus impostos com essas mentiras. Se uma guerra for justificada, então digam a verdade e as pessoas decidirão se a apoiam.
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Se você tiver lido alguns dos diários de guerra do Afeganistão ou do Iraque, algum dos telegramas da embaixada dos Estados Unidos ou alguma das histórias sobre as coisas que a WikiLeaks reportou, pondere como é importante para todos os meios de comunicação serem capazes de informar estas coisas livremente. A WikiLeaks não é o único editor dos telegramas da embaixada dos Estados Unidos. Outros serviços informativos, incluindo o britânico The Guardian, o americano The New York Times, o El Pais (da Espanha) e a Der Spiegel, da Alemanha, publicaram os mesmos telegramas editados.
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Mas é a WikiLeaks, como coordenador desses outros grupos, que apanhou com os ataques e acusações mais maldosos do governo dos Estados Unidos e dos seus acólitos. Fui acusado de traição, embora seja australiano, não um cidadão dos EUA. Houve dúzias de apelos graves nos EUA para que eu fosse "retirado" por forças especiais dos Estados Unidos. Sarah Palin diz que devo ser “acossado como Osama bin Laden”, um projecto de lei republicano apresenta-se ao Senado dos Estados Unidos tentando que me declarem “uma ameaça transnacional” e se desembaracem de mim consequentemente. Um conselheiro do gabinete do Primeiro-Ministro canadiano apelou à televisão nacional para que eu fosse assassinado. Um blogger americano pediu que meu filho de 20 anos fosse raptado e maltratado sem nenhuma razão, senão para apanharem-me.
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E os australianos devem observar sem qualquer orgulho a alcoviteirice ignominiosa desses sentimentos pela Primeira-Ministra Gillard e pela Secretária de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton, que não tiveram uma palavra de crítica para com os outros meios de comunicação. Isto acontece porque o The Guardian, o The New York Times e a Der Spiegel são antigos e grandes, enquanto a WikiLeaks é ainda jovem e pequena. O governo de Gillard está tentando matar o mensageiro porque não quer a verdade revelada, incluindo informações de seus feitos diplomáticos.
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Houve alguma resposta do governo australiano às numerosas ameaças públicas de violência contra mim e outro pessoal da WikiLeaks? Poder-se-ia ter pensado que um primeiro-ministro australiano iria defendendo os seus cidadãos contra tais coisas, mas houve apenas reclamações não inteiramente genuínas de ilegalidade. Da Primeira-Ministra, e especialmente do Procurador-Geral, espera-se que tratem os seus deveres com dignidade e acima das querelas. Fiquem descansados, esses dois vão tratar de salvar a sua própria pele. Não o farão.
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Sempre que a WikiLeaks publica a verdade sobre abusos cometidos por agências dos Estados Unidos, os políticos australianos entoam um coro provavelmente falso com o Departamento de Estado: “Vai arriscar vidas! Segurança nacional! Vai pôr as tropas em perigo!” Depois dizem que não há nada importante no que a WikiLeaks publica. Não podem ser verdade ambas as coisas. Qual delas é?
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Não é nenhuma. A WikiLeaks tem uma história de publicação com quatro anos. Durante esse tempo mudamos governos inteiros, mas nem uma pessoa, que se saiba, foi mal-tratada. Mas os EUA, com a conivência do governo australiano, mataram milhares só nestes últimos meses. O Secretário da Defesa dos Estados Unidos Robert Gates admitiu numa carta ao Congresso dos EUA que nenhuma fonte de informação ou métodos sensíveis tinham ficado comprometidos pela revelação dos diários de guerra afegãos. O Pentágono afirmou que não houve nenhuma prova de que os relatórios da WikiLeaks tinham levado alguém a ser mal-tratado no Afeganistão. A NATO em Cabul disse à CNN que não pôde encontrar nem uma pessoa que precisasse de protecção. O Departamento Australiano de Defesa disse o mesmo. Ressaltamos que nenhuma tropa australiana ou fontes nossas foram prejudicadas por nada que publicamos.
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(*) Fundador e redator-chefe da WikiLeaks.
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FONTE: http://www.novae.inf.br
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Prefeitura divulga atrações de fim de ano em JP
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A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) divulgou as atrações do fim de ano na Capital Paraibana. Todas as atividades vão acontecer no Busto de Tamandaré, Estação Cabo Branco e na UFPB. A programação de fim de ano de João Pessoa começa no próximo dia 25/12, com o já tradicional Concerto de Natal. A partir do dia 26/12, tem início o Festival 'Música do Mundo', reunindo nomes da música instrumental, e termina com a festa de réveillon. A programação do Estação Nordeste, que movimenta a cidade em janeiro, está sendo fechada pela Funjope.
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O 'Concerto de Natal' será executado pela Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa (OCCJP), com participação do Coro Vozes da Infância, formado por crianças da rede municipal. A regência será do maestro Gustavo de Paco. A apresentação está marcada para começar a partir das 19h, da sexta-feira (25/12), em palco armado à beira-mar, em frente ao Busto de Tamandaré. Já no dia seguinte, às 20h, terá início o festival instrumental 'Música do Mundo', que esse ano abraça o evento 'Paraibass', com master class, workshops e concertos realizados tanto no Busto de Tamandaré quanto na Estação Cabo Branco e na própria UFPB. Este ano a universidade junta-se à PMJP na realização desta conexão entre os dois projetos.
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Na programação do 'Música do Mundo', que vai até o dia 30/12, foram incluídos artistas de renomes nacionais e internacionais, ligados à música brasileira, ao jazz e à música erudita. Entre eles estão Itiberê Zwarg, baixista da banda de Hermeto Pascoal, que dirige no Rio de Janeiro uma orquestra formada por jovens seguidores do legado do mestre alagoano.
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O público poderá conferir ainda no ´Música do Mundo' a apresentação de Dengue & Banda, que é o baixista da Nação Zumbi; do uruguaio Milton Masciardi; de Arthur Maia, que foi músico de Djavan e há anos trabalha com Gilberto Gil; entre outras atrações. Nesta versão 2010, as noites do Festival serão encerradas sempre com uma jazz band. No elenco, estão a Jerimum Jazz Band, de Natal, a Campina Jazz Band, de Campina Grande, e a Experimental Jazz Band, de João Pessoa.
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Réveillon – Logo no começo da noite do dia 31/12, os DJs paraibanos Guirraiz e Chico Correia apresentam remixes de música nordestina, com ênfase na paraibana. Em seguida, Jorge Vercillo, um dos artistas mais tocados nas rádios brasileiras nos últimos cinco anos, entra com uma bela combinação de música para dançar e romantismo. Depois a festa continua com a apresentação de frevos, prenunciando o carnaval, ao som da Orquestra Sanhauá.
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Presépio da Cultura – Durante o mês de dezembro e estendendo-se até o dia 6 de janeiro, a Prefeitura manterá uma programação de cultura popular ao pé da árvore de natal instalada na Ponta do Seixas, nas proximidades da Estação Cabo Branco. Haverá muita lapinha, coco de roda e ciranda no Presépio da Cultura.
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FESTIVAL MÚSICA DO MUNDO – 2010
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De 26 a 30 de dezembro, no Busto de Tamandaré, Estação Ciência e Departamento de Música da UFPB (oficinas) apresentam: 'Música do Mundo' abraça o festival 'III Paraibass'. Confira a programação completa dos shows no Busto de Tamandaré - iniciando sempre às 20h:
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26/12 (domingo)
- Caninga Trio
- Duo Groove / Primata
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27/12 (segunda-feira)
- Itiberê Zwarg & Quinteto da Paraíba
- Valmir Vieira & Banda 5 de Agosto
- Jerimum Jazz Band
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28/12 (terça-feira)
- Sizão Machado & Banda
- Itamar Collaço & Banda
- Campina Jazz Band
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29/12 (quarta-feira)
- Dengue & Banda
- Fernando Nunes & Banda
- Michael Pipoquinha & Experimental Jazz Band
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30/12 (quinta-feira)
Arthur Maia & Banda
Adail Fernandes & PBJazz
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31/12 (sexta-feira)
DJ Guirraiz
Chico Correia
Jorge Vercillo
Orquestra Sanhauá
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FONTE: http://www.joaopessoa.pb.gov.br
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A importância da língua inglesa para os jovens
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Marina Freire (*)
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O post de hoje vai ser um pouco diferente do primeiro. Eu, como adoradora da língua inglesa, vou tentar fazer um incentivo aos jovens e até mesmo aos adultos para começarem a estudar essa língua que continua sendo totalmente necessária nos dias de hoje, muito mais do que antes.
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Atualmente, um bom currículo exige que você fale ao menos duas línguas estrangeiras. Mas, se você domina o inglês, que é o idioma comercial predominante no mundo, então conta como um ponto extra! O mercado de trabalho, tanto para marinheiros de primeira viagem, como para aqueles que buscam se superar cada vez mais, está mais exigente, e podem ter certeza que se você manja do inglês, pode ser uma porta que se abre para a contratação ou quem sabe, uma promoção!
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Esse recado vai principalmente aos jovens, cujos pais os matriculam nas culturas e eles não se interessam, vão por obrigação, e isso, quando vão! Gente, vamos focar no futuro! Temos que pensar grande, portanto, havemos de aproveitar todas as oportunidades. Portanto, se não você acha que não tem jeito, inglês não é pra você, eu vou lhes dar duas dicas essenciais e facílimas que funcionaram 100% comigo...
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Primeiro, assista sempre a filmes com áudio em inglês e legendas em português. Prestem atenção nas expressões e nas falas, pois ajuda muito! Segundo, escute musicas internacionais, tente ler a letra e ver se entende algo, para depois ver a tradução; porque existem músicas tão fáceis...
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Hoje, posso dizer que estou a um passo de falar fluentemente o inglês, e devo grande parte disso as músicas e aos filmes. Depois, aos centros de línguas que já estudei. C’mon people, o inglês é uma delícia, e tenho certeza que vocês irão descobrir uma paixão escondida. Sem contar que pra qualquer lugar do mundo que viajemos, a nossa comunicação será quase que basicamente pelo inglês.
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(*) Estudante, louca por música, cinema e fotografia.
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FONTE: http://www.canalpb.com.br
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Os latifúndios de ideias
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Ladislau Dowbor (*)
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A concentração de renda e a destruição ambiental continuam sendo os nossos grandes desafios. São facetas diferentes da mesma dinâmica: na prática, estamos destruindo o planeta para a satisfação consumista de uma minoria, e deixando de atender os problemas realmente centrais. Como explicar que, com tantas tecnologias, produtividade e modernidade, estejamos reproduzindo o atraso? Em particular, como a sociedade do conhecimento pode se transformar em vetor de desigualdade em escala mundial?
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O prêmio Nobel Kenneth Arrow considera que os autores de “Apropriação indébita: como os ricos estão tomando a nossa herança comum”, Gar Alperovitz e Lew Daly, “se baseiam em fontes impecáveis e as usam com maestria. Todo mundo irá aprender ao ler este livro”. Eu, que não sou nenhum prêmio Nobel, venho aqui contribuir com a minha modesta recomendação, transformando o meu prefácio em instrumento de divulgação. Mania de professor, querer comunicar o entusiasmo de boas leituras. E recomendação a não economistas: os autores deste livro têm suficiente inteligência para não precisar se esconder atrás de equações.
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A quem vai o fruto do nosso trabalho, e em que proporções? É a eterna questão do controle dos nossos processos produtivos. Na era da economia rural, os ricos se apropriavam do fruto do trabalho social, por serem donos da terra. Na era industrial, por serem donos da fábrica. E na era da economia do conhecimento, a propriedade intelectual se apresenta como a grande avenida de acesso a uma posição privilegiada na sociedade. Mas para isso, é preciso restringir o acesso generalizado ao conhecimento, pois se todos tiverem acesso, como se cobrará o pedágio, como se assegurará a vantagem de minorias?
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Um argumento chave desta discussão, é naturalmente a legitimidade da posse. De quem é a terra, que permitia as fortunas e o lazer agradável dos senhores feudais? Apropriação na base da força, sem dúvida, legitimada em seguida por uma estrutura de heranças familiares. Uma vez aceito, o sistema funciona, pois na parte de cima da sociedade forma-se uma aliança natural ditada por interesses comuns. Na fase industrial, um empresário pega um empréstimo no banco – e para isso ele já deve pertencer a um grupo social privilegiado – e monta uma empresa. Da venda dos produtos, e pagando baixos salários, tanto auferirá lucros pessoal como restituirá o empréstimo ao banco. De onde o banco tirou o dinheiro? Da poupança social, sob forma de depósitos, poupança esta que será transformada na fábrica do empresário. Aqui também, vale a solidariedade dos proprietários de meios de produção, e o resultado de um esforço que é social será em boa parte apropriado por uma minoria.
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Mudam os sistemas, evoluem as tecnologias, mas não muda o esquema. Na fase atual, da economia do conhecimento, coloca-se o espinhoso problema da legitimidade da posse do conhecimento. A mudança é radical, relativamente aos sistemas anteriores: a terra pertence a um ou a outro, as máquinas têm proprietário, são bens “rivais”. No caso do conhecimento, trata-se de um bem cujo consumo não reduz o estoque. Se transmitimos o conhecimento a alguém, continuamos com ele, não perdemos nada, e como o conhecimento transmitido gera novos conhecimentos, todos ganham. A tendência para a livre circulação do conhecimento para o bem de todos torna-se portanto poderosa.
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A apropriação privada de um produto social deve ser justificada. O aporte principal de Alperovitz e de Daly, neste pequeno estudo, é de deixar claro o mecanismo de uma apropriação injusta – Unjust Deserts – que poderíamos explicitar com a expressão mais corrente de apropriação indébita. Ao tornar transparentes estes mecanismos, os autores na realidade estão elaborando uma teoria do valor da economia do conhecimento. A força explicativa do que acontece na sociedade moderna, com isto, torna-se poderosa.
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Para dar um exemplo trazido pelo autor, quando a Monsanto adquire controle exclusivo sobre determinada semente, como se a inovação tecnológica fosse um aporte apenas dela, esquece o processo que sustentou estes avanços. “O que eles nunca levam em consideração, é o imenso investimento coletivo que carregou a ciência genética dos seus primeiros passos até o momento em que a empresa toma a sua decisão. Todo o conhecimento biológico, estatístico e de outras áreas sem o qual nenhuma das sementes altamente produtivas e resistentes a doenças poderia ter sido desenvolvida – todas as publicações, pesquisas, educação, treinamento e ferramentas técnicas relacionadas sem os quais a aprendizagem e o conhecimento não poderiam ter sido comunicados e fomentados em cada estágio particular de desenvolvimento, e então passados adiante e incorporados, também, por uma força de trabalho de técnicos e cientistas – tudo isto chega à empresa sem custo, um presente do passado”. Ao apropriar-se do direito sobre o produto final, e ao travar desenvolvimentos paralelos, a empresa canaliza para si gigantescos lucros da totalidade do esforço social, que ela não teve de financiar. Trata-se de um pedágio sobre o esforço dos outros.
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O conhecimento não constitui uma propriedade no mesmo sentido que a de um bem físico. A caneta é minha, faço dela o que quiser. O conhecimento, na medida em que resulta de um esforço social muito amplo, e constitui um bem não rival, obedece a outra lógica, e por isto não é assegurado em permanência, e sim por vinte anos, por exemplo, no caso das patentes, ou quase um século no caso dos copyrights, mas sempre por tempo limitado: a propriedade é assegurada por sua função social – estimular as pessoas a inventarem – e não por ser um direito natural.
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O merecimento é para todos nós um argumento central. Segundo as palavras dos autores, “nada é mais profundamente ancorado em pessoas comuns do que a idéia de que uma pessoa tem direito ao que criou ou ao que os seus esforços produziram”. Mas na realidade, não são propriamente os criadores que são remunerados, e sim os intermediários jurídicos, financeiros e de comunicação comercial que se apropriam do resultado da criatividade, trancando-o em contratos de exclusividade, e fazem fortunas de merecimento duvidoso. Não é a criatividade que é remunerada, e sim a apropriação dos resultados: “Se muito do que temos nos chegou como um presente gratuito de muitas gerações de contribuições históricas, há uma questão profunda relativamente a quanto uma pessoa possa dizer que “ganhou merecidamente” no processo, agora ou no futuro.”
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As pessoas em geral não se dão conta das limitações. Hoje 95% do milho plantado nos EUA é de uma única variedade, com desaparecimento da diversidade genética, e as ameaças para o futuro são imensas. Teremos livre acesso às obras de Paulo Freire apenas a partir de 2050, 90 anos depois da morte do autor. O livre acesso às composições de Heitor Villa Lobos será a partir de 2034. Isto está ajudando a criatividade de quem? Patentes de 20 anos há meio século atrás podiam parecer razoáveis, mas com o ritmo de inovação atual, que sentido fazem? Já são 25 milhões de pessoas que morreram de Aids, e as empresas farmacêuticas (o Big Pharma) proíbem os países afetados de produzir o coquetel, são donas de intermináveis patentes. Ou seja, há um imenso enriquecimento no topo da pirâmide, baseado não no que estas pessoas aportaram, mas no fato de se apropriarem de um acúmulo historicamente construído durante sucessivas gerações.
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Nesta era em que a concentração planetária da riqueza social em poucas mãos está se tornando insustentável, entender o mecanismo de geração e de apropriação desta riqueza é fundamental. Os autores não são nada extremistas, mas defendem que o acesso aos resultados dos esforços produtivos devam ser minimamente proporcionais aos aportes. “A fonte de longe a mais importante da prosperidade moderna é a riqueza social sob forma de conhecimento acumulado e de tecnologia herdada”, o que significa que “uma porção substantiva da presente riqueza e renda deveria ser realocada para todos os membros da sociedade de forma igualitária, ou no mínimo, no sentido de promover maior igualdade”.
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Um livro curto, muito bem escrito, e sobretudo uma preciosidade teórica, explicitando de maneira clara a deformação generalizada do mecanismo de remuneração, ou de recompensas, que o nosso sistema econômico gerou. Trata-se aqui de um dos melhores livros de economia que já passaram por minhas mãos. Bem documentado mas sempre claro na exposição, fortemente apoiado em termos teóricos. Na realidade o livro abre a porta para o que podemos qualificar de teoria do valor, mas não da produção industrial, e sim da economia do conhecimento, o que Daniel Bell qualificou de “knowledge theory of value”. A Editora Senac tomou uma excelente iniciativa ao traduzir e publicar este livro. Vale a pena. (www.editorasenacsp.com.br)
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(*) Professor de Economia e Administração da PUC-SP.
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FONTE: http://www.outraspalavras.net
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Regulação garante pluralidade e competição
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Bia Barbosa
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Um processo que está em curso e que ninguém vai deter. Assim o ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, definiu a convergência tecnológica de mídias no país, durante um seminário internacional realizado recentemente em Brasília. “O futuro é a convergência. Em pouco tempo, para o cidadão será indiferente se o sinal vem da radiodifusão ou das empresas de telecomunicações. E regular o setor neste cenário é um desafio necessário. Sem isso não há segurança jurídica, nem como a sociedade produzir um ambiente onde o interesse público prevaleça sobre os demais”, afirmou.
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Em busca de respostas e alternativas para enfrentar tamanho desafio, o governo brasileiro convidou uma série de especialistas e representantes de órgãos reguladores de outros países para apresentar ao público brasileiro como cada uma dessas nações tem lidado com essas questões. A idéia não é copiar modelos, mas, considerando a realidade brasileira, beber da experiência internacional.
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“Com tantos novos atores provendo conteúdo para o mercado, a regulação da infra-estrutura é algo importante para a convergência”, afirmou Dimitri Ypsilanti, Chefe da Divisão de Informação, Comunicação e Política do Consumidor da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que conta com 33 países membros. “Nossas pesquisas mostram que as pessoas estão migrando da televisão para a busca de conteúdo na internet. Da perspectiva de uma organização econômica, as novas tecnologias de informação e comunicação tem um impacto significativo na geração de empregos e oportunidades”, acrescentou.
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Na França, por exemplo, o rápido desenvolvimento da economia digital foi facilitado pela vontade dos organismos de regulação e pela existência de um marco regulatório atualizado. "A harmonização da política da União Européia para o setor é muito avançada, o que facilita o desenvolvimento interno de cada país", explicou Emmanuel Gabla, diretor adjunto do Conselho Superior de Audiovisual francês.
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O marco legal europeu separa a regulação por camadas: conteúdo, serviços de comunicação eletrônica (telefonia, dados e vídeo) e infraestrutura (redes fixas, móveis, cabo, etc). "A partir disso, aprovamos uma lei francesa específica sobre economia digital, para garantir a segurança jurídica necessária para o desenvolvimento econômico na internet. A legislação hoje determina o que é regulado ou não neste universo; e nos permitiu fazer a ponte entre os diferentes setores", acrescentou Gabla.
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O mesmo aconteceu na Espanha, que no ano passado aprovou medidas urgentes em matéria de telecomunicações para garantir a universalização da TV digital. Atualmente, as operadoras não operam um único serviço, mas recebem uma banda do Estado e podem, através dela, oferecer canais digitais de TV, transmissão de dados e comércio eletrônico. No entanto, quem produz conteúdo não pode deter o controle também da estrutura de transmissão. No caso espanhol, o programador de um canal de TV contrata o serviço de um operador de rede para distribuir seu conteúdo. A mesma idéia de separação funcional e estrutural é adotada por diversos países membros da OCDE.
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FONTE: www.direitoacomunicacao.org.br
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