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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ponto CEMtífico movimenta Centro da Capital

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Iniciação científica e qualificação para o mercado de trabalho são alguns dos objetivos a serem alcançados pelo projeto Ponto “Cem”tífico, lançado no dia 03/10, no Ponto de Cem Réis. O evento é comemorativo à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com o tema “Mudanças Climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos”, mas a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) vai realizar cursos, oficinas, workshops, palestras e apresentações culturais até o próximo dia 28, com a entrega de 400 certificados. As inscrições estão abertas e a programação ocorre de segunda a sexta-feira das 8h às 18h e, aos sábados, das 9h às 13h.

“Nós queremos levar o conhecimento científico e tecnológico à população de João Pessoa e por isso trouxemos diversas ações que realizamos em nossa gestão. Mas no Ponto de Cem Réis muito mais pessoas terão acesso a estas informações de ciência e tecnologia, podendo se capacitar para a vida pessoal, porque aqui estamos tratando também de uma iniciação, mas também na vida profissional, porque alguns cursos podem gerar trabalho e renda”, frisou o secretário de Ciência e Tecnologia, Marconi Maia.

De acordo com ele, na montagem da estrutura no Ponto de Cem Réis, diversas pessoas já demonstraram interesse e já queriam fazer as inscrições nos cursos e oficinas. Marconi Maia disse que serão entregues em torno de 400 certificados de participação. “Estamos trabalhando com políticas públicas sérias, com dignidade e fácil acesso aos cidadãos”. O Ponto “Cem”tífico é formado pelos projetos da Secitec (Estações Digitais, Casa Brasil e Estação da Moda), com a participação de órgãos municipais, entre eles, a Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, Departamento de Gestão Curricular e Departamento de Informática Educativa da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Sedec), Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e Secretaria de Meio Ambiente (Semam).

Uma das usuárias das estações digitais, Maria Angélica, representou todos os alunos dos cursos da Secitec na solenidade de lançamento do projeto. “Eu agradeço muito à PMJP pela realização de todas estas atividades. Se não fosse a Estação Digital eu estaria uma ignorante na área de informática”. Já o representante dos instrutores, Vitor Santos, convidou a todos os presentes a participarem das atividades do Ponto “Cem”tífico.

O superintendente regional do Trabalho e Emprego, Inácio Machado, e o presidente da Fundação de Amparo e Pesquisa da Paraíba (Fapesq), Cláudio Furtado, destacaram a iniciativa da PMJP em difundir a ciência e a tecnologia para a população, em um esforço concentrado que dura todo o mês de outubro. “Esta é uma ação louvável e não apenas os jovens terão acesso a este tipo de conhecimento”, disse Inácio Machado. Já o deputado João Gonçalves destacou que a população é a maior beneficiada com o projeto Ponto “Cem”tífico. “Quem ganha é o povo”, falou ele.

O coordenador regional da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, Fernando Medeiros, reconheceu a ousadia da PMJP em realizar o evento pelo mês inteiro. “Em âmbito nacional o evento começa no dia 17 deste mês, mas a PMJP tem uma visão avançada em relação ao tema. O melhor de tudo é que a população terá acesso gratuito”.

No estande da Secretaria de Educação e Cultura, a coordenadora de informática educativa do Departamento de Gestão Curricular, Janilde Guedes, destacou a realização do V Workshop de Tecnologia na Educação: Novas Tecnologias, voltado aos monitores e professores da rede de ensino. “Nós temos desenvolvido um trabalho importante na área de robótica. Nossos alunos ocuparam a 14ª posição em uma competição nacional e foram a única equipe de escola pública no País a participar”, frisou ela.

Participantes – O DJ de 24 anos, Alisson de Carvalho, vai aproveitar a oportunidade para se capacitar em sua área de atuação. “Quando soube que ia ter este curso para DJ corri para me inscrever, porque é gratuito e a concorrência é grande. Espero aprender bastante e melhorar a qualidade do meu trabalho”, disse ele. Segundo o instrutor do curso, Henrique de Shivas, há apenas 20 vagas disponíveis. “Na Casa Brasil a duração é dois meses, mas aqui vamos fazer algo mais dinâmico e ministrar o curso em um mês, com carga horária de 20 horas”, diz ele, que também é instrutor de produção musical. As adolescentes Carol Ferreira e Elizabeth da Silva ficaram entusiasmadas com as atividades e se interessaram em participar dos cursos da área de informática. “A gente já usa a Estação Digital na Ilha do Bispo, mas agora queremos aprofundar um pouco neste assunto”, disse a estudante Carol.

Tecnologias móveis para produção jornalística

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Os repórteres, principalmente dos jornais diários, vivem sob a pressão de ter que voltar para a redação para finalizar a matéria. Em algumas situações enquanto os fatos ainda estão se desenvolvendo e, portanto, com riscos de se perder alguma informação ou imagem fundamental para complementar o relato. Tudo isto se deve a questão da pressão do deadline. Com o avanço do desenvolvimento de tecnologias móveis digitais sofisticadas em termos de processamento e de recursos disponíveis em dispositivos como iPhone,Nokia ou notebooks passamos a ter uma estrutura, complementada por tecnologia 3G, que permite ao repórter continuar em campo. É o Jornalismo em mobilidade.

Considerando essa estrutura móvel de produção e ainda as redações integradas dentro de um ambiente de convergência, potencializasse a capacidade da apuração, edição e transmissão da notícia (texto ou multimídia) diretamente do local. Neste sentido, o que se tem é um deadline contínuo com o envio de parcias da produção porque o repórter em alguns grupos de comunicação trabalham não mais para um meio específico, mas para multiplataformas. Portanto, isto vai envolver um conhecimento de várias plataformas midiáticas e uma capacidade de produzir conteúdos distintos para distribuição por esses meios diversos. Desenha-se, assim, um novo perfil de profissional, uma forma de organização das empresas mais convergentes e uma relação mais próxima com a audiência.
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Mas como aglutinar ou compatibilizar os interesses múltiplos decorrentes dessa estrutura da empresa de comunicação, dos jornalistas e da audiência? Essa produção multiplataforma me parece claro que favore a construção de produtos jornalísticos mais consistentes com desdobramentos de uma história por vários meios (rádio, tv, jornal, internet, celular, tablets) e de forma complementar, de maneira que o público final possa estar, como nunca, informado com um conjunto mais completo de dados.

A questão está no como proceder para a transição para esse modelo que permita que os repórteres não fiquem apenas com acúmulo de múltiplas funções sem um exercício pleno de sua capacidade de pensar, de observar, de produzir com qualidade. O simples fato de disponibilizar de tecnologias móveis e conexões sem fio não significa produção da notícia com qualidade. Mas quando isto é acompanhado de planejamento e estratégias certamente teremos a potencialização da construção da notícia em campo ou até mesmo de transmissões ao vivo oferecido pelo repórter em mobilidade que possa beneficiar a audiência.

O cenário aberto para o jornalismo móvel parece inevitável dentro das empresas jornalísticas diante das multiplataformas e da reestruturação das redações. Algumas experiências já estão em andamento. Compreender esse desenvolvimento é um ponto importante para vislumbrar os modelos, os formatos de notícias e como as rotinas produtivas são afetadas. Para refletir deixo três textos que remetem à questão do uso de tecnologias móveis no jornalismo. Um que trata sobre iPhone para captura, edição e transmissão de videos por repórteres da redação do VC Star; outro sobre como a tecnologia móvel afeta a cobertura local; e por último jornalismo móvel - uma nova tendência nas reportagens.

Regulação da mídia empaca no governo

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André Barrocal


A descoberta de que um jornal britânico do bilionário Rupert Murdoch grampeava pessoas de forma clandestina reacendeu a discussão sobre os limites éticos e legais dos meios de comunicação. No Brasil, este tipo de debate vai esquentar sob patrocínio do governo federal, que prepara um novo marco regulatório para emissoras de TV e rádio, orientadas até hoje por uma legislação dos anos 60, e uma lei para a Internet.

As duas propostas, contudo, estão em estágios diferentes. Enquanto a primeira ainda não tem data para ficar pronta - e pode até ser submetida a uma consulta pública pelo Ministério das Comunicações, - a segunda só depende de um aval da presidenta Dilma Rousseff, para ser enviada ao Congresso Nacional. Preparado pelo ministério da Justiça, o chamado “marco civil da internet” vai garantir algo vital para quem gosta de usar a internet para fazer militância política ou contestar o noticiário de TVs e rádios: a neutralidade da rede. Será proibido que empresas provedoras de acesso à internet façam qualquer tipo de filtro do conteúdo dos usuários.

O texto começou a ser elaborado pelo governo em 2009, porque os parlamentares estavam prestes a aprovar uma lei - ainda hoje parada no Congresso - que classifica como crimes certas práticas de internautas. Batizado pelos inimigos de “AI-5 digital”, em referência ao ato institucional mais famoso e violento da ditadura militar, o projeto é criticado, entre outras razões, por tentar punir os usuários antes de direitos deles estarem bem definidos em lei. O governo entrou na briga ao lado dos adversários do “AI-5 digital”, pedindo ao Congresso que não votasse a criminalização antes do “marco civil” chegar à Casa.

Regulação de TVs e rádios

A decisão de propor ao Congresso uma nova legislação para TVs e rádios havia sido tomada pelo ex-presidente Lula. Mas, por falta de tempo, o projeto não foi concluído no mandato dele e ficou para a gestão sucessora, que o lista como prioridade na área de comunicações, mas ainda não tem prazo para enviá-lo aos parlamentares. Encarregado de fechar um texto para apresentar à presidenta, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, adotou uma postura cautelosa, por entender que a proposta, por si só, vai gerar muita polêmica no Congresso, dada a predisposição negativa das empresas de TV e rádio.

Ele recebeu no dia 8 de janeiro deste ano uma espécie de pré-projeto deixado pelo ministro da Comunicação Social do Governo Lula, Franklin Martins, que comandara o debate em 2010. Desde então, a equipe de Paulo Bernardo submete a minuta ao que o ministro chama de “pente-fino”. E cogita colocá-la, ao menos em parte, em consulta pública. O objetivo, segundo ele, é evitar que o projeto tenha uma redação que dê aos inimigos da ideia argumentos para dizer que se trata, no fundo, de uma tentativa de amordaçar a mídia.

No segundo encontro nacional dos blogueiros progressistas, realizado em Brasília em meados de junho, Bernardo foi explícito sobre sua preocupação. “O governo acha [o marco regulatório] extremamente importante. Mas temos sido zelosos porque [o projeto] está marcado como censura”, afirmara na ocasião. “Parte da mídia faz críticas ácidas e hostis. Não gosta nem de ouvir falar [em regulação]. Quando mandarmos ao Congresso, vai ser uma briga danada."

Os defensores do marco regulatório temem que “o pente-fino” de Bernardo, no fim, descaracterize o espírito original da proposta: submeter emissoras de TV e rádio, que são concessões públicas, a regras de regulação como acontece em outras áreas em que também há concessões, como energia elétrica ou telefonia. O marco não tratará de jornais e revistas, que o governo considera que são empresas privadas como outras quaisquer.