Redes sociais: uma prática inclusiva (parte I)
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Walter Ude
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Trabalhar dentro da perspectiva de redes sociais implica em tentar reconstruir nossa maneira de enxergar e compreender o mundo em que vivemos. Significa admitir que tudo está em relação com tudo e que não há como isolar uma parte sem considerar o todo e nem trabalhar o todo desconsiderando suas partes mais específicas, pois, na partícula mais minúscula do universo, encontramos a complexidade que a caracteriza.
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As tradicionais tentativas de isolar elementos de um sistema num ambiente totalmente imune são impossíveis e ilusórias para quem concebe o mundo funcionando em constante interação – ora passando por momentos mais regulados, ora por conflitos e contradições. Adotar essa postura diante da vida representa assumir a busca de uma prática e de uma ciência mais ativas e mais conscientes (Morin,1996). Na verdade, o mundo sempre funcionou sem rede, mas a lógica capitalista produziu e desenvolveu formas extremamente setorizadas e fragmentadas de lidar com a realidade que, tem gerado uma crença naquilo que Dejours (1999) chama de um “individualismo triunfante”.
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Walter Ude
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Trabalhar dentro da perspectiva de redes sociais implica em tentar reconstruir nossa maneira de enxergar e compreender o mundo em que vivemos. Significa admitir que tudo está em relação com tudo e que não há como isolar uma parte sem considerar o todo e nem trabalhar o todo desconsiderando suas partes mais específicas, pois, na partícula mais minúscula do universo, encontramos a complexidade que a caracteriza.
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As tradicionais tentativas de isolar elementos de um sistema num ambiente totalmente imune são impossíveis e ilusórias para quem concebe o mundo funcionando em constante interação – ora passando por momentos mais regulados, ora por conflitos e contradições. Adotar essa postura diante da vida representa assumir a busca de uma prática e de uma ciência mais ativas e mais conscientes (Morin,1996). Na verdade, o mundo sempre funcionou sem rede, mas a lógica capitalista produziu e desenvolveu formas extremamente setorizadas e fragmentadas de lidar com a realidade que, tem gerado uma crença naquilo que Dejours (1999) chama de um “individualismo triunfante”.
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Constata-se certo relaxamento em relação a determinados princípios morais e éticos fundamentais para a regulação de uma sociedade que pretende garantir aspectos básicos para uma vida cidadã. Essa configuração do contexto atual impõe que a sociedade civil reveja sua forma de participação. Parece que a idéia de que atualmente se pertence a um mundo globalizado retirou das pessoas um pouco do sentido de pertencimento a uma nação e a um local de origem. A velocidade das aceleradas transformações implementadas pelo denominado projeto neoliberal tem impedido, avaliações coletivas sistemáticas quanto às conseqüências das atuais propostas políticas, econômicas e sociais para a vida do povo brasileiro. Optar por um mundo regido pelo imediatismo – segundo as normas de um mercado global – é uma postura arriscada.
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Por outro lado, nossa história apresenta-se marcada por uma relação de dependência com o Estado, como se fosse o único responsável pelas políticas de assistência e de seguridade da população. Esse traço social tem nos impedido de construir uma avaliação coletiva para pensarmos outra forma de organização social, na qual o Estado fosse regulado por decisões surgidas da coletividade. Quanto às relações de emprego, nossa trajetória histórica, social e cultural se deu de uma maneira semelhante. Sempre ficamos esperando do patrão sua oferta de emprego e o conseqüente pagamento de um salário pelos serviços prestados. Enfim, não aprendemos a construir juntos um projeto coletivo de sociedade. Criou-se uma relação dualista em que, de um lado, ficou o Estado e o patrão e, do outro, o usuário e o empregado
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Contudo, vivemos numa sociedade capitalista que, cada vez mais, tem estimulado a segregação das pessoas, levando-as, muitas vezes, a ações individualistas e particulares, tais como: construir condomínios fechados e aparelhados com diversos sistemas particulares de segurança; pagar seguros de aposentadoria, moradia, de veículo e de vida, entre outros; em vez de tentar discutir as condições que estão produzindo a violência e a insegurança na nossa sociedade. Enfim, buscam-se soluções individuais sem considerar o coletivo. Essa lógica favorece a ideologia dominante, pois aumenta a lucratividade dos agenciadores de seguros, e esses processos não são avaliados ou questionados. Em síntese, existe uma indústria da violência e outra da proteção privada, sendo que elas se complementam, apesar de aparentarem ter uma lógica oposta.
Contudo, vivemos numa sociedade capitalista que, cada vez mais, tem estimulado a segregação das pessoas, levando-as, muitas vezes, a ações individualistas e particulares, tais como: construir condomínios fechados e aparelhados com diversos sistemas particulares de segurança; pagar seguros de aposentadoria, moradia, de veículo e de vida, entre outros; em vez de tentar discutir as condições que estão produzindo a violência e a insegurança na nossa sociedade. Enfim, buscam-se soluções individuais sem considerar o coletivo. Essa lógica favorece a ideologia dominante, pois aumenta a lucratividade dos agenciadores de seguros, e esses processos não são avaliados ou questionados. Em síntese, existe uma indústria da violência e outra da proteção privada, sendo que elas se complementam, apesar de aparentarem ter uma lógica oposta.
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FONTE: Redes sociais: possibilidade metodológica para uma prática inclusiva. In: Carvalho, et al. (org.). Políticas Públicas. Belo Horizonte, Editora UFMG/PROEX, 2002.
FONTE: Redes sociais: possibilidade metodológica para uma prática inclusiva. In: Carvalho, et al. (org.). Políticas Públicas. Belo Horizonte, Editora UFMG/PROEX, 2002.
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